PT972324E

PT972324E - Ferramenta e processo para revestimento de cabos

Info

Publication number: PT972324E
Application number: PT98919204T
Authority: PT
Inventors: Jean Henri Ferrand
Original assignee: Federal Mogul Sys Prot Group
Priority date: 1997-04-04
Filing date: 1998-03-23
Publication date: 2002-01-30
Also published as: HU221711B1; DE69801155D1; AR011213A1; PL335907A1; DE69801155T2; WO1998045914A1; HUP0001679A2; US6550137B1; JP2001521671A; FR2761826A1; EP0972324B1; ES2159950T3; EP0972324A1; HUP0001679A3; FR2761826B1

Description

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DESCRIÇÃO "FERRAMENTA E PROCESSO PARA REVESTIMENTO DE CABOS" A invenção refere-se a ferramentas para a instalação de revestimentos tubulares, tais como o revestimento anular fendido, em torno de itens alongados, tais como feixes de cabos eléctricos. Actualmente são conhecidos muitos tipos de ferramenta para a aplicação de tais revestimentos.

Um tipo de ferramenta consiste numa simples lançadeira, com uma cabeça de guia, que possibilita abrir a bainha, e um orifício no qual se passam os cabos a revestir. No entanto, esta ferramenta, tem um uso limitado a cabos que têm pelo menos uma das suas extremidades livre. Não se aplica, portanto a cabos que foram já assentes e que têm as suas duas extremidades fixas, não permitindo além disso a passagem da bainha sobre derivações do feixe de fios individuais do cabo. A colocação entre os acessórios ou ligadores pressupõe fazê--los passar para o interior e através do orifício da lançadeira, o que obriga então a sobredimensionar o mesmo para os acomodar. É conhecida uma ferramenta deste tipo da patente JP-A-5 742 007 (Patent Abstracts of Japan Vol. 6, N° 112) . Da patente US-A-4 593 442 é conhecida uma ferramenta semelhante, mas na qual a cabeça de guia, que se estende através de uma ranhura longitudinal do tubo, é formada por duas partes ranhuradas separáveis, que cooperam para definir uma conduta de alimentação fechada; a possibilidade de fender a cabeça de guia permite que se aplique à ferramenta, ou separado da mesma, um item parcialmente revestido, sem acesso à extremidade do item, mas a montagem/desmontagem dessa ferramenta não é uma operação trivial, não sendo portanto 1 t Γ apropriada para um passo de produção necessário com uma certa frequência.

Um segundo tipo conhecido de ferramenta consiste numa maxila de precisão, articulada, constituída por duas partes simétricas, mantidas uma contra a outra, por meio de uma mola. Na posição aberta, as maxilas permitem a introdução de um feixe de cabos a revestir, numa conduta. Quando na posição fechada, duas protuberâncias integradas, uma em cada uma das metades respectivas das maxilas, que, em conjunto, formam uma cabeça para expandir ou de outro modo abrir a bainha a instalar. Puxa-se depois a ferramenta ao longo do feixe de cabos a revestir. Qualquer derivação, junta ou conector encontrados interrompe a operação de revestimento. O dispositivo tem então de ser aberto e têm de retirar-se os cabos do mesmo. A adaptação a ligadores ou acessórios tem de ser feita por expansão e/ou abertura da bainha, manualmente, com os dedos, para realizar a operação de revestimento. A ferramenta é depois reintroduzida, para o revestimento do feixe até ao próximo obstáculo. É evidente que esta técnica dificilmente será eficiente, se estiverem presentes numerosas derivações ou numerosos conectores na rede cujos cabos são revestidos. Além disso, esta técnica apresenta o risco de ferimentos no utilizador, nos bordos de uma bainha fendida não formada por um tecido, por exemplo a bainha anular fendida, ou o risco de beliscar os fios eléctricos de pequeno diâmetro pelas maxilas da ferramenta.

Uma terceira ferramenta conhecida é constituída por-tuma pega, uma cabeça de guia, que se abre ou expande a fenda da bainha e uma barra semicircular, colocada a 60° com a cabeça, no sentido em que a ferramenta se move para a frente. Então, a tracção da ferramenta permite a introdução de cabos na bainha. Este dispositivo tem como inconveniente principal o 2 Γ facto de os fios ficarem sujeitos a um guiamento reduzido, podendo por isso sair facilmente do manto. A presente invenção tem assim por objectivo remediar estes inconvenientes, produzindo uma ferramenta para revestimento, mais conveniente e de utilização mais eficiente, que permite também, por exemplo, a ultrapassagem de obstáculos, tais como ramificações de cabos para fora do feixe e que pode ser usada em redes de cabos já assentes, onde os fios não têm uma extremidade livre.

Este problema é resolvido com as características da parte caracterizante da reivindicação 1.

De acordo com um segundo aspecto da invenção, esta ferramenta é feita robusta, devido a ser montada num único bloco integral, sem peças móveis. A ergonomia da ferramenta e a rapidez do seu uso constituem um terceiro objectivo da presente invenção.

De maneira análoga, a possibilidade de mecanizar a aplicação da bainha no feixe de cabos constitui uma vantagem primordial da invenção. A ferramenta da presente invenção analogamente melhorai:' a segurança na sua utilização, para o utilizador da mesma, impedindo que ele toque em possíveis arestas vivas da bainha a montar, o que constitui uma vantagem adicional da invenção’.

Finalmente, a sua adequação para diferentes tipos de revestimentos, por exemplo a bainha anular fendida de plástico, têxteis, etc., constitui uma outra vantagem do dispositivo de acordo com a invenção. 3

De acordo com a invenção, um dispositivo para inserir itens alongados numa bainha, que é fendida longitudinalmente e tem bordos livres que se estendem aproximadamente paralelamente ao seu eixo, tendo o referido dispositivo uma cabeça que compreende meios de abertura da bainha e que tem, por um lado, uma primeira passagem para a bainha, durante o seu movimento relativo, em relação à ferramenta, e também uma segunda passagem para os itens alongados, para os introduzir entre os bordos separados do manto, estando a referida segunda passagem situada obliquamente, em relação ao eixo da cabeça, é caracterizado por a referida cabeça ter uma passagem lateral, que comunica com a segunda passagem para os itens alongados e que faz um ângulo com o eixo da cabeça diferente do formado entre o eixo da segunda passagem para os itens alongados e o eixo da cabeça, estando a referida passagem lateral adaptada para a introdução ou extracção de um ou mais itens alongados, durante o movimento da bainha em relação à cabeça da ferramenta.

Compreender-se-á que o dispositivo de acordo com a presente invenção é assim um dispositivo para a inserção de cabos numa bainha fendida, estando a mesma já fendida ou sendo fendida imediatamente antes da operação de revestimento; ele é móvel em relação à bainha e tem uma cabeça que assegura a abertura/expansão da bainha; ele realiza um canal para os cabos, para os introduzir entre os bordos separados da bainha, estando este último canal situado obliquamente em relação à bainha e caracterizado por ter uma passagem lateral que comunica com o canal para os cabos, estando a referida passagem lateral disposta segundo um certo ângulo com este canal.

Compreender-se-á que esta disposição permite também a utilização da ferramenta em cabos onde as duas extremidades estão fixas, e igualmente assegurar a ultrapassagem de 4 r ' 1—^ ^^

li N derivações de cabos, sem ter de separar a ferramenta da bainha ou dos cabos a revestir. Portanto dá uma boa resposta ao problema criado pelas ferramentas conhecidas do estado da técnica. Uma tal implementação garante que os cabos que têm a tendência, devido à sua estrutura mecânica própria, para se manterem agrupados em torno do seu eixo, não sairão espontaneamente da ferramenta durante a operação de inserção/revestimento. Por conseguinte, a sua extracção ou a introdução (através da passagem lateral) continuará a ser muito simples para o utilizador.

De acordo com uma forma de realização preferida, a ferramenta é ainda caracterizada por uma parte pelo menos da superfície da passagem para os itens alongados, e/ou da passagem para a bainha e/ou da passagem lateral, ter uma camada superficial de um material com um coeficiente de atrito reduzido.

De acordo com um outro aspecto da invenção, proporciona--se um processo para a inserção de itens alongados, numa bainha, de acordo com a reivindicação 9.

De acordo com um outro aspecto da invenção, um processo preferido para a utilização de uma ferramenta de acordo com a invenção compreende os passos de: a) apresentação da ferramenta a itens alongados, para revestir, de modo a introduzir os mesmos na · segunda ' " passagem, t b) introdução do revestimento nos meios de abertura, através da primeira passagem, 5 (p U Κ— c) arrasto da ferramenta relativamente ao revestimento e aos itens alongados até estes ficarem envolvidos pelo revestimento, d) durante o passo c), introdução de itens alongados, novos ou adicionais, através da passagem lateral, ou extraeção de um ou mais itens, através da referida passagem lateral.

Compreender-se-á que estes passos são compatíveis com a mecanização da colocação do revestimento nos cabos, por divisão do processo em pelo menos três passos, designadamente levar os itens para a ferramenta, colocar a ferramenta em posição e depois utilizar a ferramenta. Como se compreenderá, apenas uma ferramenta que torne possível assegurar que nem os cabos, nem o revestimento precisa de abandonar os seus trajectos, é compatível com a automatização do revestimento, desta maneira. É esta uma importante vantagem em relação aos sistemas anteriormente conhecidos. A redução do atrito, obtida pelo tratamento da superfície das peças da ferramenta expostas ao atrito por deslizamento e, de preferência, fazendo um ângulo pequeno entre o eixo dos cabos e o eixo do revestimento, contribui para a implementação particularmente vantajosa da invenção de maneira automatizada.

De acordo com um processo especialmente vantajoso, o processo de revestimento inclui os passos seguintes: ultrapassagem de juntas ou outros obstáculos dispostos longitudinalmente num item alongado, por extraeção da ferramenta, através da passagem lateral, do ou dos itens alongados implicados na junta ou obstáculo, seguidos, e continuação do movimento da ferramenta; 6 Γ L·, introdução de um outro item alongado, num grupo de outros Itens alongados que têm de ser inseridos no revestimento, por introdução do referido outro item alongado no grupo, através da passagem lateral da ferramenta, seguido pelo arrastamento contínuo da ferramenta relativamente ao revestimento e aos itens alongados. A descrição que se segue e os desenhos destinam-se a permitir uma melhor compreensão dos objectivos e das vantagens da invenção. Compreender-se-á que esta descrição é dada a título de exemplo, sem qualquer natureza limitativa.

As figuras representam: A fig. 1, uma ferramenta de acordo com a invenção, durante a sua utilização para o revestimento, com um revestimento de têxtil, de um grupo de fios que constitui uma ramificação de um conjunto de fios; A fig. 2, a mesma ferramenta, vista em perspectiva; A fig. 3, um alçado de frente, visto no sentido do movimento da ferramenta durante a sua utilização (sentido (III), como se indica na fig. 2); A fig. 4, a mesma ferramenta vista de trás (sentido (IV) indicado na fig. 2; A fig. '5, um corte da ferramenta à direita da passagem lateral (sentido (V) indicado na fig. 6); A fig. 6, uma vista de lado da ferramenta; A fig. 7, um corte da ferramenta feito pelo plano (VII--VII) da fig. 8; 7 i—^ ^^ A fig. 8, uma vista de cima da ferramenta (sentido (VIII) da fig. 2);

As fig. 9A a 9E, os passos para a aplicação do manto num feixe de cabos; A fig. 10, uma variante do dispositivo, com uma modificação da disposição da abertura lateral relativamente ao cabo, estando a abertura lateral disposta a jusante do cabo e não já a montante do mesmo, com referência ao sentido normal do movimento da ferramenta; A fig. 11, uma outra variante, com duas passagens laterais, para a direita e para a esquerda; e A fig. 12, uma outra implementação da ferramenta numa variante que utiliza uma placa de cablagem.

Como se mostra na fig. 1, o dispositivo tem, durante a utilização, apenas uma pega para pegar (1), por meio da qual o utilizador comunica movimento relativo para a frente, da ferramenta, relativamente a um feixe de cabos (8,9), para os posicionar no interior da manga ou revestimento (7) . No resto desta descrição, as expressões "na frente da ferramenta" e "atrás da ferramenta" serão usadas com referência ao sentido relativo do movimento, em relação ao revestimento que deve ser colocado. Como se ilustra na fig. 1, o ângulo a, formado entre o eixo (A) da cabeça da ferramenta e a direcção principal do movimento do revestimento no eixo (B) para passagem do feixe de cabos, é relativamente pequeno, da ordem de 20°.

Com ma is pormenor, como se vê na fig. 2, o dispositivo compreende dois componentes que são a pega (1), para pegar, e a cabeça (10) do revestimento. Para obter um elevado grau de 8

robustez, o dispositivo é de preferência feito de apenas uma peça, por exemplo de alumínio, por processos conhecidos dos especialistas. Pode ser feito a partir de um bloco de alumínio com uma espessura de 1 cm, cortado de acordo com a forma lateral da ferramenta, depois furado e/ou maquinado. É igualmente concebível a fabricação por moldação ou qualquer outro processo tradicional. A pega (1) tem dimensões apropriadas para o suporte adequado da ferramenta numa mão. Como está ilustrado, ela compreende duas faces aproximadamente planas e, neste exemplo, tem uma espessura de cerca de 1 a 2 cm. A pega é de preferência orientada de uma maneira tal que a ferramenta seja puxada, em vez de empurrada, pelo utilizador ao longo dos cabos ou do revestimento. Isto justifica um ângulo da pega como o eixo do movimento da ferramenta da ordem de 60° a 75° (ângulo β na fig. 7) . A pega compreende uma zona de fixação (6), feita na forma de uma perfuração com um diâmetro perpendicular ao plano da asa, e adaptada, por exemplo, para a passagem de uma cadeia ou uma corda. Esta zona de fixação pode estar localizada ou junto da cabeça (10) do manto ou, em alternativa, afastada da mesma, como se ilustra nas fig. 1 e 2, respectivamente. De acordo com a utilização final proposta, a asa pode estar provida de uma manga isolante, que assegura deste modo uma maior segurança para o utilizador que trabalha em instalações eléctricas. ; A cabeça de aplicação do revestimento (10) compreende uma cabeça (4) destinada a garantir a abertura do revestimento e a manutenção do revestimento (7) ao longo da ferramenta. A cabeça de guia tem uma forma tradicional, a forma decrescente, em corte, para permitir a inserção fácil no revestimento, inicialmente, e sem uma ponta de corte, para evitar riscos de lesões no utilizador. No caso de mantos com um diâmetro da ordem de 1 cm, o seu comprimento está entre 4 9

cm e 5cm, para uma espessura de 6 mm e uma largura de cerca de 1 cm, na sua parte mais larga, que determina o local onde o manto ê aberto para permitir a passagem dos fios a introduzir. Esta cabeça de guia está representada na fig. 3, num alçado de frente. É evidente que as dimensões da cabeça da ferramenta estão directamente relacionadas com a gama de diâmetros dos revestimentos para os quais a ferramenta é usada, sendo os diâmetros tradicionais de fabrico dos revestimentos de tecido de 5, 8, 12, 20, 25 e 30 mm. São também concebíveis dimensões reduzidas ou dimensões maiores, principalmente em função do grau de abertura necessária e do material de que é feito o manto. A cabeça (10) da bainha compreende uma conduta (3), destinada a ser revestida. A conduta, cuja profundidade diminuirá entre o seu ponto de entrada, na parte dianteira da pega (1), por baixo da ferramenta, e a sua ponta de saída, na parte traseira da cabeça da ferramenta, tem uma largura característica do diâmetro máximo do grupo de fios ou do item que deve ser revestido. A largura da conduta pode ser igual a 8 mm, para uma ferramenta adaptada a bainhas de têxteis destinada a cobrir até um diâmetro de 8 mm. Ela pode ser feita por perfuração do bloco metálico, ao longo do eixo (B), que forma um ângulo α de cerca de 20° com o eixo. (A) da cabeça (fig. 7), ou directamente durante a moldação da peça. É' desejável reduzir este ângulo α para limitar o atrito dos cabos e da bainha "na ferramenta, bem como as forças necessárias para realizar a operação de revestimento. A conduta é feita oval, para não limitar a secção transversal máxima do grupo de cabos que pode ser revestido pela largura utilizável da ferramenta. 10 p U, ^^

Pode compreender-se facilmente que, incidentalmente, podem conceber-se ferramentas adaptadas para a passagem de vários diâmetros máximos da cabeça (10) da bainha e da conduta (3) . Tipicamente, a conduta tem um comprimento de 5 cm a 6 cm, entre o ponto de entrada dos cabos na ferramenta e o bordo traseiro da ferramenta. De acordo com as dimensões da ferramenta, é claro que o seu comprimento pode ser maior ou menor que estes valores. A cabeça (10) de aplicação do revestimento tem ranhuras laterais (5) , que se estendem para o interior de toda a zona, onde o revestimento é mantido aberto (fig. 4,6), para permitir a inserção de cabos a revestir, estas ranhuras (5) destinam-se a reter as bordas do revestimento (7) abertas, como pode ver-se nas fig. 3 e 5. As ranhuras, com uma profundidade da ordem de 1 mm a 2 mm, feitas nas bordas laterais exteriores da cabeça da ferramenta, são interrompidas cerca de 1 cm antes do bordo traseiro da conduta para permitir que o revestimento se feche por acção da sua própria elasticidade. A cabeça (10) de aplicação do revestimento é caracterizada por uma passagem lateral (2), destinada à inserção no interior da Conduta (3) de itens adicionais que se destinam a ser revestidos. Esta passagem, situada na parte da direita ou na parte da esquerda, na direcção relativa de alimentação (sem efeito no funcionamento do dispositivo), tem uma largura aproximadamente equivalente à largura da conduta (3) , isto é, 5 mm no exemplo. Isso é claramente visível na fig. 6. O eixo (C) desta abertura forma um ângulo β com o eixo (A) da cabeça da ferramenta, claramente maior que o ângulo nc formado entre o eixo (B) da conduta para os cabos e o eixo (A) da cabeça da ferramenta. Um ângulo de abertura de 50° a 60° pode ser usado vantajosamente. Esta disposição, visível em corte na fig. 7, torna possível assegurar que os 11 t cabos, uma vez que tenham sido inseridos na ferramenta e posicionados ao longo do eixo de passagem, não podem sair da mesma sem a intervenção do utilizador. A sua função é manter os fios na ferramenta. Por outro lado, é possível extrair (fig. 1) um item (9) de um conjunto (8) que tem de ser revestido, como sucede no caso de uma ramificação do cabo eléctrico, por exemplo.

Finalmente, com o intuito de evitar que o revestimento aberto vã para o interior da passagem lateral, durante a sua inserção na ferramenta, devido à sua elasticidade, em vez de deslizar nos bordos exteriores da parte traseira da cabeça, a cabeça de guia tem, na sua parte mais larga, colocada imediatamente por cima da abertura lateral, uma parte oca (4A) , não muito profunda, na sua superfície superior. A profundidade desta parte oca está, de preferência, entre 1 mm e um quarto do diâmetro do revestimento vazio.

Durante a fabricação da ferramenta, a cabeça de colocação do revestimento (10), a conduta (3) e a passagem lateral (2) são pintadas com uma tinta polimerizável, após o que se faz passar a ferramenta num forno para realizar a polimerização da tinta com a finalidade de criar uma superfície de atrito reduzido nas zonas de entradas para os cabos e para o revestimento, e para reduzir o coeficiente de atrito da ferramenta nos cabos e no revestimento ao longo da vida da ferramenta. É evidente que este tratamento, combinado com um ângulo α pequeno entre o eixo (B) da conduta (3) e o eixo (A) da cabeça, contribui para reduzir o atrito entre os cabos e o revestimento e a ferramenta, em grau elevado. A duração em serviço da ferramenta é notavelmente aumentada. O modo de funcionamento do dispositivo é muito simples. O revestimento de cabos está ilustrado nas fig. 9A a 9E, nas quais estão representadas em corte as posições relativas do 12 p ^ revestimento (7) , da cabeça da ferramenta (4) e do feixe de cabos (8) a revestir, a diferences níveis ao longo da ferramenta.

Para começar (fig. 9A) coloca-se o revestimento fendido (7) , por exemplo um revestimento têxtil de poliéster, para cobertura (ou um revestimento circular fendido), do tipo descrito em US-A-5 413 149 e US-A-5 556 495 usado para o revestimento de cabos eléctricos, em frente da cabeça de guia (4) da ferramenta, o qual é aberto progressivamente por esta cabeça de guia (fig. 9B) . Simultaneamente, os cabos (8) a revestir são introduzidos na ferramenta, pela passagem lateral (2), e orientados ao longo do eixo de passagem (B), o que permite que sejam retidos na conduta (3).

Utilizando um revestimento, cujos bordos têm uma recuperação de 90° (como se representa na fig. 9A) , é possível revestir com o revestimento um feixe de cabos cujo diâmetro é maior que 20% do manto vazio.

Durante a inserção do revestimento na ferramenta, o utilizador carrega com um dedo no revestimento, ao nível da parte oca (4A) (fig. 9C), para obter uma acção de forçar os bordos do revestimento a manter-se afastados, de modo a passar pela passagem lateral (2) e encaixar-se nas ranhuras (5) da parte traseira da cabeça da ferramenta (fig. 9D). Esta disposição torna, mais uma vez, possível evitar ter que manipular os bordos do revestimento, que são potencialmente suficientemente agudos para cortar, e aumentar a velocidade da realização de colocação do revestimento.

Enquanto o revestimento e os cabos são depois mantidos manualmente na sua posição, num ponto inicial na parte traseira da ferramenta, efectua-se o movimento relativo da ferramenta ao longo dos cabos a revestir, o que provoca a 13 t transferência dos cabos para o interior do revestimento (fig. 9D) .

As ranhuras de guia (5) para o revestimento são interrompidas num sítio onde os cabos estão já na posição entre os bordos do revestimento e onde este último pode assim fechar-se de novo, devido à sua elasticidade própria (fig. 9E) . A extracção de um dos cabos, como se ilustra na fig. 1, pode ser feita através de uma passagem lateral (2), quando se introduz o grupo a revestir através da passagem lateral (2) . Este cabo é depois deixado transversalmente ao grupo de cabos, pela ferramenta, enquanto que o restante dos cabos continua a ser revestido. Deste modo, obtém-se uma derivação. Da mesma maneira, podem libertar-se conectores ou junções, por extracção dos cabos com eles relacionados, durante o movimento da ferramenta, ou por integração de novos cabos no grupo a revestir. A adição de cabos a um grupo, enquanto está em curso um revestimento com o manto, é feita de uma maneira semelhante, por introdução de um ou mais itens, pela passagem lateral (2), e continuando o movimento da ferramenta ao longo do revestimento. No fim da zona a revestir, os cabos são extraídos da ferramenta pela passagem lateral (2).

Uma outra variante, ilustrada na fig. 10, compreende um dispositivo do cabo (1) da ferramenta, entre a cabeça de guia (4) e a abertura lateral (2) . O ângulo formado entre o cabo (1) e o sentido de alimentação do revestimento (7) é aqui distintamente menor, de 45° a 60°. Esta disposição, que é menos vantajosa ergonomicamente, tem uma grande fiabilidade para a instalação do revestimento. Devido à escolha do sítio do cabo, à frente da conduta (31) para os cabos, o cabo tem uma cavidade (3")/ que torna possível arredondar o cotovelo 14 formado pelos cabos e assim permitir uma passagem mais fácil dos cabos durante o revestimento. 0 processo de utilização mantém-se idêntico, designadamente a inserção dos cabos a revestir, pela passagem lateral {2') e o seu posicionamento na conduta (3), a colocação do revestimento à frente da cabeça de guia (4) da ferramenta, o deslocamento do manto ao longo das ranhuras laterais (5) , depois a tracção, para a parte traseira da ferramenta, do revestimento e dos cabos, acompanhada pelo movimento relativo da ferramenta ao longo do revestimento, efectuando-se o revestimento dos cabos.

Na fig. 11 está ainda ilustrada uma outra forma de realização. Nesta variante, obtém-se uma ferramenta direita e uma ferramenta esquerda, por uma modificação da parte dianteira da ferramenta e também das passagens laterais. A parte traseira da ferramenta fica inalterada. Em particular, a ferramenta de acordo com esta variante compreende duas passagens laterais (2A,2B), uma para cada lado da ferramenta. Estas aberturas permitem a inserção de cabos em duas condutas (3A,3B), dispostas simetricamente em relação ao plano formado pela cabeça da ferramenta e a sua peça. Estas duas condutas confluem numa única cavidade, com uma profundidade decrescente, na parte traseira da cabeça. Esta cavidade é então idêntica à parte traseira da conduta da versão da ferramenta descrita anteriormente. A ferramenta de acordo com esta variante é apropriada para ser usada tanto por uma pessoa que trabalha com a mão direita como outra que trabalhe com a mão esquerda.

Finalmente, numa variante representada esquematicamente na fig. 12, a ferramenta tem, em vez de um cabo, uma pega (21) com um comprimento notavelmente menor que o do cabo referido, por exemplo com metade do seu comprimento. Esta 15 r pega tem um ou mais pontos de fixação, do tipo que permite que a ferramenta assim formada pode ser montada numa placa de cablagem (20) e, se for necessário, tem liberdade de rotação em torno de um ou mais eixos (22) . Na variante ilustrada, o movimento para a frente, em relação ao revestimento (representado por uma seta no desenho), relativamente à ferramenta, é obtido por movimento do revestimento (7), sendo, em contraste com a utilização numa ferramenta móvel, o feixe de cabos (23,24) mantido fixo na placa de cablagem e terminando num conector (27). A placa de cablagem tem tradicionalmente muitos suportes para ramificações representativas (25,26) da cablagem, de como a mesma tem de ser posicionada depois no revestimento, por exemplo num automóvel. Nesta utilização, o diâmetro do feixe de fios a revestir tem de ser menor que o do revestimento, em cerca de 1 mm, a fim de permitir a passagem simples deste último. O evitamento das ramificações pelo revestimento faz-se então manualmente (ou por meio de uma outra ferramenta). É também possível, de acordo com as circunstâncias, a colocação do revestimento em simultaneidade com o movimento do revestimento (7) e dos fios.

As funções e o princípio desta forma de realização numa placa de cablagem mantêm-se portanto idênticos. A escolha do tipo mais apropriado de ferramenta depende de questões de ergonomia, da fadiga do utilizador durante o uso intensivo da ferramenta e do tipo de revestimento a obter, exigindo o revestimento de cabos já instalados, pelo contrário, uma ferramenta muito móvel, que possa ser manipulada manualmente.

Numa forma de realização, não ilustrada aqui, proporeiona-se a automatização da aplicação do revestimento, pela incorporação da ferramenta numa máquina. Isso é possível pela garantia de que o revestimento e os fios a revestir se mantenham correctamente posicionados na ferramenta durante o 16 t Γ processo de revestimento. A certeza de que o processo de revestimento se faz correctamente, sem ser necessária uma verificação contínua, nem a intervenção humana, garante que pode obter-se a utilização industrial em grandes comprimentos de cabo.

Este revestimento automático, numa versão simples, envolve apenas segmentos de cabos sem derivações. Uma tal máquina para o revestimento inclui, pelo menos, uma ferramenta semelhante à descrita anteriormente, equipamento para desenrolar os cabos a dotar com um revestimento, por um lado, e, por outro lado, o revestimento vazio, a montante da ferramenta, e meios para o movimento relativo do revestimento ou do conjunto do revestimento e dos cabos revestidos, em relação à ferramenta. Estes meios podem ser constituídos por um dispositivo de prisão e um dispositivo de tracção para o conjunto revestido, que pode ser enrolado em bobinas.

Numa variante preferida, o cabo da ferramenta é tubular, semelhante ao cabo de um martelo, em vez de ter uma secção genericamente rectangular.

Analogamente, numa outra variante, a ferramenta é feita rígida, de material plástico moldado, por exemplo de um plástico tipo "LEXAN", não inflamável, ou de outro material isolante eléctrico, facilmente escolhido pelos especialistas.

Numa outra variante ainda, pode usar-se um revestimento não previamente fendido, sendo a ferramenta provida de uma fina lâmina, com uma forma de fabrico convencionais, posicionada convenientemente entre o ponto de entrada do revestimento e a zona onde entram os cabos, tornando assim possível o corte e a abertura do revestimento antes da inserção dos cabos. 17

Numa outra variante, pode usar-se uma esmaltagem ou outro tratamento da superfície (conhecido em si) , para reduzir o atrito, em vez do processo de pintura com tinta polimerizável mencionado anteriormente.

Lisboa, 18 de Outubro de 2001

jENTE oficial da propriedade industrial -52. 18

Claims

REIVINDICAÇÕES 1. Dispositivo para a inserção de itens alongados (8) no interior de uma manga ou revestimento (7), fendido longitudinalmente, e que se fecha por ele mesmo, compreendendo o dispositivo uma cabeça (10), com um eixo longitudinal (A) , que inclui meios de guia (4) , adaptados para serem introduzidos no referido revestimento, através da referida fenda longitudinal, para abrir o referido revestimento por separação dos bordos da fenda e guia os referidos bordos durante o movimento ao longo da fenda, meios de condução (3) para alimentação do item, que se estendem através da cabeça (10) para os referidos meios de guia (4) e tendo um eixo longitudinal (B) , que forma um primeiro ângulo (a) com o eixo longitudinal (A) da cabeça (10), caracterizado por o referido dispositivo ter uma passagem lateral (2) , aberta para o lado do dispositivo, que intersecta os referidos meios de condução de alimentação (3) , sendo o eixo longitudinal (C) da referida passagem (2) inclinado relativamente ao eixo longitudinal (A) da cabeça (10) segundo um segundo ângulo (β) , diferente do primeiro ângulo (a) .
2. Dispositivo de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por uma pega (1) de preensão, que se estende transversalmente em relação à cabeça do dispositivo.
3. Dispositivo de acordo com a reivindicação 2, caracterizado por a pega (1) de preensão ser feita de material isolante electricamente. 1 \ Γ L-Cj
4. Dispositivo de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 3, caracterizado por os referidos meios de yuia (4) compreenderem uma bucha de guia.
5. Dispositivo de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 4, caracterizado por os referidos meios de guia (4) compreenderem duas ranhuras de guia fendidas (5) , cada uma das quais se dispõe lateralmente em relação à cabeça do dispositivo (10) e se estendem longitudinalmente.
6. Dispositivo de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 5, caracterizado por ser constituído por uma só peça.
7. Dispositivo de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 6, caracterizado por a passagem lateral (2) e os meios (3) de condução de alimentação se estenderem para as extremidades da cabeça (10) e estarem em comunicação ao longo de todos os seus comprimentos, para permitir a um item ser inserido na passagem lateral (2) através da sua abertura lateral e, depois ser, inclinado relativamente à cabeça (10) , para se estender ao longo dos meios de condução de alimentação (3) do item.
8. Dispositivo de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 7, caracterizado por pelo menos uma parte da superfície dos meios (3) de condução de alimentação do item e/ou dos meios de guia (4) e/ou da passagem lateral (2) estar provida de uma camada superficial com coeficiente de atrito reduzido.
9. Processo para a inserção de itens alongados (8), no interior de um revestimento (7) , por meio de um dispositivo de acordo com qualquer das reivindicações 1 a 8, caracterizado por incluir os passos seguintes: 2 11 V L-Ij a) apresentação do revestimento (7) a um meio de guia (4) da cabeça (10) do dispositivo para abrir o revestimento; b) introdução de itens alongados no interior da passagem lateral (2) do dispositivo e depois fazer avançar os referidos itens no interior dos meios de condução de alimentação (3) que se estendem através da referida cabeça (10) do dispositivo, abrindo o revestimento (7) pelos meios de guia (4) e guiamento do revestimento ao longo da cabeça (10) do dispositivo c) avanço do revestimento até que os itens sejam revestidos em virtude do movimento relativo do revestimento ou do conjunto do revestimento e dos itens a revestir, relativamente ao dispositivo; continuando o terceiro passo até à saída da extremidade do revestimento ou dos itens alongados do dispositivo.
10. Processo de acordo com a reivindicação 9, caracterizado por o terceiro passo ter um estádio ulterior, como segue: para ultrapassar ramificações ou outros obstáculos, num item alongado, extracção do item ou de itens envolvidos na ramificação ou no obstáculo, através da passagem lateral (2) do dispositivo e continuação do movimento do dispositivo.
11. Processo de acordo com as reivindicações 9 ou 10, caracterizado por o terceiro passo ter um estádio ulterior, como segue: para a introdução de um item alongado no interior do grupo que está a ser inserido no revestimento (7), introdução do referido item alongado no grupo, através da via lateral (2) do dispositivo, acompanhada pela continuação do movimento do dispositivo. 3
12. Processo de acordo com as reivindicações 9 a 11, caracterizado por o movimento relativo do revestimento (7) ou do conjunto do revestimento e dos itens, a revestir por utilização do dispositivo, ser obtido agarrando o revestimento na parte traseira do dispositivo e aplicando ao referido revestimento uma força de traeção.

Lisboa, 18 de Outubro de 2001

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