PT2085001E - Aparelho para fazer bebidas a partir de preparações solúveis com um dispositivo aperfeiçoado para conservar os aromas - Google Patents

Description

DESCRIÇÃO "APARELHO PARA FAZER BEBIDAS A PARTIR DE PREPARAÇÕES SOLÚVEIS COM UM DISPOSITIVO APERFEIÇOADO PARA CONSERVAR OS AROMAS " A presente invenção diz respeito a um aparelho para fazer uma bebida, utilizando uma preparação solúvel, o qual compreende um reservatório para a preparação solúvel, uma misturadora dotada de uma câmara de mistura, em que a referida câmara possui uma entrada de enchimento para a preparação solúvel, pelo menos um orificio para fornecer um liquido para dissolver a preparação e formar a bebida, um tubo para evacuar todo o vapor e/ou aerossol que se tenham formando durante a preparação da bebida, possuindo esse tubo uma ventoinha de aspiração e também um orificio para a saida da bebida preparada, um dispositivo de centrifugação instalado dentro da referida câmara de mistura e que é comandado, rotativamente, por um motor eléctrico que lhe está associado, instalado do lado de fora da referida câmara, meios para transportar uma quantidade predeterminada de preparação solúvel para fora do referido reservatório, levando-a até à entrada de enchimento da referida câmara de mistura, e também meios para transportar o líquido solvente desde o reservatório que lhe está associado até à respectiva abertura da câmara de mistura. Há um aparelho do tipo supramencionado que é conhecido neste dominio da especialidade e que está descrito, por exemplo, no pedido de patente de invenção italiana IT VR2004A000124.

Como se sabe, durante a formação da bebida reconstituída a partir de preparações solúveis, voltar a misturar a quantidade de preparação com o líquido solvente que é, na maior parte dos casos, água proveniente de um reservatório, a uma pressão e a uma temperatura convenientes, produz uma determinada evaporação da água e a formação de um aerossol. 1 A fina névoa de água e o vapor produzido pelo dispositivo centrifugador saem da câmara de mistura e vão impregnar, através da entrada de enchimento de preparação solúvel, o reservatório que contém a preparação e os componentes com os quais se enche o referido reservatório, aumentando bastante o nivel de humidade local. A alternância continua de periodos de emissão de vapor, durante o fornecimento da bebida, e periodos de secagem, durante as pausas de funcionamento do aparelho, tem como efeito o facto de parte da preparação solúvel ser transformada, em primeiro lugar, numa massa viscosa, e depois numa crosta dura que impede o escoamento da preparação, até ocorrer a obturação do sistema de alimentação, especialmente quando este sistema assume a forma de um parafuso de alimentação ou parafuso de Arquimedes, conforme convencionalmente utilizado na técnica conhecida.

Para resolver este inconveniente, a técnica conhecida, conforme descrito no pedido de patente de invenção já publicado e citado IT VR2004A000124, prevê a inserção de uma ventoinha dentro do tubo de evacuação de vapor e o seu funcionamento por meio do mesmo motor que determina a rotação do dispositivo de centrifugação instalado dentro da câmara de mistura.

Embora esta solução conhecida permita aspirar o vapor produzido durante a formação da bebida e enviá-lo para longe da entrada de enchimento da câmara de mistura, tem contudo o inconveniente de funcionar durante a formação da bebida, quando as moléculas voláteis especificas e saporificas da bebida que está a ser preparada, dentro da câmara de mistura, são também libertadas e consequentemente retiradas da bebida, afectando prejudicialmente o seu aroma e o seu sabor. 0 inconveniente supramencionado não pode ser totalmente eliminado, mesmo que a ventoinha instalada no tubo de evacuação do vapor, de acordo com uma outra solução que também é conhecida, seja comandada por meio de um motor independente daquele que 2 comanda o dispositivo de centrifugação, e que pode, por isso, funcionar após a bebida ter sido feita e fornecida, e nem mesmo se a entrada de enchimento da câmara de mistura estiver dotada de um mecanismo obturador estanque conveniente, que trabalhe durante a centrifugação das preparações e durante a formação da bebida.

Neste último caso, em particular, a câmara de mistura fica sujeita a uma pressão hipobárica por acção do dispositivo de centrifugação, quando este está a funcionar para preparar a bebida, e o aparecimento desta diminuição de pressão tem tendência para favorecer ainda mais a evaporação das moléculas mais leves e mais voláteis e, portanto, especialmente as moléculas associadas ao aroma da preparação solúvel.

De acordo com uma outra solução conhecida, tal como a descrita no documento US 6 237 468 Bl, o vapor produzido e aspirado durante a formação da bebida é descarregado por meio de um ventilador através de uma câmara de descarga de vapor que é dividida por um painel com furos que o atravessam de lado a lado. 0 painel gera uma queda de pressão no caudal de vapor, determinada pelo diâmetro, pelo número e pelo estado em que se encontre o conjunto dos furos, funcionando como um filtro para obstruir a passagem de material pulveriforme.

No entanto, não fecha a passagem de vapor em nenhum momento do funcionamento da máquina. 0 problema de se evitar uma deterioração do produto solúvel a partir do qual a bebida é reconstituída, tal como café, leite, chocolate, chá e muitas outras bebidas, conservando simultaneamente o aroma especifico da bebida reconstituída, é particularmente importante no caso das preparações solúveis que são produzidas, concretamente, utilizando técnicas de processamento destinadas as conservar as características das moléculas aromáticas da substância alimentar primária original, podendo surgir um inconveniente bastante significativo se houver dispersão destas moléculas devido a um aparelho que não seja adequado para a sua conservação. 3

Sabe-se que a percepção da qualidade de um alimento ou de uma bebida pressupõe que, durante o seu consumo, seja libertada uma quantidade de moléculas aromáticas voláteis numa concentração superior ao limite de sensibilidade olfactivo, pelo que a mucosa nasal consegue aperceber-se delas sob a forma de um perfume ou aroma.

Deste modo, a presente invenção tem por objecto resolver o problema anteriormente enunciado, no que diz respeito à reconstituição de bebidas a partir de preparações solúveis de elevada qualidade, de modo a que seja conservado o seu aroma.

Este objectivo é conseguido com um aparelho de acordo com a reivindicação 1 anexa.

Seguidamente descrever-se-á a invenção mais distintamente, tomando como referência alguns exemplos de uma sua variante apresentada a titulo de exemplo não limitativo e ilustrada nos desenhos anexos em que: - a figura 1 representa, esquematicamente, um corte vertical feito através do aparelho de acordo com a invenção, em conformidade com uma sua primeira variante; - a figura IA ilustra uma vista esquemática em planta de uma parte do tubo de evacuação de vapor, com o mecanismo de intersecção associado; - a figura 2 mostra, esquematicamente, um corte vertical feito através do aparelho de acordo com a invenção, em conformidade com uma sua segunda variante; - a figura 3 mostra, esquematicamente, um corte vertical feito através do aparelho de acordo com a invenção, em conformidade com uma sua terceira variante; - a figura 4 mostra, esquematicamente, um corte vertical feito através do aparelho de acordo com a invenção, em conformidade com uma sua quarta variante.

Tomando como referência as figuras supramencionadas e em particular a figura 1, nela o número 1 de referência indica uma 4 tremonha adequada para constituir o reservatório para uma preparação solúvel que irá ser utilizada para a reconstituição de uma bebida, por exemplo, à base de café, leite, chocolate ou chá. 0 fundo da tremonha 1 está ocupado com um parafuso de alimentação 2, também conhecido por "parafuso de Arquimedes", que é obrigado a rodar por meio de um motor 3 ao qual está associada uma unidade convencional 4 de redução de velocidade. 0 parafuso de alimentação 2 trabalha entre um respaldo fechado 5 e um tubo de descarga 6 por onde sai uma quantidade de preparação, dependendo a quantidade dessa preparação das dimensões do parafuso de alimentação 2 e do intervalo de tempo durante o qual este se mantém a rodar. 0 tubo 6 está montado, segundo um alinhamento vertical, com uma misturadora subjacente, genericamente identificada pelo número 7, constituída por uma câmara de mistura 8 que possui uma entrada de carga 9.

Esta última, nas variantes ilustradas nas figuras 3 e 4, dispõe de um componente 10, em forma de disco, fixado à extremidade 11 de uma alavanca 12 que tem a liberdade de rodar em torno de um ponto de aplicação 13, sendo este último solidário com o aparelho. A extremidade oposta 14 da referida alavanca 12 está engatada com a parte móvel de um órgão de comando electromagnético que pode ser, em alternativa, do tipo hidráulico. O componente 10 em forma de disco pode deslocar-se entre a posição em que fica colocado sobre a entrada de enchimento 9 da câmara de mistura e uma posição, angularmente desencontrada (não representada nas figuras), em que a entrada de carga 9 está numa posição totalmente aberta. A câmara de mistura 8 possui um canal 16 para descarga da bebida reconstituída, terminando o referido canal num orifício de descarga 17 situado por cima de uma chávena 18 que recebe a bebida. 5 A mesma câmara de mistura 8 está equipada com um dispositivo de centrifugação 19 comandado por um motor eléctrico 20 montado do lado de fora da câmara 8. O movimento giratório do dispositivo de centrifugação 19 é transmitido pelo veio 21 que penetra na câmara 8 através de um vedante 22.

Além disso, a câmara de mistura 8 possui um orifício 23 ao qual vai ligar um tubo 24 proveniente de um reservatório 25 de líquido solvente que pode ser água fornecida à pressão e à temperatura pretendidas.

Em alternativa, o reservatório 25 também pode fornecer leite frio ou quente.

Finalmente, a câmara de mistura 8 possui um tubo 26 para evacuação do vapor e/ou do aerossol que se formam dentro da câmara 8 durante a preparação da bebida, pela acção de centrifugação exercida pelo dispositivo 19 sobre a quantidade de preparação e líquido solvente introduzidos na câmara 8.

Dentro do tubo 26 está montada uma ventoinha 28, estando a saída daquela indicada pelo número 27.

De acordo com as variantes do aparelho ilustrado nas figuras 1 e 3, a ventoinha 28 gira comandada pelo mesmo motor 20 que comanda o dispositivo de centrifugação 19 e está fixada ao mesmo veio 21.

Por outro lado, de acordo com as variantes do aparelho representado nas figuras 2 e 4, a ventoinha 28 roda comandada por um motor eléctrico 29, dedicado e diferente. De acordo com a invenção, e conforme se pode ver em todas as variantes do aparelho ilustrado nos desenhos, o tubo 26 para evacuação do vapor e/ou do aerossol, que se formam durante a preparação da bebida no interior da câmara de mistura 8, está dotado de uma válvula 30 que pode ser deslocada angularmente em torno de uma cavilha de eixo 31, por meio de um dispositivo de comando convencional 32 que lhe está associado. 6

Pelo que se disse anteriormente, pode depreender-se que é possível, com o aparelho de acordo com a invenção, conservar o aroma da preparação introduzida na câmara de mistura 8 e realizar, simultaneamente, a evacuação do vapor e de qualquer aerossol produzidos pelo líquido solvente introduzido na câmara 8 para reconstituição da bebida, protegendo também as condições da preparação que está contida dentro da tremonha 1.

Na realidade, com o aparelho de acordo com a invenção, depois de a quantidade de preparação solúvel ter sido introduzida na câmara 8, caindo por gravidade através do tubo 6 para dentro da entrada de carga 9, e depois de ter sido fornecida uma quantidade correspondente de líquido solvente proveniente do reservatório 25, o tubo 26 é fechado por meio da válvula 30.

No caso em que ventoinha 28 é comandada por um motor dedicado 29, o fecho do tubo 26 pode ser efectuado interrompendo simplesmente o funcionamento do motor 29 e parando assim a rotação da ventoinha 28.

Neste último caso, a válvula 30 poderia deixar de ser necessária para fechar o tubo 26 e consequentemente poderia não ser instalada ou poderia ser mantida na posição aberta.

De acordo com as variantes do aparelho, ilustradas nas figuras 3 e 4, a entrada de carga 9 também pode ser tapada por meio do disco 10.

Nesta altura, o dispositivo de centrifugação 19 é accionado e começa a fazer a bebida, sem no entanto criar uma pressão hipobárica no interior da câmara 8, uma vez que o disco 10 mantém a entrada de carga 9 tapada, sem a fechar estanquemente.

Durante esta operação, as moléculas aromáticas, que são típicas do aroma da bebida que se está a preparar e que eventualmente poderiam afastar-se da preparação, não só permanecem dentro da câmara e em contacto com a bebida, sem serem dispersadas, como também são impedidas de se evaporarem 7 para fora da preparação, uma vez que a câmara 8 não irá ficar sujeita a nenhuma pressão hipobárica.

Logo que a formação da bebida tenha sido completada e esta tenha sido vertida na chávena 18 através do orifício 17, a válvula 30 é colocada na posição aberta e a ventoinha 28 começa a evacuar o vapor e/ou o aerossol existentes dentro da câmara 8, quer seja comandada pelo motor dedicado 29, quer continue a rodar, no caso de ser comandada pelo mesmo motor 20 do dispositivo de centrifugação 19. O vapor e qualquer aerossol existentes na câmara 8 são depois descarregados para o exterior numa posição distante do reservatório 1 e do parafuso de alimentação 2, evitando que a preparação venha a absorver humidade.

Logo que a evacuação do vapor e/ou do aerossol tenha terminado, o aparelho está pronto para receber uma nova quantidade de preparação que é introduzida na câmara de mistura 8 através da entrada de carga 9, depois de o disco 10 ter sido deslocado, se este estiver presente no aparelho, para repetição do processo de formação da bebida.

Os comandos de funcionamento são gerados e coordenados por uma unidade de comando de tipo convencional, não representada.

As dimensões e também os materiais utilizados podem ser de qualquer tipo, em conformidade com as necessidades, sem que haja afastamento do âmbito da invenção, tal como anteriormente descrita e adiante reivindicada.

Claims (6)

1. REIVINDICAÇÕES 1. Aparelho para fazer de uma bebida, utilizando uma preparação solúvel, o qual compreende um reservatório (1) para a preparação solúvel, uma misturadora (7) dotada de uma câmara de mistura (8), em que a referida câmara (8) possui uma entrada (9) de enchimento para a preparação solúvel, pelo menos um orifício (23) para fornecer um líquido para dissolver a preparação e formar a bebida, um tubo (26) para evacuar todo o vapor e/ou aerossol que se tenham formando durante a preparação da bebida, possuindo esse tubo (26) uma ventoinha de aspiração (28) e também um orifício (16, 17) para a saída da bebida preparada, um dispositivo de centrifugação (19) instalado dentro da referida câmara (8) de mistura e que é comandado, rotativamente, por um motor eléctrico (20) que lhe está associado, instalado do lado de fora da referida câmara (8), meios (2) para transportar uma quantidade predeterminada de preparação solúvel para fora do referido reservatório (1), levando-a até à entrada de enchimento (9) da referida câmara de mistura (8), e também meios (24) para transportar o líquido solvente desde o reservatório (25) que lhe está associado até à respectiva abertura (23) da câmara de mistura (8), caracterizado pelo facto de possuir meios para fechar e abrir o referido tubo (26) para evacuar qualquer vapor e/ou aerossol que se formem durante a preparação da bebida.
2. 2. Aparelho de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo facto de a referida ventoinha de aspiração (28) ser comandada, rotativamente, pelo mesmo motor eléctrico (20) que comanda o referido dispositivo de centrifugação (19). 1
3. 3. Aparelho de acordo com as reivindicações 1 e 2, caracterizado pelo facto de os referidos meios para fechar e abrir compreenderem uma válvula (30) e o dispositivo de comando (32) que lhe está associado.
4. 4. Aparelho de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo facto de a referida ventoinha de aspiração (28) ser comandada, rotativamente, por meio de um motor eléctrico dedicado (29) .
5. 5. Aparelho de acordo com as reivindicações 1 e 4, caracterizado pelo facto de os referidos meios para fechar e abrir compreenderem a referida ventoinha de aspiração (28), mantida no estado inactivo.
6. 6. Aparelho de acordo com uma qualquer das reivindicações 1 a 5, caracterizado pelo facto de compreender um componente móvel (10) para tapar a referida entrada de carga (9) da câmara de mistura (8) e meios (12, 15) para deslocar este componente (10) entre uma posição em que a entrada de carga (9) não está tapada, para introdução de uma quantidade de preparação solúvel, e uma posição em que a referida entrada (9) se mantém tapada durante a formação da bebida, e vice-versa. 2