BR112012022820B1

BR112012022820B1 - dispositivo ortopédico para o tratamento do hallux valgus por efeito mecânico

Info

Publication number: BR112012022820B1
Application number: BR112012022820A
Authority: BR
Inventors: Gantie Cédric; Fontaine Thierry
Original assignee: Sarl Pody Concept
Priority date: 2010-03-10
Filing date: 2011-03-10
Publication date: 2020-04-07
Also published as: PT2544637E; CA2792262A1; JP2016120312A; FR2957246A1; CN103096845B; US9492304B2; AU2011225728B2; EP2544637B1; ES2557380T3; FR2957246B1; BR112012022820A2; US20130060181A1; AU2011225728A1; JP2013521851A; EP2544637A1; KR20130056220A; WO2011111019A1; KR101840223B1; CA2792262C; DK2544637T3

Abstract

dispositivo ortopédico para o tratamento do hallux valgus por efeito mecânico. a presente invenção refere-se a um dispositivo ortopédico para o tratamento do hallux valgus, compreendendo uma parte principal (3) em forma de luva elástica, destinada a exercer uma força de contenção (f1) localmente no nível dos metatarsos (m1,m2,m3,m4,m5) uma parte distal (5) para encobrimento do artelho maior, uma cinta de junção (6) entre a parte principal (3) e a parte distal (5), destinada a ser solicitada em tração, a fim de favorecer sobre o artelho maior uma força lateral (f2) voltada para o interior em relação ao eixo delta do corpo humano, um calço (4) fixado sobre a parede interna do dispositivo, criando uma superespessura localizada, a disposto para ser posicionado contra o primeiro metatarso do artelho maior, de maneira a servir de fixação ao exercício da força lateral, em diferentes posições do pé, permitindo regular o esforço de tração sobre a cinta de junção (6), o concurso das forças de contenção e lateral tendendo a reorientar através do eixo a articulação durante a caminhada.

Description

Relatório Descritivo da Patente de Invenção para DISPOSITIVO ORTOPÉDICO PARA O TRATAMENTO DO HALLUX VALGUS POR EFEITO MECÂNICO.

[0001] A presente invenção refere-se a um dispositivo ortopédico para o tratamento do HALLUX VALGUS por reorientação através de um eixo do HALLUX VALGUS por efeito mecânico. Esse dispositivo pode ser usado durante o dia (calçado) e a noite.

[0002] O HALLUX VALGUS é uma deformação do pé, caracterizada pelo fato de pela inflexão lateral do artelho maior para os outros artelhos (movimento de abdução em relação ao eixo do corpo) com uma aproximação do primeiro metatarso do eixo do corpo (adução), criando assim um ângulo aumentado entre o primeiro e o segundo metatarso. Essas duas componentes fazem com que o primeiro metatarso forme um ângulo com a primeira falange do artelho maior, cujo topo cria uma ressalto, zona geralmente dolorosa e com origem em atritos.

[0003] As pessoas que sofrem de HALLUX VALGUS podem usar calçados largos e flexíveis, calçados especializados ou ainda calçados, tais como ensinados, por exemplo, no documento FGR 2.895.235. Se esses calçados permitirem inegavelmente aliviar seus usuários, eles não terão função reparadora de reorientação através de um eixo de HALLUX VALGUS.

[0004] A fim de corrigir o desvio do artelho maior, existem, no comércio, separadores. Diferentes separadores existem no mercado, a saber: separadores de concepção paramédica, fabricados sobre medida por um podólogo ou de maneira industrial, ou ainda separadores que afastam o artelho, de maneira mecânica, através de materiais duros e rígidos feitos sob a forma de talas rígidas de noite, permitindo, além de comprimir o primeiro metatarso e uma primeira reorientação através de eixo mecânico por armações. Em todos os casos, esses dispositivos serão usados seja durante o dia calçados (separadores)

Petição 870190107950, de 24/10/2019, pág. 5/26

2/14 ou a noite não calçados (tala com armação rígida).

[0005] Conhece-se, por outro lado, pelo documento FR-2.576.209 um dispositivo que pode ser usado calçado, permitindo manter, efetuando-se uma tração leve e progressiva, dando ao artelho maior e aos outros artelhos do pé a possibilidade de retomar seu eixo.

[0006] Esse dispositivo é constituído por uma palmilha ortopédica, que é associada a uma palheta móvel, permitindo a tração do artelho maior com o auxílio de uma correia em couro recoberta de revestimento que se fixa por meio de um dispositivo de fixação anéis/ganchos, conhecido pelo nome de Velcro, seja sob a palmilha em abóbada plantar, seja em torno da curva.

[0007] Se essa palmilha ortopédica, que apresenta o volume de uma palmilha, puder ser usada calçada, será pouco provável que ela convenha a todos os modelos de calçados, mais particularmente aos modelos estreitos e apertados, tais que podem ser usados pelas mulheres notadamente. Por outro lado, essa palmilha constitui de qualquer modo uma tala rígida não agradável para o usuário. Além disso, o dispositivo do documento FR-2.576.209 só pode ser usado pelo pé descoberto, sem meia.

[0008] A finalidade da presente invenção é de prevenir os inconvenientes pré-citados, propondo um dispositivo ortopédico para o tratamento do HALLUX VALGUS, constituindo uma tala fina, flexível, não rígida, que pode ser usada calçada, independentemente do calçado.

[0009] Uma outra finalidade da invenção é propor um dispositivo que, por efeito contencioso ou de contenção notadamente, permite aliviar seu usuário.

[00010] Uma outra finalidade da presente invenção é de propor esse dispositivo que, não entrava a dinâmica do pé, quando da caminhada, mas que, ao contrário, aproveita essa dinâmica para a reorientação através de um eixo do HALLUX VALGUS.

Petição 870190107950, de 24/10/2019, pág. 6/26

3/14 [00011] Outras finalidades e vantagens aparecerão no decorrer da descrição que vai ser feita a seguir que é dada apenas a título indicativo e que não tem por finalidade limitá-la.

[00012] Também modos de realização se referem a um dispositivo ortopédica para o tratamento do HALLUX VALGUS, o dispositivo sendo conveniente para ser usado calçado, constituído essencialmente por uma luva que compreende: uma parte principal destinada a tomar a forma do pé localmente no nível dos metatarsos do pé, uma parte distal para cobrir o artelho maior, e uma cinta de junção entre a parte principal e a parte distal, destinada a ser posicionada lateralmente no pé para ser solicitada em tração, a fim de exercer sobre o artelho maior uma força voltada para o interior em relação ao eixo Δ do corpo humano. Segundo um modo de realização, a luva é uma luva elástica destinada a ser usada sobre o pé para exercer um efeito de contenção localizado sobre os metatarsos do pé, e um calço é sujeito sobre a parede interna da luva elástica, criando uma superespessura localizada, o calço sendo ajustado para ser posicionado lateralmente no pé, localmente contra o primeiro metatarso do artelho maior, de maneira a servir de fixação ao exercício da força lateral, o calço estando apto a ser disposto em diferentes posições do pé, de tal modo a poder regular o esforço de tração sobre a cinta de junção.

[00013] De acordo com um modo de realização, o calço apresenta uma espessura compreendida entre 2 e 7 mm, um comprimento compreendidos entre 4 e 6 cm e uma largura compreendida entre 2 e 4 cm.

[00014] De acordo com um modo de realização, o calço é fabricado em um material que apresenta um coeficiente de atrito, tal que o calço faz contato com a pele do pé, sem deslizar, sob a pressão do efeito de contenção exercido pela luva.

[00015] De acordo com um modo de realização, o calço é fixado no

Petição 870190107950, de 24/10/2019, pág. 7/26

4/14 interior da luva sobre a cinta de ligação e sobre a parte inferior da luva, o calço sendo fabricado em um material elástico, de maneira a poder ser estirado e conservar seu estiramento por contato coma pele do pé, sem deslizar, a fim de contribuir para o exercício sobre o artelho maior da força lateral.

[00016] De acordo com um modo de realização, o material do calço é o neoprene ou o silicone, ou da sílica-gel.

[00017] De acordo com um modo de realização, a sílica-gel que forma o material do calço em contato com apele compreende um produto ativo apto a ser transmitido por contato com a pele.

[00018] De acordo com um modo de realização, o dispositivo apresenta uma parte proximal destinada a se apoiar sobre a parte posterior do pé para assegurar a manutenção da luva elástica no pé.

[00019] De acordo com um modo de realização, a parte proximal é fabricada por um anel da luva elástica, destinada a ser posicionada em torno da curva do pé.

[00020] De acordo com um modo de realização, o calço é sujeito à luva elástica de maneira permanente ou graças a meios de fixação amovíveis.

[00021] De acordo com um modo de realização, os meios de fixação amovíveis compreendem uma bolsa formada na luva elástica, apta a receber de maneira amovível o calço, ou compreendem um sistema de fixação com anéis e ganchos entre o calço e a luva elástica.

[00022] De acordo com um modo de realização, a parte distal é conformada de maneira a cobrir o artelho maior, sem estar em contato com a pele do artelho maior em regiões de borda lateral da unha do artelho maior, na ausência de força de tração exercida sobre a cinta de junção, a fim de limitar a pressão exercida pela órtese sobre a pele do artelho maior, nas regiões de borda lateral da unha, em presença de uma força de tração exercida sobre a cinta de junção.

Petição 870190107950, de 24/10/2019, pág. 8/26

5/14 [00023] De acordo com um modo de realização, a luva elástica é fabricada em um têxtil elástico, tal como o elastano.

[00024] De acordo com um modo de realização, a parte distal e a cinta de junção são fabricadas em um têxtil elástico, que apresenta uma rigidez menor do que o têxtil que forma a parte principal da luva.

[00025] De acordo com um modo de realização, a luva elástica é constituída a partir de um padrão têxtil, após operações de costura.

[00026] De acordo com um modo de realização, a luva elástica apresenta uma espessura inferior a 1 mm.

[00027] A invenção será melhor compreendida com a leitura seguinte acompanhada dos desenhos em anexo, dentre os quais:

- a figura 1 representa uma vista de um dispositivo, de acordo com um modo de realização, não usado;

- a figura 2 representa uma vista de um pé sobre o qual o dispositivo vai ser usado;

- as figuras 3 a 10 ilustram diferentes etapas de colocação do dispositivo, tal como ilustrado na figura 1, sobre o pé, tal como ilustrado na figura 2, e, mais particularmente:

- a figura 3 representa o dispositivo em uma configuração afastada com o auxílio das mãos, para permitir a passagem do pé;

- a figura 4 ilustra da colocação de uma parte principal do dispositivo sobre o pé em torno dos metatarsos;

- as figuras 5 e 6 ilustram a cobertura do artelho maior por uma parte distal do dispositivo;

- a figura 7 representa uma vista parcial do dispositivo sobre a dianteira do pé, quando ele é corretamente usado;

- a figura 8 ilustra uma etapa na qual um esforço de tração exercido pelo dispositivo é diminuído;

- a figura 9 representa uma vista, na qual o esforço de tração exercido pelo dispositivo é aumentado;

Petição 870190107950, de 24/10/2019, pág. 9/26

6/14

- a figura 10 ilustra a colocação de uma parte proximal do dispositivo em torno da curva;

- a figura 11 representa uma vista lateral interna do dispositivo, quando é corretamente usado sobre o pé;

- a figura 1'2 representa uma vista lateral interna do dispositivo, quando é usado sobre o pé em uma configuração muito alta;

- a figura 13 representa uma vista lateral interna do dispositivo, quando é usado sobre o pé em uma configuração muito baixa;

- a figura 14 representa uma vista do dispositivo, no estado levantado, permitindo visualizar um calço interno;

- a figura 15 representa uma vista em corte frontal no nível da palheta metatarsiana do dispositivo usado sobre o pé, ilustrando a cooperação entre o calço e o primeiro metatarso do artelho maior;

- as figuras 16A, 16B representam duas vistas de topo da ossatura de um pé que sofre de HALLUX VALGUS, respectivamente sem e com o dispositivo;

- a figura 17 representa uma vista lateral em corte, ilustrando por transparência o posicionamento ideal (em pontilhados) do calço em relação ao primeiro metatarso do artelho maior;

- a figura 18 representa um dispositivo ortopédico, segundo um outro modo de realização;

- a figura 19 representa em corte a parte distal do dispositivo, conforme um modo de realização.

[00028] Na presente invenção, os termos interno e externo para qualificar o sentido de forças notadamente têm por referencial o eixo Δ do corpo humano (ver figuras 16A, 16B). O eixo Δ do corpo humano é materializado pelo plano de simetria do corpo humano. Quando a força fica voltada pare esse eixo Δ, diz-se que ela fica voltada para o interior. Quando a força fica voltada no outro sentido e se afasta do eixo delta, diz-se que ela fica voltada para o exterior.

Petição 870190107950, de 24/10/2019, pág. 10/26

7/14 [00029] As figuras 1 e 16B representam um dispositivo 1 ortopédico para o tratamento do HALLUX VALGUS Ha, constituído essencialmente por uma luva elástica 2, destinada a ser usada sobre o pé P para exercer um efeito de contenção localizado sobre os metatarsos M1, M2, M3, M4, M5 do pé (figura 16A). Esse efeito de contenção permite notadamente limitar a adução do primeiro metatarso M1 em relação ao eixo Δ do corpo humano. O dispositivo 1 é flexível e não rígido.

[00030] De acordo com um modo de realização, o efeito de contenção localizado permite exercer sobre o primeiro metatarso M1 do artelho maior uma força lateral F1 dirigida para o exterior em relação ao eixo Δ do corpo humano, isto é, para o interior do pé, de maneira a se obter uma reorientação através do eixo do metatarsus varus e, portanto, do HALLUX VALGUS.

[00031] O dispositivo se apresenta sob a forma de uma tala fina, de espessura sensivelmente igual àquela do material da luva, tal como, por exemplo, inferior a 1 mm, produzindo um efeito de contenção leve, aliviando o usuário, e podendo ser usada permanentemente, independentemente do artigo calçado. O dispositivo 1 não sendo mais volumoso que uma meia pouco espessa, pode ser usado com qualquer tipo de artigo calçado, embaixo da meia longa ou curtas notadamente.

[00032] O dispositivo compreende uma luva elástica 2 que tem por função primeira aproximar o primeiro metatarso M1 do artelho maior para o eixo do pé (e, portanto, afastar, o primeiro m etapa M1 do eixo delta do corpo humano). Essa ação mecânica passiva é permitida pelo menos pela elasticidade da luva 1 e tem por finalidade lutar contra o metatarsus varus associado ao valgus do artelho maior.

[00033] A luva elástica 2 pode ser realizada a partir de um têxtil. Pode ser constituído a partir de um padrão, notadamente segundo a ponta dope, após operações de costura. O têxtil da luva flexível elástico 2 pode compreender fibras de elastano conferindo ao têxtil sua

Petição 870190107950, de 24/10/2019, pág. 11/26

8/14 elasticidade. Por exemplo, o têxtil pode ser em Lycra (marca depositada).

[00034] O dispositivo 1 compreende um calço 4, sobre a parede interna da luva elástica 2, criando uma superespessura localizada destinada a ser posicionada lateralmente ao pé, localmente contra o primeiro metatarso M1 do artelho maior, e tal como ilustrado nas figuras 15, 16B e 17.

[00035] Vantajosamente, o calço 4 se apóia sobre o primeiro metatarso M1 e diminui a adução deste, de maneira progressiva, quando do impulso valgizante do pé, a fim de propulsá-lo no eixo sobre o artelho maior.

[00036] Tal como ilustrado na figura 17, o dimensionamento do calço 4 (em pontilhados) corresponde sensivelmente às dimensões do primeiro metatarso M1. O comprimento do calço 4 é ligeiramente inferior ao comprimento da diáfise do primeiro metatarso, de maneira a autorizar um posicionamento do calço 4 em diferentes posições ao longo da diáfise do primeiro metatarso, sem recobrir a cabeça T deste.

[00037] Quando o dispositivo é calçado, o calço 4 é escorado contra a parede interna do calçado, aumentando assim a força lateral F1, para a reorientação através do eixo do primeiro metatarso em M1 do artelho maior.

[00038] Vantajosamente, tal como ilustrado na figura 17, o calço 4 não recobre a cabeça T do primeiro metatarso M1, a fim de descarregar o ressalto HALLUX VALGUS que, caso contrário, fica freqüentemente apoiado contra a parede interna do calçado.

[00039] De acordo com um modo de realização, o dispositivo permite exercer sobre o artelho maior Go, pelo menos indiretamente, uma força lateral F2 voltada para o interior em relação ao eixo Δ do corpo humano, isto é, para o exterior do pé, por apoio do rate maior sobre o artelho vizinho.

Petição 870190107950, de 24/10/2019, pág. 12/26

9/14 [00040] De acordo com um modo de realização, ilustrado pelas figuras 1 e 4, a luva elástica 2 compreende, além disso, uma parte principal 3 destinada a tomar a forma de maneira elástica o pé localmente no nível dos metatarsos M1, M2, M3, M4, M5 desse pé, apertando-os (por envolvimento de cinta) para exercer sobre o primeiro metatarso M1 do artelho maior Go a força lateral F1 voltada para o exterior em relação ao eixo Δ do corpo humano, uma parte distal 5 para cobrir o artelho maior Go, assim como uma cinta de junção 6 entre a parte principal 3 e a parte distal 5.

[00041] A parte distal 5 assegura a manutenção da cinta de junção 6 lateralmente ao longo do artelho maior Go para lhe permitir ser solicitada em tração, a fim de aumentar a força lateral F2 voltada para o interior em relação ao eixo Δ do corpo humano.

[00042] As figuras 3 a 6 ilustram diferentes etapas de colocação do dispositivo 1. Na figura 3, a luva elástica 2 é afastada com o auxílio das mãos, para alargar a passagem 8 do pé na luva e assim permitir a introdução da parte dianteira do pé na luva. Na figura 4, a luva 2 é posicionada, de maneira a envolver os metatarsos M1-M5, e assim aplicar-lhe um esforço de contenção. Na figura 5, a parte distal 5, que forma uma capa, é puxada em direção à extremidade do artelho maior Go. Na figura 6, a parte distal 5 é encaixada sobre o artelho maior Go. Na figura 7, o dispositivo 1 aparece em um apo final sobre o pé.

[00043] Conforme ilustrada na figura 11, a cinta de junção 6 deve ser posicionada lateralmente ao longo do artelho maior Go, e do primeiro metatarso no eixo do artelho maior, e não em uma posição muito alta, tal como ilustrada na figura 12, ou ainda muito baixa, tal como ilustrada na figura 13.

[00044] Vantajosamente, o dispositivo pode apresentar, além disso, meios de regulagem da força lateral F2 exercida sobre o artelho maior Go. Os meios de regulagem da força F2 podem ser constituídos pelo

Petição 870190107950, de 24/10/2019, pág. 13/26

10/14 calço 4 anteriormente descrito. Para isso, o calço 4 é fabricado em um material 40 que apresenta um coeficiente de atrito suficiente, para fazer contato diretamente com a pela do pé, sem deslizar. Em outros termos, o calço 4 adere à pele. Essa adesão pode ser tornada possível pela força de contenção exercida pela parte 3 da luva 2, que é exercida também sobre o calço 4.

[00045] Assim, tal como ilustrado, segundo os exemplos das figuras 8 ou 9, o calço 4 pode ser posicionado em diferentes posições dope de tal modo a poder regular o esforço de tração sobre a cinta de junção 6. Nas figuras 8 e 9, apo do calço é visível pelas costuras 42, solidarizando o material, notadamente têxtil, da luva 2 elástica sobre o contorno do calço.

[00046] Tal como ilustrado na figura 8, o calço 4 é aproximado em direção ao artelho maior 40, a fim de diminuir o esforço de tração sobre a cinta de junção 6, e assim diminuir a força lateral F2 sobre o artelho maior. Ao contrário, tal como ilustrado na figura 90, o calço 4 é afastado do artelho maior Go, a fim de aumentar o esforço de tração sobre a cinta de junção 6 e, portanto, a tensão da cinta de junção, e, assim, aumentar a força lateral F2 exercida sobre o artelho maior. O ajuste da posição do calço 4 ao longo do primeiro metatarso M1 permite assim regular a tensão da cinta de junção 6.

[00047] Tal como ilustrado na figura 16B, a luva 2, apertando os cinco metatarsos M1-M5, exerce uma força F0 que se decompõe segundo eixos paralelos ao eixo do pé e perpendicular ao eixo do pé, em uma componente de força axial F0h e uma componente de força lateral F0p. A presença do calço 4 acentua a força F0, notadamente a caminhada e quando o pé está calçada. A força resultante corresponde à força F1 anteriormente mencionada. A força F1 pode também ser decomposta em uma componente axial F1h e uma componente lateral F1p.

Petição 870190107950, de 24/10/2019, pág. 14/26

11/14 [00048] Por outro lado, quando o usuário desloca o calço 4 em direção ao calcanhar, puxando sobre a cinta de junção 6, isto cria a força F2 que pode também se decompor em uma componente axial F2h e uma componente lateral F2p. Nessas condições, o artelho maior GO e o primeiro metatarso M1 sofrem uma força resultante igual F1h+F2h, a componente F2h sendo regulável. Por outro lado, as componentes F1p e F2p agem em combinação no sentido de uma redução o HALLUX VALGUS , a componente F2p sendo regulável.

[00049] Durante a caminhada, pode ser constatado que a componente F1p da força F1 aumenta a cada desenrolado do p asso, quando do impulso exercido pelo pé, e que essa componente diminui, quando o pé deixa o solo. Os ossos que convergem para a articulação (metatarso M1 e falange do artelho maior) são submetidos pelo dispositivo 1, em momentos de forças variáveis tendendo a reduzir o HALLUX VALGUS. Os movimentos que daí resultam são de mesma natureza que aqueles que poderiam praticar um quinesiterapeuta, e se produzem de maneira natural e suave durante a caminhada.

[00050] De acordo com um modo de realização, o material 40 pode ser, por exemplo, o neoprene ou elastômero de silicone ou ainda sílica-gel. O calço 4 é, por exemplo, constituído de uma cinta de espessura compreendida entre 2 e 7 mm, por exemplo, de comprimento compreendido entre 4 e 6 cm e de largura compreendida entre 2 e 4 cm.

[00051] O calço 4 pode ser sujeito, de maneira permanente, à luva elástica 2 (por exemplo, por costura, colagem,...). Alternativamente, a fim de poder lavar o material, notadamente têxtil da luva elástica 2, o calço 4 pode ser separado da luva 2, prevendo meios de fixação amovíveis (não ilustrados) entre o calço 4 e a luva elástica 2.

[00052] Por exemplo, os meios de fixação amovíveis podem compreender uma bolsa apta a receber de maneira amovível o calço 4. Essa bolsa pode apresentar uma janela diante do pé, a fim de autori

Petição 870190107950, de 24/10/2019, pág. 15/26

12/14 zar o contato direto entre o material 40 não deslizante (meio de regulagem) do calço 4 e o pé P. Alternativamente, os meios de fixação amovíveis podem ser constituídos por um sistema de fixação com anéis e com ganchos entre o calço 4 e a luva elástica 2.

[00053] O caráter amovível do calço 4 pode ser vantajosamente explorado para utilizar calços de espessuras diferentes,isto a fim de ajustar a força F1 (e, portanto, a componente F1p) exercida sobre o primeiro metatarso M1 em função da amplidão do metatarsus varus, e/ou em função da evolução dessa evolução dessa amplitude, aí compreendido em caso de redução. Com efeito, é bem conhecido que a flexibilidade de uma articulação depende amplamente da aprendizagem da qual ela se beneficia. Pode-se assim observar uma tolerância cada vez maior às forças corretoras à medida que ocorre o uso da órtese, o que pode justificar o uso de espessuras cada vez maiores.

[00054] Em um modo de realização ilustrado nas figuras 1, 7 e 14, o dispositivo pode, além disso, compreender uma parte proximal 7 destinada a se apoiar sobre a parte traseira do pé P para assegurar a manutenção dessa luva elástica 2 sobre o pé P. A parte proximal 7 é realizada por um anel 70 formado pela luva elástica, destinada a ser posicionada em torno da curva do pé P, tal como ilustrado na figura 5.

[00055] Em um modo de realização, ilustrado na figura 18, o calço 4 é substituído por um calço 13 em forma de cinta elástica. O calço 43 é fixado no interior da luva 2 no local do calço 4, sobre a cinta de junção 6, até a parte distal 5. A cinta 43 apresenta um coeficiente de atrito coma pele tal que ela pode ser estirada e conservar seu estiramento por contato com a pele do pé sem deslizar. Puxando sobre aparte 3 da luva 2 em uma direção proximal para afastá-la da parte distal 5, a cinta 43 se estira com a cinta de ligação 6 e a parte 3 e permanece em sua configuração final de estiramento em razão de sua aderência à pele. Assim, a cinta elástica 43 assegura, ao mesmo tempo, as funções de

Petição 870190107950, de 24/10/2019, pág. 16/26

13/14 aumentar por sua espessura, a força de contenção F1 exercida sobre o metatarso M1, de fixação por seu coeficiente de atrito com a pele, para o exercício e o ajuste da força F2, e contribuir por sua elasticidade com a cinta de junção 6 e a parte 3 da luva 2, à amplitude da força F2. O calço 43 pode ser fixado na parte 3 da luva 2 e na cinta de junção 6, por exemplo, por costuras ou por colagem.

[00056] Em um modo de realização, as funções de calço e de fixação para o exercício da força F2 são dissociadas, prevendo-se que o calço 43 fixado no interior da luva 2 apresenta uma espessura estreita, e um calço suplementar 44 fixada entre o calço 43 e a parte 3 da luva

2. O calço 44 pode ser idêntico ao calço 4.

[00057] Em um modo de realização, o calço 43 e/ou 44 é fabricado em neoprene ou em elastômero de silicone, ou ainda um polímero gel, tal como uma sílica-gel.

[00058] Em um modo de realização, ilustrado na figura 19, a parte distal 5 é conformada de maneira a não exatamente tomar a forma do artelho maior Go, e a não entrar em contato com a pele do artelho maior em regiões de bordas laterais OL1, OL2 da unha Og do artelho maior Go (na ausência de força de tração exercida sobre a cinta de junção 6). Esse dispositivo permite limitar a pressão exercida pela órtese, em presença de uma força de tração exercida sobre a cinta de junção 6, sobre a pele nas regiões de bordas laterais da unha do artelho maior, e assim aumentar o conforto do usuário.

[00059] Em um modo de realização, a luva 2 é fabricada em um tecido diferente daquele no qual são formadas a cinta de ligação e a parte distal 5. Assim, o tecido elástico no qual é formada a luva 2 pode ser mais rígido que aquele no qual são formadas a cinta 6 e a parte distal 5, para se obter um efeito de contenção importante sem provocar incômodo na região do artelho maior que é mais sensível.

[00060] Deve ser observado que a rigidez menor da cinta de junção

Petição 870190107950, de 24/10/2019, pág. 17/26

14/14 pode ser compensada pela presença da cinta elástica 43. A cooperação entre a cinta de junção 6 e a cinta elástica age também para a manutenção no tempo da função elástica. Com efeito, os tecidos têm sempre tendência a não retomar exatamente seu comprimento inicial, após estiramento, o que não é o caso das cintas em sílica-gel utilizadas. Na ausência da cinta 43 para a mesma força a posição do calço 4 se deslocaria em direção ao calcanhar a ponto de perder sua posição útil, exatamente atrás da articulação.

[00061] Em um outro modo de realização, com ou sem cinta elástica 43, a luva pode ser realizada em uma única peça de tecido, que apresenta um rigidez menor no sentido da extensão da cinta de junção 6, do que no sentido do alargamento da parte principal 3, para exercer uma força de contenção sobre os metatarsos considerável, sem incômodo na região da extremidade do artelho maior.

[00062] Em um modo de realização, a propriedade dos géis de silicone de absorção de produtos oleosos pode ser explorada para difundir dos produtos ativos na pele. Assim, o calço 4 ou a cinta 43 pode conter um produto ativo a difundir por contato com apele. O produto ativo pode ser escolhido, por exemplo, para aliviar a dor ou tratá-la. O produto ativo pode ser introduzido na sílica-gel em várias retomadas, simplesmente derramando-o sobre o calço 4 ou a cinta elástica 43.

[00063] Naturalmente, outros modos de realização teriam podido ser considerados pelo técnico, sem para tanto sair do âmbito da invenção definida pelas reivindicações a seguir.

Claims

REIVINDICAÇÕES

1. Dispositivo (1) ortopédico para o tratamento do HALLUX VALGUS (Ha), o dispositivo sendo conveniente para ser usado com calçados, constituído essencialmente por uma luva (2) elástica destinada a ser vestida sobre o pé (P), para exercer um efeito de contenção localizado sobre os metatarso (M1, M2, M3, M4, M5) do pé (P), a luva compreendendo:

uma parte principal (3), destinada a ajustar a forma do pé (P), localmente no nível dos metatarsos (M1, M2, M3, M4, M5) do pé;

uma parte distal (5) para encobrimento do artelho maior (Go),e uma cinta de junção (6) entre a parte principal (3) e a parte distal (5), destinada a ser posicionada lateralmente no pé para ser solicitada em tração, para exercer sobre o artelho maior (Go) uma força lateral (F2) voltada para o interior em relação ao eixo Δ do corpo humano, o dispositivo ortopédico compreendendo ainda um calço (4) fixado sobre a parede interna da luva elástica (2), criando uma superespessura localizada, o calço sendo disposto para ser posicionado lateralmente ao pé, localmente contra o primeiro metatarso do artelho maior (Go), caracterizado pelo fato de que o calço (4, 43) é fabricado em um material (40) que apresenta um coeficiente de atrito tal que o calço (4, 43) faz contato com a pele do pé, sem deslizar, sob a pressão do efeito de contenção exercido pela luva (2), de maneira a servir de fixação durante a aplicação da forma lateral (F2), pelo menos uma parte do calço estando apta a ser disposta em diferentes posições do pé, de tal modo a poder regular o esforço de tração sobre a cinta de junção (6).
2. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 1, caracteri

Petição 870190107950, de 24/10/2019, pág. 19/26

2/3 zado pelo fato de que o calço (4, 44) apresenta uma espessura compreendida entre 2 e 7 mm, um comprimento compreendido entre 4 cm e 6 cm e uma largura compreendida entre 2 cm e 4 cm
3. Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 ou 2, caracterizado pelo fato de que o calço (43) é fixado no interior da luva sobre a cinta de ligação (6) e sobre a parte principal (3) da luva (2), o calço (43) sendo fabricado em um material elástico, de maneira a poder ser estirado e conservar seu estiramento por contato com a pele do pé, sem deslizar, a fim de contribuir para o exercido sobre o artelho maior (Go) da força lateral (F2).
4. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 3, caracterizado pelo fato de que o material do calço (4, 43, 44) é o neoprene ou o silicone, ou sílica-gel.
5. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 4, caracterizado pelo fato de que a sílica-gel, formando o material do calço (4, 43) em contato com a pele, compreende um produto ativo apto a ser transmitido por contato com a pele.
6. Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado pelo fato de apresentar uma parte proximal (7) destinada a se apoiar sobre a parte posterior do pé (P) para assegurar a manutenção da luva elástica (2) no pé.
7. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 6, caracterizado pelo fato de que a parte proximal (7) é realizada por anel (70) da luva elástica (2), destinada a ser posicionada em torno da curva do pé (P).
8. Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado pelo fato de que o calço (4) é sujeito à luva elástica (2), de maneira permanente ou graças a meios de fixação amovíveis.
9. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 8, caracteri

Petição 870190107950, de 24/10/2019, pág. 20/26

3/3 zado pelo fato de que os meios de fixação amovíveis compreendem uma bolsa formada na luva elástica (2), apta a receber, de maneira amovível, o calço (4) ou compreendem um sistema de fixação de anéis e ganchos entre o calço (4) e a luva elástica.
10. Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 9, caracterizado pelo fato de que a parte distal (5) é conformada de maneira a cobrir o artelho maior, sem estar em contato com a pele do artelho maior em regiões de borda lateral (OL1, OL2) da unha do artelho maior, na ausência de força de tração exercida sobre a cinta de junção (6),a fim de limitar a pressão exercida pela órtese sobre a pele do artelho maior nas regiões de borda lateral da unha, em presença de uma força de tração exercida sobre a cinta de junção (6).
11. Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 10, caracterizado pelo fato de que a luva elástica (2) é fabricada em um têxtil elástico, tal como o elastano.

11. Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a
12, caracterizado pelo fato de que a parte distal (5) e a cinta de junção (6) são fabricadas em um têxtil elástico que apresenta uma rigidez menor do que o têxtil que forma a parte principal (3) da luva (2).
13. Dispositivo, de acordo com a reivindicação 12, caracterizado pelo fato de que a luva elástica (2) é constituída a partir de padrão têxtil após operações de costura.
14. Dispositivo, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 13, caracterizado pelo fato de que a luva elástica (2) apresenta uma espessura inferior a 1 mm.