BR112015001589B1 - pino alongado para um sistema de fixação modular externo, para aplicações de fixação temporária e/ou permanente, e sistema de fixação modular externo - Google Patents

Abstract

PINO ALONGADO PARA UM SISTEMA DE FIXAÇÃO MODULAR EXTERNO, PARA APLICAÇÕES DE FIXAÇÃO TEMPORÁRIA E/OU PERMANENTE, E SISTEMA DE FIXAÇÃO MODULAR EXTERNO. A presente invenção está correlacionada a um pino alongado (2) para um sistema de fixação modular externo, para aplicações de fixação temporária e/ou permanente, indicadas para o tratamento de fraturas ósseas e para conectar dois ou mais fragmentos de ossos entre si, compreendendo uma haste alongada (3) que se estende ao longo de um eixo longitudinal com uma primeira porção terminal (4) e uma segunda porção terminal oposta (5), dita primeira porção terminal (4) tendo uma ponta para inserção da primeira porção terminal (4) dentro de um osso, em que a dita primeira porção terminal (4) apresenta um formato cônico com uma rosca externa, formando uma porção terminal rosqueada cônica, a extensão da dita porção terminal rosqueada cônica ao longo do eixo longitudinal sendo determinada pela profundidade da penetração da porção terminal cônica, limitada apenas à porção cortical do osso.

Description

Campo Técnico da Invenção

[001] A presente invenção está correlacionada a pino alongado para um sistema de fixação modular externo, indicado para aplicações de fixação temporária e/ou permanente, como, também, a um sistema de fixação modular externo usando o dito pino.

Estado da Técnica

[002] Os sistemas de fixação externos são amplamente usados para tratar fraturas ósseas e conectar dois ou mais fragmentos de ossos entre si. Os sistemas conhecidos utilizam parafusos ósseos, pinos e/ou elementos de arame que são inseridos dentro dos ossos e que usam elementos estruturais externos, tais como, braçadeiras de fixação, hastes de fixação, barras e anéis para prover uma estrutura rigida, para manter os fragmentos de ossos em um local pretendido, até ocorrer uma cicatrização permanente.

[003] Em outros tipos de tratamento, as condições locais que envolvem a fratura individual podem ocasionalmente impedir uma fixação permanente de fratura, ou a fratura pode ser concomitante com outras fraturas em um padrão de danos global, exigir uma prolongada cirurgia antes da fixação permanente, pode ser completada, ou ser aplicada antes de outros dispositivos de fixação.

[004] Entretanto, mesmo nesses casos, algumas ou todas as fraturas podem ser tratadas por sistemas de fixação externos, que são especificamente designados para fixação temporária e que, assim, podem ser considerados como sistemas temporários, por exemplo, conforme divulgado no documento de patente EP 2 319 436, de autoria do presente Requerente.

[005] Em qualquer caso, é bastante importante que ao final do tratamento principal, cada osso longo tenha uma estável fixação e que cada fratura seja contida de uma maneira estável.

[006] No presente campo técnico, existem também diversos sistemas de fixação que são principalmente usados como sistemas de fixação permanentes, para proporcionar a cicatrização de fraturas ósseas, como, por exemplo, o sistema divulgado no documento de patente EP 1 284 666, de autoria do presente Requerente.

[007] De uma maneira geral, os sistemas de fixação temporários são mais leves e mais simples, porém, menos estáveis, quando comparado aos conhecidos sistemas de fixação externos permanentes, e os fabricantes oferecem diferentes produtos de catálogo para claramente identificar os dois diferentes campos de aplicação e seus correspondentes produtos. Além disso, os sistemas de fixação externos temporários e permanentes podem, normalmente, ser diferenciados pelo formato e estrutura de seus respectivos fixadores.

[008] Ainda em termos gerais, os sistemas e dispositivos de fixação externos permanentes proporcionam um alto grau de rigidez e estabilidade para controlar as forças de curvatura lateral e torque durante o tratamento.

[009] Essa rigidez e estabilidade, em parte, derivam do alinhamento de barras do fixador, ao longo do eixo longitudinal do osso que está sendo tratado, parcialmente através da rigidez inerente do sistema, e parcialmente do número de parafusos e interfaces ósseas.

[010] Seria altamente desejável ter a possibilidade de se utilizar um sistema de fixação externo combinando as características de simplicidade e leveza de um sistema de fixação temporário e as características de robustez e estabilidade de um sistema de fixação permanente, mas, até agora, todas as soluções de métodos conhecidos no estado da técnica não proporcionaram resultados eficientes.

[011] 0 problema técnico da presente invenção é solucionado pela provisão de um pino alongado para um sistema de fixação modular externo, para aplicações de fixação temporária ou permanente, e de um sistema de fixação modular usando o dito pino, de modo a oferecer uma estável e robusta fixação de fragmentos ósseos, enquanto se mantém todo o sistema extremamente leve para evitar problemas de infecção, ao mesmo tempo em que se garante que a aplicação do sistema por um cirurgião é de fácil realização.

[012] Outro objetivo da presente invenção é proporcionar um pino alongado para um sistema de fixação modular, que possa ser dirigido dentro do osso sem o uso de parafusos ósseos, que possibilite limitar a açao de aperto para a especifica porção cortical do osso fraturado.

[013] Outro objetivo da presente invenção é de permitir que o mesmo sistema de fixação seja usado também em procedimentos de alongamento ósseo, em crianças pré- adolescentes ou em adultos.

Resumo da Invenção

[014] A ideia básica da presente invenção se fundamenta na provisão de um pino ou haste alongada, apresentando uma extremidade rosqueada, que é implantada somente dentro da porção cortical do osso fraturado, e fixada a um elemento de placa de braçadeira; um grupo de pelo menos três desses pinos é fixado em um único elemento de placa de braçadeira e os pinos são implantados de acordo com diferentes direções não coplanares, de modo a criar uma forte ação de aperto, sem alcançar ou danificar o canal medular.

[015] De acordo com a ideia da invenção exposta acima, o problema técnico é solucionado por meio de um pino alongado para um sistema de fixação modular externo, para aplicações de fixação temporária e/ou permanente, para o tratamento de fraturas ósseas, de acordo com o descrito na reivindicação 1 da presente invenção.

[016] A invenção se refere ainda a um sistema de fixação modular externo para aplicações de fixação temporária ou permanente, indicadas para o tratamento de fraturas ósseas e conectando dois ou mais fragmentos ósseos entre si, de acordo com o descrito na reivindicação 7.

[017] As reivindicações dependentes destacam as modalidades preferidas e particularmente vantajosas do pino alongado e do dispositivo, respectivamente, de acordo com a invenção.

[018] Adicionais características e vantagens da presente invenção se tornarão evidentes a partir da descrição seguinte de algumas modalidades preferidas, porém não exclusivas, fazendo-se referência aos desenhos anexos, fornecidos por meio de exemplos não limitativos.

Breve Descrição dos Desenhos

[019] As figuras 1A-1C mostram diferentes vistas de um sistema de fixação modular externo, de acordo com a presente invenção, indicado para tratamento temporário ou permanente de fraturas ósseas de membros inferiores e superiores.

[020] A figura 2 mostra uma porção de um sistema de fixação modular externo apresentando uma menor modificação construtiva, se comparado com o sistema mostrado nas figuras 1A-1C.

[021] A figura 3 é uma vista em perspectiva de um sistema de fixação modular externo, de acordo com uma diferente modalidade da presente invenção.

[022] A figura 4 representa uma vista em perspectiva de um sistema de fixação modular externo, apresentando uma menor modificação construtiva, se comparado com o sistema mostrado na figura 3.

[023] A figura 5 é uma vista de um pino alongado, de acordo com uma primeira modalidade, para o sistema de fixaçãomodular externo da presente invenção.

[024] As figuras 6A-6C mostram uma ampliação de uma porção terminal cônica do pino alongado mostrado na figura 5, antes da aplicação da rosca.

[025] As figuras 7A-7D mostram o perfil de rosca da porção terminal cônica rosqueada do pino alongado mostrado na figura 5, após a aplicação da rosca.

[026] A figura 8 representa uma vista de um pino alongado, de acordo com uma segunda modalidade do sistema de fixação modular externo da presente invenção.

[027] As figuras 9A-9C mostram uma ampliação de uma porção terminal cônica do pino alongado mostrado na figura 8, antes da aplicação da rosca.

[028] As figuras 10A-10D mostram o perfil de rosca da porção terminal cônica rosqueada do pino alongado mostrado na figura 8, após a aplicação da rosca.

Descrição Detalhada da Invenção

[029] Com referência às figuras 1A-1C, a referência numérica (1) indica de modo global e esquemático um sistema de fixação modular externo para o tratamento de fraturas ósseas e, mais especificamente, para aplicações de fixação temporária e/ou permanente, em um método de acordo com a presente invenção.

[030] O sistema modular (1) inclui um determinado número de pinos ou varetas alongadas (2) apresentando uma particular estrutura. Um dispositivo de fixação modular de braçadeira permite aos pinos (2) serem conectados de uma maneiramodular livre.

[031] O pino alongado apresenta uma haste alongada (3) se estendendo ao longo de um eixo longitudinal, com uma porção terminal (4) e uma ponta para inserção dentro de um osso. A haste (3) é de formato substancialmente cilíndrico, embora outros formatos sejam possíveis.

[032] A porção terminal (4) com ponta apresenta um formato cônico com uma rosca externa, formando uma porção terminal cônica rosqueada para inserção dentro da porção cortical de um osso.

[033] Na descrição que se segue, esse pino ou vareta (2) será referido com o adjetivo monocortical para salientar o fato de que a porção terminal rosqueada (4) é inserida somente dentro da porção cortical do osso, sem penetrar dentro do canal medular.

[034] 0 perfil da extremidade oposta (5) da vareta (2) é modelado para receber o engate de uma chave de porca ou chave inglesa, para ser inserida em uma broca de torque controlado acionada a motor.

[035] A porção terminal rosqueada (4) é mostrada na vista ampliada da figura 7A, mostrando uma modalidade na qual a extensão da porção terminal cônica rosqueada (4), ao longo do eixo longitudinal do pino é igual ao diâmetro da haste; essa extensão é especificamente selecionada de modo a que a porção terminal cônica penetre somente na porção cortical do osso.

[036] 0 diâmetro da haste pode se dispor entre 3,5 mm e 6,0 mm, de acordo com a aplicação. Tamanhos preferidos dediâmetro da haste (3) do pino incluem 4,0 mm e 5,0 mm, muito embora esses valores não devam ser considerados como limitativos para os direitos do presente Requerente.

[037] A extensão do pino monocortical (2) pode ser de 80 mm a 160 mm, dependendo das exigências de sua particular aplicação.

[038] Com referência ao pino (2) mostrado na figura 5, a extensão escolhida pode ser de 105 mm, 125 mm ou 145 mm.

[039] A haste (3) apresenta um diâmetro de 5 mm. A extensão da porção terminal cônica rosqueada (4), tomada ao longo do eixo longitudinal do pino (2), mostrado na figura 7A, é igual a 5 mm, o que significa que a porção terminal rosqueada se estende ao longo de uma porção que é igual ao diâmetro da haste (3).

[040] Um especialista versado na técnica poderá observar que o diâmetro combinado com a extensão do pino (2) irá emprestar um aspecto particularmente fino para o pino.

[041] Preferivelmente, o pino monocortical (2) é feito de aço inoxidável, com um módulo de elasticidade relativamente alto, o que proporciona uma predeterminada rigidez à haste (3) e, ao mesmo tempo, uma satisfatória resistência à porção rosqueada (4).

[042] A porção rosqueada (4) é autoperfuradora, autocortadora e auto-atarraxadora.

[043] A seguir, serão divulgados alguns valores específicos e preferidos do formato e perfil de rosca (6), apresentados apenas como exemplos indicativos de medições preferidas, sem qualquer intenção de limitar os direitos do presenteRequerente.

[044] O formato de rosca (6) apresenta um perfil helicoidal, o qual é obtido na extremidade da ponta (4) do pino ou vareta monocortical (2).

[045] A porção terminal cônica (4) apresenta um ponto em formato de broca (7).

[046] 0 ângulo cônico do perfil rosqueado tendo um formato cônico é estabelecido em 26°.

[047] A porção terminal cônica rosqueada (4) apresenta um tamanho de diâmetro externo de 1,9 mm na ponta.

[048] 0 ponto em formato de broca (7) apresenta um ângulo de ponta de aproximadamente 85°-120°, preferivelmente, de 90°, conforme mostrado na figura 6B.

[049] A ponta da porção terminal cônica apresenta um tamanho de 0,7 mm. 0 passo da rosca é igual a 1 mm.

[050] A porção terminal rosqueada (4) apresenta uma extensão total, preferivelmente, de 5,0 mm, com uma adicional extensão de cerca de 1,0 mm de rebaixo, conforme mostrado na figura 7A. Portanto, a extensão da porção terminal rosqueada (4) é comensurada para o diâmetro da haste (3). 0 número total de filetes de rosca é 5.

[051] Na modalidade das figuras 5-7D, a profundidade da rosca do perfil helicoidal é uniforme ao longo da porção terminal cônica.

[052] As figuras 8-10D mostram uma modalidade alternativa da porção terminal rosqueada (4) do pino ou vareta monocortical (2).

[053] A modalidade mostrada nas figuras 8-10D difere da modalidade mostrada nas figuras 5-7D, em que: - o diâmetro da haste é igual a 4,0 mm; - o número de roscas é igual a quatro; - a profundidade da rosca do perfil helicoidal não é uniforme ao longo da porção terminal cônica.

[054] Todas as medições em quaisquer das figuras 5-10D são expressas em milímetros, mesmo quando não explicitamente indicado.

[055] As figuras 6A e 9A mostram um cone de base da porção terminal cônica distal do pino, tendo diâmetros de 5 mm e 4 mm, respectivamente; as figuras 6B, 6C e 10B, 10C mostram o afunilamento da ponta sem rosca da porção terminal cônica distai do pino, com diâmetros de 5 mm e 4 mm, respectivamente; as figuras 7A-7D e 10A-10D mostram a ponta acabada com a porção terminal cônica distai rosqueada do pino, com diâmetros de 5 mm e 4 mm, respectivamente.

[056] 0 pino mostrado na figura 8 é particularmente adequado para aplicações pediátricas, por exemplo, em tratamentos de crianças pré-adolescentes.

[057] Para aplicações em adultos, deve ser aconselhável o uso de uma porção terminal rosqueada com uma extensão total de 5 mm; nesse caso, o diâmetro da haste (3) pode ser também de 5 mm.

[058] Em qualquer caso, ambas as modalidades de pino aqui divulgadas e mostradas nas figuras anexas compartilham determinadas características comuns: - a proporção entre a extensão da porção terminal rosqueada (4) da vareta (2) e o diâmetro da haste (3) é de 1-1,2, preferivelmente, cerca de 1,0; - a porção terminal rosqueada (4) apresenta características autoperfuradoras, aurocortadoras e auto-atarraxadoras.

[059] O resultado dessa seleção proporciona perfis de rosca única que são particularmente finos e pontudos, oferecendo uma grande superfície de aperto durante a penetração da porção terminal cônica dentro da porção cortical do osso.

[060] O teste realizado pelo Requerente proporcionou surpreendentes resultados em termos de alto desempenho na força de tração aplicada para remover o pino (2) implantado na porção cortical de um osso. A força aplicada foi superior a 250 N para testes de ossos artificiais de baixa densidade.

[061] Além disso, durante outros testes executados com ossos artificiais com uma densidade de 50 PCF, uma força de tração de cerca de 484 N e um torque de aperto de 0,95 N foram medidos, o que é comparável a um parafuso regular implantado no osso até o canal medular.

[062] O pino da presente invenção obtém uma série de vantajosos resultados, conforme relacionado abaixo: 1) pino menos invasivo para a pele; 2) fácil inserção sem quebra do osso; 3) carga axial de cerca de 500 N (durante alongamento do osso com um elemento de ponta no canal medular); 4) meios simples de estrutura, de maior facilidade no procedimento de distração (puxar em sentidos diferentes o osso).

[063] Agora, serão divulgados com referência específica às figuras 1 a 4, uma implementação do pino (2) nos sistemas de fixação modulares externos (1) e (10) da presente invenção.

[064] Os sistemas de fixação externos 1 e 10 fazem uso de dois grupos de pinos (2), um grupo proximal (21) e um grupo distai (31) .

[065] O grupo proximal (21) inclui pelo menos três pinos (2) que apresentam suas respectivas extremidades cônicas rosqueadas inseridas dentro da porção de osso cortical em predeterminadas distâncias proximais da fratura do osso,

[066] Similarmente, o grupo distai (31) inclui pelo menos três pinos (2) que apresentam suas respectivas extremidades cônicas rosqueadas inseridas dentro da porção de osso cortical, em predeterminadas distâncias distais da fratura do osso.

[067] Dois dos três pinos (2) do grupo proximal (21) apresentam respectivos eixos longitudinais convergentes, e podem ser considerados como dispostos no mesmo plano. Esse plano é paralelo ao plano de um elemento de placa de braçadeira proximal (22). As figuras 1A-1C mostram um elemento de placa de braçadeira proximal (22) e um elemento de placa de braçadeira distai (32). Entretanto, outros elementos de placa de braçadeira (62) podem ser usados em um modelo paralelo, com relação às placas proximais e distais (22) ou (32), para melhorar a estabilidade do sistema de fixação modular externo da presente invenção, conforme mostrado na modalidade da figura 2, e que se tornará evidente a partir dos parágrafos seguintes.

[068] Cada pino (2) do grupo proximal (21) é suportado e fixado no elemento de placa de braçadeira (22), nas extremidades livres (5) dos pinos que se projetam na direção da parte externa do sistema fixador modular (1).

[069] 0 elemento de placa de braçadeira proximal (22) é substancialmente uma placa de uma predeterminada espessura, bordas arredondadas e um formato que é ligeiramente curvo, como um segmento circular, conforme claramente mostrado na figura 1C.

[070] A placa (22) é provida de um determinado número de furos (23), distribuídos regularmente, para recebimento de correspondentes elementos de parafuso (24) e porca (25), que fazem a fixação do pino (2) à placa (22).

[071] O parafuso (24) apresenta um furo vazado, através do qual o pino (2) passa, sendo depois bloqueado numa posição estável pelo aperto da porca (25).

[072] Vantajosamente, um terceiro pino (2) do grupo proximal é também inserido na porção cortical do osso, mas, se estendendo no seu eixo longitudinal numa terceira direção, que difere da direção dos outros dois pinos do grupo de pinos proximais. Dessa maneira, os três pinos do grupo proximal não são coplanares entre si.

[073] Mais especificamente, o terceiro pino (2) é implantado com sua porção terminal rosqueada (4) numa área do osso cortical que está mais perto da fratura do que a posição dos primeiros dois pinos (2) do grupo proximal (21), sendo fixado por um correspondente parafuso (24) e porca (25) numa posição central da placa de braçadeira (22) .

[074] Esse terceiro pino é colocado entre os outros dois pinos (2) do grupo proximal (21). Os outros dois pinos (2) são fixados no mesmo lado da placa de braçadeira (22), enquanto o terceiro pino, na parte intermediária, é fixado no outro lado da placa de braçadeira (22); juntos, esses três pinos formam o grupo proximal (21).

[075] Quando um adicional elemento de placa de braçadeira (62) é usado para formar um elemento duplo de placa de braçadeira, o grupo proximal é estabelecido para incluir quatro pinos (2), ao invés de três; dois pinos (2) são bloqueados no primeiro elemento de placa de braçadeira (22) e os outros dois pinos (2) no segundo elemento de placa de braçadeira (62), conforme indicado e mostrado, por exemplo, na figura 2.

[076] Quando um par de elementos de placa de braçadeira proximais é usado, os dois elementos de braçadeira proximais (22) e (62) são colocados em paralelo e espaçados por meio de varas espaçadoras (27) e (28), inseridas dentro de furos (23) nas extremidades dos elementos de placa de braçadeira proximais (22) e (62), onde os ditos elementos são bloqueados por uma respectiva porca (29).

[077] Os dois pares de pinos fixados em cada elemento de placa de braçadeira (22) e (62) podem ser posicionados com diferentes ângulos de convergência, e podem ser fixados em diferentes posições nas correspondentes placas por meio de acoplamentos de porca e parafuso.

[078] A mesma configuração com um par de elementos de placa de braçadeira pode ser provida na posição distai, de modo que o grupo distai (31) possa ser disposto de maneira similar ao grupo proximal (21).

[079] Dois pinos (2) do grupo distai (31) apresentam respectivos eixos longitudinais convergentes, e podem ser considerados como dispostos no mesmo plano. Esse plano é paralelo ao plano de um elemento de placa de braçadeira (32) . As figuras 1A-1C mostram ambos os elementos de placa de braçadeira proximal (22) e elemento de placa de braçadeira distai (32), que são fixados no sistema fixador (1) em um modelo paralelo.

[080] Os grupos proximal e distai (21) e (31) são montados no sistema de fixação modular externo da presente invenção por meio de varas espaçadoras (30) e (40), que se estendem em paralelo entre si e que são fixadas nas extremidades dos elementos de placa de braçadeira (22) e (32).

[081] Essas varas espaçadoras (30), (40) podem compreender um respectivo elemento de procedimento de distração dinâmico (puxar em sentidos diferentes o osso), para permitir que a distância entre o grupo proximal (21) e o grupo distai seja ajustada conforme o desejado, o que permitiria ao sistema de fixação (1) também ser usado para aplicações de alongamento de membros, conforme será explicado posteriormente.

[082] Cada pino (2) do grupo distai (31) é suportado e fixado ao elemento de placa de braçadeira (32) na proximidade das extremidades livres (5) dos pinos que se projetam na direção da parte externa do fixador modular d) •

[083] 0 elemento de placa de braçadeira distai (32) é estruturalmente idêntico ao elemento de placa de braçadeira proximal (22), consistindo de uma placa de uma predeterminada espessura com um formato ligeiramente curvo, similar a um segmento circular.

[084] 0 elemento de placa de braçadeira distai (32) é também provido de um determinado número de furos (33), distribuidos regularmente, para recebimento de correspondentes elementos de parafuso (24) e porca (25), para fixação do pino (2) à placa (32).

[085] Cada parafuso (24) apresenta um furo vazado, através do qual um correspondente pino (2) passa, sendo depois bloqueado em uma posição estável mediante aperto da porca (25) .

[086] Vantajosamente, um terceiro pino (2) do grupo distai é também inserido na porção cortical do osso, mas, se estendendo com seu eixo longitudinal numa terceira direção que difere da direção dos outros dois pinos do grupo de pinos distais. Dessa maneira, os três pinos do grupo distai não são coplanares entre si.

[087] Mais especificamente, o terceiro pino (2) é implantado com sua porção terminal rosqueada (4) numa área do osso cortical que está mais perto da fratura do que a posição dos primeiros dois pinos (2) do grupo distai (31), sendo fixado por meio de um correspondente parafuso (24) e porca (25), numa posição central da placa de braçadeira (32) .

[088] 0 terceiro pino é colocado entre os dois outros pinos (2) do grupo distai (31). Os outros dois pinos (2) são fixados no mesmo lado da placa de braçadeira (32), enquanto o terceiro pino, na posição intermediária, é fixado no outro lado da placa de braçadeira (22); juntos, esses três pinos formam o grupo distai (31).

[089] Quando um adicional elemento de placa de braçadeira (62) é usado para formar um duplo elemento de placa de braçadeira, o grupo distai é estabelecido para incluir quatro pinos (2), ao invés de três; dois pinos (2) são bloqueados no primeiro elemento de placa de braçadeira (22) e os outros dois pinos (2) são bloqueados no segundo elemento de placa de braçadeira (62).

[090] Quando um par de elementos de placa de braçadeira distai é usado, os dois elementos de braçadeira distais (22) e (62) são colocados em paralelo e espaçados por meio de barras espaçadoras (27) e (28), depois inseridos dentro de furos (23) nas extremidades de ambos os elementos de placa de braçadeira (22) e (62), onde os mesmos são bloqueados por uma respectiva porca (29).

[091] Os dois pares de pinos fixados em cada elemento de placa de braçadeira (22) e (62) podem ser posicionados com diferentes ângulos de convergência e podem ser fixados em diferentes posições nas correspondentes placas por meio de acoplamentos de porca e parafuso. Com referência à outra modalidade do sistema de fixação modular externo (10) da presente invenção, mostrado na figura 3, a mesma representa uma versão customizada das modalidades mostradas nas figuras 1A-1C e 2.

[092] Na presente modalidade, os elementos de placa de braçadeira proximais e distais são identificados pelos numerais (52) e (72) , respectivamente, pelo fato de sua estrutura ser ligeiramente diferente da estrutura dos elementos de placa de braçadeira (22) e (32) citados na primeira modalidade.

[093] Mais especificamente, esses elementos de placa de braçadeira (52) e (72) são também formados como um segmento circular. Os ditos elementos apresentam uma respectiva porção projetante central (55, 75), que se projeta numa direção para fora do osso e são montados de modo deslizável em uma vareta de fixação comum (65).

[094] Vantajosamente, cada porção projetante central (55, 75) pode ser integralmente formada com um par de elementos de placa de braçadeira proximal paralelos (52, 54), do grupo proximal (41), e com um par de elementos de placa de braçadeira distai paralelos (72, 74), do grupo distai (51), respectivamente, desse modo, formando um corpo de braçadeira proximal, consistindo de uma única peça compreendendo o par de elementos de placa de braçadeira proximal paralelo (52, 54), e a porção projetante central (55), e um corpo de braçadeira distai consistindo de uma única peça compreendendo o par de elementos de placa de braçadeira distai paralelo (72, 74) e a porção projetantecentral (75).

[095] A maneira de suportar os pinos (2) com acoplamentos de parafuso e porca é substancialmente idêntica a da modalidade descrita anteriormente. Vantajosamente, a porção projetante central (55, 75) confere uma particular rigidez para o corpo de braçadeira proximal e corpo de braçadeira distai. Cada porção projetante central (55, 75) pode ser modelada na forma de uma lâmina, para ser suportada pela vareta de fixação (65), conforme claramente mostrado no exemplo da figura 3.

[096] A modalidade da figura 3 permite o uso de um único elemento de distração (puxar em sentidos diferentes o osso) (35), que é colocado em paralelo à dita vareta de fixação (65), para um procedimento de distração dinâmico entre o corpo de braçadeira proximal e o corpo de braçadeira distai.

[097] A figura 4 mostra um sistema de fixação modular externo (10') bastante similar ao da modalidade mostrada na figura 3. Aqui, as porções projetantes centrais (55', 75') se projetam em uma porção que é maior que a porção projetante da modalidade mostrada na figura 3. Essas porções projetantes muito maiores (55', 75') são montadas de modo deslizável em uma haste de trilho comum (65') . 0 elemento de procedimento de distração (puxar em sentidos diferentes o osso) (35) é diretamente fixado às porções projetantes centrais (55', 75').

[098] Da maior importância no sistema de fixação modular da presente invenção é o fato de que a braçadeira de fixação bloqueia três dos pinos alongados numa posição fixa, com seus eixos longitudinais não coplanares entre si.

[099] Graças a essa particular disposição, o grupo de três pinos em diferentes planos forma uma estrutura hiperestática.

[0100] 0 sistema de fixação modular da presente invenção pode ser empregado em uma técnica de alongamento femoral ou tibial, mediante um elemento de ponta intramedular, para aplicações em crianças e adultos, conforme divulgado adiante.

[0101] De fato, a presente invenção permite a implementação de uma nova técnica para alongamento simultâneo tibial ou femoral, usando ou combinando o fixador modular externo (1, 1') ou (10, 10') da presente invenção, juntamente com um elemento de ponta intramedular.

[0102] 0 fixador externo (1, 1') ou (10, 10') e o elemento de ponta intramedular são aplicados em conjunto no momento da osteotomia.

[0103] Usado em combinação com o sistema de fixação modular da invenção, essa técnica melhora o alinhamento e encurta o tempo com relação ao uso de tradicionais dispositivos de fixação externos, que utilizam pinos que penetram dentro do canal medular.

[0104] Um elemento de ponta é inserido dentro da cavidade medular do osso, enquanto o fixador externo da presente invenção é fixado apenas na porção cortical do osso.

[0105] A fase de alongamento por meio de callotasis (alongamento por distração gradual do osso) é executada com o sistema fixador externo da presente invenção.

[0106] Dessa maneira, é possível controlar a formação de calos, de acordo com a velocidade de alongamento e exigências fisiológicas.

[0107] Uma vez a fase de alongamento tenha sido finalizada, o elemento de ponta é bloqueado pelos parafusos distais, enquanto o fixador externo é removido durante a fase de consolidação do calo que, normalmente, ocorre em três meses.

[0108] Portanto, o tempo em que o fixador externo é aplicado é reduzido em mais da metade, quando comparado com as soluções mostradas no estado da técnica.

[0109] Deve ser considerado que um fixador externo, geralmente, não é facilmente aceito, especialmente pelas crianças.

[0110] Possíveis problemas de desvios angulares durante a fase de alongamento com o fixador externo montado são acentuadamente reduzidos mediante o sistema da presente invenção, na medida em que o alongamento é direcionado ao interior do canal medular através da presença de um elemento de ponta.

[0111] Portanto, de acordo com a invenção, a ideia básica é de dividir o tratamento em diferentes fases, enquanto se mantém o elemento de ponta no interior do canal medular, entre as duas fases de tratamento.

[0112] Para evitar qualquer contato com parafusos normalmente usados em tradicionais sistemas de fixação externa, a presente invenção envolve somente os pinos alongados (2), que são ativados apenas dentro da primeira porção cortical do osso, sem que haja penetração dentro do canal medular, que, consequentemente, permanece livre para receber o elemento de ponta.

[0113] Também, o diâmetro dos pinos (2) é importante para se evitar problemas na pele. Assim, a dimensão reduzida da porção terminal rosqueada (4) e da haste de pino (3) cria mínimas complicações e maior aceitação do sistema de fixação externa pelos pacientes.

[0114] 0 número e posicionamento dos pinos (2) em um tipo de configuração triangular, tanto na porção proximal como na porção distal do fixador é uma garantia de uma forte fixação de toda a estrutura do elemento fixador.

[0115] Em essência, os pinos (2) são implantados somente na porção cortical do osso e não penetram no canal medular, desse modo, evitando qualquer risco de infecção, na medida em que não existe nenhum contato entre o elemento de ponta e os pinos de fixação externa.

[0116] Portanto, graças à presente invenção, essa técnica pode ainda ser implementada em um procedimento de alongamento tibial para as crianças, através de elementos de ponta, o que irá superar todas as contraindicações e riscos que causam o impedimento do crescimento através de graves infecções.

[0117] Na medida em que o membro é alongado, uma extremidade do osso desliza sobre o elemento de ponta e um novo osso irá crescer em volta do mesmo.

[0118] 0 alongamento do osso pode ser seguido de uma correspondente distração do sistema de fixação modular.

[0119] Após o osso ter sido alongado, o paciente retorna para a sala de cirurgia para inserção de parafusos especiais que travam o elemento de ponta no osso. Os parafusos são geralmente posicionados em ambas as extremidades do elemento de ponta, em lados opostos da zona de alongamento.

[0120] 0 sistema de fixação externo pode então ser removido durante a mesma operação.

[0121] Dentre outras vantagens, essa característica de abordagem elimina o risco de infecção do pino e de travamento do músculo pelos pinos, causando menos dor e desconforto.

[0122] Portanto, o presente processo reduz o tempo total de tratamento em mais da metade, através do uso de um fixador esterno. Entretanto, o alongamento da tibia ou fêmur através de elementos de ponta pode não ser apropriado para todos os pacientes, particularmente, para pacientes cujo problema está correlacionado a um a infecção, ou para crianças pequenas.

Claims (15)

1. Pino alongado (2) para um sistema de fixação modular externo, para aplicações de fixação temporária e/ou permanente, indicadas para o tratamento de fraturas ósseas e para conectar dois ou mais fragmentos de ossos entre si, compreendendo uma haste alongada (3) que se estende ao longo de um eixo longitudinal com uma primeira porção terminal (4) e uma segunda porção terminal oposta (5), dita primeira porção terminal (4) tendo uma ponta para inserção da primeira porção terminal (4) dentro de um osso, a dita primeira porção terminal (4) apresentando um formato cônico com uma rosca externa, formando uma porção terminal rosqueada cônica, caracterizado pelo fato de que a proporção entre a extensão da porção terminal rosqueada (4) da vareta (2) e o diâmetro da haste (3) é de 1 - 1,2.

2. Pino alongado, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pelo fato de que a extensão da porção terminal rosqueada cônica ao longo do eixo longitudinal é substancialmente igual ao diâmetro da haste.

3. Pino alongado, de acordo com a reivindicação 1 ou 2, caracterizado pelo fato de que a porção terminal rosqueada (4) é autoperfuradora, autocortadora e auto- atarraxadora.

4. Pino alongado, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que o perfil da segunda porção terminal (5) do pino alongado (2) é modelado para engate por meio de uma chave inglesa ou um mandril de broca.

5. Pino alongado, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que a profundidade da rosca do perfil helicoidal é uniforme ao longo da porção terminal cônica.

6. Pino alongado, de acordo com qualquer uma das reivindicações anteriores, caracterizado pelo fato de que a extensão da porção terminal cônica é de aproximadamente 3,5-6,0 mm.

7. Sistema de fixação modular externo, para aplicações de fixação temporária e/ou permanente indicadas para o tratamento de fraturas ósseas e para conectar dois ou mais fragmentos de ossos entre si, compreendendo pelo menos três pinos alongados idênticos (2), caracterizado pelo fato de que cada pino (2) é tal como definido em qualquer uma das reivindicações 1 a 6.

8. Sistema de fixação modular externo, de acordo com a reivindicação 7, caracterizado pelo fato de compreender um primeiro elemento de fixação de braçadeira (22), bloqueando três dos ditos pinos alongados numa posição fixa, ditos três pinos alongados sendo bloqueados nas suas respectivas posições com seus eixos longitudinais coplanares entre si.

9. Sistema de fixação modular externo, de acordo com a reivindicação 8, caracterizado pelo fato de compreender um segundo elemento de fixação de braçadeira (32) bloqueando três adicionais pinos alongados numa posição fixa, ditos três adicionais pinos alongados sendo bloqueados nas suas respectivas posições com seus eixos longitudinais coplanares entre si, a primeira e segunda braçadeira de fixação (22, 32) sendo conectadas entre si por meio de varetas espaçadoras (30, 40), de modo a formar uma única estrutura rígida.

10. Sistema de fixação modular externo, de acordo com a reivindicação 9, caracterizado pelo fato de que os ditos primeiro e segundo elementos de braçadeira (22, 32) compreendem, respectivamente, primeiro e segundo elementos de placa (22, 32, 62, 52, 72) de uma predeterminada espessura e ligeiramente curvados, similares a um segmento circular.

11. Sistema de fixação modular externo, de acordo com a reivindicação 10, caracterizado pelo fato de que os ditos elementos de placa de braçadeira (22, 32, 62, 52, 72) são providos de um determinado número de furos (23, 33), regularmente distribuídos, para recebimento de correspondentes elementos de parafuso (24) e porca (25), para fixação dos pinos (2) aos elementos de braçadeira (22, 32).

12. Sistema de fixação modular externo, de acordo com a reivindicação 11, caracterizado pelo fato de que os ditos primeiro e segundo elementos de placa de braçadeira (52, 54; 72, 74) compreendem uma porção central projetante (55, 55’), a ser conectada a uma haste comum de fixação (65, 65’).

13. Sistema de fixação modular externo, de acordo com a reivindicação 12, caracterizado pelo fato de que a dita porção central projetante (55, 55’) é integralmente formada por dois elementos de placa de braçadeira paralelos (52, 54; 72, 74).

14. Sistema de fixação modular externo, de acordo com a reivindicação 13, caracterizado pelo fato de que a dita porção central projetante (55’) é montada de modo deslizável sobre uma haste de trilho (65’), que conecta os ditos primeiro e segundo elementos de braçadeira.

15. Sistema de fixação modular externo, de acordo com a reivindicação 14, caracterizado pelo fato de que um elemento de desvio (35) é diretamente fixado às porções centrais projetantes (55’, 75’).

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