PT1691741E - Aparelhos para alterar a curvatura de campo relativa e as posições dos pontos focais periféricos situados fora do eixo - Google Patents

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Description

DESCRIÇÃO
Aparelhos para alterar a curvatura de campo relativa e as posições dos pontos focais periféricos situados fora do eixo
CAMPO DO INVENTO 0 presente invento dirige-se a processos e aparelhos para retardar ou eliminar a progressão da miopia (vista curta) num indivíduo, controlando as aberrações fora do eixo (periféricas), mantendo assim a curvatura de campo de uma imagem visual, proporcionando simultaneamente uma imagem central nítida.
ENQUADRAMENTO DO INVENTO A prevalência da miopia (vista curta) é cada vez mais rápida. Os estudos mostraram, por exemplo, um crescimento dramático na incidência da miopia (-0,25D ou mais), em crianças de Taiwan com 7 anos de idade, de 4% para 16% entre 1986 e 2000, e a prevalência de miopia (-0,25D ou mais) em crianças de Taiwan com idade escolar entre os 16 e os 18 anos atinge os 84%. Um estudo baseado na população na China continental refere que 55% das raparigas e 37% dos rapazes aos 15 anos têm miopia significativa (-1,00D ou mais).
Os estudos revelam que 50% das pessoas com elevada miopia (acima de -6,00D) têm alguma espécie de patologia retinal. A miopia aumenta significativamente o risco de descolamento da retina (dependendo do nível de miopia), catara posterior e glaucoma. Os efeitos ópticos, visuais e potencialmente 1 patológicos da miopia, e a sua inconveniência e custo consequentes para o indivíduo e para a comunidade tornam desejável a existência de estratégias eficazes para diminuir a progressão, ou para evitar ou atrasar o início da miopia, ou limitar a quantidade de miopia que ocorre nas crianças e nos jovens adultos.
Assim, uma grande percentagem da população mundial tem miopia a um nível que exige alguma espécie de correcção óptica para poder ver com nitidez. Sabe-se que a miopia, independentemente da idade em que surge, tende a aumentar numa dimensão que exige uma correcção cada vez maior. Estas correcções são feitas através de uma grande gama de dispositivos incluindo óculos, lentes de contacto e cirurgia refractiva. Estas correcções, no entanto, fazem pouco para diminuir ou parar a progressão da miopia e, de acordo com as conclusões de algumas investigações, promovem de facto a progressão da miopia.
Uma forma de miopia (muitas vezes chamada "miopia congénita") ocorre no nascimento, é normalmente alta e pode piorar progressivamente. Um segundo tipo (algumas vezes chamado "miopia juvenil" ou "miopia escolar") surge em crianças entre os 5 e os 10 anos e avança até à idade adulta ou algumas vezes depois. Um terceiro "tipo" de miopia (que pode ser referida como "miopia adulta") surge no início da idade adulta ou no final da adolescência (16 a 19 anos de idade) e aumenta durante a idade adulta, algumas vezes parando e outras vezes continuando a aumentar.
As estratégias para prevenir ou abrandar a miopia têm sugerido o envolvimento da intervenção farmacológicas com medicamentos anti-muscarínicos tais como a atropina (que são usadas normalmente para interromper a acomodação) ou a 2 pirenzipina. No entanto, as desvantagens potenciais associadas com a utilização a longo prazo destas substâncias farmacológicas pode tornar estas modalidades problemáticas.
Sabe-se que, durante o desenvolvimento precoce, os dois olhos evoluem de uma forma altamente coordenada para o estado óptico ideal, um processo referido como emetropização. Do ponto de vista da intervenção óptica para evitar o surgimento, ou para atrasar a progressão da miopia, três observações fundamentais, que foram feitas numa quantidade de animais vertebrados que vão dos pássaros a primatas, demonstraram conclusivamente que o processo de emetropização é regulado activamente pelo feedback visual.
Em primeiro lugar, as condições ou manipulações experimentais que evitam a formação de uma imagem nítida na retina leva o olho a crescer de uma forma anormalmente comprida (o chamado "alongamento axial") e a tornar-se míope ou com vista curta, um fenómeno referido como miopia por privação da forma.
Em segundo lugar, se a um olho com miopia por privação da forma for permitido uma visão não restringida, então esse olho cresce de uma forma que elimina o erro refractivo existente. Esta recuperação exige feedback visual associado com o erro refractivo efectivo do olho, porque a correcção óptica do erro miópico com lentes de óculos evita a recuperação.
Em terceiro lugar, a imposição de um erro refractivo num olho normal (ou olho "emetrópico", um que não tem vista curta nem vista longa) com lentes de óculos produz um crescimento ocular de compensação que elimina o erro refractivo produzido pela visão através das lentes, um fenómeno chamado "compensação com lentes". Quer a miopia, quer a hipermetropia (vista longa) podem ser provocadas numa variedade de modelos animais, 3 incluindo primatas, através da utilização de lentes para óculos com graduação negativa ou positiva, respectivamente. Por exemplo, quando a imagem é colocada, através da utilização de lentes com graduação negativa, numa posição posterior da retina (isto é, por trás), é provocada a miopia. Esta progressão da miopia é actuada pelo alongamento axial (crescimento que provoca um alongamento do globo ocular).
Assim, os mecanismos que são responsáveis pela emetropização controlam a imagem na retina e ajustam as taxas de crescimento axial para eliminar erros refractivos. Isto é, os olhos usam a desfocagem óptica para guiar o crescimento do olho para o estado óptico ideal.
Por motivos que não são totalmente entendidos, o processo de emetropização avança erradamente nalguns indivíduos, originando erros refractivos comuns, como a miopia. As investigações, usando modelos animais, sugerem fortemente que a desfocagem óptica poderia desempenham um papel neste processo. No entanto, as estratégias de tratamento actuais para a miopia que manipularam o foco efectivo do olho para a visão central (por exemplo, bifocais) só tiveram um sucesso limitado na prevenção da miopia ou no retardamento da progressão da miopia.
Por exemplo, as lentes progressivas para óculos ou as lentes de contacto bifocais são vistas desde há muito como estratégias potenciais para retardar a progressão da miopia. No entanto, os estudos quanto à sua eficácia mostram apenas uma eficácia limitada. No caso de lentes bifocais para óculos, a obrigação que o utilizador tem de olhar sempre através da parte de ver ao perto para o trabalho próximo não pode ser garantida. As lentes de contacto bifocais usadas até agora têm sido simultaneamente bifocais e simples. Estas bifocais degradam a qualidade da imagem global na retina e são conhecidas como 4 produzindo problemas visuais tais como halo, brilho e efeito fantasma, tornando-as indesejáveis para os utilizadores.
Outros estudos mostraram que a interrupção dos estímulos que induzem a miopia, mesmo para períodos de tempo relativamente curtos, reduz ou elimina mesmo os efeitos geradores de miopia desses estímulos. A implicação assenta no facto de uma aproximação de "utilização diária", na qual o míope deixa de usar o dispositivo de redução de miopia durante determinados períodos do dia (por exemplo, após o trabalho e antes de ir dormir), não seria eficiente e pode muito bem comprometer a sua eficácia.
Outro processo óptico, usado para tentar retardar a progressão da miopia em indivíduos é a subdirecção. Na subdirecção, ao utilizador é prescrita e proporcionada uma correcção (por exemplo óculos ou lentes de contacto) que é inferior à prescrição refractiva total exigida para uma visão nítida. Por exemplo, a um míope com -4,00D podem só ser dados uns óculos com -3,50D, tornando este míope ainda -0,50D relativamente miópico.
Assim, este processo exige implicitamente que uma imagem visual foveal central (a área mais importante para a visão crítica, por exemplo a acuidade visual) fique desfocada ou de alguma forma se degrade. Isto diminui significativamente a utilidade do dispositivo, uma vez que o utilizador tem um desempenho visual constantemente reduzido (por exemplo, evitando que o utilizador conduza devido a exigências legais quanto à visão). Além disso, há evidência que sugere que uma aproximação de subdirecção pode mesmo acelerar a progressão da miopia nalguns indivíduos.
Uma forma para diminuir, atrasar e, em última análise, inverter a progressão da miopia proporcionaria enormes 5 benefícios a milhões de pessoas que sofrem de miopia, assim como reduziria o custo para os indivíduos, profissionais e fornecedores de cuidados de saúde e serviços governamentais associados com a miopia. A Patente US 6,312,424 revela um sistema ocular compreendendo um factor de correcção pré-determinado para controlar as posições anterior - posterior nos pontos focais sobre o eixo próximos da retina, para produzir pelo menos um estímulo substancialmente correctivo a um olho para alterar o olho e, desta forma, proporcionar substancialmente imagens visuais nítidas, o sistema ocular mantendo um alinhamento substancialmente axial com o dito olho. 0 presente invento proporciona um sistema ocular compreendendo um factor de correcção pré-determinado para controlar as posições anterior - posterior dos pontos focais periféricos fora do eixo relativamente ao ponto focal central sobre o eixo para produzir pelo menos um estímulo substancialmente correctivo a um olho para alterar o crescimento do olho, no qual o controlo das posições dos pontos focais periféricos é efectuado controlando simultaneamente a posição anterior - posterior do ponto focal central sobre o eixo perto da retina, e proporcionarem substancialmente em simultâneo, imagens visuais nítidas; o dito sistema ocular mantendo o alinhamento substancialmente axial com o dito olho, caracterizado por o controlo dos pontos focais periféricos ser efectuado para focar os pontos focais periféricos anterior ou posterior fora do eixo na retina. Além disso, de acordo com o presente invento, a progressão da miopia é modificada através de controlos pré-determinados precisos dos factores correctivos ópticos fora do eixo, ou aberrações do dispositivo correctivo, ou a combinação das aberrações ópticas fora do eixo do olho e 6 do dispositivo correctivo, de forma que a imagem visual tem um local da imagem de campo periférica que está colocado mais anteriormente à (ou em frente da) retina periférica (isto é, em direcção à córnea ou à parte dianteira do olho) do que normalmente na condição não corrigida, ou com os dispositivos de correcção ou estratégias tradicionais, enquanto a localização da imagem de campo central está colocada perto da retina central (isto é a fóvea). Este arranjo minimiza ou elimina o estimulo para o alongamento axial do olho que leva à miopia. E, uma vez que o dispositivo não introduz qualquer desfocagem do campo central (como são introduzidos, por exemplo, por processos de subdirecção, ou dispositivos ópticos bifocais ou progressivos) os dispositivos do presente invento proporcionam ao utilizador uma boa acuidade visual. Assim, o invento oferece o beneficio de retardar a progressão do erro refractivo mantendo substancialmente em simultâneo uma visão critica útil e nitida para o utilizador.
Por motivos de clareza, de acordo com o presente invento, o termo "em frente de" reflecte, do ponto de vista da orientação, o conceito de que um ponto está localizado a uma distância inferior, numa direcção medida a partir da córnea em direcção à retina, do que o seu ponto comparativo, enquanto o termo "por trás de" reflecte o conceito de que um ponto está localizado a um distância maior da córnea em direcção à retina do que o seu ponto comparativo.
De preferência, os dispositivos do presente invento são implementados numa modalidade que pode permanecer substancialmente coaxial (isto é, manter o alinhamento axial com, ou manter a "centragem" com) com o olho, independentemente da direcção para onde se olha, tal como a ortoqueratologia, a cirurgia refractiva da córnea, os implantes corneanos, as 7 lentes de contacto, e as lentes intra-oculares. Desta forma o controlo preciso das aberrações periféricas que levam à manipulação precisa e pré-determinada da curvatura de campo poderia ser mantido previsivelmente, independentemente do movimento do olho.
Também de preferência, os dispositivos do presente invento são os que são colocados fora do ponto nodal do olho, de modo a tornar a manipulação da aberração periférica, adequada para controlar a miopia, mais livre e eficaz. Estes dispositivos incluem óculos, lentes de contacto incluindo lentes usadas numa modalidade de ortoqueratologia, e implantes corneanos.
Também de preferência, o dispositivo do presente invento são implementados numa modalidade que pode ser apresentada ao olho substancialmente de uma forma relativamente continua, de modo que esteja disponível sempre que o olho está aberto, tal como nas lentes de contacto de utilização contínua (por exemplo macias, RGP, háptico escleral), ortoqueratologia, cirurgia refractiva da córnea, implantes corneanos, lentes da câmara anterior e lentes intra-oculares. Proporcionando um estímulo visual substancialmente contínuo, sem interrupção, pode conseguir-se a eficácia máxima do tratamento para a miopia.
Também de preferência, o presente invento é implementado em óculos, lentes de contacto (macias, rígidas permeáveis aos gases, também abreviadas como RGP, háptico escleral), ortoqueratologia ou na modalidade onlay corneano, uma vez que as mudanças na graduação e nos perfis da aberração periférica (exigidos à medida que a miopia do utilizador muda) podem ser feitas facilmente sem a necessidade repetida, por exemplo, para cirurgia intra-ocular invasiva. 8
No caso dos óculos, lentes de contacto ou ortoqueratologia, podem ser prescritas novas lentes e rapidamente fornecidas.
Para o onlay, o epitélio corneano é raspado, o onlay existente é removido e um novo onlay fixo no lugar, o epitélio podendo crescer de novo sobre o dispositivo. 0 presente invento é particularmente adequado para utilização em lentes de contacto com utilização prolongada ou continua, modalidade de ortoqueratologia ou uma modalidade de onlay corneano, proporcionando assim um estimulo substancialmente continuo para o atraso da miopia.
Normalmente, a utilização prolongada ou continua das lentes de contacto que podem ser, por exemplo, lentes macias ou RGP, tem suficiente permeabilidade ao oxigénio e outras propriedades que permitem que a lente seja deixada no olho durante o periodo de sono, transferindo mesmo assim oxigénio suficiente da conjuntiva tarsal para a córnea para manter a saúde ocular, apesar do oxigénio atmosférico não estar disponível devido à pálpebra fechada.
Na ortoqueratologia, as lentes de contacto (que também podem ser do tipo com elevada permeabilidade ao oxigénio adequadas para utilização prolongada ou durante a noite) podem ser usadas durante um curto periodo de tempo (por exemplo durante as horas de dormir) para remodelar o epitélio e a córnea após o que as lentes de contacto podem ser removidas deixando o paciente no estado refractivo e de aberração desejado de acordo com o presente invento sem utilização de lentes de contacto durante o periodo de eficácia da ortoqueratologia. 0 presente invento pode ser executado de um conjunto de formas para atrasar o eliminar a miopia. Principalmente, é 9 concebido um dispositivo de correcção de visão óptica com a quantidade necessária de graduação refractiva para corrigir a visão central, no qual é incorporada uma quantidade prescrita de aberrações adequadas periféricas ou fora do eixo, em particular curvatura de campo relativa. Esta aberração periférica fora do eixo ou curvatura de campo relativa, introduzida em conjunto com a potência refractiva adequada, é manipulada com precisão de modo que, em combinação com as aberrações oculares existentes, a imagem no campo periférico seja colocada mais anteriormente do que a posição correspondente da retina periférica, enquanto a imagem central é colocada na ou perto da fóvea. Normalmente, devido à presença de astigmatismo radial (um tipo de aberração periférica, fora do eixo) são associadas dois focos lineares com a imagem periférica (o intervalo entre os dois focos lineares é chamado um intervalo de Sturm que também inclui o "circulo de menor confusão", uma posição ao longo do intervalo de Sturm que produz o diâmetro minimo pontual focal e é considerada geralmente a posição do melhor foco equivalente). Na presença de astigmatismo radial, a curvatura do campo introduzida de acordo com o presente invento (em conjunto com a potência refractiva adequada) é manipulada de modo que, em combinação com as aberrações oculares, pelo menos o foco linear mais anterior associado com o astigmatismo radial é colocado mais anteriormente do que a retina periférica, de modo que uma parte de, ou nalguns casos a totalidade, do intervalo de Sturm está em frente da retina periférica enquanto a imagem central está colocada na ou perto da fóvea.
Um arranjo particularmente benéfico pode ser feito quando a curvatura do campo é manipulada de modo que o foco linear mais posterior associado ao astigmatismo radial esteja focado 10 perto de, ou na retina. Neste arranjo específico as imagens da retina periférica também estariam focadas.
Estes arranjos proporcionam uma visão central continuamente nítida e, particularmente, uma boa acuidade visual central para o utilizador atrasando ou eliminando em simultâneo a progressão da miopia nos míopes, ou prevenindo o início da miopia nos não míopes (pessoas com emetropia, ou hipermetropia), com tendências miópicas (isto é, indivíduos com uma predisposição para desenvolver miopia).
BREVE DESCRIÇÃO DOS DESENHOS
As figuras la a lc são diagramas ópticos explicando a aberração periférica, fora de eixo, da curvatura de campo para um sistema óptico geral.
As figuras 2a a 2h são diagramas ópticos do olho e gráficos da curvatura de campo relativa explicando a curvatura de campo relativa para o olho e os seus vários tipos.
As figuras 3a a 3d são diagramas ópticos do olho e gráficos de curvatura de campo relativa explicando como a curvatura de campo relativa pode tornar um olho míope relativamente localmente hipermetrópico no campo periférico e um olho hipermetrópico relativamente localmente miópico no campo periférico.
As figuras 4a a 41 são diagramas ópticos do olho, gráficos ou resultados experimentais e gráficos de curvatura de campo relativa detalhando o princípio do presente invento. As figuras 4a e 4b ilustram a aproximação convencional ao tratamento da miopia, em particular a subdirecção, que lida apenas com o estado refractivo no campo central ou no 11 eixo. As figuras 4c a 4d descrevem as nossas experiências, que demonstram o papel importante do campo periférico no controlo, desenvolvimento, progressão e regressão da miopia. As figuras 4e e 4f detalham o principio do presente invento e o efeito da curvatura de campo relativa no controlo da progressão da miopia. As figuras 4g e 4h explicam, no principio do presente invento, a base para a relativa ineficácia das aproximações da subdirecção. As figuras 4i a 41 detalham o principio do presente invento para o caso de um olho tendo uma curvatura relativa positiva de campo. As figuras 5a a 5c são gráficos da curvatura de campo relativa e diagramas de seguimento de raios ópticos ilustrando o principio de uma forma de realização do presente invento, implementado como uma concepção de lentes para óculos utilizando superfícies de lentes descritas por secções cónicas. A concepção de lentes para óculos do exemplo é adequada para retardar, interromper ou inverter a progressão da miopia para um míope com - 3D.
As figuras 6a a 6d ilustram outra representação do presente invento, como um modelo de lentes para óculos implementado pela utilização de uma combinação de secções cónicas e descrições de superfície com equação polinomial. As modelos do exemplo são adequadas para retardar interromper ou inverter a progressão da miopia para um míope com -3 D. As figuras 6 a e 6b ilustram um modelo para uma alteração pronunciada da curvatura de campo relativa na qual ambos os focos lineares sagital e tangencial associados com o astigmatismo radial são reposicionados em frente da retina periférica. As figuras 6c e 6d ilustram um modelo para uma alteração mais subtil 12 da curvatura de campo relativa na qual o foco linear sagital associado ao astigmatismo radial é reposicionado para assentar na ou ligeiramente à frente da retina periférica.
As figuras 7a e 7b ilustram ainda outra forma de realização do presente invento como lentes de contacto. A figura 7a é um gráfico do modelo de lente de contacto mostrando o perfil de superfície dianteira e traseira e o perfil de espessura ao longo de metade do meridiano e a figura 7b é o resultado de um programa de seguimento dos raios ópticos assistido por computador na forma de um gráfico de curvatura de campo relativa ilustrando o modelo e o desempenho da curvatura de campo relativa de uma lente de contacto macia do presente invento, adequada para retardar, interromper, ou inverter a progressão da miopia num miope com -3D.
As figuras 8a e 8b ilustram ainda outra forma de realização do presente invento, como lentes de contacto. A figura 8a é um diagrama do modelo de lentes de contacto e a figura 8b é um gráfico calculado da curvatura de campo relativa ilustrando o modelo e o desempenho da curvatura de campo relativa de uma lente de contacto macia do presente invento, adequada para retardar, interromper ou inverter a progressão da miopia num miope com -10D.
As figuras 9a a 9c são gráficos que explicam, de acordo com o principio do presente invento, a base para a ineficácia relativa das lentes de contacto bifocais concêntricas e aproximações convencionais para tentar prevenir a progressão da miopia.
As figuras 10a e 10b ilustram ainda outra representação do presente invento, como um modelo de lente de contacto 13 macia para controlar a curvatura de campo relativa que tem uma potência do plano adequada para prevenir o desenvolvimento da miopia para um não miope com tendências miópicas.
As figuras 11a e 11b ilustram ainda outra forma de realização do presente invento como um modelo de lente de contacto macia do presente invento que controla a curvatura de campo relativa para estimular o alongamento axial e o crescimento do olho para reduzir a hipermetropia, levando o olho de volta para a emetropia.
As figuras 12a a 12i ilustram ainda outra forma de realização do presente invento, uma aplicação avançada do modelo de lente de contacto macia para controlar a curvatura de campo relativa enquanto corrige simultaneamente parcialmente as aberrações de ordem superior do olho.
DESCRIÇÃO DETALHADA DO INVENTO
Durante o desenvolvimento precoce, os dois olhos evoluem de uma forma altamente coordenada para o estado óptico ideal, um processo referido como "emetropização". Três observações fundamentais, que foram feitas numa grande variedade de animais vertebrados, entre pássaros a primatas superiores, demonstraram conclusivamente que o processo de emetropização é regulado activamente pelo feedback visual. Em primeiro lugar, as condições ou manipulações experimentais que evitam a formação de uma imagem nítida na retina leva o olho a crescer de uma forma anormalmente comprida (o chamado "alongamento axial") e a tornar-se míope ou com vista curta, um fenómeno referido como miopia por privação da forma. Em segundo lugar, se a um olho 14 com miopia por privação da forma for permitido uma visão não restringida, então esse olho cresce de uma forma que elimina o erro refractivo existente. Esta recuperação exige feedback visual associado com o erro refractivo efectivo do olho, porque a correcção óptica do erro miópico com lentes de óculos evita a recuperação. Em terceiro lugar, a imposição de um erro refractivo num olho normal (ou olho "emetrópico", um que não tem vista curta nem vista longa) com lentes de óculos produz um crescimento ocular de compensação que elimina o erro refractivo produzido pela visão através das lentes, um fenómeno chamado "compensação com lentes".
Assim, os mecanismos que são responsáveis pela emetropização controlam a imagem na retina e ajustam as taxas de crescimento axial para eliminar erros refractivos. Isto é, os olhos usam a desfocagem óptica para guiar o crescimento do olho para o estado óptico ideal.
Por motivos que não são totalmente entendidos, o processo de emetropização avança erradamente nalguns indivíduos, originando erros refractivos comuns, como a miopia. As investigações sugerem fortemente que a desfocagem óptica poderia desempenham um papel neste processo. No entanto, as estratégias de tratamento actuais para a miopia que manipularam a focagem efectivo do olho (por exemplo, bifocais e subdirecção) tiveram um sucesso limitado na prevenção da miopia ou no retardamento da progressão da miopia. De facto, há alguma evidência que parece sugerir que a subdirecção pode provocar a progressão da miopia nalguns indivíduos. Como explicamos nas secções seguintes, estes esforços anteriores para prevenir a miopia e a progressão miópica assumiram implicitamente que o crescimento do olho é dominado pelo feedback visual associado à visão central, e que os mecanismos dependentes da visão 15 localizados no centro da retina (isto é a zona da fóvea do olho) controlam o desenvolvimento refractivo. 0 presente invento baseia-se em novas descobertas e ensinamentos de experiências que foram executadas e que demonstram que a retina periférica é eficaz na modificação ou controlo do desenvolvimento, progressão e regressão da miopia. As nossas descobertas demonstraram que a qualidade da imagem na periferia da retina (isto é, a visão periférica ou visão associada a objectos visuais fora do eixo, e algumas vezes referido como "campo periférico") podem desempenhar um papel principal na determinação do comprimento global do olho e, consequentemente, os estímulos do campo periférico que promovem o crescimento periférico do olho resultarão num aumento global da dimensão do olho e da miopia. As observações seguintes das nossas experiências suportam a afirmação de que a visão periférica é eficaz e suficiente no controlo do crescimento do olho.
Observação 1 - a miopia axial produzida pela privação periférica da forma: primatas não humanos novos foram criados com lentes difusoras anelares à frente de ambos os olhos que degradaram a visão periférica sem alterar a visão central. Especificamente, macacos rhesus com três semanas foram criados com lentes difusoras anelares que tinham aberturas nítidas com 4 mm ou 8 mm e que foram centradas em frente das pupilas de cada olho. Quando olhando através das aberturas, uma parte significativa da retina central (aproximadamente 22.5° e 45° com as aberturas de 4 mm e 8 mm, respectivamente) receberam imagens retinais nítidas e não obstruídas. Devido à presença do difusor anelar, as restantes zonas periféricas da retina ficaram privadas de imagens retinais nítidas. 16
Se o crescimento do olho é dominado apenas pela visão central, estas lentes difusoras anelares, que permitem uma visão central nitida, deveriam ter ou pouco ou nenhum efeito no desenvolvimento refractivo. No entanto, contrariamente a esta filosofia convencional, a privação da forma periférica imposta influenciou o desenvolvimento refractivo central. A maioria dos macacos tratados desenvolveu erros refractivos míopes significativos que caíam bem fora do intervalo dos erros refractivos de macacos normais. Estes erros miópicos provocados experimentalmente foram produzidos por um aumento na profundidade da câmara vítrea devido ao crescimento do olho, o que resultou em comprimentos axiais do olho maiores do que o normal (isto é, alongamento axial).
Estes resultados demonstram claramente que as alterações na qualidade das imagens da retina periférica são eficazes e suficientes para alterar o crescimento axial global e o desenvolvimento refractivo.
Observação 2 - a recuperação da miopia axial não exige visão central: macacos jovens apresentam uma capacidade notável para recuperar da miopia por privação da forma. Por exemplo, numa experiência, verificámos que 18 entre 18 macacos jovens que tinham miopia por privação da forma (compreendida entre -1,0D a -10,5D) mostraram uma evidência clara de recuperação da miopia quando a privação da forma foi descontinuada e foi permitido aos animais terem uma visão não restringida. A pesquisa noutras espécies sugere fortemente que esta recuperação é mediada pela experiência visual. Noutra experiência, testámos a hipótese da visão periférica ser suficiente para provocar esta recuperação dependente da visão. Foram testados 5 macacos que tinham desenvolvido miopia ou hipermetropia como resultado da utilização de lentes difusoras 17 anelares, tal como foi descrito anteriormente. Com aproximadamente 4 meses de idade, as lentes difusoras anelares foram removidas e uma secção circular entre 2 mm a 3 mm da retina foi centrada na fóvea de um olho (equivalente a aproximadamente os 5 a 7o centrais) foi removida usando um laser Árgon para fotocoagulação (azul - verde). 0 outro olho não foi tratado e foi permitido aos animais terem visão não restringida.
Se a recuperação dos erros refractivos provocados experimentalmente estivessem dependentes da visão central, então o olho tratado com laser não deveria ter recuperado. Verificou-se, no entanto, em todos os 5 macacos, uma clara evidência de recuperação, quer nos olhos tratados que nos não tratados. Além disso, e mais importante ainda, não havia diferença sistemática no crescimento ocular e na recuperação de erros refractivos entre os olhos aos quais tinha sido feita e não feita a ablação.
Estes resultados demonstram de forma convincente que a visão central não é essencial para a recuperação de erros refractivos provocados experimentalmente, e que a visão periférica é eficaz e suficiente para mediar a emetropização normal. Mais importante ainda, estas descobertas geram a ideia que conduz ao presente invento de que a visão periférica poderia desempenhar um papel fundamental na génese de erros refractivos comuns, tais como a miopia, e que as manipulações das imagens da retina periférica poderiam regular previsivelmente o crescimento do olho e o desenvolvimento refractivo.
Outros estudos mostraram que a interrupção dos estímulos que provocam a miopia, tais como os da privação da forma ou compensação com lente, mesmo para períodos de tempo 18 relativamente curtos, reduz ou elimina mesmo os efeitos que provocam a miopia de cada estímulo. A sugestão é que uma aproximação à utilização diária, com a qual o míope deixa de usar um dispositivo de redução de miopia durante determinados períodos do dia (remoção após o período de trabalho e antes de ir dormir) pode não ser eficiente e pode muito bem comprometer a sua eficácia. A eficácia máxima é conseguida quando o processo e dispositivos de redução de miopia podem ser aplicados continuamente ao olho ao longo do dia. 0 presente invento proporciona um dispositivo para retardar ou eliminar a progressão da miopia ou prevenir o início do desenvolvimento da miopia num indivíduo manipulando as aberrações periféricas, fora do eixo, apresentadas a um olho, em particular manipulando a curva de campo relativa, desta forma reduzindo ou eliminando o estímulo da retina periférica para o alongamento axial do olho.
Além disso, para controlo óptimo e consistente das aberrações periféricas, fora do eixo, o dispositivo tem de permanecer consistentemente substancialmente co-axial (tendo um alinhamento ou centragem substancialmente axiais) com a óptica do olho.
Também de igual forma, para que este dispositivo tenha o máximo de eficácia, a correcção refractiva pré-determinada e os modelos de controlo da aberração periférica, fora de eixo, são apresentados ao olho, de preferência, de uma forma substancialmente contínua, para cobrir todas as situações em que o olho está aberto. 0 presente invento proporciona igualmente um dispositivo com o qual se pode prevenir o desenvolvimento da miopia e a progressão da miopia pode ser eliminada, retardada e, em muitos casos, interrompida ou invertida, com a utilização de novos 19 dispositivos e sistemas ópticos que atrasam ou eliminam o crescimento do olho. 0 aparelho do presente invento altera a progressão da miopia controlando com precisão, de uma forma pré-determinada, as aberrações periféricas, fora do eixo, e, em particular, a curvatura de campo relativa do dispositivo correctivo, ou a combinação das aberrações ópticas existentes do olho e do dispositivo correctivo, de forma que a imagem do campo visual periférico é mudada numa direcção relativamente anterior colocando idealmente o intervalo de Sturm parcialmente ou totalmente em frente da retina periférica, enquanto a imagem central é colocada na ou perto da fóvea. Este arranjo proporciona uma visão central continuamente nítida e, particularmente, uma boa acuidade visual para o utilizador, atrasando ou eliminando simultaneamente a progressão da miopia nos míopes ou prevenindo o início da miopia em não míopes (os que têm emetropização ou hipermetropização) com tendências miópicas (isto é, indivíduos com uma predisposição para desenvolver a miopia) proporcionando um sinal forte para reduzir o alongamento axial na periferia.
Uma vez que os dispositivos do presente invento não introduzem quaisquer efeitos de desfocagem (visão central), como são introduzidos por processos de subdirecção ou dispositivos ópticos bifocais ou progressivos, estes dispositivos proporcionam ao utilizador uma boa acuidade visual substancialmente em simultâneo. Assim, o presente invento oferece o benefício de retardar a progressão de um erro refractivo mantendo simultaneamente uma imagem visual útil nítida e substancialmente contínua para o utilizador.
Enquanto o aspecto de controlo da aberração do presente invento pode ser implementado usando quaisquer dispositivos 20 ópticos adequados incluindo óculos, lentes de contacto, implantes corneanos (por exemplo onlay ou inlay), lentes da câmara anterior, lentes intra-oculares (IOL), etc., assim como através dos processos de remodelação ou escultura corneana ou epitelial, incluindo a ortoqueratologia (uma técnica especializada em lentes de contacto que procura alterar o estado refractivo do olho remodelando a córnea e o epitélio através da utilização a curto prazo de lentes de contacto com uma concepção especifica) e procedimentos refractivos cirúrgicos (por exemplo termoqueratoplastia, epiqueratoplastia, LASIK, PRK, LASEK, etc.), o controlo da aberração é implementado, de preferência, num dispositivo ou processo que possa permanecer relativamente centrado com o eixo do olho, tal como uma IOL, implantes corneanos, lentes de contacto, ortoqueratologia ou cirurgia refractiva. Desta forma, o controlo preciso da aberração periférica que leva à manipulação pré-determinada precisa das posições das imagens de campo periférico e central podem ser mantidas independentemente do movimento do olho. 0 presente invento é também implementado de preferências nuns óculos, lentes de contacto (macias ou RGP ou do tipo háptico escleral), ortoqueratologia ou modalidade onlay corneana, uma vez que as mudanças nos perfis de potência e de aberração (exigidos à medida que a miopia do utilizador muda) podem ser feitas rapidamente.
No caso dos óculos, lentes de contacto e ortoqueratologia, podem ser prescritas novas lentes e fornecidas rapidamente.
Para as onlay, o epitélio é raspado, o onlay existente removido e um novo onlay fixo no lugar, podendo o epitélio crescer de novo sobre o dispositivo. 21
Além disso, o presente invento é implementado mais preferivelmente numa modalidade de lentes de contacto de utilização prolongada ou continua, numa modalidade de onlay corneano, proporcionando assim um estimulo substancialmente continuo para maximizar a eficácia do atraso da miopia.
Tipicamente, as lentes de contacto de utilização prolongada ou continua, que podem ser macias, RGP ou escleral / háptica têm suficiente permeabilidade ao oxigénio e outras propriedades que permitem à lente ser deixada no olho durante o periodo de sono e ainda assim receber oxigénio suficiente da conjuntiva tarsal para manter a saúde ocular, independentemente de não existir oxigénio atmosférico devido à pálpebra fechada.
Para a ortoqueratologia, as lentes de contacto (que também podem ser do tipo com permeabilidade elevada ao oxigénio adequadas para utilização prolongada ou durante a noite) são usadas durante um curto periodo de tempo (por exemplo durante as horas de sono) para remodelar o epitélio e a córnea, após o que a lente de contacto é removida, deixando o doente no estado refractivo e de aberração desejado, de acordo com o presente invento, sem que o utilizador use lentes de contacto durante o periodo de eficácia da ortoqueratologia. O modelo de lentes de contacto para utilização na modalidade de ortoqueratologia tem um papel duplo. Assim, as lentes de contacto são concebidas de forma que, quando utilizadas num olho durante o periodo de "tratamento" ou remodelação, a combinação do olho, das lentes com lágrimas (criadas pelo enchimento de lágrimas entre a superfície traseira da lente de contacto e a superfície dianteira do epitélio corneano) e aberrações de lentes de contacto são manipuladas de acordo com o presente invento. Para além disso, as lentes de contacto com perfil de superfície anterior ou posterior, em conjunto com o seu perfil de rigidez 22 e espessura, controlando todos a remodelação do epitélio e da córnea, podem ser concebidas e seleccionadas de modo que, com a remoção da lente (após o período de "tratamento" da ortoqueratologia com utilização da lente) o perfil epitelial e da córnea remodelada é tal que a aberração ocular residual é manipulada de acordo com o presente invento. 0 desenvolvimento que conduz aos dispositivos do presente invento será agora discutido em detalhe. A figura la ilustra um sistema óptico ideal. 0 sistema, óptico 10 provoca a refracção da luz de um objectivo 20 identificado por uma seta ao longo dos pontos C, A e B, para ser focado na imagem 30 com pontos de imagem C', A' e B'. Num sistema óptico ideal, a imagem focada assenta precisamente ao longo da superfície de recepção de imagem 40. Normalmente, para sistemas ópticos convencionais, a superfície de recepção de imagem 4 0 é uma superfície lisa ou plana. Assim, a imagem focada ideal também deveria ser lisa ou plana. Isto é, os pontos C', A' e B' na imagem focada 30 deveriam assentar na superfície de recepção de imagem 40. Quando a imagem focada 30 está em alinhamento próximo com a superfície de recepção de imagem 40, então cada ponto da imagem (por exemplo C', A', B') será focado com precisão na superfície de recepção de imagem 40 e a imagem será totalmente nítida.
Muitos sistemas ópticos sofrem de uma aberração de eixo conhecida como "curvatura de campo". Na figura lb, outro sistema óptico 50 provoca a refracção da luz de um objecto 60 para uma imagem 70. No entanto, devido à existência da curvatura de campo, a imagem focado 70 não está totalmente alinhada com a superfície de recepção de imagem 80. Neste exemplo, a luz do ponto A do objecto sobre o eixo (isto é, assentando no ou ao longo do eixo óptico do sistema óptico) é 23 focado no ponto A' da imagem no eixo na superfície de recepção de imagem 80 e surgirá assim focado com nitidez. No entanto, a luz dos pontos C e B de objecto fora do eixo (isto é assentando fora ou fazendo um ângulo com o eixo óptico do sistema óptico) são focados nos pontos C'' e B'' da imagem fora do eixo que assentam em frente (isto é, na direcção contrária à direcção da luz proveniente do objecto) da superfície de recepção de imagem 80. Estes pontos C'' e B'' de imagem estarão por isso fora de foco e surgirão desfocados. Em sistemas ópticos que têm curvatura de campo, tal como neste exemplo, no qual os pontos da imagem periférica fora do eixo estão colocados substancialmente mais anteriormente ou em frente (isto é, numa direcção contrária à direcção da luz que vai do objecto para a imagem) do ponto de imagem central sobre o eixo, pode dizer-se que o sistema tem uma curvatura de campo negativa. A figura lc ilustra um sistema óptico com curvatura de campo positiva. Num tal sistema, a imagem 90 do objecto 85 criada pelo sistema óptico 100 não está alinhada com a superfície lisa de recepção de imagem 110. Enquanto o ponto central A" da imagem e sobre o eixo focado a partir do ponto central A do objecto assenta na superfície de recepção de imagem 110, os pontos periféricos C e B do objecto fora do eixo focam-se nos pontos C''' e B'''da imagem periférica, fora do eixo, que assentam substancialmente por trás da superfície de recepção de imagem 110 e relativamente mais posteriormente ou por trás (isto é, na direcção da luz) do ponto central A'''da imagem, sobre o eixo. Aqui, o ponto A''' da imagem surgirá focado com nitidez, enquanto os pontos C''' e B''' da imagem estarão fora de focus e surgirão desfocados.
Deverá notar-se que na descrição quantitativa das aberrações ópticas várias pessoas usaram um conjunto de 24 diferentes convenções de sinalética. Neste documento, adoptamos a convenção de sinalética com a qual as distâncias são medidas entre uma posição de referência e ao ponto de interesse, e são positivas se a direcção dessas medições é a mesma da direcção de percurso da luz através do sistema, e negativas quando medidas numa direcção contra a direcção da luz. Para a curvatura de campo, a superfície de referência é a superfície de imagem ideal (sem aberração) e o ponto de interesse é a superfície de imagem curva com aberração. Assim, para a figura lb, a curvatura de campo é medida como a distância entre a superfície da imagem planar sem aberração 80 até à superfície curva com aberração 70. E, uma vez que a direcção desta medida é contra a direcção de percurso da luz através deste sistema óptico (que é da esquerda para a direita) a curvatura de campo é negativa.
Inversamente, para a figura lc, a superfície curva da imagem 90, tal como medida a partir da superfície de referência ideal 110, está na direcção do percurso da luz e, assim, a curvatura de campo é positiva.
Ao contrário da maioria dos sistemas ópticos, a superfície de recepção de imagem do olho, que é a retina, não é uma superfície lisa ou plana. Assim, para adquirir pontos de imagem focados com nitidez, a superfície da imagem precisaria de ser curva de uma forma concomitante com a superfície da retina. Nas figuras 2a a 2c, um olho 120 recebe luz de um local distante 130 a partir de três direcções de objecto diferentes 140 170 190. Estas direcções são muitas vezes chamadas "ângulos do campo". A superfície de recepção de imagem, isto é, a retina do olho 136 está também ilustrada. O ponto do objecto 140 e o ponto da imagem 150 de parte da cena que assenta substancialmente no eixo óptico 160 são iguais ao ângulo de 25 campo zero e são chamados objectos e imagens central ou sobre o eixo, respectivamente. Isto está ilustrado na figura 2a.
Uma vez que os objectos e pontos de imagens estão localizados progressivamente a partir do eixo óptico e objecto central e pontos de imagem, diz-se que o ângulo de campo aumenta. Estes pontos de objecto e de imagem são chamados objectos 170 e imagens 180 "periféricos" ou "fora do eixo" e têm ângulos de campo finitos (diferentes de zero). Isto está ilustrado na figura 2b. A figura 2c mostra um objecto periférico ou fora do eixo 190 e pontos de imagem 200 com ângulos de campo maiores.
Para que o olho receba pontos de imagem focados com nitidez ao longo da totalidade da imagem, os pontos de imagem 150, 180 e 200 de todos os ângulos de campo têm de assentar em simultâneo e com precisão na superfície da retina 136. Este cenário ideal está ilustrado na figura 2d.
Uma vez que a retina do olhos não é uma superfície plana, quando se considera a curvatura de campo da óptica do olho é mais conveniente considerar a curvatura de campo relativa. A curvatura de campo relativa pode ser definida como a posição axial (antero - posterior) ou (para a frente e para trás) dos pontos de imagem com diferentes ângulos de campo relativamente ao ponto de imagem central e à retina. Assim, mesmo que a superfície de imagem 136 do olho 120 ilustrada na figura 2d tenha uma curvatura de campo negativa uma vez que os pontos de imagem periférica 180 e 200 estão colocados mais anteriormente do que o ponto de imagem axial 150, não há curvatura relativa de campo (isto é, relativamente à curvatura da retina 136) e, assim, os pontos de imagem em todos os ângulos de campo estão focados com nitidez na retina e a imagem é toda vista com nitidez. 26 A figura 2e mostra um olho 210 que tem curvatura de campo negativa substancial. A luz de um local (objecto) distante é focada por este olho de tal forma que, embora o ponto de imagem central sobre o eixo 220 esteja focado na retina, os pontos de imagem para os ângulos de campo periférico (fora do eixo) intermédio 230 e longínquo 240 estão focados progressivamente mais anteriormente (em frente de, ou na direcção contrária à direcção da luz) do que o ponto de imagem central 220. Uma vez que os pontos de imagem 230 e 240 nestes ângulos de campo periférico são também focados substancialmente em frente da retina curva (250), os pontos de imagem 230 e 240 dos campos periféricos estarão de fora de foco na retina e surgirão desfocados no olho 210. Assim, este olho sofre de curvatura de campo relativa negativa.
Para efeitos de representação gráfica e facilidade de avaliação das condições da curvatura de campo relativa é mais conveniente projectar a curvatura de campo relativa mapeando a superfície curva da retina numa superfície lisa. isto é, a curvatura da retina é espalmada geometricamente e pode ser assim representada subsequentemente por uma linha recta ou superfície lisa. A representação com uma linha recta é o corte transversal bidimensional da superfície retinal plana tridimensional espalmada geometricamente (ou re-mapeada). A figura 21 mostra um tal gráfico da curvatura de campo relativa do olho ilustrado na figura 2e. A retina foi re-mapeada para uma linha recta (220). Isto proporciona uma indicação imediata de que a superfície da imagem 242 está totalmente localizada em frente da retina 220. Até ao fim deste documento, este tipo de representação gráfica da curvatura de campo relativa que é também usada frequentemente no output de programas de modelação óptica assistidos por computador será chamado um "gráfico de 27 curvatura de campo relativa". Uma vez que todo o desempenho em termos de curvatura relativa de campo do sistema óptico ou olho está resumido e prontamente avaliado num gráfico de curvatura de campo relativa, os restantes detalhes que dizem respeito ao sistema óptico ou olho que produziu o resultado da curvatura de campo não precisam de ser incluídos numa tal representação gráfica (como foi feito em figuras anteriores).
As figuras 2g e 2h ilustram um olho 260 com curvatura de campo positiva. Como pode ver-se no gráfico de curvatura de campo relativa na figura 2h, este olho tem também uma curvatura de campo relativa positiva na qual a superfície de imagem 262 é tal que os pontos de imagem periférica do ângulo de campo fora do eixo (266 e 268) estão localizados mais posteriormente (ou por trás, isto é, na direcção da luz) do que o ponto de imagem central, sobre o eixo, 264 e retina 290. Neste caso, o ponto de imagem central 264 está focado com nitidez, embora os pontos de imagem do campo periférico 266 e 268 não estejam em foco e surjam desfocados.
As figuras 3a e 3b ilustram um olho 300 que tem uma curvatura de campo negativa. Uma vez que o ponto de imagem central, sobre o eixo, 310 está localizado por trás da retina 320 (isto é, na direcção da luz), este olho é considerado hipermetrópico quando medido usando técnicas padrão, tais como autorefractores, cabeças de refractor ou armações para lentes, com as quais os profissionais de cuidados oculares, tais como oftalmologistas, optometristas, oculistas, ortepetistas e especialistas da visão são familiares. No entanto, devido à curvatura de campo negativa presente neste invento, os pontos de imagem periférica, fora do eixo, 330 para grandes ângulos de campo estão localizados à frente da retina 320 (isto é, na direcção oposta à direcção da luz) . Assim, o olho deste exemplo 28 é de facto relativamente miópico para o campo de visão periférico. Isto pode ver-se melhor no gráfico da curvatura de campo relativa da figura 3fc> que mostra claramente que o campo central 310 até ao campo semi-periférico é hipermetrópico (foco atrás da retina) mas o campo semi-perif érico até ao periférico afastado 330 é miópico (foco em frente da retina).
As figuras 3c e 3d ilustram um olho 340 que tem uma curvatura de campo positiva. Uma vez que o ponto de imagem central, sobre o eixo, 350, está localizado em frente da retina 360 (isto é, oposto à direcção da luz) este olho é considerado miópico quando medido usando técnicas padrão, tais como autorefractores, cabeças de refractor ou armações para lentes, com as quais os profissionais de cuidados oculares estão familiarizados. No entanto, devido à curvatura de campo positiva presente neste invento, os pontos de imagem periférica, fora do eixo, 370, para grandes ângulos de campo estão localizadas por trás da retina 360, isto é, na direcção da luz). Assim, o olho deste exemplo é relativamente hipermetrópico para o campo visual periférico. Isto pode ver-se melhor no gráfico da curvatura de campo relativa da figura 3d que mostra claramente que o campo central 350 até semi-periférico é miópico (foco em frente da retina) mas o campo semi-periférico até ao periférico distante 370 é hipermetrópico (foco atrás da retina).
As figuras 4a a 4k detalham o raciocino do presente invento. Todas as tentativas até agora para provocar ou controlar o crescimento da miopia só consideram implicitamente o estado refractivo do campo central. Isto deve-se ao facto da norma actual para medição do erro refractivo, que inclui a utilização de armações para lentes, cabeças de refractor e autorefractores por oftalmologistas, optometristas, oculistas 29 ou outros profissionais dos cuidados da visão, todos medem o estado refractivo do olho na ou perto da fóvea, que está localizado substancialmente no campo central do olho. Dentro deste entendimento convencional, tal como está ilustrado no olho e ópticas esquemáticas na figura 4a, uma mancha com potência refractiva negativa, isto é, colocando o ponto da imagem 402 por trás da retina 404 e da fóvea 407 (isto é, na direcção que a luz percorre através do olhos) ambos devido à óptica inerente do olho 408 ou por intervenção deliberada, tal como a prescrição de lentes para óculos 410 com uma graduação excessivamente negativa, provocaria um estimulo ao alongamento axial (tal como está indicado pela direcção da seta 412) que conduz ao crescimento do olho 414 na direcção dos pontos de imagem localizados posteriormente de acordo com o fenómeno da miopia com compensação de lente e, consequentemente, quer induz miopia numa pessoa com emetropia (uma pessoa sem qualquer erro refractivo) ou com hipermetropia, ou provoca a progressão adicional da miopia num míope.
Esta consideração confinada de apenas o estado refractivo do campo central ou sobre o eixo do olho forma a base de uma aproximação óptica convencional adoptada em tentativas para prevenir o surgimento ou para retardar a progressão da miopia. Uma tal aproximação convencional consiste em usar uma mancha com potência positiva, uma que coloque a imagem implicitamente central ou sobre o eixo em frente da fóvea para remover o estímulo para o alongamento axial e crescimento do olho. Isto leva subsequentemente à aproximação convencional de retardar a progressão da miopia através da utilização de subdirecção para a miopia. Tal como está ilustrado no olho e ópticas esquemáticas da figura 4b, a subdirecção envolve a focagem deliberada da imagem central sobre o eixo 416 para em frente da 30 retina 418 e fóvea 420. Isto é conseguido prescrevendo uma potência ligeiramente mais positiva (ou uma potência ligeiramente negativa para miopes - e dai o termo usado vulgarmente "subdirecção" para descrever esta aproximação) para uma correcção óptica 422 do que a prescrita normalmente para que o individuo consiga uma visão nitida. Por exemplo, ao miope que precisa de uma lente com -4,00D pode ser prescrita uma lente com -3,50D. Embora esta aproximação seja algo eficaz no atraso da progressão da miopia nalguns indivíduos, mostrou não ser tão eficaz em todos os indivíduos. De facto, há resultados de investigação que sugerem que a subdirecção pode de facto aumentar a miopia nalguns indivíduos. Além disso, e mais problemático ainda, esta aproximação desfoca explicitamente a imagem na fóvea 420, proporcionando ao utilizador da lente uma visão e acuidade visual menos do que óptima, e pode evitar que o utilizador possa executar determinadas tarefas visuais críticas, como por exemplo conduzir.
Verificámos agora nas nossas experiências que o campo periférico sozinho é eficaz e suficiente na promoção do crescimento do olho, o que leva ao alongamento axial e, em última análise, ao desenvolvimento ou avanço da miopia. O resultado de uma experiência chave está ilustrada no olho e ópticas esquemáticas da figura 4c. Nesta experiência, os primatas foram criados com lentes de difusão anelar 424 colocadas em frente do olho 426. As lentes difusoras 424 permitem que os raios de luz 427 dos objectos de campo central, em cima do eixo, 428, cheguem ao olho 426 sem obstrução. O mesmo difusor anelar 424 espalha ou difunde os raios de luz 429 dos objectos de campo periférico fora do eixo 430. Esta difusão induz a privação de forma apenas aos objectos visuais fora do eixo no campo periférico 430, mantendo a visão nítida para o 31 campo central 428. Os especialistas da visão que trabalham no desenvolvimento da miopia sabem que a privação da forma aplicada a todo o campo visual (ou campo central) provoca o crescimento axial que leva à miopia. Na nossa experiência, envolvendo a privação da forma apenas ao campo periférico, o olho também desenvolveu miopia devido a alongamento axial (indicado pela direcção da seta 432) e crescimento do olho 434.
Numa extensão da experiência, as lentes difusoras anelares 424 foram removidas de alguns olhos a seguir ao desenvolvimento de miopia substancial. Quando os difusores foram removidos a quantidade de miopia nos primatas diminuiu, tal como está ilustrado pela linha a cheio no gráfico da figura 4d.
Além disso, numa extensão paralela à experiência, para outros olhos, para além da remoção dos difusores a seguir ao desenvolvimento de miopia substancial, a visão central do olho dos primatas foi eliminada usando um laser a Árgon (azul -verde) para sujeitar a ablação a porção macular da retina por fotocoagulação, essencialmente cegando a visão central mas poupando a visão periférica. Mesmo quando a visão foveal central no eixo foi interrompida desta forma, a diminuição da miopia permaneceu semelhante a quando a visão central não era perturbada, tal como está ilustrado pela linha a tracejado no gráfico da figura 4d.
Estes resultados experimentais demonstram claramente que os estímulos adequados para remoção da miopia só no campo periférico (na essência estimulação localizada apenas da periferia) são eficazes e suficientes para retardar ou prevenir o desenvolvimento ou reduzir, eliminar ou inverter a progressão da miopia. Embora a experiência lidasse principalmente com a miopia por privação da forma, reclamámos que a ligação entre a privação da forma e a miopia com compensação de lente 32 significaria em geral que os efeitos de compensação da lente localizada (isto é, aplicada apenas à retina periférica - na essência subdirecção aplicada apenas ao campo periférico) proporcionaria também estímulos semelhantes para a redução da miopia. A subdirecção de apenas o campo periférico tem vantagem relativamente às aproximações convencionais, uma vez que permitiria focar com precisão imagens do campo central para continuar a chegar à fóvea, e assim o utilizador poderia continuar a gozar uma visão foveal central e nítida necessária para uma boa acuidade visual (por exemplo para conduzir, ler, ver televisão, etc.). Este é o princípio mais importante do presente invento, e está explicado em maior detalhe nas figuras 4e e 4f.
Nas figuras 4e e 4f, a um olho 436 com tendências miópicas (isto é, ou miópico ou não miópico, mas tenderia para a miopia devido a factores tais como pais míopes ou trabalho ao perto prolongado) é prescrito um dispositivo óptico 438 do presente invento. Este dispositivo óptico 438 é concebido de modo a poder gerar uma curvatura de campo relativa negativa 440 no olho 436. Este arranjo é vantajoso relativamente a aproximações de subdirecção, uma vez que o ponto de imagem central, sobre o eixo 441, é focado com precisão na fóvea 442, permitindo uma boa acuidade visual. Os pontos de imagem periféricos 443 devido à curvatura de campo relativa negativa 440 estão focados mais anteriormente, ou em frente da retina 444 (isto é, na direcção contrária à direcção da luz no olho) . Isto tem um efeito de produzir uma relativa subdirecção no campo periférico que, a partir dos resultados da nossa experiência, controlaria o crescimento do olho e o alongamento axial. Isto é, devido à localização mais anterior dos pontos de imagem do campo periférico fora do eixo 443, o estímulo para o crescimento 33 axial diminuiu significativamente, eliminou ou inverteu no olho, levando à redução ou eliminação do desenvolvimento da miopia ou redução e mesmo inversão da progressão da miopia. A importância do campo periférico na condução da progressão da miopia também explica como as aproximações de subdirecção da visão central provaram não ser tão eficazes para todas as pessoas e, de facto, nalguns estudos publicados mostraram aumentar a miopia nalguns indivíduos.
Nas figuras 4g e 4h, um olho 446 foi sujeito a subdirecção usando a aproximação convencional da subdirecção. Este olho, com o dispositivo óptico 448 implementando a aproximação convencional para proporcionar a subdirecção, quer em conjunto com as ópticas do olho, quer por si próprio, também induziu uma quantidade significativa de curvatura de campo relativa positiva 450 no olho. Assim, embora esta aproximação coloque o ponto de imagem central sobre o eixo 451 em frente da fóvea 452, na tentativa de reduzir o estímulo ao crescimento, devido à curvatura de campo relativa positiva 450, os pontos de imagem de campo periféricos fora do eixo 453 são focados para trás da retina 456 (isto é, na mesma direcção que a direcção da luz no olho). Dos resultados da nossa experiência ficou demonstrada a eficácia da periferia do olho na condução do crescimento axial, estes pontos de imagem periféricos com sobre-correcção induzem um estímulo para o alongamento axial (tal como indicado pela seta 458) levando ao crescimento do olho 460 e à progressão da miopia, apesar dos esforços feitos para controlar a posição de focagem da imagem central.
Para um olho 462 com uma curvatura de campo relativa positiva 464 (tal como ilustrado nas figuras 4i e 4j) um dispositivo óptico 466 do presente invento pode ser concebido para, em combinação com a óptica do olho, proporcionar um foco 34 central preciso 470, assim como uma curvatura de campo relativa negativa limpa 468 (tal como está ilustrado nas figuras 4k e 41). Isto retorna as ópticas da combinação de olho e sistema de dispositivo óptico para uma semelhante à descrita nas figuras 4e e 4f, que são eficazes na eliminação do estímulo para crescimento axial e progressão ou desenvolvimento da miopia, assim como em continuar a proporcionar um foco central preciso necessário para uma boa acuidade visual. A partir das explicações anteriores deveria já ser facilmente entendido que um processo com o qual a progressão da miopia pode ser retardada, eliminada ou invertida, passa por introduzir um dispositivo óptico incluindo óculos, lentes de contacto, dispositivos corneanos artificiais, tais como onlays e inlays, implantes corneanos, lentes da câmara anterior ou lentes intra-oculares, ou utilizando intervenções tais como processos para a remodelação e escultura corneana e epitelial incluindo ortoqueratologia e cirurgia refractiva tal como a epiqueratofaquia, termoqueratoplastia, LASIK, LASEK e PRK, que podem proporcionar uma curva de campo relativa negativa na retina e que, para além disso, para continuar a proporcionar uma boa acuidade visual central para tarefas visuais criticas, o dispositivo óptico ou intervenção óptica deveriam garantir um bom foco da imagem de campo central para a retina. É importante referir que, embora o tipo adequado de desfocagem refractiva possa levar ao crescimento do olho (ou não crescimento) que conduz à miopia (ou à sua regressão) no fenómeno da compensação por lente, quando a quantidade de desfocagem refractiva é grande pode haver uma tal degradação na qualidade da imagem devido à grave desfocagem que o estado óptico pode mudar para o fenómeno de privação da forma e pode assim provocar a miopia. Por exemplo, quando uma imagem é 35 colocada anterior à retina através da introdução de uma lente +0.5D, o estímulo ao alongamento axial é removido e a miopia pode ser controlada. Se a imagem for colocada extremamente anteriormente no entanto, por exemplo usando uma lente de +5D, a degradação da imagem na retina pode ser tão grande que a condição se torna uma de privação da forma e pode levar ao desenvolvimento ou propagação da miopia. Nesses casos, a miopia é provocada mais do que reduzida, apesar da utilização de lentes com potência positiva e apesar da imagem visual estar anterior à retina. Esta mudança do efeito de compensação por lente para o efeito de privação da forma pode aplicar-se, quer a imagem esteja localizada centralmente quer perifericamente em termos de ângulos de campo. Assim, para que o presente invento seja eficaz, a quantidade mínima de curvatura de campo relativa negativa nos ângulos de campo periféricos tem de ser suficiente para eliminar o estimulo ao alongamento axial, enquanto a quantidade máxima de curvatura de campo relativa negativa não pode ser tão grande que provoque degradação grave da imagem visual periférica e provoque a miopia por privação da forma. Consideramos a quantidade minima de curvatura relativa para um tratamento eficaz em torno do equivalente esférico (isto é, o estado refractivo quando medido no circulo de menor confusão) de +0,25D a +0,50 D. Consideramos que a quantidade máxima de curvatura de campo relativa antes de ocorrer degradação substancial da visão que leva à miopia por privação da forma estará compreendida no equivalente esférico de +3,50D a + 4,00D, o que representa o limite superior para a curvatura de campo relativa para o tratamento eficaz da miopia.
Uma implementação do presente invento passa pela utilização de óculos com lentes concebidos para fornecer a quantidade adequada de curvatura de campo relativa negativa. Um 36 exemplo desta implementação de lentes para óculos está ilustrada nas figuras 5a a 5c. Quando um olho com -3D de miopia axial é corrigido com lentes Standard para óculos (por exemplo só com superfícies esféricas) com a potência correcta, mas que não tenta controlar ou modificar a curvatura do campo da combinação olhos - lentes, a curva de campo relativa resultante na retina deste olho do exemplo pode ser positiva, semelhante ao ilustrado na figura 5a. Típico de muitos sistema ópticos, incluindo este olho específico, para os ângulos de campo periféricos, existem quantidades substancias de astigmatismo radial (um tipo de aberração periférica). Isto é ilustrado pela existência de duas curvas projectadas na curvatura de campo na figura 5a. A que está identificada como "T" 502 representa as posições focais e a curvatura de campo relativa para o foco de linha tangencial do astigmatismo radial, e a que está identificada com "S" 504 representa as posições focais e a curvatura de campo relativa para o foco da linha "sagital" do astigmatismo radial, tal como entendido pelos que têm experiência na técnica.
Tal como é entendido pelos profissionais oftalmológicos, o astigmatismo pode ser classificado como astigmatismo "simples", astigmatismo "composto" ou astigmatismo "misto". O astigmatismo simples ocorre quando um (quer sagital quer tangencial) dos focos lineares está posicionado na retina, enquanto o outro está posicionado quer à frente (no caso de astigmatismo miópico simples) ou atrás (no caso de astigmatismo hipermetrópico simples) da retina. O astigmatismo composto ocorre quando quer a linha focal sagital quer tangencial estão posicionados no mesmo lado da retina, quer ambos à frente de, ou ambos atrás da retina. Por exemplo, o astigmatismo hipermetrópico composto ocorre quando ambos os focos lineares estão posicionados atrás 37 da retina. 0 astigmatismo misto ocorre quando um foco linear está posicionado à frente da retina enquanto o outro foco linear está posicionado atrás da retina. Nesses casos, o olho é hipermetrópico ao longo de um meridiano de astigmatismo e miope ao longo do outro meridiano, e assim o termo misto.
As experiências na progressão da miopia usando lentes astigmáticas mostraram que quando existe astigmatismo misto substancial o olho tenderia a crescer num esforço para reposicionar a retina no foco linear que está localizados mais posteriormente (isto é, o foco linear localizado por trás da retina). Enquanto no astigmatismo hipermetrópico composto, em que ambos os focos estão posicionados posteriormente, o crescimento do olho actua para reposicionar a retina em primeiro lugar na direcção do foco linear perto da retina (isto é, o foco linear colocado mais anteriormente); embora nalguns casos o olho cresça para além do foco linear perto da retina e prossiga em direcção ao foco linear localizado mais posteriormente.
Assim, no caso da figura 5e, uma vez que o foco tangencial periférico 502 está colocado ligeiramente mais anteriormente do que a retina enquanto o foco sagital periférico está posicionado mais posteriormente do que a retina, o olho sentiria um estimulo para o alongamento axial em direcção ao foco sagital 504, provocando o crescimento do olho e a progressão da miopia.
Um exemplo de um modelo preferida de lente para óculos do presente invento, tal como está ilustrado no output do programa de modelação óptica assistido por computador da figura 5b, para além de proporcionar a potência refractiva correcta (-3D) também proporciona o controlo adequado da curvatura de campo relativa na retina, adequado para controlar a progressão da 38 miopia. Esta lente para 508 óculos do exemplo utiliza as superfícies de lentes esféricas com secções cónicas, e é feita em vidro com um índice de refracção de 1,5168 com uma espessura central de 3 mm. A superfície anterior desta lente para óculos tem um raio apical (r0) de 80 mm com uma esfericidade (factor de forma, p) de -893, enquanto a superfície posterior tem um raio apical (r0) de 259,5 mm com um factor de forma (p) de -165,6. A curvatura de campo relativa resultante da combinação de lente e olho miópico está ilustrada no gráfico da curvatura de campo relativa da figura 5c. Como se pode ver, ambas as posições focais astigmáticas estão agora localizadas em posição anterior à retina, removendo qualquer estímulo para o alongamento axial e eliminando assim, e nalguns míopes invertendo a progressão da miopia do olho.
Como nota num modelo de lentes para óculos convencional estratégias, devido à liberdade limitada (de manipular a forma da superfície da lente, a espessura da lente e o índice de refracção do material de vidro) os designers de lentes estão restringidos a poderem controlar quer apenas o astigmatismo radial ou a curvatura de campo, mas não ambos. A filosofia convencional relativamente aos modelos de lente para óculos consiste em controlar e minimizar ou eliminar o astigmatismo radial por dois motivos. Em primeiro lugar, aceita-se geralmente que a degradação da visão é mais pronunciada com o astigmatismo do que com a curvatura de campo e, em segundo lugar, acreditar-se que na presença da curvatura de campo o olho pode acomodar-se à mudança das imagens focais periféricas da retina como é exigido. Para efeitos do presente invento, o controlo da curvatura de campo no modelo de lente é prioritário relativamente ao controlo do astigmatismo, uma vez que é esta 39 primeira aberração que é eficaz na influência do desenvolvimento da miopia e progressão. Além disso, uma vez que a densidade da célula foto-receptora na periferia da retina tem um resultado baixo numa acuidade significativamente inferior no campo periférico, a aproximação do modelo do presente invento não teria impacto significativo na visão no campo periférico.
Como os que têm experiência na engenharia óptica e no desenho de lentes considerarão de imediato, uma lente esférica do tipo com secção cónica não é o único modelo que poderia atingir a curvatura de campo negativa relativa. Podem ser usadas quaisquer superfícies ou modelos ópticas que produzam a curvatura de campo relativa necessária quando usada em combinação com o olho. Na figura 6a, as superfícies da lente para óculos do presente invento 602 foram concebidas usando uma combinação de secção cónica e equações polinomiais. Esta lente tem uma superfície traseira consistindo numa superfície do tipo secção cónica com um raio apical (r0) de 75 mm e um factor de forma (p) de -425. A sua superfície dianteira é descrita por uma equação polinomial da forma s = ai .x2+a2 .x4+a3 .x6 em que s é a altura sagital (medida ao longo do eixo em milímetros) da superfície relativamente ao seu ápice (ou vértice) e x é a distância radial afastada do eixo da lente em mm. Neste modelo ai= 0, 003312, a2 = 2, 053 x IO”6 e a3 = -6,484 x 10”9. A espessura central desta lente é de 3 mm e é feita em vidro com um índice de refracção de 1,517. Este modelo de exemplo específico é também adequado para um míope com -3D. O gráfico da curvatura de campo relativa resultante para esta lente para óculos está ilustrado na figura 6b. Desta projecção é claro que o estímulo para o alongamento axial, que leva ao início ou progressão da miopia, foi removido, uma vez que ambas as posições focais tangencial e sagital foram colocadas anteriores à retina. 40
Nos dois exemplos anteriores dos modelos de óculos preferidas, ambos os focos tangencial e sagital do astigmatismo radial foram manipulados de modo a serem colocados substancialmente em frente da retina para maximizar a eliminação de estimulo ao alongamento axial. No entanto, no presente invento, a redução no estimulo ao alongamento axial e, desta forma, a prevenção do inicio ou redução na progressão da miopia podem ser conseguidas desde que o foco linear sagital (o posicionado mais posteriormente) não esteja posicionado posteriormente à retina. Assim, a eliminação do estimulo ao alongamento axial pode ser conseguida, mesmo quando o foco linear sagital é colocado na retina.
Na figura 6c, as superfícies de uma lente para óculos do presente invento 604 foram concebidas com o objectivo especifico de manipular a sagital (o foco linear mais posterior) de modo a assentar substancialmente num ou apenas muito ligeiramente à frente da retina. Esta lente, usando uma combinação de secção cónica e equações polinomiais, tem uma superfície traseira consistindo numa superfícies do tipo secção cónica com um raio apical (r0) de 75 mm e uma factor de forma (p) de -122,8. A sua superfície dianteira é descrita por uma equação polinomial da forma s = ai .x2+a2 . x4+a3 .x6 em que s é a altura sagital (medida ao longo do eixo em milímetros) da superfície relativamente ao seu ápice (ou vértice) e x é a distância radial afastada do eixo da lente em mm. Neste modelo ai= 0, 003285, a2 = 4, 488 x 10~6 e a3 = -1,631 x 10~8. A espessura central desta lente é de 3 mm e é feita em vidro com um indice de refracção de 1,517. Este modelo de exemplo especifico é também adequado para um miope com -3D. O gráfico da curvatura de campo relativa resultante para esta lente para óculos está ilustrado na figura 6d. A partir desta projecção pode ver-se 41 que o foco linear tangencial foi manipulado para ser colocado anteriormente à retina, enquanto o foco sagital assenta agora substancialmente na ou ligeiramente à frente da retina. Uma vez que nenhum dos focos lineares está localizado por trás da retina, o estimulo ao alongamento axial que conduz ao inicio ou avanço da miopia foi removido. Além disso, sob a teoria do "sinal de desfocagem" do desenvolvimento da miopia, que declara que o tipo de desfocagem (com uma potência quer relativamente mais positiva ou mais negativa) introduz um estimulo direccional ao crescimento (isto é, diminuição ou aumento no crescimento) a desfocagem miópica associada ao foco linear posicionado em frente da retina (no exemplo acima o foco linear tangencial) serviria como um estimulo positivo para reduzir o crescimento.
Este modelo do exemplo proporciona o beneficio de dar ao olho um bom desempenho de visão periférica uma vez que um dos focos lineares está na retina. Em comparação, os dois modelos do exemplo proporcionam o benefício de uma maior redução do estimulo ao alongamento axial, uma vez que ambos os focos lineares tangencial e sagital foram colocados anteriormente à retina.
Todas as modelos de exemplo subsequentes tendem a colocar ambos os focos lineares à frente da retina para maximizar a eliminação do estímulo ao alongamento axial. No entanto, dados os exemplos acima, deveria ser agora claro para os que têm experiência na engenharia óptica e na concepção de lentes que pela escolha judiciosa dos parâmetros de concepção, ou a eliminação do estímulo ao alongamento axial pode ser maximizado (pelo posicionamento anterior de ambos os focos lineares) ou pode conseguir-se um melhor desempenho da visão periférica, mas ainda com o benefício da alguma redução de estímulo ao 42 alongamento axial (pelo posicionamento do foco linear mais posterior na ou muito ligeiramente à frente da retina).
Os dispositivos de correcção óptica que não os óculos podem ser usados de acordo com o presente invento para controlar a miopia. Em particular, estes dispositivos de correcção óptica que permanecem substancialmente relativamente coaxiais com o eixo do olho, não obstante a direcção em que se olha, são preferíveis. Assim um processo mais preferível para implementação do presente invento consiste na utilização de lentes de contacto macias. Na figura 7a, um exemplo de um modelo de lentes de contacto macias do presente invento está ilustrado por meio de uma projecção de programa de modelo de lentes de contacto das suas alturas sagital dianteira e traseira e o seu perfil de espessura ao longo de um meio meridiano. Estas lentes de contacto macias utilizam uma combinação de secções cónicas e equações polinomiais para as suas superfícies da zona óptica. A superfície traseira consiste numa superfície do tipo secção cónica com raio apical (r0) com 8,33 mm e um factor de forma (p) de 0,75. A superfície dianteira básica é uma secção cónica com um raio apical (r0) de -0,615 mm e uma factor de forma (p) de 0, 007 com outra altura sagital adicionada a sua superfície básica descrita por uma equação polinomial da forma s = ai .x2+a2 .x4+a3 .x6 em que s é a altura sagital (medida ao longo do eixo em milímetros) da superfície relativamente à superfície da secção cónica básica e x é a distância radial afastada do eixo da lente em mm. Neste modelo ai= 0, 8695, a2 = 0, 004632 e a3 = 3, 470 x 10“5. Esta lente tem uma espessura central de 182 μιη, um diâmetro de zona óptica (OZD) de 8,2 mm e é adequada para a correcção e tratamento de um míope com -3D. Embora possa ser usada uma variedade de materiais de lentes de contacto, assume-se que as lentes deste 43 exemplo são feitas a partir de um material de silicone hidrogel, que é bem conhecido dos que têm experiência em lentes de contacto, pela sua elevada permeabilidade ao oxigénio, adequadas para uso prolongado ou continuo e tendo um índice de refracção de 1,427. 0 gráfico da curvatura de campo relativa resultante desta lente de contacto macia está ilustrado na figura 7b. Desta projecção é claro que um estímulo ao alongamento axial, que conduz ao início ou avanço da miopia, foi removido, uma vez que ambas as posições focais tangencial e sagital foram colocadas anteriores à retina.
Seria claro a partir do que foi referido que o processo e dispositivos de tratamento da miopia do presente invento poderiam ser implementados na correcção de qualquer miopia. Por exemplo, uma modelo de lentes de contacto macias do presente invento, adequadas para um míope com -10D, está ilustrada na figura 8a. A superfície traseira desta modelo de lente consiste numa superfície do tipo secção cónica com raio apical (r0) de 8,45 mm e um factor de forma (p) de 0,75. A superfície dianteira pode ser descrita como uma superfície esférica com um raio de 1347, 6 mm com outra altura sagital adicionada a esta superfície básica, descrita por uma equação polinomial da forma s = ai.x2+a2.x4+a3.x6+a4.x8 em que s é a altura sagital (medida ao longo do eixo em milímetros) da superfície relativamente ao seu ápice (ou vértice) e x é a distância radial afastada do eixo da lente em mm. Neste modelo a4= 0, 04803, a2 = 5, 740 x 10“4, a3 = 1,543 x 10~5 e a4 = -1,219 x 10~6. Esta lente tem uma espessura central de 182 μιη, um diâmetro de zona óptica (OZD) de 8,2 mm e é feita em vidro com um índice de refracção de 1,517. O gráfico da curvatura de campo relativa resultante para estas lentes de contacto macias está ilustrado na figura 8b. Desta projecção é claro que um estímulo ao alongamento axial, que conduz ao 44 início ou avanço da miopia, foi removido, uma vez que ambas as posições focais tangencial e sagital foram colocadas anteriores à retina.
Dado a discussão anterior, os que têm experiência na engenharia óptica ou na concepção de lentes tomarão imediatamente em consideração que a aproximação do presente invento para retardar a progressão da miopia corrigindo simultaneamente a miopia pode ser aplicada com uma potência refractiva diferente aos diferentes meridianos do mesmo dispositivo óptico, de modo a corrigir os astigmatismo refractivo. É importante notar a diferença entre os modelos de lentes de contacto do presente invento e as lentes de contacto bifocais concêntricas (e particularmente do tipo centro distante) . Enquanto as lentes de contacto bifocais concêntricas centro - distante têm potências na periferia que podem imitar a maior potência positiva exigida de modo a conseguir-se a curvatura de campo relativa correcta, a bi-focalidade (isto é, ter duas potências refractivas efectivas e, assim, dois focos em simultâneo) destas lentes de contacto tornam-nas comparativamente ineficazes para o controlo da miopia, tal como está explicado nas figuras 91 a 9c.
Tal como está ilustrado na figura 9a, uma lente de contacto bifocal concêntrica centro - distante 900 tem uma zona circular central 902 que foca a luz 904 dos objectos visuais distantes 906 para a fóvea 908 (retina central) e uma zona anelar concêntrica exterior 910 envolvendo a zona central 902 que simultaneamente foca a luz 911 dos objectos visuais próximos 912 também para a fóvea 908. Deve-se à acção de focagem simultânea destas lentes de contacto o facto de serem chamadas bifocais de visão simultânea. Estas lentes de contacto 45 bifocais concêntricas de visão simultânea são usadas normalmente para a correcção da presbiopia.
Na prática as lentes de contacto bifocais concêntricas podem ser de centro - longe (tal como descrito acima) ou centro - perto. As bifocais concêntricas centro - perto são usadas mais vulgarmente devido às vantagens de cumprimento com uma dimensão de pupila menor durante a visão ao perto (isto é, devido ao reflexo natural, com o qual quando o olho foca para o perto a dimensão da pupila também diminui).
De modo a conseguir-se o foco centro - perto (e, assim, periférico - centro) estas lentes de contacto bifocais concêntricas teriam zonas periféricas com uma potência positiva maior do que na zona central. Embora estas lentes possam, em observações superficiais, ser identificadas erradamente com uma lente que proporciona uma curvatura de campo relativa negativa (as bifocais concêntricas centro - perto não se parecem com as lentes de contacto do presente invento, uma vez que têm uma potência mais negativa na periferia), comparadas com os modelos do presente invento, não são tão eficazes no controlo da miopia tal como está ilustrado na figura 9b. Uma lente de contacto bifocal concêntrica centro - longe 914 é colocada num olho 916 olhando para um objecto distante 918. Devido à bifocalidade das lentes 914, são formadas duas imagens em todas as posições de campo. Assim, a luz 920 do campo central 922 que passa através da zona óptica central - longe 924 das lentes de contacto 914 foca-se na fóvea 926 e forma uma imagem nitida do objecto 918. Devido à presença de uma curvatura de campo relativa positiva 928 neste olho, a luz 929 do campo periférico 930 que passa através da zona óptica centro - longe 924 é transformada numa imagem para uma posição 932 atrás da retina 934. Simultaneamente a luz 936 do campo central 922 que passa 46 através da zona óptica anelar próximo 938 da lente de contacto 914 foca-se num ponto focal próximo 940 em frente à retina 934 e fóvea 926. Este ponto focal próximo tem a sua própria curvatura de campo 942, de forma que a luz 944 do campo periférico 930 que passa através da zona óptica anelar próxima 938 é transformada numa imagem para um ponto 946 que assenta na curvatura de campo do foco próximo 942. A relação da curvatura de campo relativa com os focos distante e próximo da retina e fóvea está ilustrado na figura 9c, como um gráfico de curvatura de campo relativo. Deverá notar-se também que, com a presença da bifocalidade, a qualidade da imagem retinal para qualquer objecto no espaço degradar-se-á sempre, independentemente da excentricidade devido à sobreposição constante de uma imagem nitida (longe ou próxima) e uma desfocada (próxima da longe, respectivamente) na retina, que também é potencialmente um estimulo de privação da forma ao crescimento axial.
Nas nossas experiências mostrámos, através das lentes estigmáticas que produzem dois focos lineares, que quando duas posições focais lineares axiais são apresentadas à retina, o olho tenderia a crescer para um dos focos lineares mais do que para o círculo da menor confusão. No caso de astigmatismo hipermetrópico composto (no qual ambos os focos lineares estão colocados atrás da retina) o olho tenderia a crescer para reposicionar a retina para o do foco linear posicionado mais anteriormente. No astigmatismo hipermetrópico simples (no qual um foco linear está colocado na retina e o outro foco linear está colocado por trás da retina) o crescimento do olho pode estabilizar e manter a linha focal localizada mais anteriormente na retina mas, nalguns casos, o olho cresceria para reposicionar a retina para a do foco linear posicionado mais posteriormente. No astigmatismo misto (no qual um foco 47 linear está colocado em frente da retina e o outro foco linear está colocado atrás da retina), o olho tenderia a crescer para reposicionar a retina no foco linear posicionado mais posteriormente. A intenção da prevenção da miopia usando lentes de contacto bifocais consiste em reduzir a quantidade de acomodação necessária e / ou a quantidade de desfocagem provocada sem acomodação durante a visão ao perto, usando a zona óptica próxima durante o trabalho visual ao perto (por exemplo ler). No entanto, como pode ver-se na figura 9c, devido à presença simultânea das imagens ao longe e ao perto, assim como a curvatura de campo relativa positiva, o estimulo ao crescimento do olho (na direcção da seta 948) para a superfície da imagem ao longe levaria ao alongamento axial 950 e ao desenvolvimento ou progressão da miopia. Isto explica como a utilização das lentes de contacto bifocais não tem sido eficaz no controlo da miopia para todos os indivíduos. O controlo da miopia seria eficaz através da manipulação da curvatura de campo relativa, como está ensinado no presente invento.
Embora o presente invento possa ser usado para retardar ou inverter a progressão da miopia para um míope existente, pode também ser usado para prevenir o surgimento da miopia em indivíduos da categoria "em risco"; por exemplo, os que têm pais míopes ou que estão envolvidos em tarefas visuais prolongadas ao perto (tais como estudar ou operações ao computador) são conhecidos por terem uma maior probabilidade de desenvolver a miopia. Para estes indivíduos, que podem não ser míopes mas terem tendências miópicas, o presente invento pode ser implementado com uma lente com uma potência refractiva igual a zero. O exemplo de uma lente sem potência (também chamado uma lente plana pelos profissionais da oftalmologia), 48 que incorpora a aproximação do presente invento para prevenir o surgimento da miopia está ilustrado na figura 10a. A superfície posterior desta lente consiste numa superfície do tipo secção cónica com um raio apical (r0) de 8,45 mm e uma factor de forma (p) de 0,75. A superfície posterior é descrita como uma superfície esférica com um raio (r) de 14,75 mm e com outra altura sagital adicionada a esta superfície básica descrita por uma equação polinomial da forma s = ai .x2+a2 .x4+a3 .x6+a4 .x8 em que s é a altura sagital (medida ao longo do eixo em milímetros) da superfície relativamente à superfície esférica básica e x é a distância radial afastada do eixo da lente em mm. Neste modelo ai= 0, 02553, a2 = 5, 900 x IO”4, a3 = 2,564 x 10”s e a4 = 1, 437 x 10”6. Esta lente tem uma espessura central de 249,2 μπι, um diâmetro de zona óptica (OZD) de 8,2 mm e é feita num material de lente de contacto com um índice de refracção de 1,427. O gráfico da curvatura de campo relativa resultante para estas lentes de contacto macias está ilustrado na figura 10b. Desta projecção é claro que um estímulo ao alongamento axial, que conduz ao início ou avanço da miopia, foi removido, uma vez que ambas as posições focais tangencial e sagital foram colocadas anteriores à retina.
Para alguns indivíduos, e em determinadas aplicações pode ser vantajoso poder estimular o alongamento axial. Por exemplo, isto pode ser feito para uma hipermetropia de modo a reduzir a quantidade de hipermetropia. Um benefício da redução da quantidade de hipermetropia nestes indivíduos é a maior capacidade de focagem ao perto. O inverso da aproximação básica do presente invento pode ser empregue para reduzir a quantidade de hipermetropia através da indução do crescimento do globo ocular. A figura 11a mostra um modelo de lente de contacto do presente invento adequado para levar uma hipermetropia com +6D 49 à emetropia. A superfície traseira deste modelo de lente consiste numa superfície esférica com um raio (r) de 8,60 mm. A superfície posterior é descrita como uma superfície esférica com um raio (r) de -614,7 mm e com outra altura sagital adicionada a esta superfície básica descrita por uma equação polinomial da forma s = ax .x2+a2 .x4+a3 .x6 em que s é a altura sagital (medida ao longo do eixo em milímetros) da superfície relativamente à superfície esférica básica e x é a distância radial afastada do eixo da lente em mm. Neste modelo ax= 0, 06605, a2 = 1,400 x 1CT4, a3 = 6,190 x 10“6. Esta lente tem uma espessura central de 249 μιη, um diâmetro de zona óptica (OZD) de 8,2 mm e é feita num material de lente de contacto com um índice de refracção de 1,427. O gráfico da curvatura de campo relativa resultante para estas lentes de contacto macias está ilustrado na figura 11b. Desta projecção é claro que ambas as posições focais tangencial e sagital foram colocadas efectivamente por trás (mais posterior) da retina. Nesta configuração é suscitado o estímulo ao alongamento axial, o que pode iniciar o crescimento do olho que leva à redução da hipermetropia.
As figuras 12a a 12i ilustram uma aplicação avançada do presente invento para corrigir parcialmente erros ópticos complexos, incluindo astigmatismo e aberrações de ordem superior, manipulando em simultâneo a curvatura de campo para controlar a miopia. Esta técnica no controlo da miopia do presente invento proporciona a correcção simultânea das aberrações de frente de onda (incluindo tipicamente aberrações de ordem superior) do olho entregando a quantidade correcta da curvatura de campo relativa. Esta aproximação pode proporcionar ainda visão melhorada mantendo o estímulo adequado exigido para retardar o progresso da miopia. 50
As aberrações (incluindo o "astigmatismo", um defeito óptico não esférico normalmente corrigível usando correcções cilíndricas em lentes para óculos ou lentes de contacto tóricas) e particularmente aberrações de ordem superior (tais como o "coma", um tipo de aberração normalmente não corrigível com dispositivos convencionais de correcção da visão, tais como óculos) de um indivíduos podem ser medidas usando um conjunto de sensores oculares de frente de onda existentes (por exemplo dispositivos Hartmann-Shack). Um exemplo de uma mapa da aberração de frente de onda de um olho de um indivíduo está ilustrado na figura 12a. Pode ver-se, a partir da assimetria deste mapa de frente de onda que este olho tem quantidades substantivas de astigmatismo e coma.
Para análises quantitativas, os especialistas e engenheiros ópticos podem descrever aberrações de frente de onda como uma série polinomial Zemike. Uma vantagem adicional deste processo de descrição de aberrações é o facto do termo polinomial Zemike relacionar-se com tipos de aberração familiares dos especialistas da óptica. Por exemplo, o coeficiente Z22 é indicativo de astigmatismo na óptica do olho e Z13 é indicativo da presença de coma na óptica do olho. Para o exemplo ilustrado na figura 12a, a amplitude dos coeficientes de Zemike para o astigmatismo (Z22) e para coma (Z_13) é -0,344 μιη. A curvatura de campo relativa natural do olho deste indivíduo está ilustrada nas figuras 12b a 12d. Devido à presença de aberrações assimétricas incluindo astigmatismo e coma, a curvatura de campo relativa difere entre meridianos diferentes. As figuras 12b, 12c e 12d mostram a curvatura de campo relativa para os meios meridianos horizontal, superior -vertical e inferior - vertical, respectivamente. Para além 51 disso, enquanto este olho está próximo de ser hemetrópico no campo central, tal como pode ver-se nas figuras 12b a 12d, as posições de imagem de campo periférica para ambas as superfícies de imagem astigmáticas (tangencial e sagital) estão localizadas predominantemente atrás da retina ao longo da extensão da maioria dos meios meridianos e provocaria o estimulo ao alongamento axial e crescimento do globo ocular levando ao desenvolvimento ou aumento da miopia.
Um dispositivo óptico concebido de acordo com os princípios do presente invento pode manipular a curvatura de campo relativa corrigindo parcialmente as aberrações de ordem superior do olho. Este arranjo promoveria o atraso e a potencial inversão da progressão da melhoria, proporcionando, além disso, alguns dos benefícios da correcção da aberração. Um tal exemplo está descrito abaixo e ilustrado nas figuras 12e a 12i. Para este exemplo especifico foi utilizado um modelo de lentes de contacto macias, no entanto deverá ser entendido pelos que têm experiência na técnica que também seriam adequados quaisquer dispositivos ópticos adequados para a correcção de aberrações oculares de ordem superior. Aplicando um modelo de lente de contacto do presente invento ao olho da aberração ocular de frente de onda descrita, a aberração de frente de onda resultante demonstra que o astigmatismo e o coma foram efectivamente eliminados, proporcionando, em simultâneo, a curvatura de campo relativa adequada para controlar o desenvolvimento ou progressão da miopia. Isto pode ver-se claramente no mapa de frente de onda resultante na figura 12e. A ausência de assimetria indica que o astigmatismo e a coma foram efectivamente eliminados. As amplitudes dos coeficientes resultantes associados com a frente de onda corrigida para o astigmatismo (Z22) e coma (Z_13) foram reduzidos respectivamente 52 para 0,0144 μιη e -0, 086 μιη revelando uma eliminação substancial do astigmatismo e coma que promoveria uma melhor acuidade visual.
Uma vez que a aberração de frente de onda do olho neste exemplo é rotacionalmente assimétrico, o exemplo do modelo de lente de contacto é também rotacionalmente assimétrico (neste caso de modo a corrigir o astigmatismo e a coma) e precisaria de ser mantido na orientação correcta (também chamado "posição" pelos profissionais das lentes de contacto) relativamente ao olho para um desempenho óptimo. As características de concepção adequadas para a orientação correcta destas lentes de contacto assimétricas são bem conhecidas dos profissionais de lentes de contacto e incluem o prism ballasting, zonas estreitas dinâmicas e slab-off (estabilização dinâmica). A fabricação de lentes de contacto assimétricas é também bem conhecida dos que têm experiência na técnica e inclui a utilização de fresas e trens de laminagem com eixos múltiplos controladas por computador.
Para os componentes da correcção da aberração de frente de onda, a descrição da superfície óptica de uma tal lente assimétrica pode ser expressa convenientemente como uma série de coeficientes polinomiais de Zemike. As lentes de contacto macias deste exemplo estão ilustradas nas figuras 12f a 12h, que mostram projecções de programa de lentes de contacto das suas alturas sagital das superfícies dianteira e traseira e o seu perfil de espessura ao longo do meio meridiano horizontal (figura 12f) e meios meridianos superior vertical (figura 12g) e inferior vertical (figura 12h) . Estas lentes de contacto macias usam uma combinação de secções cónicas e equações polinomiais para as suas superfícies ópticas básicas. A superfície traseira consiste numa superfície do tipo secção 53 cónica com raio apical (r0) de 8,3mm e um factor de forma (p) de 0,75. A superfície básica dianteira é uma secção cónica com um raio apical (r0) de 0,3712 mm e um factor de forma (p) de 0,004667 com uma outra altura sagital adicionada a esta superfície básica descrita por uma equação polinomial da forma s = ai.x2+a2.x4+a3.x6+a4.x8 em que s é a altura sagital (isto é, a espessura a ser adicionada à superfície, medida ao longo do eixo em milímetros) da superfície relativamente à superfície esférica básica e x é a distância radial afastada do eixo da lente em milímetros. Neste modelo, ai= -1,288, a2 = -0,01078, a3 = -1, 540 x 1CT4 e a4 = 9,261 x 1CT6. Para introduzir os perfis de superfície assimétrica necessários para corrigir as aberrações assimétricas, a altura sagital adicional é ainda adicionada a esta superfície cónica e polinomial combinada descrita usando os polinomiais de Zemike. Especificamente, para o modelo de superfície dianteira deste exemplo, os polinomiais Zemike incluem inclinação (tilt) (Z_1i), astigmatismo (Z22) e coma (Z_13) componentes com amplitudes de -0,002146 pm, 0,007828 pme 0,01442 pm, respectivamente.
Esta lente tem uma espessura no centro de 224 pm e um OZD de 8,0 mm. Assume-se que a lente do exemplo é feita num material de silicone hidrogel com um índice de refracção de 1,427. O gráfico da curvatura de campo relativa resultante para estas lentes de contacto macias está ilustrado na figura 12i. Só é necessário uma gráfico agora para ilustrar todos os meridianos porque, com a eliminação do astigmatismo e coma, a curvatura de campo relativa resultante ficou rotacionalmente simétrica. Desta projecção é claro que um estímulo ao alongamento axial, que conduz ao início ou avanço da miopia, foi removido, uma vez que ambas as posições focais tangencial e sagital foram colocadas anteriores à retina. 54
Um desenvolvimento recente para se conseguir uma visão acima da normal (referida algumas vezes como super-visão) consiste em reduzir ou eliminar as aberrações do olho, ou as aberrações do olho e dispositivo de correcção combinado, ou simplesmente as aberrações do dispositivo de protecção produzindo modelos com aberração corrigida. É importante notar que uma tal aproximação para se conseguir a super-visão pode proporcionar excelente visão mas seria insuficiente no atraso, eliminação ou inversão da progressão da miopia num utilizador. 0 modelo do dispositivo óptico do presente invento, quando aplicado para também corrigir a aberração ocular, difere substancialmente dos concebidos pela optimização da visão central através da correcção de aberrações. Quando uma lente é concebida para reduzir ou eliminar substancialmente as aberrações do olho, incluindo as chamadas "aberrações de ordem superior", tal como para proporcionar desempenho visual acima do normal ou super-visão, a intenção consiste em optimizar a aberração de frente de onda para a visão central foveal. 0 motivo para a atenção particular à visão foveal central é a resolução da retina (devido à densidade dos foto-receptores da retina) ser mais densa (proporcionando uma visão mais precisa) nesta zona. Fora desta zona, a densidade do receptor retinal diminui rapidamente para o ponto em que, na meia periferia, a densidade é insuficiente para garantir a correcção de aberrações para a visão melhorada neste zona. Pelo contrario, de acordo com o presente invento, para o atraso ou eliminação da progressão da miopia a curvatura de campo relativa regulada pelas posições relativas das posições de imagem através da totalidade da retina incluindo a fóvea, meia periferia e periferia, é essencial para controlar o desenvolvimento e progressão da miopia. 55
Será evidente para os leitores da descrição das formas de realização antecedentes que a manipulação da curvatura de campo relativa através de dispositivos ópticos do presente invento pode ser conseguida de várias formas. Por exemplo, em vez da utilização de secções cónicas ou equações polinomiais para definir os perfis das superfícies ópticas, podem ser usados outros descritores de superfície, incluindo splines, Beziers, síntese da série de Fourier, polinomial Zemike como descritores da altura sagital, ou combinações de qualquer um dos antecedentes, ou uma descrição mais geral ponto a ponto da superfície através de uma tabela de consulta ou aproximações semelhantes. Além disso, o modelo dos dispositivos ópticos do presente invento não se limita ao modelo de perfis de superfície óptica. Por exemplo, os materiais com gradiente do índice de refracção (GRIN) podem ser usados para manipular a curvatura de campo relativa como podem ser usadas muitas ópticas do tipo Fresnel, ópticas holográficas ou difractivas, quer individualmente ou em combinação, ou com as aproximações do modelo de perfil de superfície. 0 presente invento pode ser executado de várias formas, para que seja proporcionado um dispositivo ocular concebido com uma quantidade prescrita e pré-determinada de aberrações periféricas adequadas, em particular curvatura de campo relativa, e seja efectuado uma mudança refractiva directa e pré-determinada. A exigência chave está no facto dos modelos do presente invento proporcionarem boa acuidade visual garantindo um bom foco de campo central à retina e à fóvea eliminando simultaneamente o estímulo ao alongamento axial, colocando as imagens periféricas em frente da retina manipulando a curvatura de campo relativa. 56 0 presente invento contempla ainda que os presentes processos e aparelhos possam ser aplicados a qualquer prescrição exigida para corrigir o erro refractivo existente do olho. Por exemplo, pode ser introduzida no dispositivo uma prescrição de -6D com a quantidade adequada de curvatura de campo relativa, proporcionando desta forma uma boa visão corrigida e contínua para o utilizador míope com -6D, retardando a progressão da sua miopia.
Naturalmente, à medida que a quantidade de miopia diminui, seria introduzido um novo dispositivo correctivo com uma quantidade adequadamente reduzida de correcção refractiva (isto é, uma prescrição inferior) para manter a paridade com o novo nivel reduzido de miopia. 0 invento pode ser feito como dispositivos produzidos em massa, por exemplo com tecnologia de moldagem com volumes elevados ou como dispositivos personalizados. No caso de dispositivos produzidos em massa, a curvatura de campo relativa pode ser concebida para se adequar à subpopulação típica dos míopes. Por exemplo, para uma produção em massa de dispositivos com uma prescrição de -3D destinados a retardar a progressão de miopes com -3D, o modelo poderia incluir a compensação para a curvatura de campo relativa ocular existente de um míope típico com -3D. Desta forma, podem conseguir-se efeito úteis em muitos indivíduos através da produção em massa de modelos para a média de população.
Para um dado indivíduo, no entanto, o efeito óptimo do atraso da miopia é conseguido com dispositivos personalizados. Para os dispositivos personalizados, as aberrações oculares actuais, incluindo a curvatura de campo relativa existente do utilizador individual, pode ser medida usando, por exemplo, um de um conjunto de sensores oculares de frente de onda 57 disponíveis (por exemplo dispositivos Hartmann-Shack) e medições oblíquas ou fora do eixo do comprimento axial do globo ocular usando tomografia de coerência (OCT) ou outros tipos de interferómetros ou sistemas de ultra-som de elevada resolução. A modelo toma então em consideração a curvatura de campo relativa existente, de modo a conseguir-se uma curvatura de campo relativa negativa limpa mantendo o foco de campo central. 0 presente invento contempla ainda o retorno de um olho hipermetrópico a emetrópico. Isto é, feito com a introdução, no dispositivo, de uma quantidade adequada de curvatura de campo relativa positiva promovendo assim o alongamento axial e a redução da hipermetropia.
Embora as formas de realização preferidas tenham a forma de lentes de contacto macias ou RGP, será imediatamente óbvio para os que têm experiência na técnica que este invento pode também ser implementado noutras formas de lentes de contacto (como por exemplo lentes de contacto hápticas ou esclerais, e sistemas piggy-back, nos quais podem ser usadas duas ou mais lentes de contacto em série), óculos, lentes intra-oculares, córneas artificiais (por exemplo inlays, onlays, queratopróteses), lentes da câmaras anterior, assim como processos adequados para a remodelação ou escultura da córnea ou epitélio, incluindo a ortoqueratologia e a cirurgia refractiva (por exemplo epiqueratofaquia, PRK, LASIK, LASEK, etc.). No caso de lentes de contacto hápticas ou esclerais, assim como lentes de contacto usadas na aplicação da ortoqueratologia, o modelo óptico será manipulado para tomar também em consideração a influência óptica das lentes com lágrimas (produzida pela camada de lágrimas entre a superfície posterior da lente de contacto e a superfície anterior da córnea). 58
Com a introdução potencial de dispositivos ópticos activos com o potencial de corrigir o erro refractivo e as aberrações oculares em tempo real (por exemplo sistemas de correcção de frente de onda e sistemas "ópticas adaptáveis") está previsto que as aproximações deste invento possam também ser incorporadas nesses dispositivos.
Muitas modificações variantes e outras formas de realização do invento virão à mente dos que têm experiência na técnica,, aos quais este invento se destina tendo o benefícios dos ensinamentos presentes nas descrições antecedentes. Assim, deve entender-se que o invento não se limita às formas de realização específicas, e que as modificações e outras formas de realização se destinam a estar incluídas no âmbito das reivindicações anexas. Embora sejam aqui usados termos específicos, são usados no sentido genérico e descritivo apenas, e não para efeitos de limitação.
Lisboa, 19 de Março de 2010. 59

Claims (16)

  1. REIVINDICAÇÕES 1. Sistema ocular (438) compreendendo: um factor de correcção pré-determinado para controlar as posições anterior - posterior dos pontos focais periféricos fora do eixo do olho (433) relativamente ao ponto focal central situado sobre o eixo do olho (441) para produzir pelo menos um estimulo sensivelmente corrector a um olho (436) para modificar o crescimento do olho; no qual o controlo das posições dos pontos focais periféricos (433) é efectuado controlando simultaneamente a posição anterior - posterior do ponto focal central situado sobre o eixo (441) perto da retina (444), fornecendo sensivelmente simultaneamente as imagens visuais nítidas; o dito sistema ocular (438) conservando um alinhamento axial substancial com o dito olho (436); caracterizado por: o dito controlo dos pontos focais periféricos (433) ser efectuado para focar os pontos focais periféricos situados fora do eixo (433) anteriores ou posteriores em relação à retina (444).
  2. 2. Sistema de acordo com a reivindicação 1, no qual o factor de correcção pré-determinado que controla as posições anterior - posterior dos pontos focais periféricos situados fora do eixo (433) controla ainda de uma forma previsível o reposicionamento dos ditos pontos focais periféricos situados fora do eixo sobre as posições que se encontram a determinadas distâncias da córnea do olho e em direcção à retina (444), a dita distância sendo inferior à distância que vai da córnea à retina.
  3. 3. Sistema de acordo com a reivindicação 1, no qual o passo que consiste em controlar as posições anterior - posterior dos pontos focais periféricos situados fora do eixo (433) compreende ainda, para um sistema ocular (438) que apresenta astigmatismo, o reposicionamento dos focos lineares periféricos situados fora do eixo produzidos pelo astigmatismo de forma que, entre os dois focos lineares periféricos produzidos pelo astigmatismo, um primeiro foco linear periférico, que é anterior relativamente a um segundo foco linear periférico, é reposicionado a uma distância da córnea do olho e em direcção à retina periférica, a dita distância sendo inferior à distância que vai da córnea à retina periférica.
  4. 4. Sistema de acordo com a reivindicação 1, no qual o factor de correcção pré-determinado que controla as posições anterior - posterior dos pontos focais periféricos situados fora do eixo (433) controla ainda de uma forma previsível o reposicionamento dos ditos pontos focais periféricos situados fora do eixo nas posições que se encontram a determinadas distâncias da córnea do olho e voltados para a retina (444), a dita distância sendo superior à distância que vai da córnea à retina.
  5. 5. Sistema de acordo com a reivindicação 1 ou reivindicação 2, no qual o sistema ocular (438) é seleccionado entre o grupo compreendendo óculos, lentes de contacto, onlays, inlays, 2 câmara lentes ortoqueratologia, escultura combinação de todos. da anterior, intra-oculares, corneana refractiva e uma lentes
  6. 6. Sistema de acordo com a reivindicação 5, no qual as lentes de contacto são seleccionadas entre o grupo compreendendo as lentes de contacto de uso continuo e as lentes de contacto de uso prolongado.
  7. 7. Sistema de acordo com a reivindicação 4 no qual o sistema ocular (438) é seleccionado entre o grupo compreendendo óculos, lentes de contacto, onlays, inlays, lentes da câmara anterior, lentes intra-oculares, ortoqueratologia, escultura corneana refractiva e uma combinação de todos.
  8. 8. Sistema de acordo com a reivindicação 7, no qual as lentes de contacto são seleccionadas entre o grupo compreendendo as lentes de contacto de uso continuo e as lentes de contacto de uso prolongado.
  9. 9. Sistema de acordo com a reivindicação 1 no qual o estimulo é fornecido ao olho de forma essencialmente continua.
  10. 10. Sistema de acordo com a reivindicação 9, no qual o factor de correcção pré-determinado que controla as posições anterior - posterior dos pontos focais periféricos situados fora do eixo (433) controla ainda de uma forma previsível o reposicionamento dos ditos pontos focais periféricos situados fora do eixo nas posições que se encontram a determinadas distâncias da córnea do olho e voltados para a retina (444), a dita distância sendo inferior à distância que vai da córnea à retina.
  11. 11. Sistema de acordo com a reivindicação 10, no qual a etapa que consiste a controlar as posições anterior - posterior dos pontos focais periféricos situados fora do eixo (433) compreende ainda, para um sistema ocular (438) que apresenta astigmatismo, o reposicionamento dos focos lineares periféricos situados fora do eixo produzidos pelo astigmatismo de forma que, entre os dois feixes lineares periféricos produzidos pelo astigmatismo, um primeiro foco linear periférico, que é anterior em relação a um segunda foco linear periférico, é reposicionado a uma distância da córnea do olho e voltado para a retina periférica, a dita distância sendo inferior à distância que vai da córnea à retina periférica.
  12. 12. Sistema de acordo com a reivindicação 9, no qual o factor de correcção pré-determinado que controla as posições anterior - posterior dos pontos focais periféricos situados fora do eixo (433) controla ainda de uma forma previsível o reposicionamento dos ditos pontos focais periféricos situados fora do eixo nas posições que se encontram a determinadas distâncias da córnea do olho e voltadas para a retina (444), a dita distância sendo superior à distância que vai da córnea à retina.
  13. 13. Sistema de acordo com a reivindicação 10 ou reivindicação 11, no qual o sistema ocular (438) é seleccionado entre o grupo compreendendo óculos, lentes de contacto, onlays, inlays, lentes da câmara anterior, lentes intra-oculares, 4 ortoqueratologia, escultura corneana refractiva e uma combinação de todos.
  14. 14. Sistema de acordo com a reivindicação 13, no qual as lentes de contacto são seleccionadas entre o grupo compreendendo as lentes de contacto de uso continuo e as lentes de contacto de uso prolongado.
  15. 15. Sistema de acordo com a reivindicação 12, no qual o sistema ocular (438) é seleccionado entre o grupo compreendendo óculos, lentes de contacto, onlays, inlays, lentes da câmara anterior, lentes intra-oculares, ortoqueratologia, escultura corneana refractiva e uma combinação de todos.
  16. 16. Sistema de acordo com a reivindicação 15, no qual as lentes de contacto são seleccionadas entre o grupo compreendendo as lentes de contacto de uso continuo e as lentes de contacto de uso prolongado. Lisboa, 19 de Março de 2010.
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