BR112021003637A2 - composições de prebióticos e composição de simbióticos - Google Patents

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Abstract

A invenção refere-se a uma composição de prebióticos para uso em um método de tratamento terapêutico ou profilático de disfunções associadas à composição ou funcionalidade perturbada do microbioma intestinal em um sujeito, sendo que o dito uso compreende a administração oral da composição de prebióticos para o sujeito, em que a composição contém pelo menos 0,1%, em peso, de matéria seca de polissacarídeos RG-I provenientes de frutas, cenoura, ervilha, chicória ou beterraba sacarina, sendo que os ditos polissacarídeos RG-I têm um peso molecular em excesso de 15 kDa e têm uma cadeia principal que consiste em resíduos de ácido galacturônico e resíduos de ramnose, os ditos resíduos de ramnose estando contidos em resíduos de alfa(1¿4)-galacturônico-alfa(1¿2)-ramnose, em que a razão molar de resíduos de ácido galacturônico para resíduos de ramnose nos polissacarídeos RG-I está dentro da faixa de 20:1 a 1:1.

Description

COMPOSIÇÕES DE PREBIÓTICOS E COMPOSIÇÃO DE SIMBIÓTICOS Campo Técnico da Invenção
[001] A presente invenção refere-se a um método de tratamento terapêutico ou profilático de disfunções associadas à composição ou funcionalidade perturbada do microbioma intestinal em um sujeito, sendo a disfunção selecionada a partir de uma disfunção metabólica e disfunção da barreira intestinal, sendo que o dito método compreende a administração oral de uma composição de prebióticos para o sujeito, sendo que a dita composição contém polissacarídeos ramnogalacturonana I (RG-I) provenientes de frutas, cenoura, ervilha, chicória ou beterraba sacarina.
[002] A invenção refere-se ainda a uma composição de prebióticos e uma composição de simbióticos adequadas para uso no método de tratamento anteriormente mencionado. Antecedentes da Invenção
[003] A relação entre a microbiota intestinal e a saúde humana está sendo cada vez mais reconhecida. Está agora bem estabelecido que uma microbiota intestinal saudável é em grande parte responsável pela saúde geral do hospedeiro.
[004] O hospedeiro humano fornece um habitat e nutrição para um ecossistema amplo e diverso de comunidades microbianas que desempenham um papel importante na digestão, no metabolismo e na modulação da função imune, e que tem um impacto significativo para além do trato gastrointestinal. As alterações na diversidade e função dessas comunidades estão associadas com extensas consequências na saúde do hospedeiro e têm sido associadas com uma série de disfunções, incluindo disfunções intestinais funcionais, doenças inflamatórias do intestino e outras doenças imune mediadas (doença celíaca, alergias) e condições metabólicas (diabetes tipo 2, esteato-hepatite não alcoólica - NASH).
[005] A disbiose (também chamada de disbacteriose) é um termo para um desequilíbrio microbiana ou má adaptação sobre ou dentro do corpo, como uma microbiota prejudicada. Por exemplo, as comunidades bacterianas que ocupam determinadas áreas de superfície de um hospedeiro como a microbiota intestinal, microbiota da pele ou microbiota vaginal, podem ser modificadas/alteradas com a espécie normalmente dominante sub-representada e espécies normalmente superadas ou contidas aumentando a níveis indesejáveis. O conjunto de bactérias nessas comunidades são coletivamente chamadas de microbiota. A microbiota local juntamente com outros microrganismos, incluindo leveduras, fungos, vírus e parasitas que residem nesses nichos são conjuntamente chamados de microbioma. A disbiose não é limitada ao desequilíbrio na microbiota, mas também pode envolver outros microrganismos no microbioma (por exemplo, vírus, arqueas e fungos).
[006] Quando um microbioma está bem equilibrado, chamado de normobiose, os microrganismos que ocupam um nicho específico formam uma comunidade mais ou menos estável que está bem adaptada às condições locais, tem a capacidade metabólica para viver do substrato disponível, efetivamente lida com estressores e na modulação da disponibilidade de substrato e tem mecanismos regulatórios estabelecidos que contribuem para a metaestabilidade da comunidade e contribui para a saúde em longo prazo de seu hospedeiro.
[007] A disbiose é mais comumente estudada como uma condição no trato gastrointestinal, mas pode afetar qualquer cavidade do corpo, as superfícies das mucosas e da pele ocupadas por uma comunidade microbiana.
[008] A disbiose tem sido associada com doenças do hospedeiro; a disbiose intestinal, por exemplo, tem sido associada com doença inflamatória intestinal, síndrome da fadiga crônica, obesidade, câncer, condições cardiometabólicas, insensibilidade à insulina, (pré-) diabetes, vaginose bacteriana e colite.
[009] A composição e a estabilidade da microbiota são influenciadas pela herança genética do hospedeiro, por condições ambientais ou estressores que incluem, por exemplo, dieta, estilo de vida, uso de medicamentos, por exemplo, antibióticos, e fase de desenvolvimento (idade) do hospedeiro. Isto se traduz em uma interação permanente e complexa entre o hospedeiro e os principais componentes do ecossistema microbiano local. Estes componentes incluem a microbiota, o sistema imune do hospedeiro, a barreira epitelial local e, no caso do intestino, o sistema nervoso entérico.
[010] A microbiota do neonato se estabelece desde o nascimento e progride, e especialmente sofre flutuações durante as primeiras semanas e meses de vida para tornar-se próxima à microbiota núcleo de adulto em torno de 3 a 4 anos de idade. Esta colonização microbiana progressiva do intestino é a chave para a educação e a maturação do sistema imune e sistema nervoso entérico do hospedeiro, para a barreira e função intestinal e programação metabólica do hospedeiro, o que tem um impacto no curto prazo e no estado de saúde e risco de doenças mais tarde na vida. A microbiota neonatal é influenciada pela dieta e microbiota materna, pelo modo de parto, pela nutrição infantil (aleitamento materno ou fórmula infantil) e pelas condições ambientais circundantes.
[011] Ao contrário, a microbiota núcleo de adulto saudável é mais estável, no sentido de que quando perturbada por vários fatores estressores (por exemplo, uso de antibióticos ou medicamentos) retorna perto de sua composição original em sujeitos saudáveis, o que é designado como resiliência da microbiota. A perda de variabilidade, a ausência ou a baixa abundância de microrganismos benéficos e a perda de resiliência estão todas associadas a doenças.
[012] A microbiota de sujeitos em envelhecimento ou idosos é divergente daquela na população adulta saudável por alterações na composição, levando à menor diversidade bacteriana, redução de microrganismos benéficos e resiliência reduzida. Todas essas alterações estão associadas a mudanças no estado de saúde.
[013] A microbiota é composta de uma grande variedade de espécies que competem por espaço e recursos/nutrientes, mas que também pode alimentar um ao outro com seus respectivos produtos de fermentação, levando, assim, a consórcios de microrganismos que, em estado saudável, vivem em simbiose com o hospedeiro mamífero. Uma alta diversidade microbiana na microbiota intestinal é considerada benéfica para a saúde do hospedeiro, já que a diversidade torna a microbiota mais resiliente a fatores que perturbam a microbiota intestinal (por exemplo, antibióticos, mudança na dieta, invasão por novas espécies). Igualmente importante são consórcios de micróbios, isto é, combinações metaestáveis de diferentes microrganismos que se alimentam de produtos de fermentação entre si e, em conjunto, formam um ecossistema mais ou menos estável que prospera em um nicho particular com o uso de substrato disponível (por exemplo, do muco, das células eliminadas e da dieta).
[014] Espécies microbianas típicas encontradas sobre ou dentro do corpo são, em sua maioria, benéficas ou inofensivas. Os patobiontes ou mesmo patógenos patogénicos são também parte de uma microbiota “normal”, desde que eles permaneçam abaixo de um nível crítico. A microbiota intestinal de mamíferos realiza uma série de funções úteis e necessárias, como auxiliar na digestão, fornecer energia a partir de alimentos, fornecer micronutrientes específicos para o hospedeiro, produzir metabólitos importantes como ácidos graxos de cadeia curta e educar (neonatos e lactentes) ou manter (adultos) o sistema imune do hospedeiro. Ela também ajuda a proteger o corpo da entrada de micróbios patogénicos ou compostos tóxicos.
[015] Espécies microbianas também excretam muitos tipos diferentes de subprodutos residuais. Com o uso de diferentes mecanismos de remoção de resíduos, em circunstâncias normais, o corpo efetivamente gerencia esses subprodutos com pouco ou nenhum problema. Infelizmente, populações microbianas superdimensionadas e a dominância inadequada de espécies microbianas, devido ao aumento de seus números, excretam quantidades aumentadas destes subprodutos. Como a quantidade de subprodutos microbianos aumenta, os níveis mais altos de subprodutos residuais pode sobrecarregar os mecanismos de remoção de resíduos do corpo. Um exemplo disso é a formação de amônia a partir da fermentação de proteína, que pode ainda ser fermentada em compostos que são prejudiciais ao hospedeiro.
[016] É a relativa dominância ou a sub-representação de espécies microbianas específicas, a baixa diversidade e/ou a produção perturbada de metabólitos microbianos que causa muitos dos sintomas negativos para a saúde observados em sujeitos que sofrem de disbiose.
[017] O consumo de probióticos e/ou prebióticos pode ter um impacto favorável sobre a microbiota intestinal.
[018] Probióticos são “microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, conferem benefício à saúde do hospedeiro” (definição da Organização Mundial de Saúde).
[019] Prebióticos são ingredientes alimentícios não digeríveis que afetam beneficamente o hospedeiro estimulando seletivamente o crescimento e/ou a atividade de um número limitado de espécies microbianas em uma comunidade.
[020] Os prebióticos mais conhecidos são oligômeros simples de açúcares idênticos (como frutose, galactose ou arabinose) ligados por pontes glicosídicas. Estes estimulam o crescimento seletivo de espécies microbianas que têm a capacidade metabólica para fermentar (rapidamente) estes substratos relativamente simples para produzir metabólitos benéficos, como ácidos graxos de cadeia curta. Os efeitos colaterais típicos do uso desses substratos facilmente fermentáveis incluem desconforto intestinal, flatulência e regurgitação. Estes efeitos colaterais são causados pela rápida produção fermentativa de gases.
[021] A pectina é um polissacarídeo heteroestrutural presente nas paredes celulares primárias de plantas terrestres.
[022] Polissacarídeos pécticos são um grupo heterogêneo de polissacarídeos que compreende quantidades variáveis dos seguintes componentes polissacarídeos: (i) homogalacturonana (HG), (ii) xilogalacturonana (XG), (iii) apiogalacturonana (AG), (iv) ramnogalacturonana-I (RG-I), e (v) ramnogalacturonana-II (RG-II).
[023] A Figura 1 fornece uma representação esquemática da estrutura de polissacarídeos pécticos, incluindo os 4 componentes polissacarídeos anteriormente mencionados. Nota-se que os componentes polissacarídeos HG, XG e RG-II tipicamente representam apenas uma pequena fração dos polissacarídeos pécticos.
[024] Os componentes polissacarídeos HG, XG e RG-II compreendem, cada um, uma cadeia principal que consiste em uma cadeia linear de unidades de monossacarídeo de ácido D-galacturônico ligadas α-(1-4).
[025] Somente RG-I compreende uma cadeia principal que consiste em uma cadeia linear das unidades de dissacarídeo de repetição: 4)-ácido α-D- galacturônico-(1,2)-α-L-ramnose-(1. Uma representação esquemática da estrutura de RG-I é mostrada na Figura 2.
[026] A composição de polissacarídeo péctico e a estrutura fina variam amplamente dependendo da fonte vegetal e das condições de extração aplicadas. O domínio homogalacturonana pode ter um comprimento de até cerca de 100 resíduos de D-Gala consecutivos. O domínio RG-I que contém as cadeias laterais é geralmente chamado de “região ramificada” ou “região cabeluda”, enquanto o domínio homogalacturonana (entre dois domínios RG-I) não é tipicamente substituído por oligossacarídeos.
[027] Os resíduos de GalA em RG-I estão ligados aos resíduos de RhA através das posições 1 e 4, enquanto o resíduo de RhA está ligado ao resíduo de GalA através das posições anoméricas e 2-OH. Em geral, cerca de 20 a 80% dos resíduos de RHA são ramificados na posição 4-OH (dependendo da fonte vegetal e do método de isolamento), com cadeias laterais neutras e ácidas. Essas cadeias laterais consistem principalmente em resíduos de Ara e Gal ligados de várias maneiras, constituindo polímeros conhecidos como arabinogalactana I (AG-I) e/ou AG-II. AG I é composta de uma cadeia principal D-Gal ligada beta-(1,4) com substituições em 3-OH de grupos alfa-L-arabinosil; a cadeia principal Gal pode ter unidades alfa(1,5)-L-Ara. AG-II consiste em galactana altamente ramificada com interior predominantemente D-Gal ligado beta(1,3) com substituições de cadeias curtas ligadas (1,6) exteriormente. Este último tem ainda anexos de L-Ara ligados alfa (1,3) e/ou (1,5). As cadeias laterais de oligossacarídeos podem ser lineares ou ramificadas, e algumas dessas cadeias laterais podem ser terminadas com resíduos alfa-L-fucosídeos, beta-D- glucuronídeos e 4-O-metil beta-D-glucuronil.
[028] Gómez et al. (Prebiotic potential of pectins and pectic oligosaccharides derived from lemon peel wastes and sugar beet pulp: A comparative evaluation, Journal of Functional Foods, Volume 20, janeiro de 2016, páginas 108 a 121) descreveram o resultado de um estudo no qual a polpa de beterraba sacarina (SBP - “sugar beet pulp”) e resíduos de casca de limão (LPW - “lemon peel wastes”) foram usados para obter duas misturas de oligossacarídeos pécticos (denotados como SBPOS e LPOS, respectivamente). A adequação dos oligossacarídeos pécticos, pectinas de SBP, LPW e FOS (fruto-oligossacarídeos) comerciais para causar efeitos prebióticos foram comparados por fermentação in vitro e hibridização in situ por fluorescência com o uso de inóculos fecais humanos e oito sondas bacterianas diferentes. A população conjunta de bifidobactérias e lactobacilos aumentou de 19% até 29%, 34% e 32% em culturas com LPOS, SBPOS e FOS, respectivamente. As contagens de Faecalibacterium e Roseburia também foram aumentadas com todos os substratos (especialmente com LPOS). As concentrações mais altas de ácidos orgânicos foram observadas em meios contendo oligossacarídeos. De acordo com os autores, este trabalho confirma que os oligossacarídeos pécticos apresentam melhores propriedades de prebióticos que de pectinas, e similar ou melhor que de FOS.
[029] Chatterjee, et al. (Effect of Fruit Pectin on Growth of Lactic Acid Bacteria, J Prob Health 2016, 4:2) relatam um estudo no qual foi testado o efeito da pectina extraída de diferentes tipos de resíduos de frutas (Musa sp. e Citrus limetta e casca de Citrullus lanatus e frutos putrefados de Solanum lycopersicum e Psidium guajava) no crescimento de bactérias ácido-lácticas (LAB - “Lactic Acid Bacteria”) e bifidobacteria (Lactobacillus casei, L. acidophilus e Bifidobacterium bifidum). Observou-se que a pectina foi capaz de aumentar consideravelmente o crescimento das bactérias e a acidez titulável. Os autores concluem que a pectina que é extraída a partir de resíduos de frutas também pode ser usada para melhorar o crescimento de lactobacilos e bifidobactérias.
[030] Babbar, et al. (Pectic oligosaccharides from agricultural by- products: production, characterization and health benefits, Crit. Rev. Biotech. 2016; 36(4) 594-606) mencionam que a pectina contendo subprodutos agrícolas são fontes potenciais de uma nova classe de prebióticos, conhecida como oligossacarídeos pécticos (POS - “pectic oligosaccharides”). A hidrólise controlada de subprodutos agrícolas contendo pectina como açúcar de beterraba sacarina, maçã, azeitona e cítricos por tratamento químico, enzimático e hidrotérmico também pode ser usada para produzir oligo-galacturonídeos, galacto-oligossacarídeos, oligossacarídeos ramnogalacturonana de cadeia curta, etc.
[031] Hoon Kim et al. (Effect of arabinoxylan- and rhamnogalacturonan I- rich polysaccharides isolated from young barley leaf on intestinal immunostimulatory activity, Journal of Functional Foods, 2017; 35, 384-390) prepararam quatro frações de polissacarídeos a partir de folhas de cevada e compararam a atividade imunoestimulatória intestinal in vitro. Entre as frações, uma fração de alto peso molecular preparada por extração enzimática (BLE-P), mostrou a potência na ativação da proliferação celular de medula óssea por meio de placas de Peyer (PP), e na estimulação da produção de citocinas in vitro. BLE-P foi identificada como uma mistura de glucuronoarabinoxilana hemicelulósica e ramnogalacturonana I péctica contabilizando acima de 80%. Subsequentemente, BLE-P foi administrada por via oral para camundongos durante 20 dias para investigar o efeito sobre a atividade imunoestimulatória intestinal in vivo. A administração de BLEP não apenas aumentou a produção de imunoglobulina A (IgA), mas também aumentou os níveis de citocinas relacionadas a IgA, como fator de crescimento transformador-β e interleucina-
10.
[032] A patente US 2014/275233 descreve um método para tratar a disbiose gastrointestinal em um sujeito, que compreende administrar por via oral ao sujeito uma quantidade efetiva de uma composição que compreende tecidos vegetais isolados que têm pelo menos 0,25 mg de teor de gliceolina por grama de tecido vegetal. Três fitoalexinas muito similares chamadas de gliceolina I, gliceolina II e gliceolina III, são produzidas pela soja quando a planta é exposta aos microrganismos do solo, à luz ultravioleta (UV) ou aos metais pesados.
[033] O documento WO 2011/069781 descreve um polissacarídeo que é capaz de modular a resposta imune, sendo o dito polissacarídeo obtido a partir de plantas da espécie Camellia sinensis, em que a cadeia principal do polissacarídeo compreende domínios alternados de ramnogalacturonana-l e domínios de ácido poligalacturônico ligado alfa(1,4) ou ácido oligogalacturônico ligado alfa(1,4), em que a razão molar de resíduos de ácido galacturônico para resíduos de ramnosil na cadeia principal do polissacarídeo varia de 2,5:1 a 1:1, e em que o polissacarídeo tem um peso molecular de pelo menos 70 kDa.
[034] O documento WO 2012/148277 descreve uma preparação que tem um teor de matéria seca de pelo menos 20%, em peso, a dita preparação contendo pelo menos 50%, em peso, de matéria seca, de uma mistura de polissacarídeos pécticos, incluindo pelo menos 20%, calculados, em peso, dos polissacarídeos pécticos, de pectinas ramnogalacturonana-I que tem um peso molecular maior que 40 kDa, a dita mistura de polissacarídeos pécticos sendo caracterizada por: • um grau de metilação dos resíduos de ácido galacturônico não maior que 20%; • um grau de acetilação dos resíduos de ácido galacturônico não maior que 20%; em que a preparação não forma um gel quando é diluída com uma solução aquosa de bicarbonato de amônio 50 mM para um teor de sólidos de 2,5%, em peso. Também é descrito o uso dessa preparação como medicamento para modular a resposta imune.
Descrição Resumida da Invenção
[035] Os inventores descobriram inesperadamente que disfunções associadas à composição ou funcionalidade perturbada da microbiota intestinal, especialmente disfunção metabólica ou disfunção da barreira intestinal, podem ser tratadas de forma terapêutica ou profilática por administração oral de polissacarídeos ramnogalacturonana I (RG-I) provenientes de frutas, cenoura, ervilha, chicória ou beterraba sacarina, sendo que os ditos polissacarídeos RG-I têm um peso molecular em excesso de 15 kDa e têm uma cadeia principal que compreende domínios ramnogalacturonana-I e opcionalmente domínios ácido homogalacturônico ligados alfa(1,4), em que a razão molar de resíduos de ácido galacturônico para ramnose na dita cadeia principal está dentro da faixa de 20:1 a 1:1.
[036] Embora os inventores não desejem se ater à teoria, acredita-se que os polissacarídeos RG-I atuem como um prebiótico, promovendo alta diversidade microbiana na microbiota intestinal, estimulando o crescimento ou a atividade de bactérias benéficas (por exemplo, Akkermansia muciniphila e Bifidobacterium spp.) e/ou aumentando a resiliência da microbiota intestinal contra perturbações.
[037] Descobriu-se ainda que a fermentação intestinal dos polissacarídeos RG-I resulta na formação de ácidos graxos de cadeia curta benéficos. Surpreendentemente, a conversão fermentativa dos polissacarídeos RG-I para ácidos graxos de cadeia curta é acompanhada pela produção substancialmente menor de gás do que a observada para prebióticos tradicionais como, por exemplo, inulina.
[038] Consequentemente, um aspecto da presente invenção refere-se a uma composição de prebióticos para uso em um método de tratamento terapêutico ou profilático de disfunções associadas à composição ou funcionalidade perturbada do microbioma intestinal em um sujeito, sendo a disfunção selecionada a partir de uma disfunção metabólica e disfunção da barreira intestinal, sendo que o dito uso compreende a administração oral da composição de prebióticos para o sujeito, em que a composição contém pelo menos 0,1%, em peso, de matéria seca de polissacarídeos RG-I provenientes de frutas, cenoura, ervilha, chicória ou beterraba sacarina, sendo que os ditos polissacarídeos RG-I têm um peso molecular em excesso de 15 kDa e têm uma cadeia principal que consiste em resíduos de ácido galacturônico e resíduos de ramnose, os ditos resíduos de ramnose estando contidos em resíduos de alfa(1→4)-galacturônico-alfa(1→2)-ramnose, em que a razão molar de resíduos de ácido galacturônico para resíduos de ramnose nos polissacarídeos RG-I está dentro da faixa de 20:1 a 1:1.
[039] Os polissacarídeos RG-I que são empregados de acordo com a presente invenção podem ser isolados a partir de frutas, cenoura, ervilha, chicória ou beterraba sacarina, por extração aquosa, opcionalmente combinados com tratamento enzimático (com o uso de, por exemplo, poligalacturonase).
[040] Outro aspecto da presente invenção refere-se a uma composição de prebióticos que compreende: • pelo menos 0,1%, em peso, de matéria seca dos polissacarídeos RG-I provenientes; e • pelo menos 1%, em peso, de matéria seca de um ou mais prebióticos selecionados a partir de lactulose, inulina, fruto-oligosacarídeos, galacto-oligossacarídeos, oligossacarídeos do leite, goma guar, goma arábica ou quaisquer combinações dos mesmos.
[041] Ainda outro aspecto da invenção refere-se a uma composição de simbióticos que compreende: • pelo menos 0,1%, em peso, de matéria seca dos polissacarídeos RG-I; e • uma ou mais linhagens microbianas probióticas sob a forma de microrganismos viáveis, microrganismos não viáveis, fragmentos de microrganismos e combinações dos mesmos. Descrição Detalhada da Invenção
[042] Um aspecto da presente invenção refere-se a uma composição de prebióticos para uso em um método de tratamento terapêutico ou profilático de disfunções associadas à composição ou funcionalidade perturbada do microbioma intestinal em um sujeito, sendo a disfunção selecionada a partir de uma disfunção metabólica e disfunção da barreira intestinal, sendo que o dito uso compreende a administração oral da composição de prebióticos para o sujeito, em que a composição contém pelo menos 0,1%, em peso, de matéria seca de polissacarídeos ramnogalacturonana (RG-I) provenientes de frutas, cenoura, ervilha, chicória ou beterraba sacarina, sendo que os ditos polissacarídeos RG-I têm um peso molecular em excesso de 15 kDa e têm uma cadeia principal que consiste em resíduos de ácido galacturônico e resíduos de ramnose, os ditos resíduos de ramnose estando contidos em resíduos de alfa(1→4)-galacturônico-alfa(1→2)-ramnose, em que a razão molar de resíduos de ácido galacturônico para resíduos de ramnose nos polissacarídeos RG-I está dentro da faixa de 20:1 a 1:1.
[043] A terminologia “disfunções associadas à composição ou funcionalidade perturbada do microbioma intestinal”, como usado no presente pedido, abrange condição disbiótica intestinal (composição perturbada) e disfunções associadas à produção fermentativa insuficiente de metabólitos essenciais pelo microbioma intestinal (funcionalidade perturbada). Os ácidos graxos de cadeia curta (acetato, propionato e butirato) são um exemplo desses metabólitos essenciais.
[044] O termo “condição disbiótica intestinal”, como usado no presente pedido, refere-se a uma condição que afeta adversamente a saúde do sujeito e que é causada por um desvio significativo de um microbioma intestinal equilibrado (normobiose).
[045] O termo “polissacarídeos ramificados”, como usado no presente pedido, refere-se a um polissacarídeo que compreende uma cadeia principal linear de unidades de monossacarídeos ligados em conjunto por ligações glicosídicas, em que pelo menos uma das unidades de monossacarídeos dentro da cadeia principal carrega uma cadeia lateral de uma ou mais unidades de monossacarídeos glicosidicamente ligadas.
[046] Os termos “cadeia principal” e “esqueleto” são sinônimos.
[047] O termo “polissacarídeos pécticos”, como usado no presente pedido, refere-se a polissacarídeos opcionalmente ramificados que têm um peso molecular em excesso de 15 kDa e que compreendem uma cadeia principal que consiste em resíduos de ácido galacturônico e resíduos de ramnose, estando os ditos resíduos de ramnose contidos em resíduos de alfa(1→4)-galacturônico- alfa(1→2)-ramnose.
[048] O termo “trecho”, como usado no presente pedido, refere-se a uma sequência de dois ou mais monossacarídeos glicosidicamente ligados dentro da cadeia principal de um polissacarídeo, excluindo quaisquer cadeias laterais que estejam anexadas a esta.
[049] O termo “domínio”, como usado no presente pedido, refere-se a um trecho mais quaisquer cadeias laterais que estejam anexadas ao dito trecho.
[050] O termo “trecho de ramnogalacturonana-I” ou “trecho de RG-I” refere-se a um trecho que consiste em pares de ácido galacturônico (GalA) e ramnose (RhA), em que os resíduos de GalA estão ligados aos resíduos de Rha através das posições 1 e 4, enquanto que os resíduos de RhA estão ligados ao resíduo de GalA através das posições anoméricas e 2-OH, isto é, resíduos alternados de alfa(1→4)-galacturônico-alfa(1→2)-ramnose. Os grupos carboxila dos resíduos de ácido galacturônico dentro dos trechos de RG-I podem ser esterificados. O ácido galacturônico esterificado pode ocorrer sob a forma de éster metílico ou éster acetílico.
[051] O domínio RG-I pode compreender cadeias laterais como, por exemplo, cadeias laterais de galactana, arabinana e arabinogalactana.
[052] O termo “polissacarídeo ramnogalacturonana-I” ou “polissacarídeo RG-I” refere-se a um polissacarídeo péctico opcionalmente ramificado que compreende uma cadeia principal que contém um ou mais trechos de ramnogalacturonana-I.
[053] O termo “trecho de ácido galacturônico ligado alfa(1,4)” refere-se a um trecho que consiste em resíduos de alfa(1→4)-galacturônico.
[054] Além dos domínios RG-I, os polissacarídeos RG-I da presente invenção podem conter um ou mais dos seguintes domínios: • homogalacturonana (HG), • xilogalacturonana (XG), • apiogalacturonana (AG), • ramnogalacturonana-II (RG-II).
[055] Os domínios XG, AG e RG-II tipicamente representam somente uma pequena fração dos polissacarídeos RG-I.
[056] Os domínios HG, domínios XG, domínios AG e RG-II que estão opcionalmente presentes nos polissacarídeos RG-I da presente invenção compreendem uma cadeia principal que consiste em uma cadeia linear de dois ou mais ácidos D-galacturônicos ligados α-(1-4). Os grupos carboxila dos resíduos de ácido galacturônico dentro da cadeia principal destes domínios podem ser esterificados. O ácido galacturônico esterificado pode ocorrer sob a forma de éster metílico ou éster acetílico.
[057] Os domínios HG não contêm nenhuma cadeia lateral.
[058] A cadeia principal dos domínios XG contém uma ou mais cadeias laterais na forma de D-xilose.
[059] A cadeia principal de domínios AG contém uma ou mais cadeias laterais que são compostas por um ou mais resíduos de D-apiose.
[060] A cadeia principal de RG-II contém uma ou mais cadeias laterais que não são exclusivamente compostas de D-xilose ou D-apiose.
[061] O termo “fruto”, como usado no presente pedido, refere-se à estrutura portadora de sementes em plantas com flores.
[062] O termo “prebiótico”, como usado no presente pedido, refere-se a substâncias que induzem seletivamente o crescimento ou a atividade de microrganismos que contribuem para o bem-estar de seu hospedeiro.
[063] O termo “probiótico”, como usado no presente pedido, refere-se a microrganismos que, quando administrados por via oral em quantidades adequadas, fornecem benefícios à saúde. Estes microrganismos são selecionados a partir de microrganismos viáveis, e microrganismos não viáveis, fragmentos de microrganismos e combinações dos mesmos.
[064] O termo “simbiótico” refere-se a uma composição que contém uma combinação de (a) um ou mais prebióticos e (b) um ou mais probióticos.
[065] A concentração de diferentes polissacarídeos e sua composição de monossacarídeos pode ser determinada por técnicas analíticas conhecidas pelo técnico no assunto. Após a hidrólise ácida, a composição de monossacarídeos pode ser adequadamente determinada por Cromatografia de Troca Aniônica de Alta Eficiência combinada com Detecção Amperométrica Pulsada (HPAEC- PAD).
[066] A distribuição de tamanho molecular pode ser determinada por Cromatografia de Exclusão por Tamanho de Alto Desempenho com o uso de índice refrativo (RI), detecção (concentração), detecção de espalhamento de luz (detecção de massa molecular), detecção de UV (indicativo para presença de proteínas) e detecção de pressão diferencial (detecção de viscosidade intrínseca).
[067] Os métodos analíticos mencionados acima são descritos em: Analytical Biochemistry Vol. 207, Edição 1, 1992, pág. 176 (para análise de açúcar neutro) e em Mol. Nutr. Food Res., Vol 61, Edição 1, 2017, 1600243 (para a análise de ácido galacturônico e distribuição de tamanho molecular).
[068] Todas as porcentagens mencionadas no presente pedido, a menos que estabelecido de outra forma, referem-se à porcentagem, em peso.
[069] O sujeito para o qual a composição contendo os polissacarídeos RG-I da presente invenção é administrada por via oral é preferencialmente um mamífero, mais preferencialmente um sujeito humano. De acordo com uma realização preferencial, o sujeito humano é um lactente (< 4 anos) que continua a desenvolver a sua microbiota núcleo de adulto ou de uma pessoa em envelhecimento da pessoa (> 50 anos) em risco de perder a diversidade e a resiliência de sua microbiota núcleo de adulto.
[070] A administração oral no contexto do presente método de tratamento abrange a autoadministração.
[071] De acordo com uma realização preferencial, o sujeito que recebe a composição contendo polissacarídeos RG-I administrados por via oral está sofrendo ou está em risco de sofrer de uma disfunção metabólica. Mais preferencialmente, o sujeito está sofrendo de uma disfunção metabólica.
[072] Disfunções metabólicas que podem ser tratadas com sucesso (de forma terapêutica ou profilática) pelo presente tratamento incluem sobrepeso, obesidade, síndrome metabólica, deficiência de insulina ou disfunções relacionadas à resistência à insulina, diabetes mellitus tipo 2, intolerância à glicose, metabolismo lipídico anormal, hiperglicemia, esteatose hepática, dislipidemia, colesterol alto, triglicerídeos altos. O presente tratamento é particularmente adequado para o tratamento terapêutico ou profilático de sobrepeso ou obesidade e resistência à insulina.
[073] De acordo com outra realização preferencial, a sujeito está sofrendo ou está em risco de sofrer de disfunção da barreira intestinal. Mais preferencialmente, o sujeito está sofrendo de disfunção da barreira intestinal.
[074] A barreira intestinal, ou barreira da mucosa intestinal, refere-se à propriedade da mucosa intestinal em garantir a contenção adequada de conteúdos indesejáveis do lúmen dentro do intestino, enquanto preservando a capacidade de absorver nutrientes. A separação que ela fornece entre o corpo e o conteúdo do lúmen do intestino evita a translocação descontrolada de conteúdo do lúmen para o corpo. O seu papel na proteção dos tecidos da mucosa e no sistema circulatório da exposição a patógenos pró-inflamatórios, toxinas e antígenos é vital para a manutenção da saúde e bem-estar. A disfunção da barreira intestinal tem sido envolvida em diversas condições de saúde, como: alergias alimentares, infecções microbianas, síndrome do intestino irritável, doença inflamatória intestinal, doença celíaca, síndrome metabólica, doença hepática gordurosa não alcoólica, diabetes e choque séptico.
[075] De acordo com uma realização preferencial da presente invenção,
a composição de prebióticos é usada para tratar de forma terapêutica ou profilática a condição disbiótica intestinal.
[076] O sujeito que recebe tratamento de uma condição disbiótica intestinal de acordo com a presente invenção é preferencialmente um sujeito que sofre ou está em risco de sofrer de uma condição disbiótica intestinal patogênica, com a máxima preferência um sujeito que sofre de uma condição disbiótica intestinal patogênica. No presente pedido, “patogênica” significa que a condição é capaz de causar ou agravar uma doença.
[077] De acordo com outra realização preferencial, a composição de prebióticos é usada para aumentar a produção fermentativa intestinal de ácidos graxos de cadeia curta.
[078] Os polissacarídeos RG-I que são empregados de acordo com a presente invenção preferencialmente são provenientes de uma fonte vegetal selecionada a partir de maçã, pimentão, mirtilo, cenoura, frutas cítricas, uva, ervilha, chicória, beterraba sacarina e azeitonas, quiabo e combinações dos mesmos. Até mais preferencialmente, os polissacarídeos RG-I são provenientes de uma fonte vegetal selecionada a partir de maçã (por exemplo, bagaço de maçã), pimentão, cenoura, casca de cítricos, uva, chicória, beterraba sacarina (por exemplo, polpa de beterraba sacarina), azeitona (por exemplo, polpa de azeitona), quiabo e combinações dos mesmos. Com a máxima preferência, os polissacarídeos RG-I são provenientes de cenoura ou maçã.
[079] Os polissacarídeos RG-I são preferencialmente incorporados na composição de prebióticos sob a forma de um polissacarídeo péctico isolado que é enriquecido em polissacarídeos RG-I. Consequentemente, em uma realização particularmente preferencial, os polissacarídeos RG-I representam pelo menos 20%, em peso, mais preferencialmente pelo menos 40%, em peso, até mais preferencialmente pelo menos 50%, em peso, e com a máxima preferência pelo menos 60%, em peso, dos polissacarídeos pécticos presentes na composição de prebióticos.
[080] Os polissacarídeos RG-I têm uma cadeia principal que compreende trechos de ramnogalacturonana-I e opcionalmente trechos de ácido homogalacturônico ligados alfa(1,4). A razão molar de resíduos de ácido galacturônico para resíduos de ramnose nos polissacarídeos RG-I está dentro da faixa de 20:1 a 1:1. Preferencialmente, a razão molar de resíduos de ácido galacturônico para resíduos de ramnose nos polissacarídeos RG-I varia de 15:1 a 1:1, mais preferencialmente de 12:1 a 1:1, ainda mais preferencialmente de 10:1 a 1:1, com a máxima preferência de 9:1 a 1:1.
[081] Preferencialmente, resíduos de ramnose representam 3 a 50%, mais preferencialmente 5 a 50%, e com a máxima preferência 10 a 50% dos resíduos de monossacarídeos na cadeia principal dos polissacarídeos RG-I.
[082] Resíduos de ramnose tipicamente representam 3 a 50%, mais preferencialmente 3,5 a 40% e com a máxima preferência 4 a 35% de todos os resíduos de monossacarídeos contidos nos polissacarídeos RG-I, isto é, incluindo os resíduos de monossacarídeos que estão contidos nas cadeias laterais.
[083] Resíduos de ácido galacturônico tipicamente representam 50 a 97%, mais preferencialmente 50 a 95%, e com a máxima preferência 50 a 90% dos resíduos de monossacarídeos na cadeia principal dos polissacarídeos RG- I.
[084] Resíduos de ácido galacturônico tipicamente representam 10 a 80%, mais preferencialmente 15 a 70%, e com a máxima preferência 20 a 65% de todos os resíduos de monossacarídeos contidos nos polissacarídeos RG-I, isto é, incluindo os resíduos de monossacarídeos que estão contidos nas cadeias laterais.
[085] Os polissacarídeos RG-I tipicamente têm um peso molecular de pelo menos 20 kDa. Preferencialmente, os polissacarídeos RG-I têm um peso molecular de 25 kDa e 2.000 kDa, mais preferencialmente entre 30 kDa e 1.500 kDa, até mais preferencialmente entre 35 kDa e 1.200 kDa, com a máxima preferência entre 40 kDa e 1.000 kDa.
[086] O peso molecular médio dos polissacarídeos RG-I que estão contidos na presente composição preferencialmente excede 30 kDa, mais preferencialmente excede 40 kDa e com a máxima preferência excede 60 kDa.
[087] Preferencialmente, menos de 85% dos resíduos de ácido galacturônico nos polissacarídeos RG-I são esterificados sob a forma de éster metílico. Mais preferencialmente, os polissacarídeos RG-I têm esse grau de esterificação entre 0% e 70%, mais preferencialmente entre 0% e 60%, até mais preferencialmente entre 0% e 55%, com a máxima preferência entre 0% e 50%.
[088] Preferencialmente, 0 a 95% dos resíduos de ácido galacturônico nos polissacarídeos RG-I são esterificados sob a forma de um éster acetílico. Mais preferencialmente, os polissacarídeos RG-I têm esse grau de esterificação entre 5% e 90%, mais preferencialmente entre 7% e 50%, com a máxima preferência entre 8% e 30%.
[089] A cadeia principal dos polissacarídeos RG-I consiste em resíduos de ácido galacturônico e resíduos de ramnose. Se os polissacarídeos RG-I compreendem uma ou mais cadeias laterais, o polissacarídeo podem também conter adicionalmente resíduos de arabinose e/ou de galactose. Além disso, as cadeias laterais do polissacarídeo RG-I podem fornecer quantidades menores de resíduos dos monômeros de fucose, glicose, ácido glucurônico, xilose e/ou ácido urônico.
[090] Uma ou mais cadeias laterais são preferencialmente selecionadas a partir de cadeias laterais de galactana, cadeias laterais de arabinana e cadeias laterais de arabinogalactana.
[091] A cadeia lateral de arabinana compreende pelo menos um ou mais resíduos de arabinose ligados alfa(1,5) e é substituída na posição 4-OH de resíduos de ramnose no domínio RG-I. A cadeia lateral de arabinana pode ser linear ou ramificada. No caso da cadeia lateral ser linear, a cadeia lateral consiste em resíduos de arabinose ligados alfa(1,5). No caso da cadeia lateral de arabinana ser uma cadeia lateral ramificada, um ou mais resíduos de alfa- arabinose estão ligados em 2-OH e/ou 3-OH de arabinoses ligadas alfa(1,5). O comprimento da cadeia lateral de arabinana (expresso como o número de unidades monoméricas) é preferencialmente entre 1 e 100 unidades monoméricas, mais preferencialmente entre 1 e 50 unidades, até mais preferencialmente entre 1 e 30 unidades.
[092] A cadeia lateral de galactana compreende pelo menos um ou mais resíduos de galactose ligados alfa(1,4) e é substituída na posição 4-OH de resíduos de ramnose no domínio RG-I.
[093] A cadeia lateral de galactana é preferencialmente substancialmente linear (não ramificada), isto é, menos de 10%, em mol, de resíduos de galactose dentro da cadeia são resíduos de galactose ligados beta(1,3) ou ligados beta(1,6), preferencialmente menos de 5%, em mol, preferencialmente menos de 2%, em mol, preferencialmente menos de 1%, em mol. O comprimento da cadeia lateral de galactana é preferencialmente entre 1 e 100 unidades monoméricas, mais preferencialmente entre 1 e 50 unidades, até mais preferencialmente entre 1 e 30 unidades.
[094] A cadeia lateral de arabinogalactana é substituída na posição 4-OH de um resíduo de ramnose no domínio RG-I e pode ser uma arabinogalactana tipo I (AGI) ou uma arabinogalactana tipo II (AGII). AGI é composta por uma cadeia principal (1→4)-β-D-Galp na qual podem ocorrer substituições por unidades monoméricas de Galp na posição O-6 ou O-3. AGI é ainda substituída por resíduos α-L-Araf-p e/ou por cadeias laterais curtas (1→5)-α-L-Araf. AGII é composta por cadeia principal α(1→3)-β-D-Galp decorada com cadeias secundárias (1→6)-β-D-Galp , as quais são arabinosiladas.
[095] Preferencialmente, a razão molar de resíduos de arabinose para resíduos de ramnose nos polissacarídeos RG-I não excede 30:1, mais preferencialmente não excede 15:1, até mais preferencialmente não excede 8:1 e com a máxima preferência não excede 5:1.
[096] A razão molar de resíduos de galactose para resíduos de ramnose nos polissacarídeos RG-I preferencialmente não excede 30:1, mais preferencialmente não excede 15:1, até mais preferencialmente não excede 8:1 e com a máxima preferência não excede 5:1.
[097] De acordo com uma realização preferencial, pelo menos 20% dos resíduos de ramnose nos trechos de RG-I são substituídos na posição 4-OH. Mais preferencialmente pelo menos 30%, até mais preferencialmente pelo menos 40%, com a máxima preferência pelo menos 45% desses resíduos de ramnose são substituídos na posição 4-OH. Preferencialmente no máximo 90%, em peso, mais preferencialmente no máximo 80% desses resíduos de ramnose são substituídos na posição 4-OH.
[098] A composição de prebióticos para uso no presente método preferencialmente contém pelo menos 0,2%, em peso, mais preferencialmente 0,3 a 10%, em peso, e com a máxima preferência 0,4 a 5%, em peso, de matéria seca dos polissacarídeos RG-I, conforme definido no presente pedido.
[099] A composição de prebióticos, para uso no presente método, contém vantajosamente um ou mais dentre outros prebióticos, além dos polissacarídeos RG-I. Preferencialmente, a composição contém pelo menos 1%, em peso, de matéria seca, mais preferencialmente pelo menos 3%, em peso, de matéria seca de um ou mais prebióticos selecionados a partir de lactulose, inulina, fruto-oligosacarídeos, galacto-oligossacarídeos, oligossacarídeos do leite, goma guar e goma arábica.
[0100] Acredita-se que os polissacarídeos RG-I são particularmente efetivos no presente método de tratamento, se já não estiverem envolvidos na matriz do material da parede celular. Consequentemente, em uma realização particularmente preferencial, a composição contendo polissacarídeos RG-I da presente invenção contém pelo menos 0,05%, em peso, de matéria seca, mais preferencialmente pelo menos 0,1%, em peso, de matéria seca, até mais preferencialmente pelo menos 0,2%, em peso, de matéria seca, e com a máxima preferência pelo menos 0,3%, em peso, de matéria seca de polissacarídeos RG- I facilmente solúveis em água. A concentração de polissacarídeos RG-I facilmente solúveis em água na composição contendo polissacarídeos RG-I pode ser determinada combinando 100 ml de água desmineralizada (20 ºC) com uma quantidade suficiente da composição contendo polissacarídeos RG-I para fornecer 2,5 gramas de matéria seca, seguido por agitação por 5 minutos e filtração através de um filtro de 100 µm. Os polissacarídeos RG no filtrado são polissacarídeo RG-I facilmente solúveis em água.
[0101] De acordo com uma realização particularmente preferencial da presente invenção, a presente composição é administrada por via oral ao sujeito durante um período de pelo menos 2 dias em uma quantidade que fornece pelo menos 1 mg de polissacarídeos RG-I por kg de peso corporal por dia. Mais preferencialmente, a quantidade de pelo menos 4 mg de polissacarídeos RG-I por kg de peso corporal por dia, até mais preferencialmente pelo menos 15 mg/kg de peso corporal por dia, com a máxima preferência pelo menos 20 a 100 mg/kg de polissacarídeos RG-I por kg de peso corporal por dia é fornecida durante um período de pelo menos 7 dias, com a máxima preferência durante um período de pelo menos 14 dias, fornecendo a composição contendo os polissacarídeos RG- I.
[0102] De acordo com outra realização preferencial, a composição contendo polissacarídeos RG-I é administrada por via oral ao sujeito durante um período de pelo menos 21 dias, para fornecer os polissacarídeos RG-I em uma quantidade de pelo menos 4 mg de polissacarídeos RG-I por kg de peso corporal por dia, mais preferencialmente 15 a 300 mg de polissacarídeos RG-I por kg de peso corporal por dia.
[0103] Descobriu-se que a composição de prebióticos da presente invenção é capaz de induzir o crescimento de microrganismos intestinais, que se acredita que forneçam benefícios à saúde, especialmente de Akkermansia muciniphila e Bifidobacterium spp. Consequentemente, em outra realização preferencial, a composição contendo polissacarídeos RG-I é capaz de induzir o crescimento ou a atividade de Akkermansia muciniphila e/ou Bifidobacterium spp. na microbiota intestinal do sujeito. Com a máxima preferência, a composição é capaz de induzir o crescimento ou a atividade de Akkermansia muciniphila na microbiota intestinal do sujeito.
[0104] Descobriu-se que a composição de prebióticos da presente invenção é capaz de induzir a produção de ácidos graxos de cadeia curta pela microbiota intestinal, enquanto esta é acompanhada com substancialmente menos produção de gás, em comparação aos prebióticos tradicionais como inulina. Consequentemente, em outra realização preferencial, a composição contendo polissacarídeos RG-I é capaz de aumentar a produção fermentativa intestinal de ácidos graxos de cadeia curta com efeitos colaterais reduzidos, como desconforto intestinal, flatulência e regurgitação, associado com a rápida produção de gás.
[0105] De acordo com uma realização particularmente preferencial, a composição é selecionada a partir de uma bebida, uma unidade de dosagem oral, um pó, uma barra e uma pasta.
[0106] A bebida é tipicamente um líquido. Preferencialmente, a bebida contém 80%, em peso, mais preferencialmente pelo menos 85%, em peso, de água. A bebida preferencialmente contém pelo menos 1,5 g/L, mais preferencialmente pelo menos 3 g/L e com a máxima preferência 5 a 200 g/L dos polissacarídeos RG-I.
[0107] A unidade de dosagem oral é preferencialmente uma cápsula ou um comprimido. A unidade de dosagem oral tem preferencialmente um peso na faixa de 50 a 1500 miligramas, mais preferencialmente de 100 a 800 miligramas. A unidade de dosagem oral tipicamente contém pelo menos 1%, em peso, mais preferencialmente pelo menos 20%, em peso e com a máxima preferência 40 a 90%, em peso, dos polissacarídeos RG-I.
[0108] A composição sob a forma de um pó é preferencialmente um pó solúvel em água que pode ser usado para preparar uma bebida. Tipicamente, o pó contém pelo menos 0,5%, em peso, mais preferencialmente pelo menos 5%, em peso, e com a máxima preferência 10 a 75%, em peso, dos polissacarídeos RG-I.
[0109] A composição sob a forma de uma barra é preferencialmente uma barra, preferencialmente uma barra que tem um peso na faixa de 10 a 200 gramas, mais preferencialmente de 25 a 100 gramas. A barra tipicamente contém pelo menos 0,1%, em peso, mais preferencialmente pelo menos 0,5%, em peso e com a máxima preferência 1 a 20%, em peso, dos polissacarídeos RG-I.
[0110] A composição sob a forma de uma pasta é preferencialmente uma emulsão água em óleo, preferencialmente uma emulsão água em óleo que compreende 20 a 90%, em peso, de uma fase gordurosa e 10 a 80%, em peso, de uma fase aquosa. A pasta preferencialmente contém pelo menos 0,3%, em peso, mais preferencialmente pelo menos 1 a 10%, em peso, e com a máxima preferência 1,5 a 16%, em peso, dos polissacarídeos RG-I.
[0111] Outro aspecto da presente invenção refere-se a uma composição de prebióticos que compreende: • pelo menos 0,1%, em peso, de matéria seca dos polissacarídeos RG-I, conforme definido anteriormente no presente pedido; e • pelo menos 1%, preferencialmente pelo menos 3%, em peso, de matéria seca de um ou mais prebióticos selecionados a partir de lactulose, inulina, fruto-oligosacarídeos, galacto-oligossacarídeos, oligossacarídeos do leite, goma guar e goma arábica.
[0112] Ainda mais preferencialmente, o produto contém pelo menos 1%, em peso, de matéria seca, mais preferencialmente pelo menos 3%, em peso, de matéria seca de um ou mais prebióticos selecionados a partir de lactulose, inulina, fruto-oligosacarídeos, galacto-oligossacarídeos e oligossacarídeos do leite.
[0113] Realizações preferenciais da composição de prebióticos são as mesmos descritas anteriormente no presente pedido em relação à composição de prebióticos para uso no presente método de tratamento.
[0114] Ainda outro aspecto da invenção refere-se a uma composição de simbióticos que compreende: • pelo menos 0,1%, em peso, de matéria seca dos polissacarídeos RG-I, conforme definido anteriormente no presente pedido; e • uma ou mais linhagens microbianas probióticas sob a forma de microrganismos viáveis, microrganismos não viáveis, fragmentos de microrganismos e combinações dos mesmos.
[0115] Realizações preferenciais da composição de simbióticos são as mesmos descritas anteriormente no presente pedido em relação à composição de prebióticos para uso no presente método de tratamento.
[0116] Uma ou mais linhagens microbianas probióticas na composição de simbióticos são preferencialmente linhagens microbianas vivas, mais preferencialmente linhagens bacterianas vivas.
[0117] Uma ou mais linhagens microbianas probióticas podem ser selecionadas a partir de linhagens de levedura, linhagens de bolor, linhagens de bactéria e combinações das mesmas. Exemplos de linhagens de levedura adequadas incluem linhagens pertencentes a Saccharomyces, Debaromyces, Candida Pichia e combinações das mesmas. Exemplos de linhagens de bolor adequadas incluem linhagens pertencentes a Aspergillus, Rhizopus, Mucor, Penicillium e combinações das mesmas. Exemplos de linhagens bacterianas adequadas incluem linhagens pertencentes a Bifidobacterium, Bacteroides, Fusobacterium, Melissococus, Propionibacterium, Enterococcus, Lactococcus, Staphylococcus, Peptostreptococcus, Bacillus, Pediococcus, Micrococcus, Leuconostoc, Weissella, Faecalibacterium, Akkermansia, Oenococcus, Lactobacillus, Allobaculum, Eubacterium e combinações das mesmas.
[0118] De acordo com uma realização particularmente preferencial, uma ou mais linhagens microbianas probióticas são selecionadas a partir de Saccharomyces cerevisiae, Bacillus coagulans, Bacillus licheniformis, Bacillus subtilis, Bifidobacterium bifidum, Bifidobacterium infantis, Bifidobacterium longum, Enterococcus faecium, Enterococcus (Streptococcus) faecalis, Lactobacillus acidophilus, Lactobacillus alimentarius, Lactobacillus casei subsp. Casei, Lactobacillus casei, Lactobacillus curvatus, Lactobacillus delbruckii subsp. Lactis, Lactobacillus farciminis, Lactobacillus gasseri, Lactobacillus helveticus, Lactobacillus johnsonii, Lactobacillus reuteri, Lactobacillus rhamnosus, Lactobacillus sake, Lactococcus lactis, Micrococcus varians,
Pediococcus acidilactici, Pediococcus pentosaceus, Pediococcus halophilus, Streptococcus salivarius, Streptococcus thermophilus, Staphylococcus carnosus, Staphylococcus xylosus, Staphylococcus epidermidis, Akkermansia muciniphila, Faecalibacterium prausnitzii, Roseburia hominis e Eubacterium hallii.
[0119] A composição preferencialmente contém uma ou mais linhagens microbianas probióticas em uma concentração de 10 4 a 1010 ufc, ou o equivalente da mesma, no caso das linhagens microbianas probióticas serem aplicadas na forma não viável. Mais preferencialmente, a composição de simbióticos contém uma ou mais linhagens microbianas probióticas em uma concentração de 105 a 109 ufc ou o equivalente da mesma.
[0120] Akkermansia muciniphila está preferencialmente contida na composição de probióticos em uma concentração de 10 5 a 1010 ufc/grama, mais preferencialmente 106 a 109 ufc/g.
[0121] Bifidobacterium spp. está preferencialmente contida na composição de probióticos em uma concentração de 10 6 a 107 ufc/g, mais preferencialmente 107 a 109 ufc/g.
[0122] A invenção é ainda ilustrada pelos Exemplos não limitantes a seguir. Exemplos Exemplo 1
[0123] Uma fração de polissacarídeo RG-I foi isolada de pimentão seco em pó (Paprika Mild 80-100 Atsa Steamtr- Felix Reverte S.A.) em escala de planta piloto, usando o procedimento descrito abaixo.
[0124] O material de pimentão (100 kg) foi lavado três vezes sob agitação branda com etanol aquoso 80%, isto é, duas vezes a 80ºC por 2 horas e, em seguida, durante a noite à temperatura ambiente; cada vez usando 12,5% (p/v), para remover material solúvel em etanol. O resíduo insolúvel em etanol foi recuperado todas as vezes por centrifugação (1000 G por 10 min). O resíduo insolúvel em etanol obtido após 3 ciclos de lavagem foi seco e foram extraídos
90 kg duas vezes com 1.000 L de água quente com uma temperatura de 95ºC por 90 minutos. Em cada vez, o sobrenadante foi mantido após centrifugação a 1000 g por 10 minutos. O sobrenadante coletado foi subsequentemente filtrado através de tecido e ultrafiltrado com o uso de membranas com peso molecular de corte de 2 KDa para remover material de pequeno peso molecular. Foi obtido um extrato seco enriquecido com RG-I por liofilização do retentato, produzindo aproximadamente 5 kg de extrato seco de polissacarídeo enriquecido com RG- I. Caracterização do Extrato Enriquecido com Polissacarídeo RG-I Distribuição de Massa Molecular
[0125] A distribuição de massa molecular das amostras de polissacarídeos foi determinada por Cromatografia de Exclusão por Tamanho de Alto Desempenho com o uso de índice refrativo (RI), detecção (concentração), detecção de espalhamento de luz (detecção de massa molecular), detecção de UV (indicativo para a presença de proteínas) e detecção de pressão diferencial (detecção de viscosidade intrínseca). Padrões de massa molecular de pululana foram usados para a calibração. Composição de Monossacarídeos
[0126] Amostras de polissacarídeos foram dissolvidas em ácido trifluoroacético aquoso 0,5 M e hidrolisadas a 120 ºC por 2 horas. As amostras foram então neutralizadas com NaOH e mantidas congeladas até serem analisadas por cromatografia de troca aniônica em pH alto (HPAEC) com o uso de detecção amperométrica pulsada (PAD). O ácido urônico nas amostras foi determinado pelo uso do ensaio colorimétrico de m-hidroxidifenila (Achmed & Labavitch, J. Food Biochem, 1978, 361)) automatizado em um autoanalisador (Skalar). Grau de Esterificação
[0127] As amostras de polissacarídeos foram tratadas com hidróxido de sódio (0,25 M, 5 h, 20 ºC) e, em seguida, neutralizadas. O metanol liberado foi medido como a absorbância a 420 nm, após a incubação com álcool oxidase combinada com o reagente de revelação (acetil acetona e ácido acético em acetato de amônio 2M). O ácido acético liberado foi determinado com o uso do kit de ensaio de ácido acético K-ACETAF (Megazyme). Foi usado como padrão, pectina de beterraba sacarina com grau de metilação e acetilação conhecidos. O grau de esterificação é expresso como quantidade molar de metanol e ácido acético liberado como porcentagem da quantidade de ácido urônico.
[0128] As características moleculares da fração de polissacarídeo RG- I são mostradas nas Tabelas 1a e 1b. Tabela 1a Monossacarídeos (% mol/mol) Pimentão Vermelho Rha (Ramnose) 5,0 GalA (Ácido galacturônico) 70,0 Ara (Arabinose) 9,0 Gal (Galactose) 9,0 Glc (Glicose) 3,0 Xyl (Xilose) 2,0 Tabela 1b Razões Moleculares Pimentão Vermelho GalA/Rha 14 Ara/Rha 1,8 Gal/Rha 1,8 Grau de Metilação % 39 Grau de Acetilação % 9,0 Exemplo 2
[0129] Camundongos C57BL/6 fêmeas livres de patógeno específico com seis semanas de idade receberam água potável esterilizada à vontade e uma dieta AIN-93G irradiada semissintética (Research Diet Services, Wijk bij Duurstede, Países Baixos) com 30 mmol/kg de cálcio (grupo não infectado e infectado) ou o mesmo alimento suplementado com 1% (p/p) do extrato enriquecido com RG-I de pimentão.
[0130] Os camundongos foram divididos aleatoriamente em grupos de tratamento e alojados com 3 camundongos por gaiola por 2 semanas e então individualmente por outra semana. A composição da dieta AIN-93G é descrita por Reeves et al. (AIN-93 purified diets for laboratory rodents: final report of the American Institute of Nutrition ad hoc writing committee on the reformulation of the AIN-76A rodent diet. J Nutr (1993)123: 1939-1951).
[0131] As fezes foram coletadas antes da intervenção dietética no início do estudo e após 3 semanas de intervenção dietética. O DNA genômico foi extraído a partir de amostras fecais seguindo o protocolo do fabricante (Zymo research). O cDNA isolado foi submetido à identificação microbiana por sequenciamento do gene rRNA 16S. Foram usados primers específicos para amplificação por PCR da região genômica de interesse, como a V3-V4 ou as regiões hipervariáveis V4 do gene 16S rRNA. Foram geradas leituras de sequência de extremidade pareada com o uso do sistema MiSeq Illumina. Os arquivos de sequência FASTQ foram gerados com o uso de Illumina Casava pipeline versão 1.8.3. A avaliação da qualidade inicial foi baseada na filtragem Illumina Chastity. Subsequentemente, as leituras contendo o sinal de controle PhiX foram removidas com o uso de um protocolo de filtragem interno (Baseclear). Além disso, as leituras contendo adaptadores (parciais) foram recortadas (até a leitura de um comprimento mínimo de 50 pb). A segunda avaliação de qualidade foi baseada nas leituras restantes com o uso da ferramenta de controle de qualidade FASTQC versão 0.10.0. Sequenciamento de DNA Bacteriano
[0132] Os dados de Miseq Illumina foram analisados com um fluxo de trabalho que emprega o Quantitative Insights Into Microbial Ecology (QIIME, v8) pipeline (Caporaso et al., QIIME allows analysis of high-throughput community sequencing data, Nature Methods (2010), 7(5), 335-336 e Edgar, Search and clustering orders of magnitude faster than BLAST, Bioinformatics (Oxford, Inglaterra), (2010), 26(19), 2460-2461. Os dados foram desmultiplexados e filtrados para não correspondência de códigos de barras e de pequenos fragmentos (> 50 nt). A coleta de OTU (“operational taxonomic units” - unidade taxonômica operacional) de referência aberta foi realizada em QIIME com o uso do banco de dados Silva 111 e as quimeras foram detectados por USEARCH e filtradas das OTUs. A partir das OTUs filtradas, um arquivo de biom e arquivo de árvore filogenética foram gerados, novamente com o uso do banco de dados Silva 111. Resultados adicionais foram gerados através de QIIME, como leituras filtradas por amostra, medições PD de diversidade de árvore inteira e distribuições taxonômicas de nível 1 a 6 com abundâncias relativas. Impacto de Extrato de Polissacarídeo Enriquecido com RG-I na Composição Microbiana
[0133] As amostras de fezes individuais de 12 camundongos por grupo foram submetidas ao sequenciamento de rRNA 16S Illumina para obter mais insights na composição microbiana. Foram obtidas entre 26 x 10 3 e 79 x 104 leituras por amostra. Os resultados são mostrados nas Tabelas 2, 3 e 4. Tabela 2 Razão de Abundância % Firmicutes : Firmicutes Bacteriodetes Bacteriodetes Controle no início do 0,459 ± 0,184 0,436 ± 0,144 1,336 ± 1,059 estudo RG-I no início do 0,554 ± 0,117 0,381 ± 0,089 1,596 ± 0,684 estudo Controle em 3 0,489 ± 0,225 0,361 ± 0,235 1,350 ± 1,459 semanas RG-I em 3 semanas 0,502 ± 0,190 0,178 ± 0,124* 4,239 ± 2,648* * denota significância versus RG-I no início do estudo Tabela 3 Abundância % Actinobacteria Verrucomicrobia Controle no início do estudo 0,083 ± 0,080 0,000 ± 0,000 RG-I no início do estudo 0,036 ± 0,044 0,002 ± 0,006 Controle em 3 semanas 0,071 ± 0,084 0,002 ± 0,006
Abundância % Actinobacteria Verrucomicrobia RG-I em 3 semanas 0,231 ± 0,159* 0,036 ± 0,022* * denota significância versus RG-I no início do estudo Tabela 4 Abundância % Bifidobacterium Akkermansia Controle no início do estudo 0,003 ± 0,001 0,000 ± 0,000 RG-I no início do estudo 0,001 ± 0,001 0,002 ± 0,006 Controle em 3 semanas 0,028 ± 0,060 0,002 ± 0,006 RG-I em 3 semanas 0,134 ± 0,110* 0,041 ± 0,027* * denota significância versus RG-I no início do estudo
[0134] Em nível de filos, a adição de extrato de polissacarídeos enriquecido com RG-I na dieta aumentou significativamente as abundâncias de Actinobacteria e Verrucomicrobia, enquanto Bacteroidetes e Proteobacteria diminuíram suas abundâncias (abundâncias > 0,5 %; Wilcoxon, P < 0,05) resultando em uma razão de aumento de Firmicutes / Bacteroidetes.
[0135] Em nível de gênero, a análise de redundância indicou que a adição de extrato de polissacarídeo enriquecido com RG-I na dieta teve um impacto significativo sobre a composição microbiana (P< 0,05; permutação de Monte Carlo). A inclusão de extrato de polissacarídeo enriquecido com RG-I na dieta levou a uma abundância mais alta de Bifidobacterium (Phylum Actinobacteria), Allobaculum (Phylum Firmicutes), Akkermansia (Phylum Verrucomicrobia) e ao grupo de bactérias não atribuído. Exemplo 3
[0136] Os polissacarídeos não digeríveis são principalmente digeridos no intestino grosso humano pela microbiota intestinal. Isto pode levar ao crescimento de bactérias benéficas para a saúde, redução de pH, aumento de resistência aos patógenos intestinais e modulação da atividade metabólica da microbiota. Carboidratos funcionais benéficos (prebióticos) promoverão a produção de metabólitos benéficos à saúde, como ácidos graxos de cadeia curta
(AGCC, isto é, acetato, propionato e butirato), reduzindo a produção de metabólitos indesejáveis do metabolismo proteico, como AGCC (ácidos graxos de cadeia curta) ramificados e amônia.
[0137] Extratos de polissacarídeos derivados de plantas foram testados quanto ao seu impacto sobre a atividade metabólica da microbiota com o uso de um modelo de incubação em cólon de curto prazo.
[0138] No início da incubação, um meio de cólon baseado em açúcar depletado contendo nutrientes que estão presentes no cólon (por exemplo, glicanos derivados de hospedeiro como mucina) foi introduzido em frascos de 70 ml com penicilina, já contendo os extratos de teste (5 g/L de concentração final). Os frascos foram vedados com rolhas de borracha e a anaerobiose foi obtida por lavagem com N2. Subsequentemente, um inóculo fecal humano foi preparado misturando uma amostra fecal recém-coletada com tampão fosfato anaeróbico. Após homogeneização e remoção de partículas através de centrifugação (2 min, 500 g), o inóculo fecal foi adicionado aos diferentes frascos. Nesse ponto, a incubação iniciou por um período de 48 h, durante o qual a temperatura foi controlada a 37ºC e a mistura contínua foi garantida por um agitador (90 rpm). As amostras foram coletadas após 6, 24 e 48 h de incubação para o pH (Senseline F410; ProSense, Oosterhout, Países Baixos), pressão de gás (indicador de pressão portátil CPH6200; Wika, Echt, Países Baixos) e análise de AGCC. AGCC sendo acetato, propionato, butirato e AGCC ramificado (isobutirato, isovalerato e isocaproato) foram medidos, conforme descrito por De Weirdt et al (Human faecal microbiota display variable patterns of glycerol metabolism, FEMS Microbiol. Ecol. 2010, 74, 601-611.).
[0139] O meio de cólon depletado em açúcar e inulina, um prebiótico bem conhecido (Beneo, DP 23, 100% de inulina), foi usado como referência negativa e positiva, respectivamente.
[0140] A amostra A foi produzida a partir de pimentão em pó (Paprika poeder, Natural Spices Mijdrecht, Países Baixos) por extração aquosa (10% p/p, 2 h 90 ºC), centrifugação para remover resíduos não solúveis, filtração (corte de
40 kDa) para remover pequenas moléculas e secagem para obter um pó.
[0141] A amostra B foi produzida a partir de bagaço de cenoura seco, o resíduo de produção de suco de cenoura (fibra de cenoura em pó, GreendFields, Polônia). A amostra B foi produzida por extração aquosa (10% p/p 2 h 45 ºC) com o uso de pectinase (Pectinex® Ultra Mash, Novozymes), inativação por calor (90 ºC, 10 min), remoção de resíduos não solúveis por decantação, ultrafiltração (corte de 40kDa) e, por fim, secagem.
[0142] A amostra C foi extraída a partir de bagaço de maçã em pó (bagaço de maçã, GreendFields, Polônia) da mesma maneira que a amostra B.
[0143] A amostra D foi produzida a partir de quiabo em pó (quiabo triturado, My Foods, Blue Mountain Peak, Reino Unido) usando água quente extração (10% p/p, 2 h a 90 ºC), diálise contra água durante várias horas para remover o material de pequeno peso molecular. O extrato dialisado foi então liofilizado.
[0144] A determinação da composição de monossacarídeos das amostras anteriormente mencionadas foi realizada conforme descrito para o Exemplo 1. Os resultados são mostrados na Tabela 5. Tabela 5
A B C D Fonte Pimentão Cenoura Maçã Quiabo Rha (Ramnose) % mol/mol 8 17 8 31 GalA (ácido galacturônico) % mol/mol 50 23 18 40 Ara (Arabinose) % mol/mol 13 23 48 1 Gal (Galactose) % mol/mol 14 33 9 22 Glc (Glicose) % mol/mol 9 2 10 6 Xyl (Xilose) % mol/mol 3 2 6 0 Total 98 100 99 100
A B C D Fonte Pimentão Cenoura Maçã Quiabo GalA/Rha 6,0 1,4 2,2 1,3 Ara/Rha 1,5 1,4 5,7 0,0 Gal/Rha 1,7 1,9 1,1 0,7 % de Metilação 39 16 27 n.d.
[0145] Os resultados dos experimentos de incubação são mostrados na Tabela 6. Tabela 6
A B C D Meio Inulina Pimentão Cenoura Maçã Quiabo Diminuição do pH 0,01 0,66 0,39 0,63 0,64 0,52 Produção de AGCC mM 27,8 51,1 49,3 56,4 55,6 52,9 Produção de gás kPa 28,6 86,5 47,9 49,5 57,2 57,1 AGCC ramificado mM 2,8 1,2 1,9 1,3 1,1 1,7 Amônio mg/L 373 169 346 221 214 287
[0146] Os resultados mostram que todos os quatro extratos de polissacarídeos RG-I derivados de plantas foram facilmente fermentados pela microbiota intestinal.
[0147] Todos os extratos de polissacarídeos RG-I aumentaram a produção de AGCC. De fato, descobriu-se que todos os extratos aumentaram a produção de AGCC para um nível similar ou em excesso do nível observado para inulina.
[0148] Todos os extratos de polissacarídeos RG-I diminuíram a produção de AGCC ramificado e amônia.
[0149] Surpreendentemente, observou-se que a produção de gás para todos os extratos de polissacarídeos RG-I foi substancialmente menor do que a produção de gás observada para inulina. A produção excessiva de gás pode levar ao desconforto intestinal e sensação de inchaço, em efeito colateral indesejado bem descrito da maioria dos prebióticos tradicionais, incluindo inulina. Exemplo 4
[0150] Uma bebida de leite pasteurizado é preparada com base na receita mostrada na Tabela 7. Tabela 7 %, em peso Gordura de leite 1 Cacau alcalino 0,1 Sacarose 3 Polissacarídeo RG-I isolado 1 2 Inulina 2 Carragena 0,01 Gelana com alto teor de acila 0,05 Hidroxipropil amido 0,2 Carboximetilcelulose 0,1 Leite desnatado Restante 1 isolado de bagaço de cenoura seco (consulte o Exemplo 3).
[0151] O consumo de 200 ml desta bebida láctea por dia por um humano adulto melhora a saúde intestinal e fornece proteção extra contra resfriado comum e gripe. Exemplo 5
[0152] Uma barra nutricional (45 g) é preparada com base na receita mostrada na Tabela 8. Tabela 8
%, em peso Maltodextrina 12,9 Isolado proteico de leite 9,0 Isolado proteico de soja 0,5 Farinha de arroz 5,3 Farelo de aveia 14,4 Flocos de arroz 9,0 Frutose cristalina 6,8 Xarope de caldo de cana evaporado 27,7 Sal 0,3 Glicerina 1,0 Manteiga de amêndoa 3,3 1 Polissacarídeo RG-I isolado 4,5 Inulina 1 Mix de vitaminas/minerais 3,1 Baunilha 1,2 1 isolado de bagaço de cenoura seco (consulte o Exemplo 3)
[0153] A barra é produzida como a seguir:
[0154] Todos os ingredientes úmidos são misturados (xarope, glicerina, manteiga de amêndoa e aromas) a 50 ºC.
[0155] Separadamente, os ingredientes secos são misturados em conjunto, em seguida, a pasta úmida é adicionada à mistura seca e a massa é misturada por 2 a 5 minutos sob alto cisalhamento. A massa é achatada e cortada em formato de barras antes da embalagem.
[0156] O consumo de 2 barras por dia por um humano adulto melhora a saúde intestinal e fornece proteção extra contra resfriado comum e gripe. Exemplo 6
[0157] Um suplemento dietético é preparado sob a forma de uma cápsula contendo a mistura seca mostrada na Tabela 9. Tabela 9 mg Polissacarídeo RG-I isolado 1 300 mg D-alfa-tocoferol 10 Proantocianidina oligomérica 15 Vitamina B1 1,4 Vitamina B2 1,6 Niacina (vitamina B3) 18,0 Ácido pantotênico (vitaminas B5) 6,0 Vitamina B6 2,0 Vitamina B12 1,0 Ácido fólico (vitamina B9) 0,2 Biotina 0,15 Celulose microcristalina 30 1 isolado de bagaço de cenoura seco (consulte o Exemplo 3) Exemplo 7
[0158] Frações de polissacarídeos RG-I foram extraídas de diferentes fontes materiais para teste no modelo de incubação em cólon de curto prazo descrito no Exemplo 3. O meio de cólon depletado em açúcar e inulina, um prebiótico bem conhecido (Beneo, DP 23, 100% de inulina), foi usado como referência negativa e positiva, respectivamente.
[0159] Amostra A foi produzida a partir de cascas de ervilhas secas e trituradas (ex, Cosucra Warcoing, Bélgica). O pó foi disperso em água desmineralizada (100 g/L) e submetido à pré-hidrólise enzimática com uma alfa- amilase termoestável (Megazyme) a 90 ºC por 30 min e hidrólise adicional com o uso de pectinase (2 h 45 ºC, 0,2% v/v Pectinex® Ultra Mash, Novozymes). A enzimólise foi concluída aquecendo a 100ºC por 10 min, seguida por centrifugação (18.000 g, 10 min) e por diálise extensiva do sobrenadante com o uso de uma membrana com um corte de 12 a 14 kDa (Visking, Londres, Reino Unido). O material foi então liofilizado.
[0160] A amostra B foi produzida com o uso do mesmo método a partir de polpa de beterraba sacarina seca e triturada (ex Suiker Unie, Dinteloord, Países Baixos), omitindo, no entanto, a etapa de pré-incubação de α-amilase.
[0161] A amostra C foi produzida com o uso do mesmo método a partir polpa de chicória secas e trituradas (ex Cosucra, Warcoing, Bélgica), omitindo, no entanto, a etapa de pré-incubação de α-amilase.
[0162] A composição de monossacarídeos das amostras anteriormente mencionadas foi determinada com o uso de um método descrito no Exemplo 1. Os resultados são mostrados na Tabela 10. Tabela 10
A B C Beterraba Fonte Ervilha Chicória sacarina Rha (Ramnose) % mol/mol 8 7 8 GalA (Ácido galacturônico) % mol/mol 57 40 35 Ara (Arabinose) % mol/mol 14 45 48 Gal (Galactose) % mol/mol 6 7 8 Glc (Glicose) % mol/mol 8 1 1 Xyl (Xilose) % mol/mol 6 0 0 Total GalA/Rha 7,1 5,7 4,4 Ara/Rha 1,8 6,4 6,0 Gal/Rha 0,8 1,0 1,0 % de Metilação 33 26 27
[0163] Os resultados dos experimentos de incubação são mostrados na Tabela 11. Tabela 11
A B C Beterraba Meio Inulina Ervilha Chicória sacarina Diminuição do pH 0,00 0,61 0,47 0,62 0,66 Produção de AGCC mM 27,5 59,7 61,3 66,4 61,7 Produção de gás kPa 31,9 87,6 62,6 70,0 74,6 AGCC ramificado mM 3,4 0,5 3,0 3,0 1,9 Amônio mg/L 362 181 316 293 228
[0164] Estes resultados mostram que todos estes extratos de polissacarídeos RG-I derivados de plantas foram facilmente fermentados pela microbiota intestinal.
[0165] Todos os extratos de polissacarídeos RG-I aumentaram a produção de AGCC. De fato, descobriu-se que todos os extratos aumentaram a produção de AGCC para um nível similar ou em excesso do nível observado para inulina.
[0166] Todos os extratos de polissacarídeos RG-I diminuíram a produção de AGCC ramificado e de amônia, em comparação ao meio de controle.

Claims (16)

Reivindicações
1. USO DE POLISSACARÍDEOS RAMNOGALACTURONANA I (RG-I), caracterizado por ser na fabricação de uma composição de prebióticos para tratamento terapêutico ou profilático de disfunções associadas à composição ou funcionalidade perturbada do microbioma intestinal em um sujeito, em que a disfunção é selecionada a partir de uma disfunção metabólica e disfunção da barreira intestinal, sendo que o dito uso compreende a administração oral da composição de prebióticos para o sujeito, em que a composição contém pelo menos 0,1%, em peso, de matéria seca de polissacarídeos RG-I provenientes de frutas, cenoura, ervilha, chicória ou beterraba sacarina, sendo que os ditos polissacarídeos RG-I têm um peso molecular em excesso de 15 kDa e têm uma cadeia principal que consiste em resíduos de ácido galacturônico e resíduos de ramnose, os ditos resíduos de ramnose estando contidos em resíduos de alfa(1→4)-galacturônico-alfa(1→2)-ramnose, em que a razão molar de resíduos de ácido galacturônico para resíduos de ramnose nos polissacarídeos RG-I está dentro da faixa de 20:1 a 1:1.
2. USO, de polissacarídeos RG-I, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado pela composição ser ingerida pelo sujeito durante um período de pelo menos 3 dias em uma quantidade que forneça pelo menos 1 mg de polissacarídeos RG-I por kg de peso corporal por dia.
3. USO, de polissacarídeos RG-I, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 2, caracterizado pelos polissacarídeos RG-I representarem pelo menos 20%, em peso, dos polissacarídeos pécticos presentes na composição de prebióticos.
4. USO, de polissacarídeos RG-I, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 3, caracterizado pela razão molar de resíduos de ácido galacturônico para resíduos de ramnose nos polissacarídeos RG-I não exceder 15:1, preferencialmente não exceder 12:1, mais preferencialmente não exceder 10:1.
5. USO, de polissacarídeos RG-I, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 4, caracterizado pela razão molar de resíduos de arabinose para resíduos de ramnose nos polissacarídeos RG-I não exceder 30:1.
6. USO, de polissacarídeos RG-I, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 5, caracterizado pela razão molar de resíduos de galactose para resíduos de ramnose nos polissacarídeos RG-I preferencialmente não exceder 30:1.
7. USO, de polissacarídeos RG-I, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 6, caracterizado por menos de 85% dos resíduos de ácido galacturônico nos polissacarídeos RG-I serem esterificados sob a forma de ésteres metílicos.
8. USO, de polissacarídeos RG-I, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado pelos polissacarídeos RG-I serem provenientes de uma fonte vegetal selecionada a partir de cenoura, maçã, pimentão, cítricos, mirtilo, uva, ervilha, chicória, beterraba sacarina, azeitonas, quiabo e combinações dos mesmos.
9. USO, de polissacarídeos RG-I, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizado pelo sujeito estar sofrendo ou em risco de sofrer de uma disfunção metabólica.
10. USO, de polissacarídeos RG-I, de acordo com a reivindicação 1, caracterizado por pela disfunção metabólica ser selecionada a partir de sobrepeso, obesidade, síndrome metabólica, deficiência de insulina ou disfunções relacionadas à resistência à insulina, diabetes mellitus, intolerância à glicose, metabolismo lipídico anormal, hiperglicemia, esteatose hepática, dislipidemia, colesterol alto, triglicerídeos elevados.
11. USO, de polissacarídeos RG-I, de acordo com a reivindicação 10, caracterizado por pela disfunção metabólica ser selecionada a partir de sobrepeso, obesidade e resistência à insulina.
12. USO, de polissacarídeos RG-I, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 8, caracterizado pelo sujeito estar sofrendo ou em risco de sofrer de uma disfunção da barreira intestinal.
13. USO, de polissacarídeos RG-I, de acordo com qualquer uma das reivindicações 1 a 12, caracterizado pela composição ser selecionada a partir de uma bebida, uma cápsula, um comprimido, um pó, uma barra e uma pasta.
14. COMPOSIÇÃO DE PREBIÓTICOS, caracterizada por compreender: • pelo menos 0,1%, em peso, de matéria seca de polissacarídeos ramnogalacturonana I (RG-I) conforme definido na reivindicação 1; e • pelo menos 0,1%, em peso, de matéria seca de um ou mais prebióticos selecionados a partir de lactulose, inulina, fruto-oligosacarídeos, galacto-oligossacarídeos, oligossacarídeos do leite, goma guar e goma arábica.
15. COMPOSIÇÃO DE SIMBIÓTICOS, caracterizada por compreender: • pelo menos 0,1%, em peso, de matéria seca de polissacarídeos ramnogalacturonana I (RG-I) conforme definido na reivindicação 1; e • uma ou mais linhagens microbianas probióticas sob a forma de microrganismos viáveis, microrganismos não viáveis, fragmentos de microrganismos e combinações dos mesmos.
16. COMPOSIÇÃO, de acordo com qualquer uma das reivindicações 14 a 15, caracterizada pela composição ser selecionada a partir de uma bebida, uma cápsula, um comprimido, um pó, uma barra e uma pasta.
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