BR102017026738A2 - Mistura glicerol - sal de cu(ii)/complexo glicerol - cu(ii)(contraíons) como inseticida para supressão/controle populacional de insetos vetores e pragas agrícolas - Google Patents

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Anderson Rodrigues Lima Caires
Samuel Leite De Oliveira
Derisvaldo Rosa Paiva
Dênis Pires De Lima
Adilson Beatriz
Antonio Pancrácio De Souza
Eduardo Jose De Arruda
Isaias Cabrini
Márcia Ramos Jorge
Roberto Da Silva Gomes
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Universidade Federal De Mato Grosso Do Sul
Universidade Federal Da Grande Dourados
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Abstract

mistura glicerol - sal de cu(ii)/complexo glicerol - cu(ii)(contraíons) como inseticida para supressão/controle populacional de insetos vetores e pragas agrícolasa presente invenção se refere as diferentes misturas de glicerol - sal de cu(ii) e/ou glicerol - sulfato de cu(ii)(contraíons) e seu uso para aplicação nos criadouros para a supressão/controle populacional abrangente de insetos vetores ou pragas agrícolas. a mistura glicerol - sal de cu(ii)(contraíons) após a ingestão pelo inseto no meio aquático ou absorvida na matéria orgânica dos criadouros, produz ?in situ? no sistema digestório do inseto a formação do complexo glicerol - cu(ii)(contraíons) ao longo do gradiente de ph 5 a 10/11 para destruição da matriz peritrófica (primeira linha de defesa dos insetos), ocorrência de contínuos danos celulares/teciduais, atrasos na reprodução, indução de estresse hídrico e/ou metal induzido e inviabilização de ovos e morte do inseto, principalmente, a inviabilização de ovos dos criadouros que constituem a maior dificuldade de controle populacional de insetos vetores e pragas agrícolas a partir da ineficiência de controle dos bancos/reservatórios de ovos dos insetos que permite a rápida reposição das populações dos insetos, a continuidade do processo reprodutivo dos insetos e a continuidade dos impactos sociais e econômicos. os reagentes básicos de constituição do inseticida são glicerol e íon cobre (ii) na forma de diferentes sais cúpricos (com respectivos, contraíons) em diferentes proporções mássicas/molares a depender do tipo de inseto, particularidades da espécie, biologia\reprodução e forma de aplicação.

Description

MISTURA GLICEROL - SAL DE CU(II)/COMPLEXO GLICEROL -CU(II)(CONTRAÍONS) COMO INSETICIDA PARA SUPRESSÃO/CONTROLE POPULACIONAL DE INSETOS VETORES E PRAGAS AGRÍCOLAS
Setor técnico [001] A presente invenção pertence ao campo das tecnologias limpas, especificamente, ao campo do reaproveitamento de resíduos industriais/biomassa para produção de produtos com atividade biológica/inseticida para a Saúde Pública e uso agrícola, utilizados na supressão e/ou controle populacional de insetos vetores de doenças e pragas agrícolas.
Estado da técnica [002] As misturas glicerol - sal de Cu(II)/complexo glicerol - Cu(II)(contraíon) são propostos para serem utilizadas como inseticida para aplicação e supressão/controle sobre as fases imaturas de insetos vetores e pragas agrícolas. O termo mistura/complexo é utilizado devido às condições de aplicação e atividade biológica do produto no sistema digestório/metabolismo do inseto. O termo mistura é considerado e utilizado quando o pH é ácido e complexo quando em pH básico, devido a formação de coordenação química entre o glicerol e o metal. Sua ação se dá no sistema digestório das larvas de mosquito, causando danos metabólicos, estresse oxidativo intracelular, danos teciduais e morte do inseto, e também inviabilização de ovos por impedimento da eclosão, morte do embrião e, possivelmente, por estresse hídrico-induzido devido a hidratação contínua dos ovos pelo glicerol que pode adsorver monocamadas de água/película sobre os ovos devido à baixa pressão de vapor do glicerol.
[003] É sabido que existe uma demanda mundial por combustíveis de fontes renováveis, que aumenta continuamente por razões estratégicas, econômicas e ambientais, sendo que produtos oleaginosos são utilizados para a produção do biodiesel, gerando resíduos que podem ser utilizados como parte de aproveitamento de material de descarte/residual, dentre esses o glicerol. O biodiesel é um produto obtido por processo de transesterificação de gorduras animais e/ou de óleos vegetais na presença de catalisador, produzindo cerca de aproximadamente 10% de glicerol como subproduto/resíduo. O glicerol (triálcool) pode ser extensamente utilizado, na forma pura ou como intermediário químico em diferentes processos industriais. A utilização\aplicação do material pode promover a valorização do subproduto e justifica, a valoração, a partir dos benefícios advindos do uso dessa matéria que é renovável, de baixo custo e atóxica, contribuindo para redução de importações, desenvolvimento de produtos ambientais sustentável, incluindo produtos para controle de insetos vetores e pragas e, ainda auxiliar na economia/rentabilidade do processo de produção do biodiesel.
[004] A literatura mostra\relata que a atividade de complexos de cobre (II), Cu(II), quanto a toxicidade do metal em larvas de mosquitos e outros organismos. Os metais, principalmente, os metais de transição podem inibir atividades metabólicas (respiração e glicólise), bloquear a divisão celular e atuar na depleção/alteração da concentração de íon potássio (K+), inviabilizando o funcionamento celular. A ação dos metais de transição, i.e. Cu(II), está associada a alteração na captura de glicose pela membrana celular com aumento da permeabilidade quando associado ao glicerol. A literatura relata que os metais de transição podem causar danos celulares oxidativos e ao DNA por reações Fenton ou Haber-Weiss via peroxidação de lipídios, principalmente, os lipídios insaturados que são susceptíveis aos radicais livres de oxigênio. No processo de peroxidação, as células iniciam sucessivas reações em cadeias causando endurecimento da membrana celular, alterando o transporte de nutrientes e interferindo nas funções celulares com danos oxidativos ao DNA, RNA e proteínas, induzidos pelo metal.
[005] Para análise de anterioridade foi realizada pesquisa sobre compostos com glicerol e cobre e sua atividade biológica (inseticida, bactericida, fungicida e\ou outra). A busca de anterioridade mostrou que o glicerol e seus derivados por modificação química são utilizados como adjuvantes, potencializadores de atividade biológica e/ou como ativo por mistura para controle de insetos.
[006] A patente US 7.537.778 B2 descreve um pesticida para controle de populações de insetos pragas que inclui 2 (dois) componentes: 1) agente quelante de um complexo metálico, sendo esse o ingrediente ativo e 2) carreador, podendo ser líquido ou sólido, que promove a ingestão e atração do organismo alvo. Os agentes quelantes podem ser ácido seraconítico, ácido alaninadiacético (ADA), ácidos alquiletilenodiaminotriacéticos (exemplos: ácido lauroiletilenodiaminotriacético (LED3A), ácido aminotrimetilenofosfônico (ATMP), ácido aspartico-ácido N,N-diacético (ASDA), ácido aspártico ácido monoacético, ácido diaminociclohexanotetraacético (CDTA), ácido citracônico, ácido cítrico, ácido l,2-diaminopropanotetraacético (DPTA-OH), ácido 1,3-diamino-2-propanol-tetraacético (DTPA), dietanolamina, dietanolglicina (DEG), ácido dietilenotriaminapenta-acético (DTPA), ácido diglicólico, ácidodipicolínico (DPA), ácido etanolaminadiacético, etanoldiglicina (EDG), etionina, etilenodiamina (EDA), ácido etilenodiaminadiglutárico (EDDG), ácido etilenodiaminadi-idroxifenilacético (EDDHA), ácido etilenodiaminodipropiônico (EDDP), ácido etilenodiaminodisuccínico (EDDS), ácido etilenodiaminomonosuccínico (EDMS), ácido etilenodiaminotetra-acético (EDTA), ácido etilenoglicolaminoetilestertetra-acético (EGTA), ácido gálico, ácido glucoeptônio, ácido glutâmico ácidodiacético(GLDA), ácido glutárico, ácido glucônico, ácido gliceriliminodiacético, ácido glicinamidadisuccínico (GADS), ácido glicoleterdiaminotetra-acético (GEDTA), 2-ácidohidroxietildiacético, ácido hidroxietilenodiaminotriacético (HEDTA), ácido hidroxietildifosfônico(HEDP), ácido hidroxi-iminodiacético (HIDA), ácido iminodiacético (IDA), ácido iminodisuccínico (IDS), ácido itacônico, ácido lauroiletilenodiaminetriacético (LED3A), ácido metilglicinadiacético (MGDA), ácido metiliminodiacético (MIDA), monoetanolamina, ácido nitrilotriacético (NTA), ácido nitrilotripropiônico (NPA), sacaratos, ácido salicílico, ácido serina diacético (SDA), ácido sórbico, ácido succínico, ácido tartárico, ácido tartronico, trietanolamina, trietilenotetramina e combinações. Os metais utilizados podem ser alumínio, cobre, ferro, manganês, níquel, zinco e combinações na forma iônica. Os carreadores podem ser líquidos ou sólido desde que sejam atraentes como forma de alimentação para o inseto praga. Opções como trigo, produtos de soja, aveia, milho, espiga de milho, óleos vegetais, erva cítrica, arroz, frutas, açúcares, sementes vegetais, sementes de cereais, produtos lácteos, pó de soro de leite, caseína, albumina, farinha de sangue, farinha de ossos, levedura, gorduras, produtos de cevada, papel, celulose, gelatina e suas misturas podem ser usados como carreadores, pois são eficazes como isca por induzir a ingestão e facilitar a toxicidade dos metais com a subsequente morte ao inseto praga. Para formulações líquidas pode se usar água, álcoois, vinagre, óleos derivados de plantas, óleos minerais, glicerol, glicóis ou combinações. A formulação pode incluir uma fonte alimentar, tal como açúcar, que pode ser misturada com o veículo líquido. Os autores enfatizam a necessidade de ingestão do pesticida. Desse modo, a aplicabilidade do produto se restringe a insetos pragas que se alimentam de matéria orgânica na fase adulta e/ou larva, não se aplicando a ovos e pupas. Os autores descrevem resultados de mortalidade de adultos de mosca doméstica e barata ao carreador EDTA e complexos de Ferro-EDTA em diferentes concentrações.
[007] A patente US 9247734 B2 descreve uma composição pesticida, fungicida, bactericida, anti-patogênica ou biocida onde um composto de ferro e/ou composto de zinco são dopados em um composto de cobre fixo, como o hidróxido de cobre, isoladamente ou em combinação. Opcionalmente, um surfactante pode ser incluído na composição para proporcionar uma formulação mais eficaz. O componente dopado tem um tamanho de partícula de cerca de 0,5 nm a 30 microns. O trabalho descreve o composto como sendo absorvido por plantas para serem transportados internamente através do floema e xilema da planta para controlar infecções bacterianas sistêmicas de Xylella fastidosa e fungos patogênicos.
[008] A patente US 8883686 B2 e US 20130012387 A1 descrevem um sal de glicerol fosfato de amônio, um fosfato de éter de glicerol ou suas combinações como adjuvante para herbicidas, fungicidas, inseticidas, rodenticidas, molusquicida, nematicida e reguladores de crescimento de plantas.
[009] A patente US 3086908 descreve uma formulação fungicida de cobre (I) e (II) para aplicação por dispersão (spray). A formulação pretende a substituição da Calda Bordalesa por vários compostos complexos de cobre insolúveis e/ou compostos oxigenados de cobre, como o oxicloreto de cobre, sulfatos de cobre básicos, carbonatos de cobre básicos ou óxido cuproso que têm sido utilizados na prática há muito tempo como fungicidas para proteção de plantas. Em comparação com a Calda Bordalesa, os compostos têm a vantagem de que o usuário pode produzir a calda (aquosa) para pulverização de forma simples e que são mais compatíveis com plantas do que a calda bordalesa, apesar de algumas desvantagens de ação fungicida em relação ao conteúdo de cobre, atividade e ação residual sob chuva.
[010] A patente US 8192766 B2 descreve um fungicida/bactericida baseado em cobre com maior efetividade (maior atividade e menor concentração de cobre). A ação biológica é maior quando comparada aos produtos cúpricos típicos. A invenção descreve métodos para produção e utilização da formulação fungicida/bactericida à base de cobre.
[011] A patente WO 2013127629 A1 descreve adjuvantes baseados em alcoxilatos produzidos pela reação do carbonato de glicerol e alquilaminas e/ou polímeros. As composições de pesticidas e adjuvante do carbamato de fórmula (I), carbamato de fórmula (II) ou polímero, são obtidas por polimerização de óxido de alquileno e carbamato de fórmula (I) e/ou (II). O invento refere-se ao método de preparação da composição por contato do adjuvante e pesticida; um polímero, obtido por polimerização dos compostos da fórmula (III) ou (IV); método de preparação do polímero por reação do carbonato de glicerol e amina R-NH2 produzindo o carbamato de fórmula (I) e/ou (II); seguido por polimerização de pelo menos um óxido de alquileno e o carbamato de fórmula (I) e/ou (II); método de controle de fungos fitopatogênicos e/ou crescimento de plantas e/ou ataque de insetos ou ácaros e/ou para regular o crescimento de plantas, em que a referida composição atua sobre as pragas, ambiente ou plantas de cultivo a ser protegida das pragas, no solo e/ou em plantas indesejadas e/ou nas plantas de cultivo e/ou no ambiente e a semente contendo a composição.
[012] A patente US 8901165 B2 descreve síntese de acetais alcoxilados de glicerol e derivados. Os acetais de glicerol alcoxilados são descritos por fórmulas (Ia) e (Ib) em que R1 representa um resíduo hidrocarbilo linear ou ramificado, saturado ou insaturado e, opcionalmente, substituído contendo 6 a 22 átomos de carbono e/ou 1 a 3 ligações duplas, grupo benzilo ou furfurilo radical, R2 é selecionado de hidrogênio, grupo alquilo, alcenilo ou hidroxialquilo com 6 a 22 átomos de carbono ou ainda um grupo acilo com 6 a 22 átomos de carbono e/ou ou 1 a 3 ligações duplas, AO, representa óxido de etileno, óxido de propileno, óxido de butileno ou ainda suas misturas, e n é um número inteiro de cerca de 1 a cerca de 100 unidades.
[013] A patente US 5202353 A mostra o aumento da atividade de formulações bactericidas e fungicidas de cobre por ferro. A patente mostra que as composições fungicidas e bactericidas à base de cobre têm atividade aumentada contra fungos e bactérias, métodos de utilização das composições e métodos para aumentar a eficácia dos compostos fungicidas e/ou bactericidas à base de cobre. A atividade biológica é melhorada pela adição de uma quantidade de composto de ferro, Fe(III), que melhora a atividade fungicida e bactericida do composto cúprico.
[014] A patente FR 2851883A1 não possui ou mostra similaridade, havendo diferença na composição do inseticida proposto e atividade no organismo alvo. A patente propõe uma formulação para controle de cupins (termitas) e outros insetos com glicerol (50%), terebentina (25%) e enxofre (25%). Na formulação o glicerol é adjuvante, solubilizante e adesivo dos ingredientes terebentina e enxofre.
[015] A patente PI 0703636-1 A não possui similaridade, nessa patente o glicerol é adjuvante de formulação e proposto ser usado como aditivo de produto comercial com finalidade de controle vegetal, não sendo citado seu uso com atividade junto aos inseticidas. A patente mostra a utilização do glicerol ou glicerina proveniente dos resíduos de biodiesel como ativo ou ingrediente inerte na fabricação de defensivos agricolas, adjuvantes ou adubos foliares, principalmente, em operações de pulverização aérea. Essa patente requer a atividade inseticida do glicerol, entretanto, não detalha a atividade biológica ou qual toxicidade associada ao glicerol. Na solicitação da presente patente reconhece-se que a toxicidade é da mistura glicerol/sais de cobre e do complexo glicerol-Cu(II) formado “in situ” no sistema digestório do inseto devido ao gradiente de pH e o exercício da toxicidade do íon cobre sobre células, tecidos e compostos vitais. Não há confirmação da toxicidade do glicerol, apesar desse facilitar a permeação celular da mistura complexa. No entanto, a novidade da patente aqui requerida se deve ao fato que a mistura e/ou complexo glicerol-CU(II) causa a inviabilização de ovos e toxicidades para formas imaturas do mosquito (larvas e pupas). Este fato não é descrito na patente PI 0703636-1A.
[016] A patente US 2012/0214671 A1 não mostra nenhuma similaridade, pois tem como proposta a utilização do glicerol éter como ativante de efeito biológico. Nas formulações fitosanitárias o glicerol éter é um adjuvante e potencializador para a atividade biológica de inseticidas aplicados em ambiente agrícola, e/ou de forma a potencializar inseticidas comerciais.
[017] A patente US 2015/0072856 A1 não há similaridade em atividade biológica para a mistura ou complexo glicerol-Cu(II), pois propõe a utilização do glicerol carbonato como adjuvante para inseticidas, de forma a potencializar a atividade de inseticidas comerciais para controle de pragas agrícolas nos solos, plantas, culturas e sementes.
[018] A patente WO 2011/116891 A1 não mostra nenhuma similaridade, pois propõe a utilização de um derivado do glicerol nas formulações biocidas ou agroquímicos. Propõe utilizar glicerol éter fosfato como adjuvante ou sequestrantes para formulações inseticidas, de forma a potencializar inseticidas comerciais.
[019] A patente DE 19840321 A1 mostra semelhança na proposta do uso do glicerol e derivados como adjuvante inseticida na formulação para diferentes classes de insetos. Entretanto, na patente não há citação ou detalhes da atividade biológica do glicerol, apenas cita a capacidade de solubilização e adesão do glicerol.
Problemas existentes [020] O Aedes aegypti é um mosquito urbano, considerado de distribuição global e com alta capacidade vetorial para diferentes doenças humanas como febre amarela, dengue, chikungunya, zika vírus, entre outras doenças possíveis. Tais doenças causam prejuízos sociais, econômicos e ambientais que são agravados pela falta de educação em saúde, infraestrutura, saneamento básico, acelerada urbanização, baixa adesão ao controle pela população, mobilidade humana e urbana, mas, principalmente, pela disponibilidade de criadouros, resistência aos inseticidas convencionais, entre outros. A incidência dos 04 (quatro) sorotipos da dengue tem aumentado cerca de 30 (trinta) vezes nos últimos 50 anos, com ampliação da expansão geográfica do inseto vetor e da doença para todos os continentes, exceto os polares. Para a dengue estima-se que mais de 100 milhões de infecções ocorram anualmente, com aproximadamente 2,5 bilhões de pessoas vivendo em área de risco, principalmente, em países onde as doenças são endêmicas (Vasconcelos, 2015). Mais, recentemente, a infecção pelo vírus zika tem comprovada associação com malformações congênitas e síndromes neurológicas (WHO, 2015), como microcefalia (Zanluca, 2015). Em dezembro de 2016 foram registrados mais de 01 (um) milhão de casos prováveis de dengue no Brasil (taxa de incidência de 727,6 casos/100 mil habitantes), cerca de 260 mil casos prováveis de chikungunya (128,9 casos/100 mil habitantes) e cerca de 200 mil casos prováveis de zika (103,6 casos/100 mil habitantes) (MS, 2016). Até 21 de Fevereiro de 2017 foram confirmados 292 casos de febre amarela no Brasil, com 212 mortes sendo a maioria dos casos em Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo (MS, 2017). [021] No controle de epidemias, a principal ferramenta de controle ainda é a utilização de inseticidas de diferentes classes e formulações. No entanto, o uso indiscriminado/massivo de inseticidas deve ser controlado, uma vez que acarreta efeitos indesejados para o homem e meio ambiente e/ou ainda pode provocar acidentes e aumento de resistência nas populações do inseto/organismo alvo. O Brasil é o terceiro país do mundo e o primeiro da América Latina no uso de inseticidas. A utilização de inseticidas no Brasil alcançou, no ano de 2005, o patamar de produção e comercialização de aproximadamente 400 toneladas. Neste cenário, muitos produtos tiveram seu uso proibido devido à alta toxicidade e/ou persistência no ambiente. Os organoclorados, grupo pioneiro dos pesticidas sintéticos, tiveram o uso agrícola proibido no Brasil desde 1985, sendo somente autorizado em campanhas de saúde pública (Portaria n°: 329 de 02/09/1985). Como consequência, as indústrias agroquímicas buscam a síntese e formulação de moléculas mais eficientes, que sofram degradação e reabsorção/reciclagem no ambiente em tempo reduzido (Manna, 2004).
[022] A necessidade de controlar a transmissão da dengue por meio da redução populacional por aplicação de inseticidas levou ao desenvolvimento de resistência à maioria dos produtos utilizados em todo o mundo contra mosquitos. No Estado de São Paulo, a Superintendência de Controle de Endemias (SUCEN) monitora anualmente a susceptibilidade de Ae. aegypti aos inseticidas desde 1996. Dados de testes de campo tem mostrado redução no efeito residual de temefós em populações com taxa de resistência nível 3, indicando que o manejo para o desenvolvimento da resistência deve ser adotado quando as populações de insetos apresentam susceptibilidade reduzida. O uso de inseticidas é uma ferramenta autolimitada que precisa ser aplicada com cautela e o controle da dengue requer estratégias mais sustentáveis, inovadoras e abrangentes (Macoris et al., 2014).
[023] Neste cenário, o controle/supressão populacional de insetos vetores (e pragas agrícolas, na agricultura, devido à similaridade da reprodução) torna-se necessária e, tem sido a principal estratégia utilizada no controle epidemiológico com intensivo uso de inseticidas para controle/supressão populacional do inseto.
Objetivos da invenção [024] A presente invenção propõe a utilização do glicerol e sais de cobre, por duas rotas sintéticas: a) simples mistura para a produção “in situ” da mistura e complexo glicerol-Cu(II)(contraíon) no sistema digestório do inseto devido ao gradiente de pH, b) reação química/coordenação por reação em meio básico para a síntese/produção de produto biologicamente ativo.
[025] A presente invenção considera que no metabolismo do inseto ou organismo alvo, após a absorção, ocorra a reação de coordenação do glicerol para o íon metálico nos pHs básicos e, potencialização da atividade biológica a partir dos contraíons que são efetivas a partir das características do meio biológico (metabolismo do inseto).
Novidade [026] Na presente invenção, a molécula de glicerol é utilizada como solubilizante, carreador\transportador e/ou ligante químico em função do gradiente de pH e a partir da disponibilidade eletrônica dos grupos hidroxilas vicinais para a coordenação do metal, Cu(II). Neste aspecto o glicerol é um excelente solubilizante, adesivo e ligante/transportador celular de metal devido a estrutura molecular e/ou funcionalidade, mas, principalmente devido a similaridade com a água para permeação celular e exercício de toxicidade intracelular e “in situ” utilizando o metabolismo do inseto para a geração das espécies tóxicas (EROS, em inglês ROS). O ligante torna-se um carreador de metal com capacidade de adesão às superficies, baixa pressão de vapor, manutenção da higroscopicidade, permeação e internalização do metal para a indução de danos celulares/toxicidade, podendo causar a precipitação de constituintes celulares e desorganização intracelular e/ou indução “in silu" de reações redox, utilizando o próprio metabolismo da espécie alvo, a partir da produção de espécies químicas com atividade biológica/inseticida e toxicidade/morte do organismo alvo. Na caracterização biológica realizada por bioensaios de toxicidade com ovos e larvas de Ae. aegypti, pode-se evidenciar a atividade biológica/ inseticida para a supressão/controle populacional do mosquito transmissor do vírus da dengue, febre amarela, chikungunya e zika e de outros insetos vetores ou insetos pragas de ciclo reprodutivo similar.
[027] A mistura glicerol - sal de Cu(II)/complexo glicerol - Cu(II)(contraíon) possui vantagens quando comparado com outros inseticidas convencionais: a) o glicerol - Cu(II)(contraíon) é produzido a partir de um produto natural, de baixo custo, renovável, biodegradável e com baixa toxicidade. O íon Cu(II) é um micronutriente essencial à vida, porém,com estreito intervalo de benefício e toxicidade; b) o complexo metálico e os metabólitos de degradação podem ser reciclados pelo ambiente por diluição, degradação, absorção, adsorção ou complexação e; c) a ação da mistura glicerol - sal de Cu(II) para a formação do complexo glicerol - Cu(II)(contraíon) pode ser seletiva para formas imaturas como ovos e larvas do Ae. aegypti nos criadouros após o recobrimento do ovo ou ingestão pela larva devido a dependência do pH, permeação e formação/equilíbrio do complexo glicerol - Cu(II)(contraíon) no sistema digestório do inseto devido ao gradiente de pH ao longo do sistema digestório.
[028] A mistura glicerol - sal de Cu(II)/complexo glicerol - Cu(II)(contraíon) pode alterar as condições físico-químicas dos criadouros, ser adsorvido e/ou sorvido pela matéria orgânica em decomposição e alterar/induzir condição desfavorável ao processo de reprodução e/ou microbiota presentes nos criadouros e/ou ainda afetar toda cadeia alimentar de insetos, e, até reduzir a atratividade de fêmeas aos criadouros para reprodução por inibição/redução de compostos voláteis (semioquímicos) produzidos pela atividade biológica da microbiota e/ou decomposição do material orgânico dos criadouros que podem sinalizar as condições adequadas para a reprodução e/ou disponibilidade de alimento para a oviposição e continuidade do ciclo reprodutivo do inseto, principalmente a partir da indicação de microbiota e disponibilidade de alimento nos criadouros.
[029] Na supressão populacional/controle do Ae. aegypti com uso de metalo-inseticidas, a mistura glicerol - sal Cu(II)/complexo glicerol - Cu(II)(contraíons) pode ser aplicado na forma livre por dispersão, contido ou suportado por matrizes de liberação ou encapsulado com polímeros naturais e/ou sintéticos que permitam melhorar a adesão dos complexos nos criadouros, adesão/fixação sobre os ovos, larvas e a liberação controlada dos ativos nos criadouros.
[030] A presente invenção, mistura glicerol - sal de Cu(II)/glicerol -Cu(II)(contraíons) é um inseticida com ação sobre ovos e larvas de insetos. Por meio da sua ação no embrião e após ser absorvido no sistema digestório da larva, causando estresse oxidativo celular. O complexo glicerol - Cu(II)(contraíon) age de maneira irreversível, após a ingestão, causando destruição das membranas celulares, inviabilização de ovos e mortalidade de larvas e pupa. Os experimentos com dispersão do produto sobre ovos mostraram que o complexo glicerol - Cu(II) pode inviabilizar os ovos e causar toxicidade, estresse hídrico e estresse oxidativo na larva embrionada no ovo, após a sua deposição, espalhamento e penetração do composto pela micrópila. A larva também pode ingerir o glicerol - Cu (II)(contraíon) após a emersão e eclosão do ovo, além disso devido as características do glicerol, o composto impregnado nas paredes dos criadouros e/ou em contato com a água estará disponível para o exercício da toxicidade, após sua dispersão pela água, no ambiente de desenvolvimento das larvas, que estão se desenvolvendo e ingerindo o composto com atividade no sistema digestório do inseto. Os resultados experimentais comprovaram que larvas se desenvolvendo no meio líquido com glicerol - sulfato de Cu(II)(contraíon) tiveram seu desenvolvimento retardado e com mortalidade total antes de se tornarem pupas.
Breve Descrição [031] A presente invenção se refere a misturas de glicerol - sal de Cu(II) e/ou glicerol - sulfato de Cu(II) (contraíons) e seu uso para aplicação nos criadouros para a supressão/controle populacional de insetos vetores ou pragas agrícolas. A mistura glicerol - sal de Cu(II) após a ingestão pelo inseto no meio aquático ou absorvida na matéria orgânica dos criadouros, produz “in situ” no sistema digestório do inseto a formação do complexo glicerol - Cu(II)(contraíons) ao longo do gradiente de pH 5 a 10/11 para destruição da matriz peritrófica (primeira linha de defesa dos insetos), ocorrência de contínuos danos celulares/teciduais, atrasos na reprodução, indução de estresse hídrico e/ou metal induzido e inviabilização de ovos e morte do inseto. Destaca-se, principalmente, a inviabilização de ovos dos criadouros que constituem a maior dificuldade de controle populacional a partir da ineficiência de controle dos bancos/reservatórios de ovos dos insetos nos criadouros que permitem a rápida reposição das populações dos insetos e a continuidade dos impactos sociais e econômicos resultantes das doenças. Os reagentes básicos de constituição do inseticida são glicerol e íon cobre (II) na forma de diferentes sais cúpricos em diferentes proporções mássicas/molares a depender do tipo de inseto, particularidades da espécie, ciclo biológico e forma de aplicação do produto.
[032] Nos bioensaios de toxicidade com ovos e larvas foram avaliados a mistura glicerol - sal de Cu(II)/complexo glicerol - Cu(II)(contraíons) frente a larvas de Ae. aegypti após a ingestão e/ou absorção por até 72 horas. Os resultados de mortalidade larval no período de 24 horas a 72 horas e de ovos no período de até 30 dias mostraram que a mistura/complexo metálico causou toxicidade e estresse oxidativo com a produção de oxigênio singleto e/ou outras espécies reativas de oxigênio (EROs) que resultam em apoptose e\ou necrose celular na forma concentração dependente com intensos danos celulares com a inviabilização de ovos e morte do inseto.
Breve descrição das Figuras [033] A Figura 1 compreende imagens de larvas de Ae. aegypti que ingeriram a mistura glicerol - sal de Cu(II) com a formação do complexo glicerol - Cu(II)(sulfato) no sistema digestório a pH(s) básicos após permanecer na solução durante 30 minutos e 24 horas, respectivamente.
[034] A Figura 2 compreende um esquema do sistema digestório do mosquito onde ocorre a reação da mistura glicerol - sulfato de Cu(II) para a formação do complexo glicerol - Cu(II)(sulfato) sob migração em pH(s) básico do sistema digestório do inseto, que causa efeito tóxico/danos celulares e teciduais, estresse e morte da larva de Ae. aegypti.
Descrição detalhada [035] As misturas glicerol-sal de Cu(II)/complexo de glicerol - Cu(II)(contraíons) podem ser produzidas em solução a partir de misturas simples entre o glicerol e sais de Cu(II) em diferentes razões mássica/molar. Estas misturas de glicerol - sais de cobre (II) são ingeridas pelo inseto e no sistema digestório que possui um gradiente de pH de 5-10/11 ocorre a formação do complexo glicerol - Cu(II) (contraíons) nas regiões básicas (pH > 7) com atividade tóxica para o inseto. A produção do hidroxo complexo glicerol - Cu(II) pode ser também realizada em meio alcalino para utilização como ovicida e/ou inseticida. A reação básica equimolar para a produção dos hidroxos complexos glicerol - Cu(II)(sulfato) no sistema digestório do inseto e, também em reator químico a partir do glicerol e sulfato de cobre (II) na forma de complexo metálico.
[036] As equações são mostradas em I e II. I. 1 CuSO4 + 2 NaOH 1 Cu(OH)2 + 1 Na2SÜ4 [I. 1 CH2OH-CHOH-CH2OH+I Cu(OH)2 1 [Cu(II)(-O-CH2-CH-O-)- CH2OH](SO4-2) [037] Os reagentes básicos e procedimentos utilizados para esta reação, em laboratório, para a obtenção da solução de glicerol - sulfato de Cu(II) 0,1M são: • Solução de sulfato de cobre (II) 0,2M; glicerol (suficiente para 0,2M); e • Solução de hidróxido de sódio a 0,1M.
[038] As etapas das reações de síntese em pequena escala são descritas a seguir: [039] As soluções e quantidades dos reagentes são preparadas em 3 (três) béqueres; o primeiro com hidróxido de sódio (0,1M), o segundo com solução de sulfato de cobre (II) (0,2M) e o terceiro com glicerol (0,2M). As misturas podem ser preparadas por duas rotas sintéticas e de forma sequencial, por exemplo, misturando o primeiro béquer (solução de hidróxido de sódio) ao segundo béquer (solução de sulfato de cobre (II)), sob mistura a solução torna-se azul e turva, em seguida é adicionado sob intense agitação o glicerol para obter a solução com o complexo glicerol -Cu(II)(contraíon) de coloração azul escuro. A mistura do béquer 1 (hidróxido de sódio) com béquer 2 (sulfato de cobre) reage formando hidróxido de cobre (II). A mistura obtida é insolúvel em água e possui uma coloração azul. Percebe-se sob intensa agitação a turvação da solução devido a formação da dispersão de hidróxido de cobre (II) em água. A mistura do glicerol a dispersão de hidróxido de cobre (II), ocorre em condição básica/alcalina ou próximo da neutralidade (pH > 6), permite a formação do complexo glicerol - Cu(II). A reação equimolar pode ser realizada a partir da simples mistura de glicerol-sal de cobre (II). A literatura mostra que a partir de pH > 4 inicia-se a formação do pré-complexo de glicerol-Cu(II) em equilíbrio químico. A medida da diluição ou do aumento do pH ocorre a formação continua do complexo glicerol-Cu(II) de forma gradativa e por sucessivas etapas de equilíbrio químico. Outra rota sintética é a mistura do hidróxido de sódio no glicerol para a desprotonação dos grupos OH vicinais e a complexação do metal a partir da adição do sal de Cu(II) e contraí on.
[040] A intensa coloração azul escuro indica a formação do complexo glicerol -Cu(II)(contraíon). O conteúdo de glicerol e Cu(II) em condições de pHs básicos pode ser utilizado para análise quantitativa para definição da quantidade de glicerol a ser utilizada como ligante do metal. O conteúdo de glicerol pode ser determinado a partir da separação da solução do complexo glicerol - Cu(II)(contraíon), por medida do conteúdo de cobre que permite estimar a quantidade de glicerol utilizada.
[041] A estrutura química do complexo glicerol - Cu(II)(sulfato) que é formado de forma pH dependente simulando o sistema digestório do inseto, é mostrada abaixo.
Toxicidade em larvas de Aedes aegypti (atividade inseticida) [042] Os bioensaios de toxicidade utilizando larvas de Ae. aegypti (Rockefeller) foram realizados utilizando como base metodologia padronizada da Organização Mundial de Saúde (WHO, 2005) com adaptações. As seguintes misturas glicerol - sal de Cu(II)/complexo glicerol - Cu(II)(contraíons) foram avaliados por bioensaios de toxicidade: glicerol-acetato de Cu(II), Cu(CH3COO)2(acetato), glicerol-cloreto de Cu(II), CuCl (cloreto), glicerol-nitrato de Cu(II), Cu(NO3)2(nitrato), glicerol-sulfato de Cu(II), (CuSO4'2)(sulfato). As soluções de mistura glicerol - sal de Cu(II)/complexo glicerol - Cu(II) foram preparadas em água, em intervalo de 5 (cinco) concentrações entre 1,9 e 30,7 mg L'1 em progressão geométrica (fator de cálculo 02) para cada mistura glicerol - sal de Cu(II)/complexo glicerol -Cu(II)(contraíons). Nos bioensaios de toxicidade grupos de 25 (vinte e cinco) larvas de 3o e 4o estádios deAe. aegypti foram colocados em frascos individuais de 200 mL em quadruplicata (4x) à temperatura ambiente para cada concentração. Após 72 horas de exposição a mortalidade foi determinada, calculando-se o número de larvas mortas e a porcentagem de mortalidade. Nos experimentos foram consideradas mortas as larvas que permaneceram imóveis no fundo do recipiente e/ou na superfície aquática após o toque com um pincel. Como controle negativo utilizou-se somente água e, como controle positivo inseticida organofosforado temefós a 0,012 mg L’1. Os ensaios foram feitos em triplicata (3x) em dias alternados/diferentes. A concentração letal mediana (CL50) foi determinada por meio de cálculos Probit com intervalo de confiança de 95%.
[043] O controle positivo (temefós a 0,012 mg L-1) causou 100% de mortalidade em 24 horas após de exposição. O controle negativo não causou mortalidade. Para os compostos a mortalidade de larvas para a concentração de 30,7 mg L-1 (ppm) e 72 horas de exposição à mistura glicerol - sal de Cu(II)/glicerol - Cu(II)(contraíon) ocorreu como segue (sequência decrescente de toxicidade): glicerol - Cu(II)(cloreto) (87,93%, d.p. 4,20) > glicerol - Cu(II)(sulfato) (64,4%, d.p. 6,57) > glicerol -Cu(II)(acetato) (24,19%, d.p. 3,03) > glicerol - Cu(II)(nitrato) (17,33%, d.p. 2,18).
[044] A ação tóxica do glicerol - Cu(II)(sulfato) se dá no sistema digestório por estresse oxidativo celular, sendo uma ação lenta, pois depende do processamento no canal alimentar larval e transposição da membrana plasmática para então causar toxicidade intracelular e produção de espécies radicais (EROS). Os resultados demonstram que o ápice de toxicidade ocorre em 72 horas de exposição e, após esse intervalo a mortalidade larval se estabiliza. Esse efeito tóxico é diferente da ação neurológica do temefós que em menos de 24 horas alcança a total mortalidade das larvas de Ae. aegypti.
[045] A Figura 1 demonstra imagens de larvas de 4° estádio que ingeriram glicerol -Cu(II)(sulfato) e na Figura 2 mostra-se um esquema do sistema digestório do inseto para melhor compreensão da atividade biológica dos compostos. Destaca-se a região de maior toxicidade e, permite melhor visualização, entendimento e discussão dos resultados de atividade biológica a partir dessa região de maior toxicidade, principalmente, a partir do mesêntero (intestino médio) e extensão do sistema digestório com pH básico na faixa de 8 a 10/11.
[046] Após sua formação em regiões básicas do sistema digestório, o complexo glicerol - Cu(II)(sulfato) pode adsorver, permear e migrar para a superfície e interior da célula. A mistura glicerol - sulfato de Cu(II) sob um gradiente de pH de 5 (peças bucais) a 10/11 (sistema excretor) no sistema digestório do inseto em equilíbrio transforma-se em complexo glicerol - Cu(II) (sulfato) “in situ” ao longo do sistema digestório. Na região entre o papo e o proventrículo as larvas ainda não sofreram a ação tóxica do complexo glicerol - Cu(II)(sulfato). Após 1 (uma) hora de exposição ocorre saturação/permeação da mistura glicerol - sal de Cu(II)/complexo glicerol -Cu(II)(contraíon) alcança o estômago e intestino médio (mesêntero) onde ocorre o efeito tóxico do complexo glicerol - Cu(II)(contraíon). Após 120 minutos ocorre a excreção do complexo metálico livre. Estudos histopatológicos realizados anteriormente pelos estudos conduzidos pelo grupo de pesquisa demonstraram que as alterações morfológicas intensas que ocorrem no intestino médio de larvas (meio básico) de Ae. aegypti após tratamento com o complexo metálico [Cu(EDTA)]2- são responsáveis pelos danos celulares e morte do inseto. Detritos celulares foram encontrados no lúmen do sistema digestório com vacuolização destrutiva de células intestinais colunares e regenerativas. As superfícies apicais das células colunares exibiram projeções orientadas para dentro do lúmen, sugerindo que essas células estão envolvidas no processo de apoptose e/ou necrose a depender da concentração utilizada (Gaban et al., 2015) mostrou estes efeitos de danos celulares e teciduais. A toxicidade da mistura glicerol - sal de Cu(II)/glicerol - Cu(II)(contraíon) parece ser muito semelhante ao íon complexo [Cu(EDTA)]2-, em diferentes intensidades e toxicidade, uma vez o princípio ativo para ambos os complexos é o íon Cu(II).
Toxicidade em ovos de Aedes aegypti (atividade ovicida) [047] Fêmeas de Ae. aegypti de 2 a 5 dias de idade foram alimentadas com sangue para obtenção de ovos em papeis filtro. Após 1 (uma) semana de armazenamento (intervalo para as larvas embrionarem no ovo), grupos de 100 ovos foram separados em estereomicroscópio e submetidos a tratamento com solução da mistura glicerol -sulfato de cobre (II) em água em intervalo de 4 (quatro) concentrações (8,53 mg L-1 a 136,5 mg L-1 com fator de cálculo 2). Para cada concentração, 4 (quatro) pedaços de papéis com ovos, medindo cerca de 1 cm2, receberam tratamento de 2 (dois) jatos/papel (0,16 mL de solução/jato) da solução líquida e foram mantidos em temperatura ambiente durante 15 minutos para secagem. Logo após, cada pedaço de papel foi colocado em um recipiente com 200 mL de água onde foram mantidos por 30 dias. As leituras para verificação de eclosão de larvas foram feitas a cada 24 horas e ração de peixe como alimento para as larvas foi adicionado a cada recipiente após 48h. Como testemunha, papeis com ovos de Ae. aegypti foram colocados em recipiente com água sem o tratamento, considerando o mesmo delineamento experimental descrito acima.
[048] A temperatura no período de realização dos bioensaios de toxicidade variou entre 23°C e 30°C sendo esse intervalo de temperatura ideal para o desenvolvimento normal dos insetos.
[049] Os resultados mostraram que todos experimentos foram efetivos, com destaque para a mistura glicerol - sal de Cu(II)(sulfato) que impede a eclosão de larvas (efeito ovicida) quando os ovos são expostos ao produto por até 30 dias. A Tabela 1 demonstra que o efeito ovicida não foi concentração - dependente, uma vez que a porcentagem de ovos cujas larvas não eclodiram está em, aproximadamente, 50% para todas as concentrações. As concentrações mais altas poderão levar a 100% de efeito ovicida após espalhamento e internalização da mistura glicerol - sal de Cu(II)/glicerol - Cu(II)(contraíon).
Tabela 1. Porcentagem média (desvio padrão) de ovos de Ae. aegypti que não eclodiram após tratamento com glicerol - sulfato de Cu(II)/glicerol - Cu(II)(sulfato) após 30 dias.
Concentrações 8,53 17,06 34,12 136,5 % Média 55,215 49,474 45,955 53,118 d.p. 10,084 15,214 11,817 17,904 [050] A eclosão das larvas de Ae. aegypti deu início por volta do 10° dia após o tratamento, com variação entre 07 e 15 dias. Desse modo, a mistura glicerol - sal de Cu(II)/glicerol - Cu(II)(sulfato) causou retardamento no processo de reprodução e tempo de eclosão das larvas de Ae. aegypti, uma vez que dentro de condições ideais de temperatura as larvas eclodiriam em menos de 24 horas, conforme ocorreu na testemunha.
[051] O desenvolvimento do mosquito desde a eclosão, passando pelos 4 (quatro) estádios larvais, pupa e inseto adulto (alado), é de aproximadamente de 7 (sete) a 10 (dez) dias (considerando o intervalo de temperatura e disponibilidade de alimento). Parte das larvas cujos ovos receberam tratamento da mistura glicerol - sal de Cu(II)/glicerol - Cu(II)(sulfato) não se desenvolveram além do 2° estádio e, as que se desenvolveram até o 4° estádio, o intervalo de desenvolvimento foi aproximadamente 25 dias. Desse modo, a mistura glicerol - sal de Cu(II)/glicerol - Cu(II)(sulfato) causou danos celulares no sistema digestório do inseto, retardamento no tempo de desenvolvimento larval e impôs condições desfavoráveis à reprodução e causou retardo na reprodução e morte do inseto.
[052] Após 25 (vinte e cinco) dias houve 100% de mortalidade dentre as larvas de Ae. aegypti que eclodiram, ou seja, nenhuma larva continuou o desenvolvimento até o estágio de pupa e alcançou o estágio de inseto adulto (alado).
[053] O efeito ovicida pode ter sido ocasionado devido a adesão, espalhamento/envolvimento, permeação e atividade da mistura glicerol - sal de Cu(II)/glicerol - Cu(II)(sulfato) sobre os ovos de Ae. aegypti a partir da aplicação por dispersão (spray) do produto. A mistura/complexo metálico pode ter impedido a abertura da micrópila por aderência do glicerol na superfície dos ovos e, desse modo, a larva não pôde eclodir por impedimento físico\estérico (dificuldade imposta pelo glicerol devido sua viscosidade e adesividade às superfícies). O embrião e a larva poderia ainda ter ingerido e/ou sido recoberto pela mistura/complexo metálico no momento da eclosão do ovo. Outra hipótese de toxicidade é a penetração da mistura glicerol - sulfato de Cu(II)/glicerol - Cu(II)(sulfato) pela cutícula e/ou micrópila causando toxicidade na larva embrionada (embrião).
[054] A eclosão de parte das larvas pode ser pelo devido ao desprendimento do glicerol - Cu(II)(sulfato) dos ovos durante a exposição no meio líquido, exercendo toxicidade de forma direta e\ou residual.
[055] O fato de todas as larvas de Ae. aegypti terem morrido pode ter sido ocasionada pela dispersão da mistura/complexo metálico pela água do recipiente a partir da liberação lenta de glicerol - Cu(II)(sulfato) do pedaço de papel (celulose) que recebeu a dispersão (spray). Esse é um fator adicional que leva ao desenvolvimento/proposta de substratos impregnados com o complexo metálico e com característica de liberação lenta que poderiam ser usados para controle prolongado do mosquito nos criadouros.
[056] Poder-se-á ainda citar/comentar que as fêmeas de Ae. aegypti buscam colocar seus ovos nas paredes dos criadouros logo acima da superfície aquática (nível da água) e, onde haja disponibilidade de umidade, microbiota e alimento para as larvas que é o principal estímulo à oviposição e reprodução/continuidade do ciclo do inseto, mesmo em ambientes que haja competidores\predadores. Ao receber a aplicação da mistura glicerol - sal de Cu(II)/glicerol - Cu(II)(sulfato), os criadouros poderiam ser descaracterizados como atrativo para as fêmeas pois ao pousar na parede do criadouro para oviposição, as fêmeas entrariam em contato com o glicerol e sal de Cu(II) desse modo evitariam colocar seus ovos naquele local ou ainda devido as características do glicerol, mistura glicerol - sal de Cu(II) e complexo glicerol - Cu(II)(contraíons) que podem atuar sobre a microbiota aquática, contaminar ou alterar o substrato de material orgânico em decomposição, migrar, alcançar as superfícies dos ovos e distribuir-se por estas superfícies, induzindo estresse hídrico (devido a hidratação contínua do ovo após o revestimento do glicerol-sal de Cu(II)) e/ou oxidativo (devido ao metal e/ou complexo metálico permeado) para inviabilizar ovos e embriões, além de poder ser solubilizado no criadouro para exercer atividade inseticida residual.
[057] A concentração efetiva mediana (CE50) e concentração letal mediana (CL50) da mistura glicerol - sal de Cu(II)/glicerol - Cu(II)(sulfato) sobre atividade inseticida/larvicida foram calculadas por meio de Probit com Intervalo de Confiança (IC) de 95% (Tabela 2).
Tabela 2. Concentração Efetiva (CE) 50% para ovos e Concentração Letal Mediana (CL50) para larvas de Ae.aegypti após tratamento com mistura glicerol - sal de Cu(II)/glicerol - Cu(II)(sulfato). CE50 (IC0,05) b±ep X gl Ovos 24,492 (3,190 - 170,800) 51,993±28,762 6,985 2 CL50 (IC0,05) b±ep X gl Larvas 26,822 (23,480 - 30,164) 45,157±12,966 13,282 2 b = intercepto; ep = erro padrão; gl = graus de liberdade REINVINDICAÇÕES

Claims (6)

1. Mistura Glicerol - Sal de Cu(II)/Complexo Glicerol - Cu(II)(contraíons) como Inseticida para Supressão/Controle Populacional de Insetos Vetores e Pragas Agrícolas caracterizado por apresentar sua estrutura química:
2. Mistura Glicerol - Sal de Cu(II)/Complexo Glicerol - Cu(II)(contraíons) como Inseticida para Supressão/Controle Populacional de Insetos Vetores e Pragas Agrícolas caracterizado por ação inseticida/larvicida/ovicida, atividade bactericida ou microbicida de amplo espectro e com multifuncionalidade quando aplicados nos criadouros em diferentes formas ou proporções mássicas/molares livres ou suportados em matrizes ou substratos poliméricos ou não poliméricos.
3. Mistura Glicerol - Sal de Cu(II)/Complexo Glicerol - Cu(II)(contraíons) como Inseticida para Supressão/Controle Populacional de Insetos Vetores e Pragas Agrícolas caracterizado por uso do complexo livre, nano ou microencapsulado ou ainda contido em matrizes de liberação; quer seja na forma líquida, gel, sólida, iscas ou dispersos em polímeros naturais e/ou sintéticos puros ou em mistura para aplicação e controle dos criadouros de culicídeos ou não culicídeos.
4. Mistura Glicerol - Sal de Cu(II)/Complexo Glicerol - Cu(II)(contraíons) como Inseticida para Supressão/Controle Populacional de Insetos Vetores e Pragas Agrícolas caracterizado por uso das misturas e/ou complexos metálicos contidos em dispositivos e/ou impregnados para liberação na forma de pós secos, líquidos ou gel em dispositivos poliméricos, cerâmicos ou argilosos ou massa para a fabricação de telhas, tijolos, vasos, recipientes, pisos, cápsulas, artefatos domésticos entre outros artefatos para uso do controle do vetor em jardins ou espaços com vegetais nas residências, espaços públicos, plantações, ou indústrias.
5. Mistura Glicerol - Sal de Cu(II)/Complexo Glicerol - Cu(II)(contraíons) como Inseticida para Supressão/Controle Populacional de Insetos Vetores e Pragas Agrícolas caracterizado por uso da mistura glicerol - sal de Cu(II) e/ou complexo glicerol - Cu(II)(contraíons) contidos em dispositivos, substratos ou iscas ou aplicados na forma livre por dispersão para o controle de insetos, principalmente, culicídeos que são susceptíveis as misturas e/ou complexos cúpricos ou ainda em formulados como misturas em diferentes concentrações com outros inseticidas convencionais ou ativos biológicos em residências, plantações, lavouras ou espaços produtivos ou não produtivos.
6. Mistura Glicerol - Sal de Cu(II)/Complexo Glicerol - Cu(II)(contraíons) como Inseticida para Supressão/Controle Populacional de Insetos Vetores e Pragas Agrícolas caracterizado por uso e aplicações realizadas a partir da aplicação da mistura glicerol - sal de Cu(II) e/ou complexos glicerol - Cu(II) livre ou em outras formulações ou misturas inseticidas, fungicidas, bactericidas, nematicidas ou ainda em outras formulações aplicadas no solo, cobertura de vegetais ou iscas inseticidas para uso na supressão/controle de insetos vetores ou insetos praga em usos agrícolas.
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