BR102012010461B1 - Sistema para proteção mecânica e eletrônica de equipamentos seguros - Google Patents

Abstract

sistema para proteção mecânica e eletrônica de equipamentos seguros, estabelecida através do posicionamento mecânico de cultos eletrônicos, montados em placas de circuito impresso rígidas ou m circuitos flexíveis, criando uma região protegida dentro do equipamento seguro, de forma que uma ação de tentativa de invasão ou violação desta área do equipamento acionará um alarme que dispara o bloqueio do uso do equipamento, apagando instantaneamente as chaves de segurança do equipamento seguro; para evitar esta possibilidade, sugere-se neste documento a implantação de uma região completamente cercada por circuitos de proteção e sensores ao redor da parte sensível do aparelho, com dispositivos de alarme, de modo que uma ação de invasão irá disparar o alarme, que por sua vez apaga as chaves de segurança e bloqueia o equipamento seguro, inutilizando qualquer ação e impedindo que os dados sigilosos sejam acessados: assim, a segurança das informações é reforçada com a colocação de circuitos de proteção montados de forma que a disposição mecânica das partes do equipamento é considerada para criar uma região completamente protegida, cercada por todos os lados, de forma que o acesso a sua parte interna seja impossibilitado.

Description

[001]. Refere-se o presente relatório descritivo ao Privilégio de Invenção no campo de dispositivos seguros para transações e/ou transferências eletrônicas de valores. Tais dispositivos caracterizam-se por serem equipamentos sujeitos a requisitos bastante rígidos, conferindo-lhes altos níveis de segurança.

[002]. Estes dispositivos que executam tais transferências eletrônicas de valores serão tratadas neste documento por Equipamentos Seguros. São exemplos de Equipamentos Seguros os Terminais de Ponto de Venda (PDV ou, em inglês, POS - Point of Sale), os Terminais PINPAD e os Teclados Criptografados, estes últimos amplamente utilizados em sistemas de autoatendimento bancário.

[003]. Os Equipamentos Seguros são, portanto, aqueles aplicados aos processos de transações bancárias; de pagamentos através do uso de cartões em transações de crédito ou débito, seja através da leitura de tarja magnética, seja através da leitura do chip de identificação de cartões inteligentes (SmartCard), tanto para chips com contato eletrônico quanto para chips sem contato (Contactless); e quaisquer outras transações de valores que necessitem de validação eletrônica.

[004]. Os Equipamentos Seguros utilizam, em suas transferências de dados, criptografia para proteger o conteúdo das informações, resguardando assim o sigilo necessário.

[005]. Por tratarem de movimentações financeiras, os Equipamentos Seguros estão sujeitos a ataques de indivíduos mal intencionados, que agem de forma ilícita, tentando inserir circuitos capazes de obter os dados dos cartões e gravar as senhas dos usuários, tais circuitos são popularmente conhecidos como “chupa cabra” e acabam criando um banco de dados que será depois transmitido para algum equipamento externo, como um computador pessoal. Isto se dá através de processos de comunicação que podem ser via Bluetooth, Wifi, GSM ou similares.

[006]. Esses bancos de dados são utilizados por fraudadores que fazem uso destas informações para criar réplicas dos cartões. Com estas réplicas eles podem realizar movimentações monetárias, pagamentos, etc, de forma não autorizada, lesando o proprietário do cartão original. Esta atividade é popularmente conhecida como “clonagem” de cartões.

[007]. Como a implantação de dispositivos “chupa cabra” requer, inevitavelmente, que o Equipamento Seguro seja violado e que circuitos não desejados sejam instalados ao circuito principal do Equipamento Seguro, estando conectado a terminais eletrônicos do sistema, quer sejam estes terminais de conexão entre os leitores de cartão, teclado ou quaisquer outros leitores em suas conexões com o processador central do Equipamento Seguro, quer sejam terminais de conexão do Equipamento Seguro com dispositivos externos, como microcomputadores, por exemplo, quer sejam terminais de uso geral do microprocessador ou qualquer outro tipo de conexão eletrônica que houver no sistema.

[008]. Os ataques aos Equipamentos Seguros, realizados por meio da instalação de circuitos não desejados podem ter ainda outra finalidade que não seja a “clonagem” cartões. Em alguns casos, por exemplo, a ação fraudulenta pode ter como objetivo criar cópias das chaves criptográficas, responsáveis pela codificação das informações, do Equipamento Seguro. Isso permitiria, por exemplo, que os dados criptografados pudessem ser interceptados durante uma transação qualquer. Com base neste cenário, onde os Equipamentos Seguros presentes no mercado estão sujeitos à ação ilícita de fraudadores que buscam retirar dados de segurança dos mesmos, sugere-se neste documento uma estrutura construtiva para o núcleo de processamento dos Equipamentos Seguros que impeça o acesso a pontos críticos do circuito no que diz respeito a segurança das informações.

[009]. Assim, o objetivo desta invenção é apresentar uma nova forma de disposição construtiva que proporcione proteção eletrônica e mecânica de circuitos eletrônicos sensíveis utilizados em Equipamentos Seguros contra a invasão, aquisição e modificação não autorizada dos circuitos e dos dados contidos em seu interior.

[0010]. A presente proteção consiste na criação de uma cavidade protegida pela montagem de placas de circuito impresso, componentes eletrônicos e circuitos impressos flexíveis, além de um conjunto de sensores devidamente posicionados.

[0011]. Placa de circuito impresso é um elemento de um equipamento eletrônico na qual são construídas trilhas condutoras de eletricidade sobre um material rígido como fenolíte ou fibra de vidro. As placas de circuito impresso servem como base rígida para a soldagem de componentes eletrônicos conectando-os às trilhas condutivas formando assim um circuito eletrônico. Além das superfícies superior e inferior de uma placa de circuito impresso, nas quais é possível soldar componentes em suas trilhas condutivas, um placa de circuito impresso pode ainda possuir várias camadas internas de trilhas condutivas. Essas camadas internas são separadas uma das outras e das camadas das superfícies por material rígido não condutivo, como a fibra de vidro. As camadas internas e as superficiais são conectadas eletricamente através de vias.

[0012]. As camadas internas não são utilizadas para soldagem de componentes, mas podem conter circuitos condutores, inacessíveis, em forma de uma malha de proteção que servem de sensor contra a perfuração da placa. Este circuito em forma de malha tem o objetivo de acionar um circuito de alarme caso seja rompido por uma perfuração ou curto-circuitado numa tentativa de neutralizá-Io. O uso desses circuitos em malha nas camadas internas de uma placa de circuito impresso possui a vantagem de mantê-los inacessíveis, ocultos dentro da placa, uma vez que estão numa região interna, dificultando o seu ataque, e também, deixando as camadas das superfícies da placa livres para a soldagem de componentes.

[0013]. Circuito impresso flexível é um elemento de um equipamento eletrônico no qual são construídas trilhas condutoras de eletricidade sobre um material flexível. É possível soldar componentes num Circuito Impresso Flexível, entretanto não é uma prática frequente, devido a certas dificuldades técnicas. Circuitos impressos flexíveis são frequentemente usados como meio condutor de sinais elétricos, aproveitando de sua flexibilidade. Servem para envolver circuitos ou conectar partes móveis.

[0014]. Componentes eletrônicos são elementos que quando conectados entre si, de forma organizada, produzem o funcionamento desejado ao serem percorridos por uma corrente elétrica. Componente eletrônico é um nome genérico que compreende resistores, capacitores, indutores, transistores, diodos, circuitos integrados, conectores e uma enormidade de outros tipos de elementos de um circuito eletrônico. Os componentes eletrônicos possuem terminais condutores que podem ser soldados em placas de circuito impresso ou conectados em seus devidos conectores.

[0015]. A inovação proposta no presente relatório está na forma de disposição de placas de circuito impresso, componentes e circuitos impressos flexíveis, de modo a criar um nicho seguro, um local dentro do Equipamento Seguro totalmente reservado, cercado por placas de circuito impresso e também por circuitos flexíveis, mantendo-o completamente fechado. Esta região do Equipamento Seguro passa a ser então uma zona a prova de qualquer tentativa de invasão, aquisição e modificação não autorizada dos componentes no seu interior e das informações armazenadas e manipuladas por estes componentes.

[0016]. A disposição construtiva para a proteção eletrônica e mecânica de equipamentos seguros recorre à criação de cavidades unindo placas de circuito impresso com recortes internos a outras placas de circuito impresso com componentes montados de forma que os componentes sensíveis se encaixem dentro do recorte aberto nas placas recortadas. De modo a proteger essa cavidade, fitas de circuito impresso flexível são posicionadas sobre a área aberta da cavidade, podendo haver ou não componentes eletrônicos entre as fitas de circuito impresso flexível e a cavidade.

[0017]. Sensores de abertura e perfuração, como chaves de contato e malhas de proteção em circuito impresso são utilizados para monitorar qualquer tentativa de penetração do interior do nicho ou separação do conjunto de placas, fitas e componentes da disposição construtiva.

[0018]. Sinais elétricos cujos parâmetros (amplitude, frequência, forma de onda e tempo de duração, entre outros) são alterados aleatoriamente, são aplicados aos circuitos de proteção. Um circuito de monitoramento inserido dentro da cavidade protegida verifica continuamente a integridade do sinal. Os sensores são chaves de contatos que permanecem fechadas enquanto o equipamento está montado, sem ser forçado ou violado, permitindo a transmissão dos sinais para diferentes pontos do circuito de segurança. Conectores e trilhas desenhadas nas placas de circuito impresso e nas fitas de circuito flexível num formato de zig-zag num padrão aleatório constituindo uma malha de proteção. O sistema é composto de mais de um circuito de sensores colocados de forma independente, de modo que uma tentativa violar este núcleo protegido, rompendo qualquer ligação, ou de neutralizar as malhas de proteção através de curto-circuito irá, por consequência, ativar um alarme de invasão.

[0019]. Os circuitos dos sensores devem estar fechados, ou seja, as malhas devem estar íntegras, os contatos das chaves fechados e os conectores devidamente conectados. Qualquer situação diferente desta irá interromper o fluxo de corrente elétrica causando um alarme no circuito de monitoramento de invasão.

[0020]. A existência de vários circuitos de sensores dificulta a tentativa de neutralizá-los. Para tornar a proteção mais eficaz, os sensores são dispostos de modo redundante, dificultando sobremaneira a ação ilícita de algum indivíduo que pretenda violar o nicho protegido.

[0021]. O circuito de monitoramento dos sensores de segurança, ao detectar a invasão da área segura ou de componentes sensíveis, gera um alarme que destrói e inutiliza informações seguras e sigilosas, utilizadas no processo de criptografia, e bloqueia o funcionamento dos processos seguros do equipamento. A destruição e inutilização das informações seguras e o bloqueio dos processos seguros se dão da seguinte forma. Todas as informações sensíveis armazenadas no equipamento são mantidas cifradas por chaves criptográficas. As informações sensíveis cifradas e as chaves criptográficas são armazenadas em memórias voláteis. O funcionamento dos processos sensíveis do equipamento também depende da integridade das chaves criptográficas. No evento de um alarme, as chaves criptográficas são imediatamente apagadas impedindo o funcionamento dos processos seguros e inutilizando o conteúdo das informações seguras.

[0022]. A seguir, para melhor entendimento e compreensão de como se constitui a disposição construtiva aqui descrita, apresentam-se os desenhos ilustrativos em anexo, onde se vê:

[0023]. A figura 1 ilustra uma placa (10) de circuito impresso com componentes eletrônicos (11) montados em ambas as superfícies. Na figura vemos em detalhe os componentes (11) sensíveis que serão protegidos pela presente disposição construtiva de proteção.

[0024]. A figura 2 ilustra outra placa (20) de circuito impresso com componentes eletrônicos (21) montados em ambas as superfícies e com um recorte (30) interno que servirá para a formação de uma cavidade de segurança.

[0025]. A figura 3 ilustra as duas placas (10,20) posicionadas uma sobre a outra originando a cavidade segura (31). Nesta figura estão detalhados outros elementos de segurança como as chaves (60) dos sensores de abertura.

[0026]. A figura 4 mostra a disposição de uma fita (40) de circuito flexível fechando a disposição construtiva de proteção.

[0027]. A figura 5 ilustra a disposição de um componente eletrônico, no caso um conector (50), sendo colocado entre a fita (40) de circuito flexível e a cavidade. Desse modo o conector (50) protege a cavidade e é protegido pela disposição construtiva.

[0028]. A figura 6 ilustra a disposição construtiva de proteção sendo reproduzida em ambas as placas (10,20) de circuito impresso, ou seja, ambas as placas (10,20) possuem componentes a serem protegidos e ambas as placas (10,20) possuem recortes (30) para formação de cavidade. Desse modo são formadas duas cavidades (30) que são cobertas por fitas (40) de circuito flexível em ambas superfícies.

[0029]. As figuras 7-a e 7-b ilustram a disposição construtiva de proteção da figura 6 montada.

[0030]. A figura 8 ilustra o padrão de trilhas (41) em forma de malha de proteção das fitas (40) de circuito flexível e nas placas de circuito impresso.

[0031]. Pode-se assim, constatar através do exposto que o sistema ora em questão, caracteriza-se como um método de grande utilidade, apresentando todas as qualidades práticas e de funcionalidade que justificam plenamente o pedido de patente de Privilégio de Invenção.

Claims (6)

1. SISTEMA PARA PROTEÇÃO MECÂNICA E ELETRÔNICA DE EQUIPAMENTOS SEGUROS em que duas ou mais placas (10,20) de circuito impresso de modo que em pelo menos uma das placas é feito um recorte interno (30) e em pelo menos na superfície de uma das placas são montados componentes sensíveis (11,21) a serem protegidos de modo que ao unir todas as placas (10,20) os componentes sensíveis são encaixados dentro do recorte (30) das placas recortadas, caracterizado por paramentos de amplitude, frequência, forma de onda e tempo de duração dos sinais elétricos serem alterados aleatoriamente nos circuitos de proteção; e o sistema ser composto de mais de um circuito de sensores colocados de forma independente.

2. SISTEMA PARA PROTEÇÃO MECÂNICA E ELETRÔNICA DE EQUIPAMENTOS SEGUROS, de acordo com a reivindicação 1 caracterizado pela introdução de uma cobertura por uma ou mais fitas (40) de circuito impresso, seja ele flexível ou rígido, na área aberta da cavidade segura (31), podendo haver ou não componentes entre a cavidade (30) e a fita (40) de circuito flexível.

3. SISTEMA PARA PROTEÇÃO MECÂNICA E ELETRÔNICA DE EQUIPAMENTOS SEGUROS, de acordo com a reivindicação 2 caracterizado pelo fato das fitas (40) de circuito flexível possuírem circuitos (41) condutores em forma de uma malha de proteção que servem de sensor contra a perfuração da fita.

4. SISTEMA PARA PROTEÇÃO MECÂNICA E ELETRÔNICA DE EQUIPAMENTOS SEGUROS, de acordo com a reivindicação 3 caracterizado pelo fato de que o rompimento ou curto-circuito das malhas de proteção e/ou o acionamento dos sensores de abertura geram um alarme que apaga e inutiliza as informações seguras processadas no interior da disposição construtiva.

5. SISTEMA PARA PROTEÇÃO MECÂNICA E ELETRÔNICA DE EQUIPAMENTOS SEGUROS, de acordo com a reivindicação 1 caracterizado pelo fato das placas (10,20) de circuito impresso possuírem circuitos condutores em forma de uma malha de proteção que servem de sensor contra a perfuração da placa.

6. SISTEMA PARA PROTEÇÃO MECÂNICA E ELETRÔNICA DE EQUIPAMENTOS SEGUROS, de acordo com a reivindicação 1 caracterizado pelo fato do conjunto de placas (10,20) e fitas (40) possuírem sensores de abertura como chaves (60) de contato e conectores (50) que monitoram a tentativa de separação do conjunto.

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