"PRODUTO ABSORVENTE E PROCESSO PARA MINIMIZAR A QUANTIDADE DE AMÔNIA PRODUZIDA POR BACTÉRIAS" Fundamentos da Invenção A presente invenção refere-se a produtos que reduzem a quantidade de amônia produzida por bactérias sobre ou próxima à pele, ou em fluidos corpóreos tal como urina. Mais especificamente, a presente invenção se refere a produtos absorventes e limpadores umedecidos que incorporam um protetor de osmorregulação que pode interagir com bactérias na urina e sobre ou próxima à superfície da pele e minimiza a quantidade de amônia produzida pelas bactérias. Os protetores de osmorregulação descritos no presente documento são particularmente úteis em roupas de adulto com incontinência onde o controle de odores não desejados, tal como odor de amônia, é altamente desejável. A urina humana possui um alto nível de resistência osmótica e toxicidade com respeito a bactérias. Baseado nestas características, pode ser admitido que o crescimento bacteriano na urina poderia ser significantemente inibido de modo que odores fétidos, tais como odores de amônia, gerados pelas bactérias através do metabolismo poderíam não ser problemáticos. Entretanto, várias bactérias desenvolveram a capacidade de se adaptarem a condições de alta osmolaridade e toxicidade ativando protetores de osmorregulação tais como portadores de betaína e acumulando intracelularmente osmólitos orgânicos. Em outras palavras, as bactérias são capazes de impedir a desidratação absorvendo ou sintetizando as moléculas que atuam como agentes de equilíbrio osmótico de modo que uma grande quantidade de sais não possam ingressar na membrana bacteriana e desidratar a célula. Transportadores, tais como portadores de betaína, movem as moléculas ou íons através das membranas celulares de bactérias especificamente unindo e fisicamente movendo o substrato de um lado da membrana para outro. Tanto transporte passivo como ativo pode ser impactado pelos portadores de betaína; ou seja, os portadores podem mover os substratos abaixo de um gradiente de concentração (sem energia requerida) ou estes podem mover os substratos contra um gradiente de concentração (requer energia) para equilibrar o conteúdo de água da célula.
Glicina-betaína é um protetor de osmorregulação comum usado pelas bactérias na presença de urina. A glicina-betaína, ao mesmo tempo em que atua como um protetor de osmorregulação, não rompe significantemente outras funções celulares normais. Ademais, em algumas circunstâncias, a glicina-betaína irá atuar para estabilizar estruturas macromoleculares para contrabalançar os efeitos instabilizadores de uréia e impedir que a célula bacteriana se abra rasgando. Devido ao fato da glicina-betaína ser comumente encontrada na urina, o crescimento de bactérias na urina é comum. Com a glicina-betaína naturalmente sintetizada pelas bactérias, a presença de glicina-betaína na urina expelida promove o rápido crescimento de bactérias equilibrando as forças osmóticas e estabilizando as bactérias contra a toxicidade da uréia e permitindo o aumento subseqüente de pH. Em um caminho cíclico, a amônia é usada como um substrato nutricional pelos organismos, resultando em crescimento de mais organismos e produção de mais amônia, aumentando o pH e reduzindo a pressão osmótica diminuindo a concentração da uréia. 0 caminho gera mais e mais amônia à medida que as bactérias continuam a crescer. A produção de amônia por bactérias na urina pode resultar na liberação de odores não desejados e desagradáveis. O problema é particularmente crítico na área de roupas de adulto com incontinência onde o controle de odor é altamente desejável. Independentemente se um produto absorvente possa controlar ou todos juntos cessar o vazamento de urina mediante liberação através de um usuário, se o produto não puder também controlar ou eliminar o odor gerado pela urina, ou mais precisamente através das bactérias na urina, o produto não é desejável. Como tal, há uma necessidade na indústria de produtos absorventes, tais como produtos para adulto com incontinência, que pode controlar odores tal como amônia gerada pelas bactérias contidas na urina humana.
Sumário da Invenção A presente invenção refere-se a artigos absorventes, tais como roupas de adulto com incontinência, e limpadores umedecidos que são capazes de reduzir a quantidade de compostos odorantes tal como amônia produzida pelas bactérias contidas na urina bem como bactérias presas sobre ou próxima da superfície da pele. Especificamente, os artigos absorventes e limpadores umedecidos descritos aqui contêm um protetor de osmorregulação que, quando o produto ou limpador umedecido for usado, entra em contato com a urina e bactérias sobre ou próxima da pele e suprime a produção de compostos odorantes tal como amônia pelas bactérias. Esta supressão da produção de compostos odorantes tal como amônia ocorre sem romper significantemente outras funções celulares bacterianas que poderíam resultar na morte da célula bacteriana. Ademais, os protetores de osmorregulação descritos aqui atuam para estabilizar as estruturas bacterianas para contrabalançar os efeitos instabilizadores de uréia.
Resumidamente, portanto, a presente invenção é dirigida a um produto absorvente para minimizar a quantidade de amônia produzida pelas bactérias. O produto compreende um protetor de osmorregulação que é capaz de interagir com bactérias de modo que a produção de amônia pelas bactérias seja minimizada. A invenção é adicionalmente dirigida a uma roupa de adulto com incontinência para minimizar a quantidade de amônia produzida pelas bactérias contidas na urina expelida por um usuário. A roupa compreende um protetor de osmorregulação que é capaz de interagir com as bactérias contidas na urina de modo que a produção de amônia pelas bactérias seja minimizada. A invenção é adicionalmente dirigida a um limpador umedecido para minimizar a quantidade de amônia produzida pelas bactérias. 0 limpador umedecido compreende uma solução que contém um protetor de osmorregulação que é capaz de interagir com bactérias sobre ou próxima à superfície da pele de modo que a produção de amônia pelas bactérias seja minimizada.
Outros objetivos e características desta invenção tornar-se-ão óbvios e em parte mostrados daqui por diante. Descrição Detalhada das Modalidades Preferidas De acordo com a presente invenção, foi descoberto que a produção de amônia e outros produtos odorantes pelas bactérias sobre ou próxima à superfície da pele ou em um fluido corpóreo tal como urina pode ser significantemente reduzida ao introduzir um protetor de osmorregulação dentro de um produto absorvente usado próximo à pele ou dentro de um limpador umedecido usado para limpar a pele após sujar-se. Esta descoberta é particularmente útil na área de produtos absorventes usados em roupas de adulto com incontinência onde os odores, tal como amônia, providos da urinação são particularmente indesejáveis. Surpreendentemente, a introdução de um protetor de osmorregulação tal como glicina-betaína em uma quantidade suficiente dentro do produto absorvente resulta em uma redução significante na produção de amônia pelas bactérias quando o produto absorvente entra em contato com a urina expelida. Esta redução na produção de amônia pode resultar em uma redução significante em odores fétidos providos a partir da urina expelida.
De acordo com a presente invenção, um protetor de osmorregulação é introduzido dentro ou sobre um produto absorvente ou dentro da fase líquida de um limpador umedecido em uma quantidade suficiente para minimizar ou substancialmente eliminar a produção de amônia ou outros produtos odorantes pelas bactérias. Embora essencialmente discutido aqui com relação à amônia, pretende-se incluir outros produtos odorantes produzidos pelas bactérias e outro micróbios tais como compostos que contêm enxofre e ácidos graxos. As bactérias podem estar contidas sobre ou próximas à pele e em produtos de excreção humana tais como urina, fezes, e fluxos menstruais. Os protetores de osmorregulação incorporados dentro dos produtos descritos aqui são particularmente úteis em ambientes que contêm urina onde a produção de amônia odorante é particularmente intensa. Conforme usado aqui, o termo "protetor de osmorregulação" significa um composto que, ao equilibrar forças osmóticas entre o interior da célula e o exterior da célula, auxilia na sobrevivência de bactérias em um ambiente altamente osmótico tal como urina. Os protetores de osmorregulação descritos aqui podem ser incorporados dentro ou sobre vários produtos de acordo com a presente invenção tais como, por exemplo, fraldas, calças para exercício, roupas de adulto com incontinência, produtos absorventes femininos, tampões, absorventes interlabiais, lenço de banho, lenço facial, balde para fralda suja, forros para balde para fralda suja, toalhas de papel, recipientes para lixo, protetores absorventes para cães, e outros produtos de fornecimento para animais. Quando estes produtos, que contêm o protetor de osmorregulação, estão em contato ou isolados pela urina ou outro líquido que contém bactérias, o protetor de osmorregulação se dissolve dentro da urina ou outro líquido, interage com as bactérias, e efetivamente minimiza ou substancialmente elimina a produção de amônia pelas bactérias de modo que o grau de odor fétido liberado seja reduzido.
Os protetores de osmorregulação descritos aqui podem também ser incorporados dentro da fase líquida de um limpador umedecido que pode ser, por exemplo, usado para limpar urina ou outros fluidos corpóreos da pele após o isolamento. Quando um protetor de osmorregulação é incorporado dentro da fase líquida de um limpador umedecido e entra em contato com a urina ou outro líquido que contém bactérias, interage com as bactérias, e efetivamente minimiza ou substancialmente elimina a produção de amônia pelas bactérias de modo que o grau de odor fétido liberado seja reduzido.
Os produtos da presente invenção que incorporam um protetor de osmorregulação são altamente úteis na redução da quantidade de amônia produzida por vários tipos de bactérias contidas na urina e outros fluidos ou excreções corpóreos. Especificamente, os produtos da presente invenção que incorporam os protetores de osmorregulação são particularmente eficazes em reduzir a quantidade de amônia produzida a partir de bactérias facultativas. Exemplos de bactérias facultativas que podem produzir amônia na ou próxima à superfície da pele ou em um líquido tal como urina incluem, porém não limitados a, por exemplo, Escherichia, Klebsiella, Enterobacter, Serratia, Citrobacter, Corynebacterium, Propionibacterium, Neisseria, Pseudomonas, Vibrio, Shigellae, Salmonella, Proteus, e Moraxella. Os produtos da presente invenção reduzem a quantidade de amônia produzida por todos estes tipos de bactérias, bem como outros.
Uma propriedade particularmente útil e surpreendente dos protetores de osmorregulação descritos aqui e incorporados dentro dos produtos da presente invenção é que os protetores de osmorregulação, ao mesmo tempo em que significantemente minimizam ou eliminam a produção de amônia por bactéria na urina, por exemplo, não rompem ou alteram significantemente outras funções celulares da célula bacteriana; ou seja, os protetores de osmorregulação não resultam na morte da célula ou redução do índice de crescimento da célula. Isto é significante pelo fato de haver uma vantagem em simplesmente minimizar ou eliminar a amônia produzida por bactéria e não limita o crescimento ou mata a bactéria presente sobre ou próxima à pele, mucosa, ou dentro do corpo (por exemplo, se os produtos da presente invenção forem tampões). A morte de bactérias é tipicamente não-seletiva; ou seja, todas as bactérias estão mortas se as bactérias forem benéficas ou não-benéficas ao organismo do hospedeiro. No caso de bactéria vaginal, por exemplo, o crescimento reduzido ou morte das bactérias em uma área específica pode ser um sério problema visto que várias espécies de bactéria são requeridas para manter um ambiente vaginal saudável e equilibrar o pH da vagina. Com os protetores de osmorregulação e produtos da presente invenção, somente uma quantidade muito pequena, se alguma, de bactérias é realmente morta ou seu índice de crescimento reduzido à medida que os protetores de osmorregulação simplesmente interagem com as bactérias para reduzir a quantidade de amônia produzida. Devido ao fato dos protetores de osmorregulação ocorrerem naturalmente em alguns fluidos corpóreos, e serem naturalmente produzidos por bactéria, sua presença dentro e em torno das bactérias não altera substancialmente outras funções normais de célula bacteriana.
Qualquer composto que atue como protetor de osmorregulação na presença de bactérias na urina, fluxos menstruais, ou fezes, por exemplo, pode ser utilizado com os produtos descritos aqui para minimizar a produção de amônia pelas bactérias através da interação de quantidades adicionais de protetores de osmorregulação, fornecidos através do produto, com as bactérias no fluido. Ademais, os protetores de osmorregulação descritos aqui podem ser usados separados ou em combinação com outras tecnologias de controle de odor conhecidas na técnica tais como, por exemplo, zeólito, ciclodextrina, e/ou EDTA dissódico. Especificamente, os protetores de osmorregulação tais como glicina-betaína, betaína prolina, trigonelina, carnitina e arsenobetaína são protetores de osmorregulação preferidos para incorporação dentro de produtos da presente invenção e, ao mesmo tempo em que substancialmente minimizam a produção de amônia pelas bactérias, não irão resultar na morte de célula ou na redução significativa no crescimento de célula. Um protetor de osmorregulação particularmente preferido é glicina-betaína que é particularmente eficaz em suprimir a produção de amônia por bactéria na presença de urina.
Sem limitar-se a uma teoria particular, revela-se que os protetores de osmorregulação, quando introduzidos dentro dos produtos da presente invenção em quantidade suficiente, interagem com as bactérias presentes na urina (ou seja, quando o produto absorvente for isolado e o protetor de osmorregulação for solubilizado dentro da urina ou outro fluido corpóreo), por exemplo, e interferem na estrutura de membrana celular de maneira tal que a produção de amônia pelas bactérias seja substancialmente reduzida. Revela-se que a introdução de uma quantidade de protetores de osmorregulação além do que está naturalmente presente na urina e naturalmente sintetizado pelas bactérias, inesperadamente resulta nas bactérias que não são capazes de produzir uma quantidade significativa de amônia quando comparado à produção de amônia na falta de uma quantidade adicional de protetores de osmorregulação. A interferência e redução ocorrem apesar do fato dos protetores de osmorregulação tal como glicina-betaína estarem presentes na urina quando expelida por humanos e também feita "in vitro" pelas próprias bactérias. Acredita-se que a interação entre a quantidade adicional de protetores de osmorregulação e as bactérias pode ocorrer independentemente de inúmeras maneiras, ou pode ocorrer de inúmeras maneiras relacionadas. Primeiramente, a interação entre as quantidades adicionais de protetores de osmorregulação e as bactérias pode alterar significantemente a força motora do próton da membrana bacteriana que altera sucessivamente as propriedades da membrana bacteriana de mo tal que o transporte ativo e/ou passivo de moléculas através da membrana bacteriana seja inibido, o qual afeta diretamente a produção de energia das bactérias. A interação pode funcionar também em conjunto com uma segunda interação entre os protetores de osmorregulação do produtos descritos aqui e as bactérias onde o transporte de uréase através da membrana bacteriana é interrompido o que poderia resultar na interferência à montante com produção de uréase que resulta em uma produção reduzida de amônia.
De acordo com a presente invenção, os protetores de osmorregulação são introduzidos dentro ou sobre os produtos absorventes da presente invenção em uma quantidade suficiente para reduzir a quantidade de amônia produzida por bactérias quando o artigo absorvente for isolado com um líquido tal como urina ou fluxo menstruai e o protetor de osmorregulação interage com as bactérias; ou seja, uma quantidade suficiente de protetores de osmorregulação é introduzida dentro ou sobre o artigo absorvente de modo tal que quando o artigo for isolado e os protetores de osmorregulação entrarem em contato com o líquido isolantes, há a introdução de uma quantidade adicional de protetores de osmorregulação dentro do isolante quando comparados com a quantidade que está ocorrendo naturalmente. Esta quantidade adicional de protetores de osmorregulação diminui a quantidade de amônia produzida por bactérias. Em modalidades típicas, a partir de aproximadamente 0,001 miligrama/grama de produto absorvente até aproximadamente 2 miligramas/grama de produto absorvente, de preferência a partir de aproximadamente 0,01 miligrama/grama de produto absorvente até aproximadamente 2 miligramas/grama de produto absorvente, e mais preferivelmente a partir de 0,1 miligrama/grama de produto absorvente até aproximadamente 2 miligramas/grama de produto absorvente de protetor de osmorregulação é suficiente para proporcionar a quantidade adicional de protetor de osmorregulação para realizar o benefício pretendido dos produtos descritos aqui. Embora a introdução de quantidades maiores do que as quantidades especificadas aqui de protetores de osmorregulação dentro dos artigos absorventes estejam dentro do escopo da presente invenção, tais quantidades não são tipicamente requeridas pelos benefícios da presente invenção a serem realizados e poderiam geral e somente aumentar o custo final do produto sem aumentar significantemente sua performance.
Um aspecto significativo e inesperado dos produtos da presente invenção que contém a quantidade adicional de protetores de osmorregulação é que, apesar de ocorrer naturalmente a presença de protetores de osmorregulação na urina e o fato das próprias bactérias na presença de urina sintetizarem os protetores de osmorregulação, a introdução de uma quantidade adicional de protetores de osmorregulação acima daquela que ocorre naturalmente dentro do ambiente bacteriano reduz a quantidade de amônia produzida pelas bactérias. Isto é surpreendente visto que as bactérias contam com os mesmos protetores de osmorregulação para manter e equilibrar as forças osmóticas em ambos lados das membranas celulares em líquidos altamente osmóticos tal como urina. As bactérias não poderiam viver sem este equilíbrio. Devido ao fato dos protetores de osmorregulação não serem tóxicos às bactérias visto que o ambiente que as bactérias vivem contém os protetores de osmorregulação, tais protetores podem reduzir a quantidade de amônia produzida embora não possuam um efeito tóxico sobre as bactérias.
Os protetores de osmorregulação descritos aqui podem ser diretamente introduzidos dentro ou sobre um produto absorvente, ou podem ser primeiramente encapsulados dentro de um material de revestimento que libera o protetor de osmorregulação quando umedecido durante o uso. O revestimento encapsulado é construído de um material que irá liberar os protetores de osmorregulação mediante umedecimento. O umedecimento do revestimento encapsulado pode fazer com que o material de revestimento se solubilize, disperse, inche, desintegre, ou possa ser permeável de modo que o mesmo se desintegre ou descarregue os protetores de osmorregulação mediante umedecimento. Os materiais de revestimento de nanoencapsulação ou microencapsulação incluem materiais poliméricos baseado em celulose (por exemplo, etil celulose), gelatina, materiais baseados em carboidrato (por exemplo, amidos e açúcares) e materiais derivados dos mesmos (por exemplo, dextrinas e ciclodextrinas) bem como outros materiais compatíveis com tecidos humanos. A espessura de revestimento de microencapsulação pode variar dependendo da aplicação, e é geralmente manufaturado para permitir que os protetores encapsulados sejam cobertos por uma camada fina de material de encapsulação, que pode ser uma única camada ou camada laminada mais grossa, ou pode ser uma camada de compósito. A camada de microencapsulação deve ser grossa suficiente para resistir ao craqueamento ou ruptura do revestimento durante a manipulação ou transporte do produto ou durante uso que podería resultar em ruptura do material de encapsulação e em uma liberação prematura dos protetores de osmorregulação. A camada de microencapsulação deve ser também construída de modo tal que a umidade das condições atmosféricas durante armazenamento, transporte, ou a roupa irá resistir a uma ruptura da camada de microencapsulação que podería resultar em uma liberação prematura dos protetores de osmorregulação.
Os protetores de osmorregulação microencapsulados devem estar localizados ou serem de um tamanho tal que o usuário não possa sentir o revestimento encapsulado contra a pele. Tipicamente, o tamanho de revestimento microencapsulado não deve ser maior do que aproximadamente 25 micrometros. Embora os tamanhos maiores de revestimento microencapsulado possam ser utilizados, estes podem resultar em uma sensação "arenosa" ou "áspera" sobre a pele do usuário do produto.
Os protetores de osmorregulação descritos aqui podem ser diretamente incorporados dentro de inúmeros produtos para controlar a produção de amônia por bactérias presentes em produtos para excreção humana tal como urina e sobre ou próximo à superfície da pele. Especificamente, os protetores de osmorregulação podem ser incorporados dentro de materiais celulósicos, materiais não-tecidos, e materiais superabsorventes tal que, mediante isolante, os protetores de osmorregulação interagem com as bactérias e reduzem a quantidade de amônia produzida pelas bactérias.
Tipicamente, os protetores de osmorregulação não são simplesmente introduzidos sobre ou dentro de um produto sem um mecanismo estável para garantir que os protetores permaneçam na área desejada do produto. Os protetores de osmorregulação podem ser introduzidos sobre um produto que utiliza vários métodos que incluem, por exemplo, revestimento por aspersão, revestimento de ranhura, impressão, choque de partículas, ou uma combinação dos mesmos. No revestimento por aspersão, os protetores de osmorregulação são cuidadosamente misturados com um agente adesivo substancialmente solúvel em urina ou dispersíveis em urina para dispersar os protetores de osmorregulação através do material adesivo. 0 material adesivo pode compreender um adesivo solúvel em urina que irá se dissolver parcialmente ou completamente mediante umedecimento com urina ou outros líquidos e permitir a liberação dos protetores de osmorregulação, ou pode ser compreendido de um material que se dispersa mediante contato com urina permitindo a liberação dos protetores. Os adesivos adequáveis incluem, por exemplo, pirrolidona polivinila e álcool polivinila, e combinações dos mesmos. Após o adesivo e os protetores de osmorregulação serem misturados, estes podem ser aplicados por, por exemplo, revestimento de aspersão, de faca ou por rolo, sobre a área desejada do produto e prontos para secarem antes do empacotamento. Será reconhecido por alguém com habilidade na técnica que os protetores descritos aqui podem ser distribuídos por todo o produto, ou podem ser simplesmente introduzidos sobre uma área particular de um produto dependendo do uso pretendido do produto.
Similar ao revestimento por aspersão, os protetores de osmorregulação podem ser introduzidos dentro ou sobre os produtos da presente invenção através de revestimento de ranhura. No revestimento de ranhura, um protetor de adesivo de osmorregulação como descrito acima é diretamente introduzido sobre a área desejada do núcleo absorvente em "ranhuras", padrões em bruto descontínuos, ou outros padrões. Mediante umedecimento, o adesivo permite a liberação dos protetores de osmorregulação. O revestimento de ranhura pode ser vantajoso em certas aplicações onde não é desejável cobrir toda a superfície com um adesivo. Em algumas circunstâncias, um revestimento adesivo sobre toda a superfície pode impedir a rápida absorção da urina ou outras exsudações dentro de um núcleo absorvente. Quando o revestimento de ranhura é utilizado, criam-se canais onde não há adesivo e exsudações podem escoar rapidamente. 0 revestimento de ranhura pode também ser vantajoso em certas aplicações onde é desejado o controle preciso do local dos protetores de osmorregulação. Geralmente, as filas de revestimento de ranhura uniformemente espaçadas através da superfície sobre a qual estes são aplicados, porém podem ser espaçados em padrões específicos com espaçamento de variação se desejado.
Em uma modalidade alternativa, os protetores de osmorregulação podem ser também introduzidos sobre ou dentro de um forro permeável a gás, núcleo absorvente, ou outra camada de um produto de acordo com a presente invenção através do uso de uma força de acionamento a vácuo ou através do uso de uma pressão diferencial. Quando se utiliza uma força a vácuo, os protetores de osmorregulação são posicionados sobre o forro, núcleo absorvente, ou outra camada enquanto uma força de acionamento a vácuo for aplicada no lado oposto do forro, núcleo absorvente, ou outra camada para acionar os protetores dentro da matriz do tecido do forro, núcleo ou outra camada. Os graus de variação do vácuo podem ser aplicados dependendo da profundidade requerida dos protetores. Nesta modalidade, nenhum adesivo é requerido. Uma vez na matriz de tecido do produto, os protetores estão estáveis até serem umedecidos. Alternativamente, as forças elastoméricas ou outros meios podem ser utilizados para estabilizar os protetores de osmorregulação sobre a superfície do produto.
Em uma modalidade alternativa da presente invenção, os protetores de osmorregulação podem ser incorporados em vários produtos de acordo com a presente invenção ao incorporar os protetores dentro de um carreador de lipossoma ou emulsão e introduzir o carreador de lipossoma ou emulsão dentro ou sobre o produto na quantidade desejada. Este tipo de sistema de entrega para os protetores de osmorregulação permite a incorporação do material ativo dentro de fibras bem como materiais não-tecidos tais como lenços, e dentro das soluções usadas em combinação com limpadores umedecidos. Os sistemas de carreador de lipossoma ou emulsão podem ser também utilizáveis para incorporar os protetores de osmorregulação dentro de outros produtos tal como produtos de gerenciamento de ferida, produtos de tratamento feminino, lenços para banho, roupas para adulto com incontinência, e/ou desodorantes.
Em outra modalidade da presente invenção, os protetores de osmorregulação descritos aqui podem ser incorporados dentro de uma solução de limpeza líquida útil, por exemplo, com um substrato de limpador umedecido fibroso. Tipicamente a solução de limpeza que compreendem os protetores de osmorregulação terá um pH a partir de aproximadamente 2 até aproximadamente 9, mais preferivelmente a partir de aproximadamente 4 até aproximadamente 7, e ainda mais preferivelmente a partir de aproximadamente 5 até aproximadamente 6. Embora os protetores de osmorregulação descritos aqui sejam ativos acima de uma faixa grande de valores de pH, as faixas referenciadas acima proporcionam ótima performance.
Os protetores de osmorregulação descritos aqui podem ser incorporados dentro de um pano de limpeza, limpador pré-umedecido, limpador umedecido, limpador de úbere, limpador de mão, limpador de face, limpador de cosmético, limpador doméstico, limpador de hospital, limpador industrial e similares possuem a capacidade aperfeiçoada para controlar a quantidade de amônia produzida por bactérias. Os materiais adequáveis para o substrato do limpador umedecido são bem conhecidos para pessoas com habilidade na técnica, e são tipicamente feitos de um naterial de folha fibrosa que pode ser tanto tecido como não-tecido. Por exemplo, os limpadores umedecidos que incorporam os protetores de osmorregulação da presente invenção podem incluir materiais de folha fibrosa não-tecidos que incluem materiais de fiação via sopro, de co-formação, transportados pelo ar, de manta cardada nonsolidada, materiais hidroentrelaçados, e combinações dos ■nesmos. Tais materiais podem ser compreendidos de fibras naturais ou sintéticas, ou uma combinação das mesmas, ripicamente, limpadores umedecidos definem um peso de base a partir de aproximadamente 25 até aproximadamente 120 gramas por metro quadrado e de forma desejável a partir de aproximadamente 40 até aproximadamente 90 gramas por metro quadrado.
Em uma modalidade particular, os limpadores umedecidos que incorporam os protetores de osmorregulação da presente invenção compreendem uma folha base de co-formação de nicrofibras poliméricas e fibras celulósicas que possuem um peso de base a partir de aproximadamente 60 até aproximadamente 80 gramas por metro quadrado e de forma desejável aproximadamente 75 gramas por metro quadrado. Tais folhas base de co-formação são manufaturadas geralmente como descrito na Patente U.S. N° 4.100.324, que está incorporada à guisa de referência. Tipicamente, tais folhas base de co-formação compreendem uma matriz formada de gás ou microfibras de fiação via sopro polimérica termoplásticas, tais como, por exemplo, microfibras de polipropileno, e fibras celulósicas, tais como, por exemplo, fibras de polpa de madeira.
As percentagens relativas das microfibras poliméricas e fibras celulósicas na folha base de co-formação podem variar acima de uma faixa grande dependendo das características desejadas dos limpadores umedecidos. Por exemplo, a folha base de co-formação pode compreender a partir de aproximadamente 20 até 100 % de peso, de forma desejável a partir de aproximadamente 20 até aproximadamente 60 % de peso, e de forma mais desejável a partir de aproximadamente 30 até 40 % de peso das microfibras poliméricas baseado no peso seco da folha base de co-formação que é usado para proporcionar os limpadores umedecidos.
Alternativamente, os limpadores umedecidos que incorporam os protetores de osmorregulação da presente invenção podem compreender um compósito que inclui múltiplas camadas de materiais. Por exemplo, os limpadores umedecidos podem incluir um compósito de três camadas que inclui um filme elastomérico ou camada de fiação via sopro entre duas camadas de co-formação como descrito acima. Em tal configuração, as camadas de co-formação podem definir um peso de base a partir de aproximadamente 15 até 30 gramas por metro quadrado e a camada elastomérica pode incluir um material filme tal como um filme de metaloceno de polietileno.
Conforme anteriormente mencionado, os limpadores umedecidos contêm uma formulação de limpeza que é absorvida dentro dos limpadores umedecidos. A quantidade de solução contida dentro de cada limpador umedecido pode variar dependendo do tipo de material que for usado para proporcionar o limpador umedecido, o tipo de solução que for usada, o tipo de recipiente que for usado para armazenar os limpadores umedecidos, e o uso final desejado dos limpadores umedecidos. Geralmente, cada limpador umedecido pode conter a partir de aproximadamente 150 até aproximadamente 600 % de peso e de forma desejável a partir de aproximadamente 250 até aproximadamente 450 % de peso de solução baseado no peso seco do limpador para limpeza aperfeiçoada. Em um aspecto particular, onde os limpadores umedecidos são feitos de um material de co-formação que compreende a partir de aproximadamente 30 até aproximadamente 40 % de peso de microfibras poliméricas baseado no peso seco do limpador, a quantidade de solução contida dentro do limpador umedecido é a partir de aproximadamente 300 até aproximadamente 4 00 % de peso e de forma desejável aproximadamente 330 % de peso baseado no peso seco do limpador umedecido. Se a quantidade de solução for menor do que a faixa identificada acima, o limpador umedecido pode ficar muito seco e pode atuar de forma não adequada. Se a quantidade de solução for maior do que a faixa identificada acima, o limpador umedecido pode ficar sobresaturado e encharcado e a solução pode formar uma poça no fundo do recipiente que sustenta os limpadores umedecidos.
As soluções que incorporam os protetores de osmorregulação descritos aqui que podem ser incorporados dentro de limpadores umedecidos podem também conter opcionalmente uma variedade de outros componentes que podem ΖΧ/ Δ% ajudar a proporcionar as propriedades de limpeza e lavagem. Por exemplo, os componentes adicionais podem incluir água, emolientes, tensoativos, conservantes, agentes quelantes, tampões de pH, fragrâncias, ativos antimicrobianos, ácidos, álcoois, ou combinações ou misturas dos mesmos. A solução pode conter loções e/ou medicamentos para entregar qualquer número de cosméticos e/ou ingredientes de medicamento para aperfeiçoar o desempenho. Para proporcionar irritação de pele reduzida, a solução inclui de forma desejável pelo menos aproximadamente 80 % de peso de água e de forma mais desejável pelo menos aproximadamente 90 % de água baseado no peso total da solução.
Tipicamente, as soluções que contêm os protetores de osmorregulação descritos aqui usados em combinação com o substrato de limpador compreendem a partir de aproximadamente 0,001 miligrama/mililitro de solução até aproximadamente 2 miligramas/mililitro de solução, preferivelmente a partir de aproximadamente 0,01 miligrama/mililitro de solução até aproximadamente 2 miligramas/mililitro de solução e mais preferivelmente a partir de aproximadamente 0,1 miligrama/mililitro até aproximadamente 2 miligramas/mililitro de solução de protetor de osmorregulação. A presente invenção é ilustrada pelo seguinte exemplo que serve meramente para propósito de ilustração e não deve ser considerado como uma limitação do escopo da invenção ou uma maneira na qual a mesma possa ser praticada.
Exemplo 1 Neste Exemplo, várias quantidades de glicina-betaína foram introduzidas dentro de uma cultura de urina que contém bactérias Proteus mirabilis facultativamente desenvolvidas para determinar se a glicina-betaína afetou a produção de amônia pelas bactérias na cultura de urina. Também, o pH de cada amostra foi medido em vários pontos para determinar se a amônia estava sendo neutralizada na amostra. A bactéria Proteus mirabilis (ATCC 29906) foi restabelecida do estado congelado desenvolvendo o MicroBank Bead (Pro Lab, Inc., Austin Texas) revestido bacteriano apropriado em 10 mL de caldo de digestão de soja e caseína (TSB) (Difco, Ann Arbor, Michigan) em um tubo cônico de 15 mL apropriado com tampa rosqueada frouxamente apertada estéril durante a noite a 37°C. O tubo foi mantido fixo. Mediante observação de turvação, a suspensão bacteriana foi verificada para pureza através de placa de isolamento e coloração de Gram. Uma vez determinado que o isolamento era de Proteus mirabilis, uma colônia da placa de isolamento foi transferida para 10 mL de TSB em um tubo cônico de 15 mL com tampa rosqueada estéril e incubada durante a noite a 37°C sob condições facultativas. A suspensão bacteriana desta cultura de TSB durante a noite foi usada para inocular uma solução (0,22 micrometro) esterilizada de filtro de 9:1 urina: TSB e incubada por 24 horas a 37°C.
Neste Exemplo, três tipos diferentes de amostras foram preparados para análise. A primeira amostra foi preparada primeiramente preparando uma cultura de urina feita ao misturar 9 partes de urina humana empoçada e 1 parte de TSB. O pH desta solução foi então medido, esta mistura de urina foi esterilizada por filtro (0,22 micrometro) e foi inoculada com 10 microlitros de um Proteus mirabilis de 109 CFU/mL como preparado acima. A cultura de urina que contém a Proteus mirabilis foi então encubada a 37°C durante a noite para desenvolver a bactéria sob condições facultativas. A segunda amostra foi preparada identicamente à primeira amostra com a exceção que, antes da adição da Proteus mirabilis, a glicina-betaína foi adicionada à cultura de urina a uma concentração de 1 miligrama/mililitro de urina: TSB. A terceira amostra foi preparada identicamente à segunda amostra com a exceção que a glicina-betaína foi adicionada a uma concentração de 2 miligramas/mililitro de urina: TSB.
No término dos períodos de incubação de cada amostra, foram tiradas medidas de densidade ópticas de 200 microlitros de cada amostra. A medida de densidade óptica de cada amostra foi feita em 650 nanômetros, e a partir desta leitura o CFU/mL foi calculado.
Após as medidas de densidade ópticas serem completadas, a produção de amônia de cada amostra foi medida utilizando uma sonda de combinação de amônia (Bekman, Fullerton, Califórnia) através do registro de mV utilizando um pH-metro Orion (Orion, Boston, Massachusetts). Os padrões de metro Orion foram usados para calibrar o instrumento. Os resultados são mostrados na Tabela 1.
Tabela 1 Como os dados na Tabela 1 indicam, à medida que a concentração de glicina-betaína aumenta nas amostras, a produção de amônia pelas bactérias diminui. Os dados também indicam que a adição da glicina-betaína não afetou o rendimento bacteriano, que indica que o crescimento de Proteus mirabilis não foi inibido pela glicina-betaína, porém o metabolismo foi afetado causando uma redução na quantidade de amônia produzida por célula. Ademais, os dados indicam que o pH não se alterou nas amostras com o aumento concentração de glicina-betaína. O pH da amostra sem bactéria estava em torno de 6. O Ka do grupo de ácido carboxílico em glicina é de aproximadamente 4,0; com o pH de partida maior que 4,0, isto indica que a glicina-betaína não neutraliza a amônia produzida pelas bactérias, porém realmente inibe a produção da amônia por Proteus mirabilis.
Com vista ao documento acima, será observado que os vários objetivos da invenção foram atingidos. Embora possam ser feitas diversas alterações no protetor de osmorregulação que compreende produtos descritos acima sem abandonar o escopo da invenção, pretende-se que todo assunto contido na descrição acima seja interpretado como ilustrativo e sem caráter limitativo.