PT1549585E - Coberturas guarnecidas com fibras de poliéster - Google Patents

Description

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Descrição "Coberturas guarnecidas com fibras de poliéster" A presente invenção refere-se a uma colcha de cama e a uma almofada de cama guarnecidas com fibras de poliéster com propriedades semelhantes a penas.

Da WO 02/22927 é conhecida uma almofada de cama de acordo com o preâmbulo da reivindicação 1.

As colchas de cama apresentam uma faixa superior e uma inferior de um tecido têxtil. Entre estas faixas encontra-se uma guarnição que serve para o isolamento térmico da cama. Ê obtida uma boa qualidade de isolamento quando a guarnição proporciona um colchão de ar que deverá ser o maior possível. Quanto mais leve for o material, com o qual o colchão de ar desejado é obtido, mais confortável é considerada a cobertura. Como material excipiente de elevada qualidade, são utilizadas penas, que formam grandes flocos, de patos e gansos. As camas cheias com estas penas apresentam além disso um toque ao tacto especial, o' qual é percepcionado como agradável e de elevado valor.

As camas de penas são constituídas no essencial por dois panos cosidos um no outro nos bordos, que adicionalmente, a maioria das vezes, são cosidos no género de tábua de xadrez com costuras longitudinais e transversais, de modo que se formam compartimentos para dentro dos quais o material excipiente é assoprado. Os compartimentos cuidam em regra para que haja uma distribuição uniforme do excipiente a toda a superfície da cama. Em casos especiais através do 2 enchimento desigual dos compartimentos e/ou um outro pesponto diferente dos quadrados uniformes, pode ser obtida uma distribuição especial do excipiente

As penas de patos e gansos de elevada qualidade são muito caras. Por isso não faltaram tentativas de substituir as mesmas por fibras sintéticas. Como material excipiente são apropriadas neste caso em especial fibras de poliéster, dado que elas, devido à sua capacidade de fixação térmica, apresentam uma elevada voluminosidade, que proporcionam à cama tanto no estado novo como durante a utilização um grande colchão de ar.

As fibras de poliéster produzidas para o enchimento de roupa de cama são produzidas a maioria das vezes como fibras ocas para diminuição do seu peso. Um revestimento de silicone aplicado sobre a superfície das fibras proporciona além disso um melhor toque' à roupa de cama. As fibras correntes deste género não se deixam.contudo insuflar de modo corrente, como as penas, nas colchas de cama. As colchas de cama cheias com fibras de poliéster são por isso produzidas em regra de tal modo que, como material excipiente, é formada uma faixa de material volumoso de velo cardado, que é depois enrolada numa bobina de fornecimento. Nas denominadas máquinas de pespontar são entretanto puxados os panos de cobertura superior e inferior assim como as faixas de material de poliéster que se encontram no meio e cosidas uma com a outra do modo desejado. Um dispositivo deste género encontra-se descrito por exemplo na EP 0 406 588 A2. 3

Os velos cardados não apresentam como as penas uma distribuição simplesmente ao acaso da direcção da fibra, encontrando-se antes as fibras orientadas, limitadas pelo processo de formação do velo, para direcções preferidas. Durante o pesponto deste género de camas, as fibras que se encontram por debaixo dos pespontos são fortemente comprimidas e por issò não ajudam no volume de espaço oco da cama. Isto não tem lugar quando as fibras são insufladas nos compartimentos jã anteriormente formados.

Com as fibras sintéticas correntes, não foi até agora possível nos conhecidos dispositivos de insuflação de penas insuflar as fibras para dentro dos compartimentos ou obter uma distribuição uniforme das fibras nos compartimentos. Este género de dispositivos de enchimento de penas de colchoaria e penas são fabricados por exemplo pela empresa L. H. Lorch AG em 73730 Esslingen e encontram-se descritos em www.lorch-ag.de. O objectivo da invenção é por isso o de proporcionar coberturas cheias, tais como colchas de cama, mantas, almofadas de cama e semelhantes, nas quais o compartimento ou os compartimentos se encontram uniformemente cheios com fibras sintéticas insufladas. O objectivo da invenção é além disso o de proporcionar coberturas guarnecidas que apresentam um toque que se aproxima muito do toque especial das coberturas cheias com penas de patos e gansos. O objectivo da invenção é além disso o de proporcionar coberturas guarnecidas que possuem uma gramagem pequena e neste caso apresentem uma boa capacidade de isolamento. 4

Este objectivo é alcançado através de coberturas insufladas com fibras de poliéster tal como colchas de cama, mantas, almofadas de cama, e semelhantes, sendo que a guarnição contém fibras siliconisadas ocas de poliéster, de preferência onduladas por compressão, com um calibre de 0,9 a 7 dtex, um comprimento de corte de 8 a 24, em especial 11 a 2 8 mm, e uma relação das ondulações (Kl) para o número de arcos por cm (Bg) de acordo com a relação 3,5 á Kl / Bg < 4,5 e um número de arcos por cm (Bg) de pelo menos 3,0.

De preferência as fibras ocas de poliéster são constituídas por politereftalato de etileno. São vantajosas as fibras de poliéster com um comprimento de corte de 14 a 20 mm, em especial de 18 mm.

Em formas de realização especiais da invenção, as fibras ocas de poliéster são constituídas por uma mistura de calibres e/ou uma mistura de fibras de diferentes comprimentos de fibra cortada. As fibras podem apresentar na secção transversal um ou mais espaços ocos. As fibras podem apresentar secções transversais arredondadas, ovais e outras apropriadas.

Nas fibras ocas aplicadas no escopo da invenção, trata-se de fibras onduladas por compressão que podem ser produzidas em dispositivos de ondulação por compressão. Podem também ser aplicadas fibras onduladas de acordo com outros processos, deste modo por exemplo também fibras onduladas tridimensionalmente.

Essencial no âmbito da invenção é que as fibras onduladas apresentam um número mínimo de arcos das ondulações 5 por cm, nomeadamente pelo menos 3 arcos por cm. Além disso o número de arcos por cm (Bg) tem que estar numa certa relação com a denominada ondulação Kl.

Sob ondulação, no escopo da invenção, deverá ser compreendida a seguinte relação:

Lv — Lk

Kl = ———,

Lk em que Lk é o comprimento da fibra descontínua ondulada no estado solto descontraído e Lv o comprimento . da mesma fibra mas estirada, quer dizer a fibra encontra-se então praticamente recta sem ondulações. O estiramento tem lugar sob utilização da denominada força de ondulação. Esta é determinada em ensaios prévios com ajuda de uma tangente aplicada no diagrama de força-alongamento da respectiva fibra. Esta norma ainda não normalizada encontra-se descrita nas instruções de trabalho número 320.010.3 da empresa Trevira GmbH.

Normalmente na. técnica e na DIN53840 a ondulação é definida frequentemente de outro modo, nomeadamente:

Lv

Para facilitar a comparação com o estado da técnica, os valores calculados de acordo com a norma de ondulação Kl são indicados a seguir no quadro entre parênteses. 6

Na fibra aplicada no âmbito da invenção, trata-se de fibras planas de arcos finos. Estas fibras apresentam um pequeno valor dos quocientes Kl/Bg com um número de arcos maior. 6 Kl(K'l) Bg Kl/Bg

Quadro Fibra corrente (4,4 dtex) 18,0 (94,7%) 3.06.0

Fibra de acordo com a invenção (4,4 dtex) 13,2 (93,0%) 3,3 4,0 O quadro mostra a comparação de fibras correntes produzidas por meio de ondulação por compressão com um calibre de 4,4 dtex em comparação com fibras aplicadas de acordo com a invenção de 4,4 dtex. Estas fibras apresentam um número de arcos mais,elevado com um Kl visivelmente menor. A relação Kl/Bg é na fibra de acordo com a invenção 4,0 em vez de 6,0 tal como na forma de realização corrente.

De modo surpreendente verificou-se que coberturas guarnecidas de acordo com a invenção representam produtos de elevada qualidade. Elas apresentam em especial um toque semelhante a penas, que se compara com coberturas que contêm penas de pato ou gansos. A produção de uma cobertura guarnecida de acordo com a invenção pode ter lugar tal como é apresentado no fabrico de uma colcha de cama.

As fibras fornecidas num fardo comprimido são abertas num abridor-esfarrapador ou num abridor de fibras e sopradas 7 através de uma conduta. Neste recipiente que se encontra sob pressão, as fibras são continuamente movimentadas através de vários rolos. De seguida as fibras vão parar novamente pneumaticamente a uma balança, onde é pesada a quantidade necessária para um compartimento. Cada compartimento é cheio separadamente, até que todos os compartimentos cosidos da colcha de cama se encontrem cheios. Por fim é cosido na cobertura um orifício de insuflação.

De modo semelhante a uma colcha de cama, no enchimento de uma almofada de cama pode ser previsto que esta seja vista quase com um compartimento individual grande que após o enchimento é fechado no orifício de insuflação.

Além disso, com a fibra de acordo com a invenção, e com o processo de insuflação, pode ser fabricada uma cobertura que, de modo semelhante a uma almofada de leito (?), não apresenta qualquer pesponto.

Como pano superior e inferior, entre os quais o excipiente se encontra armazenado, podem ser utilizados tecidos de algodão puro, tecidos de mistura, algodão/sintéticos e tecidos de poliêster. A espessura de fio utilizada é de NM160 a NM50, a densidade da teia ou da trama é maior do que 3 0 fios /cm. A permeabilidade aó ar dos tecidos é de, no máximo, SO 1/m2 s (medido de acordo com DIN 53887).

Lisboa, IS de Dezembro de 2008

Claims (6)

1 Reivindicações 1. Coberturas guarnecidas com fibras de poliéster insufladas, tais como colchas de cama, mantas, almofadas de cama e semelhantes, em que o excipiente contém fibras siliconisadas onduladas ocas de poliéster com um calibre de 0,9 a 7 dtex, um comprimento de corte de 8 a 24 mm e com um número de arcos Bg de pelo menos três arcos por cm, caracterizadas por a relação de ondulações (Kl) para o número de arcos por cm (Bg) das fibras ocas de poliéster corresponder à relação Bg

2. Coberturas guarnecidas de acordo com a reivindicação 1, caracterizadas por as fibras de poliéster serem fibras de politereftalato de etileno.

3. Coberturas guarnecidas de acordo com as reivindicações 1 ou 2, caracterizadas por o comprimento de corte das fibras ocas de poliéster ser de 14 a 20 mm.

4. Coberturas guarnecidas de acordo com a reivindicação 3, caracterizadas por o comprimento de corte ser de 18 mm.

5. Coberturas guarnecidas de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 4, caracterizadas por as fibras ocas 2 de poliéster ser constituídas por uma mistura de calibres.

6. Coberturas guarnecidas de acordo com as reivindicações 1 a 5, caracterizadas por as fibras ocas de poliéster apresentarem diferentes comprimentos de corte. Lisboa, 16 de Dezembro de 2008